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Reviravolta nos ‘supostos’ Volpis falsos: Justiça anula sentença que condenava a venda de duas obras contestadas pelo Instituto Alfredo Volpi

São Paulo, por Kleber Patricio

Obra ‘Bandeirinhas com Mastro’, de Alfredo Volpi. Fotos: Divulgação/Galeria Pintura Brasileira.

A 34ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) anulou a sentença de primeira instância que determinava o pagamento de indenização de R$ 238 mil pela Galeria Pintura Brasileira à família de Abilio Diniz (1936–2024) pela venda de duas obras de Alfredo Volpi, cuja autenticidade foi questionada. A decisão também revoga a conclusão do perito nomeado pelo juiz, que havia determinado a falsidade das pinturas, contrariando a certificação da filha biológica, legítima herdeira e inventariante do artista.

Por uma possível falta de atenção aos detalhes, o juiz não considerou defeitos e vícios graves na estrutura do processo. Tais vícios representavam conflitos de interesse, comprometendo a transparência e a imparcialidade do caso, uma vez que recorreram a informações não profissionais, anti-métodos periciais e conclusões que estão alinhadas aos interesses tanto do autor da ação quanto aos da fonte indiretamente envolvida no caso, o Instituto Alfredo Volpi de Arte (IAVAM).

O próprio IAVAM é o epicentro de tal conflito de interesse, pois seus membros – colecionadores e comerciantes de obras de Alfredo Volpi – possuem interesse direto na valorização das telas que certificam, comprometendo assim a imparcialidade do processo. Esse viés se torna ainda mais evidente diante do caso atual, em que alegaram que as obras questionadas não possuíam características da pintura do artista – afirmação que foi refutada por análises e perícia científica que comprovaram, objetivamente, o contrário. Diante desse cenário, surge uma questão inevitável: quantas outras obras podem ter sido desconsideradas ou validadas sob critérios igualmente duvidosos ao longo das décadas?

Diante dos inúmeros vícios e falhas presentes no processo de primeira instância, a Justiça decidiu, por unanimidade, nomear um novo perito imparcial para elaborar um laudo técnico-científico das duas telas. Além disso, determinou que a herdeira, inventariante e filha do pintor, Eugênia Maria Volpi, realize a análise das obras questionadas. O processo retornará à fase de instrução, assegurando que o caso possa seguir corretamente e supra lacunas relevantes ao andamento do caso.

Entenda o caso 

Em 2007, o empresário Abilio Diniz (1936–2024) adquiriu duas obras de Alfredo Volpi – Bandeirinhas e Bandeirinhas com Mastro, ambas do período entre 1985 e 1988 – na Galeria Pintura Brasileira, em São Paulo. Em 2012, transferiu a propriedade das telas para sua mulher, Geyze Marchesi.

10 anos depois, em 2017, o casal ofereceu em sua residência um jantar para a cúpula do Museu de Arte de São Paulo – MASP. No dia seguinte, segundo matéria publicada pela Veja São Paulo em 13 de setembro de 2019, o então diretor-presidente do museu, Heitor Martins, alertou o casal sobre a autenticidade das obras, baseando-se na opinião subjetiva dos integrantes do Instituto Alfredo Volpi de Arte Moderna (IAVAM). Após o acontecimento, Abilio Diniz e Geyze Marchesi entraram com um processo contra o galerista Marcelo Barbosa, fundador da Galeria Pintura Brasileira.

A partir disso, Abilio Diniz passou a aceitar as obras como legítimas apenas se os certificados de autenticidade fossem emitidos, exclusivamente, pelo Instituto Alfredo Volpi de Arte Moderna (IAVAM), que se recusou a fornecê-los. O motivo: as obras foram realizadas por Alfredo Volpi entre 1985 e 1988 e não constam no catálogo raisonné do Instituto. No entanto, o próprio presidente do IAVAM, Marco Antonio Mastrobuono, registrou em seu livro Alfredo (2013) que nenhuma obra produzida a partir de 1984 seria incluída no catálogo deles, pois, naquele ano, a herdeira e inventariante, Eugênia Maria Volpi, teria restringido o acesso dos volpistas ao ateliê do pai. “O meu pai não tinha sossego nem para almoçar. Essas pessoas, que se diziam amigos próximos dele, são extremamente gananciosas. Eu não preciso nem citar nomes, mas eles chegavam no ateliê do meu pai em qualquer dia e em qualquer horário – não existia o mínimo de respeito. Eles viviam pedindo e impondo vontades, queriam obras de uma cor, obras de outra… meu pai tinha que fazer do jeito que eles queriam e quando eles queriam. Eu aí eu tive que dar uma brecada e estipulei as visitas somente aos sábados. Acharam ruim, não gostaram, pois formava uma fila enorme”, explica Eugênia Maria Volpi, filha biológica que morou a vida toda com o pai, Alfredo Volpi.

O escândalo tomou proporção nacional e internacional, até pelo fato de Bandeirinhas e Bandeirinhas com Mastro não constarem no catálogo raisonée de Alfredo Volpi elaborado pelo IAVAM. No entanto, a ausência dessas obras no catálogo não implica que sejam falsas, assim como muitas outras obras que são regularmente adicionadas a esse catálogo.

Ambas as telas foram adquiridas na casa de Alfredo Volpi, na mão do próprio Volpi, com a filha como testemunha. No entanto, a negativa do IAVAM levou a um processo de primeira instância falho e a necessidade de uma perícia técnica. “O IAVAM ainda detém o poder de dizer se uma obra de arte vale milhões ou se não vale nada, mantendo controle sobre o legado artístico de Volpi mesmo 40 anos após sua morte. O Instituto não apenas excluiu as obras produzidas a partir de 1984, mas também se recusa a reconhecê-las como autênticas, mesmo sendo validadas por sua única e legítima autenticadora: a filha e herdeira do artista, Eugênia Maria Volpi. Desprezar a produção nos últimos anos de vida de um artista significa excluir uma fase inteira de sua obra, jogar no lixo uma rica e prolífica etapa da criação de um artista”, pontua o galerista Marcelo Barbosa.

Entenda o processo e a perícia técnica realizada até o momento 

Marcelo Barbosa, parte acusada, pontua: “Apesar da provenance irretocável e completa, ainda assim me utilizei dos melhores profissionais do mercado em prol de uma metodologia científica moderna e atualizada para comprovar que as duas obras que eu vendi eram, de fato, telas autênticas de Alfredo Volpi.” 

O caso seguiu na Justiça sob a condução do perito João Carlos Lourenço, que, sem conhecimento algum sobre expertise científica técnica e de Art Law, recorreu ao restaurador Thomas Brixa – frequentemente indicado pelo IAVAM, ‘assistente do autor’. “Quem o João Carlos Lourenço escolheu como assistente para a perícia? Thomas Brixa, o restaurador que consta no site com indicado pelo Instituto Volpi. Isso é justo? Como pode ser aceitável que um perito contrate alguém ligado diretamente à parte acusadora – um grupo com interesse explícito em excluir toda uma fase da obra de Volpi? Todos os que emitiram opiniões subjetivas nesse caso são, de alguma forma, vinculados ao IAVAM. São mercadores que, há décadas, lucram com as obras de Volpi e têm um interesse declarado em manter esse controle. Como poderiam produzir um laudo que contrariasse o próprio sustento? Diante desse cenário, é evidente que a imparcialidade foi comprometida desde o início”, pontua Barbosa.

Ambas as obras foram assinadas incontestavelmente por Alfredo Volpi e, portanto, corroboram para a inegável autenticidade da obra. Essa conclusão veio de uma perícia grafoscópica imparcial contratada, por conta própria, pela Galeria Pintura Brasileira. O perito profissional Vergílio Freixo, que realizou o parecer de grafoscopia, fez uma análise científica e chegou à conclusão incontestável de que as assinaturas de ambas as obras só poderiam ter saído do punho escritor do próprio Volpi. Até o momento, essa é a única verdade científica e objetiva do caso, comprovada por metodologia científica e não por meio de suposições equivocadas e ‘achismos’. “Todos os pontos que eles insinuaram que o Volpi jamais teria feito na pintura dele, nós demonstramos como características inerentes e objetivas da pintura dele; como regra e não exceção. Inclusive, nós demonstramos por meio das próprias telas certificadas pelo IAVAM – foram essas obras que usamos para fazer uma análise comparativa e científica”, explica Marcelo Barbosa.

A exclusão da fase final da obra de Volpi revela um problema maior: o controle do mercado de arte por um grupo que define arbitrariamente o que é autêntico. Esse processo judicial, há anos em curso, expõe não apenas a conduta do IAVAM, mas também um sistema movido por conflitos de interesse, que ameaça o legado de artistas, prejudica herdeiros e impacta colecionadores. “Como alguém pode afirmar que essas obras não são autênticas, se é exatamente isso que elas são? Basta perceber a situação, basta querer enxergar a verdade. E quanto mais insistirem nessa narrativa, pior será aos olhos do público. O Instituto Volpi acredita ter o direito de destruir o patrimônio histórico e cultural brasileiro simplesmente para não admitir um erro. A justiça brasileira nos deu uma oportunidade de ouro, uma chance única de expor os verdadeiros responsáveis por tudo isso. E nós vamos aproveitá-la ao máximo, trazendo à tona um iceberg de práticas que desonram tudo o que o mercado de arte deveria representar”, pontua Marcelo Barbosa.

A sentença de primeira instância prejudicou a todos: o casal Diniz, que almejava que as obras fossem boas; a filha de Volpi, cuja credibilidade foi contestada novamente pelos volpistas, e, acima de tudo, o próprio legado de Alfredo Volpi, que é um patrimônio histórico e cultural do Brasil. Fere a memória do artista, assim como abre precedentes para o mercado de arte e a preservação de nossa cultura a nível mundial.

Processo judicial nº 1073409-90.2017.8.26.0100.

Confira o vídeo de pronunciamento de Marcelo Barbosa, realizado e publicado após perder o processo de primeira instância, em 2023:  https://www.youtube.com/watch?v=JnpfZDLLV-A&feature=youtu.be.

Para entender a repercussão do caso: o vídeo foi publicado originalmente no Instagram, no dia 1º de abril de 2023 e hoje está fora do ar por conta de atualizações na plataforma: https://www.instagram.com/p/CqgmWXkPiI4/.

(Fonte: Marrese Assessoria)

Museu de Arte Contemporânea de Sorocaba apresenta coletivas ‘Grandes Formatos: A Pintura no Acervo do MACS’ e ‘Árvores’

Sorocaba, por Kleber Patricio

Felipe Góes, Pintura #181, acrílica e guache sobre tela, 70x90cm. Fotos: Divulgação.

No próximo dia 12 de abril, o Museu de Arte Contemporânea de Sorocaba (MACS) inaugura suas atividades de 2025 com duas exposições que trazem à luz recortes significativos de seu acervo: ‘Grandes Formatos: A Pintura no Acervo do MACS’ e ‘Árvores’. Ambas propõem olhares distintos sobre questões centrais da arte contemporânea, enfatizando diálogos possíveis entre público, espaço expositivo e obras.

Em Grandes Formatos: A Pintura no Acervo do MACS estão reunidos trabalhos de artistas de diferentes gerações e perspectivas técnicas. Não há uma linha curatorial rígida, mas uma trama de aproximações entre pinturas que ocupam o espaço de forma expansiva, instigando reflexões sobre as intenções e gestualidades presentes em obras que naturalmente exigem uma aproximação sensorial. Participam da mostra Paula Klien, Marcus André, Manoel Veiga, Felipe Góes, Sergio Fingermann, Fabio Cardoso, Patricia Leite e Celso Orsini.

Destacam-se duas obras de escalas notáveis: Zig Zag (2019), de Paula Klien, com 190 × 760 cm, trabalhada com nanquim sobre tela, e A Veia Rosa (2003/2004), de Marcus André, com 189 × 500 cm, produzida em têmpera e encáustica.

Rodrigo Braga, Eco seco, Casca de árvore caída na floresta da Tijuca, viga de madeira processada e armação de aço, 5m x 40 cm.

A exposição Árvores apresenta esculturas que refletem poeticamente sobre a ideia de transformação. Jaime Prades e Rodrigo Braga dialogam sobre a potência simbólica e material da árvore como elemento vivo e também conceitual. Nas obras de Jaime Prades, o gesto intuitivo valoriza a madeira descartada, convertendo-a em formas que resgatam algo do ritmo orgânico original. Rodrigo Braga, por sua vez, investiga o limiar entre o natural e o artificial, oferecendo uma reflexão sobre a coexistência ambígua entre homem e natureza.

A partir de julho, esse mesmo acervo e espírito se voltam ao centenário da artista Marina Caram, figura relevante do expressionismo sorocabano. Em setembro, Terra Água Vermelha reunirá Pedro Lopes e Dimas Pires – dois nomes fundadores da arte em Sorocaba – e, em novembro, será a vez da exposição da artista Shirley Paes Leme compondo mais um passo da agenda da instituição.

Carol Paiffer, presidente do museu, enfatiza o amadurecimento institucional: “2025 é um marco. Com a contribuição ativa do Conselho Consultivo, estabelecemos um planejamento estratégico sólido, ampliando o envolvimento dos nossos parceiros e fortalecendo o Conselho Curador, agora renovado com novas vozes sob orientação experiente. Após duas décadas, vemos a instituição ocupar o espaço que sempre imaginamos.”

Sobre o MACS

Fachada do MACS. Fotos: Divulgação.

O Museu de Arte Contemporânea de Sorocaba é uma instituição cultural eminentemente artística, educativa e inclusiva que prioriza a difusão das artes visuais. Possui acervo próprio, com mais de 750 obras produzidas nas linguagens pintura, gravura, escultura, fotografia, instalações e videoarte.
Mantido pela Associação de Educação Cultura e Arte (AECA), o museu é privado, sem fins lucrativos e qualificado como Organização da Sociedade Civil com Interesse Público. Fundado em 2004, tem uma consolidada programação de atividades sob os eixos das exposições artísticas e das oficinas educativas, dirigidas em especial à população da Região Metropolitana de Sorocaba (27 municípios/2,2 milhões de habitantes), incluindo turistas de outras regiões do Estado de São Paulo, de outros estados, além de estrangeiros.

Serviço:

Exposições Grandes Formatos: A Pintura no Acervo do MACS (Paula Klien, Marcus André, Manoel Veiga, Felipe Góes, Sergio Fingermann, Fabio Cardoso, Patricia Leite e Celso Orsini) e Árvores (Jaime Prades e Rodrigo Braga)

Período Expositivo: 12 de abril a 21 de junho 2025

Local: Museu de Arte Contemporânea de Sorocaba – Avenida Dr. Afonso Vergueiro, 280 – Centro (ao lado da antiga Estação Ferroviária)

Visitação: terça a sexta-feira das 10h às 17h | sábados, domingos e feriados das 10h às 15h

Acessibilidade | Gratuito

Contato: WhatsApp (15) 99157-4522 | www.macs.org.br | @macsmuseu.

(Fonte: Agência Catu)

MSC Foundation celebra a inauguração do seu Centro de Conservação Marinha na Ocean Cay

Bahamas, por Kleber Patricio

Autoridades do Governo das Bahamas com a Dra. Sylvia Earle, representantes da MSC Foundation, MSC Cruzeiros e do Grupo MSC durante a inauguração do Centro de Conservação Marinha em Ocean Cay. Fotos: Divulgação.

A MSC Foundation celebra a inauguração, no último dia 11 de abril, do seu Centro de Conservação Marinha na Ocean Cay, sinalizando um passo importante em seu compromisso com a conservação de corais e a pesquisa marinha nas Bahamas.

O Centro de Conservação Marinha da MSC Foundation servirá como base para biólogos, cientistas, estudantes e visitantes da ilha e contará com pavilhões interativos, um auditório, um Bio Lab e um viveiro de corais, em terra.

A nova instalação de pesquisa também oferecerá oportunidades educacionais aos visitantes sobre a importância do ecossistema marinho e a necessidade crucial de proteger os recifes de corais, além de servir como centro principal do Programa Super Coral da MSC Foundation.

Pierfrancesco Vago cumprimenta o primeiro-ministro Davis e o vice-primeiro-ministro Cooper em Ocean Cay.

Lançado em 2019, o Programa Super Coral da MSC Foundation tem liderado esforços para restaurar os recifes de corais em uma área de mais de 165 mil quilômetros quadrados, ao redor da Ocean Cay, com espécies de corais mais resilientes a fatores de estresse ambiental, como o aumento da temperatura dos oceanos.

O Centro de Conservação Marinha foi oficialmente inaugurado nesta manhã pelo presidente do Comitê Executivo da MSC Foundation e presidente executivo da Divisão de Cruzeiros do Grupo MSC, Pierfrancesco Vago; Diego Aponte, membro do Conselho da MSC Foundation e presidente do Grupo MSC; Rick Sasso, embaixador da MSC Foundation e chairman da MSC Cruzeiros nos EUA; e a diretora executiva da MSC Foundation, Daniela Picco, junto o primeiro-ministro das Bahamas, o honorável Philip Davis; o vice-primeiro-ministro, honorável I. Chester Cooper; e a renomada bióloga marinha Dra. Sylvia Earle.

Ministros das Bahamas, membros do conselho local de Bimini, outras autoridades e partes interessadas também estiveram presentes, juntamente com representantes e parceiros da MSC Foundation.

Pierfrancesco Vago discursa para autoridades do Governo das Bahamas e outros convidados durante a inauguração do Centro de Conservação Marinha.

Pierfrancesco Vago, presidente do Comitê Executivo da Fundação MSC, disse: “A abertura do nosso Centro de Conservação Marinha representa um momento decisivo no nosso compromisso multigeracional com a preservação dos oceanos. O centro materializa os planos concretos da MSC Foundation para a restauração de recifes de coral, o avanço da ciência e a criação de oportunidades de formação para estudantes bahamenses e internacionais. Com o apoio contínuo do governo das Bahamas e das autoridades locais, nosso trabalho aqui contribui para a economia circular por meio da preservação e regeneração dos ecossistemas e do compartilhamento de conhecimento.”

Dra. Sylvia Earle, renomada bióloga marinha e fundadora da Mission Blue, que participou da cerimônia de inauguração, quase dois anos após a ONG ter designado a Ocean Cay como Hope Spot — um local crucial para a saúde dos oceanos — comentou: “Parabéns à MSC e à MSC Foundation por criarem o Centro de Conservação Marinha na Ocean Cay, um valioso Hope Spot da Mission Blue. O centro é um espaço para descobrir por que os oceanos são importantes para todos, em todos os lugares, e para inspirar ações em prol da restauração e do cuidado com esse vasto reino azul que torna possível a vida — inclusive a existência humana.”

A nova instalação conta com um laboratório biológico totalmente equipado e com The Aquaria, um viveiro em terra que abriga 22 tanques de corais para apoiar os esforços de restauração. O espaço também possui um auditório com capacidade para 50 pessoas, ideal para programas educacionais e colaborações científicas.

Daniela Picco, diretora executiva da MSC Foundation.

O Welcome Hub e o Discovery Pavilion do centro oferecerão experiências imersivas aos visitantes, como visitas guiadas, exposições interativas e atividades práticas de restauração de corais, promovendo uma conexão mais profunda com a conservação marinha.

Daniela Picco, diretora executiva da MSC Foundation, declarou: “Essa instalação conectará cientistas marinhos, educadores e o público, apoiando anualmente até 30 estudantes de ciências marinhas de quatro universidades. Ao fortalecer parcerias com especialistas das Bahamas e do mundo, envolver a comunidade e criar uma ponte com centenas de milhares de visitantes da ilha, lançamos as bases para uma cultura duradoura de proteção aos oceanos e ações concretas de conservação.”

Sobre o Programa Super Coral

A MSC Foundation iniciou, em 2020, uma colaboração com as universidades de Miami e Nova Southeastern para desenvolver o Programa Super Coral, por meio de estágios de graduação em ciências marinhas na Flórida. Desde 2022, o foco tem sido identificar espécies de corais resistentes na Ocean Cay, conduzindo pesquisas de acordo com permissões emitidas pelo Departamento de Planejamento e Proteção Ambiental das Bahamas, e propagando essas espécies, com foco especial nos corais Elkhorn, criticamente ameaçados de extinção. O trabalho dá continuidade ao projeto de restauração do ecossistema marinho na Ocean Cay iniciado pela MSC Cruzeiros quando começou a reabilitação da antiga área de extração de areia. As águas ao redor da ilha — uma área de mais de 165 mil quilômetros quadrados— começaram então a florescer. Com a inauguração do novo Centro, a fundação amplia ainda mais seus esforços.

Alguns dos principais resultados do Programa até o momento incluem:

– Identificação de populações genéticas de corais com alta resistência térmica, com foco no coral Elkhorn, criticamente ameaçado de extinção.

– Desenvolvimento de técnicas para o cultivo de corais em viveiros marinhos.

– Início bem-sucedido do transplante de corais resilientes, com meta de alcançar 6.000 transplantes por ano nos próximos anos.

– 100% de sobrevivência dos corais cultivados em viveiros durante a intensa onda de calor marinha de 2023.

Sobre a MSC Foundation

A MSC Foundation é uma organização sem fins lucrativos que implementa os compromissos globais do Grupo MSC com a conservação marinha, ajuda humanitária e desenvolvimento sustentável. Utilizando o alcance global e o conhecimento marítimo do Grupo MSC, a fundação protege nosso planeta azul, suas pessoas e o patrimônio cultural que compartilhamos.

Focada em quatro áreas — Meio Ambiente, Apoio às Comunidades, Educação e Ajuda Emergencial — a fundação promove a gestão sustentável dos ecossistemas, capacita comunidades vulneráveis, apoia educação inclusiva e de qualidade e atua na recuperação de populações afetadas por desastres.

A fundação trabalha de forma independente e com parceiros estratégicos. De forma independente desenvolvendo e gerenciando projetos, conectando comunidades, sensibilizando e mobilizando apoio financeiro; e, com parceiros selecionados por sua visão inovadora ou histórico comprovado de atuação eficaz.
(Com Bruno Colla/Agência JeffreyGroup)

Povos e comunidades tradicionais reivindicam criação de cota na Universidade Federal do Pará

Belém, por Kleber Patricio

Fotos: Divulgação/CNS.

Buscando reivindicar a criação de uma cota exclusiva para povos e comunidades de territórios tradicionais na Universidade Federal do Pará (UFPA), o Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), por meio da Comissão Estadual de Juventude Extrativista, lançou um abaixo-assinado.

Amparado pelo Decreto Federal n.º 6.040/2007, responsável por instituir a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais, o documento visa embasar uma petição que será apresentada ao reitor da UFPA, professor Gilmar Pereira da Silva. “Muitas de nossas comunidades tradicionais ainda enfrentam severas dificuldades no acesso à educação superior, devido a uma série de fatores históricos e estruturais que marginalizam nossas condições de vida e dificultam nosso ingresso no ensino superior”, diz trecho do documento.

“A ausência de uma política de cotas específica para nosso grupo impede que muitas pessoas com grande potencial acadêmico e de transformação social tenham a oportunidade de desenvolver suas capacidades em uma instituição de ensino superior como a UFPA”, reforça Letícia Moraes, vice-presidente do CNS.

Além da criação das cotas, os povos e comunidades de territórios tradicionais solicitam que a UFPA se comprometa a estabelecer programas de apoio acadêmico, psicológico e financeiro para os cotistas, de modo a garantir a sua permanência e sucesso na universidade.

Fazem parte do público-alvo do abaixo-assinado extrativistas, pescadores artesanais, lavradores, marisqueiros, benzedeiros, ribeirinhos, quebradeiras de coco babaçu, peconheiros, beiradeiros e agricultores familiares de territórios tradicionais, como Projeto de Assentamento Agroextrativista (PAE), Reserva Extrativista (RESEX) e Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS).

Universidade mais inclusiva

Matheus Silva, membro da Comissão Estadual de Juventudes Extrativistas do CNS Pará, destaca que a criação de cotas para povos e comunidades tradicionais é uma forma de contribuir para uma universidade mais plural e inclusiva. “Nossas comunidades e povos tradicionais vêm há muito tempo numa situação de marginalização e invisibilização imposta pelo próprio poder público, ao nos negar políticas públicas básicas, como a Educação. Sabemos que um dos grandes desafios que temos hoje é que nossas crianças, adolescentes e jovens tenham uma Educação continuada. Do ensino fundamental ao superior”, afirma Matheus.

“A nossa educação básica é sucateada, mas quando se fala em comunidades tradicionais e periferias você percebe que esse sucateamento é ainda pior. Quando não se tem uma escola na própria comunidade, se busca deslocamento para outras cidades para ter acesso ao ensino básico, que quase nunca é de qualidade, a não ser em escolas particulares”, lembra o ativista socioambiental.

Estudante de Arquitetura e Urbanismo no campus de Belém da UFPA, Matheus conhece bem essa realidade. Eleito recentemente como delegado do CNS para a 5ª Conferência Nacional de Meio Ambiente, evento de ocorre de 6 a 9 de maio, em Brasília (DF), ele mora na ilha do rio Campompema, em um Projeto de Assentamento Agroextrativista localizado no município de Abaetetuba (a 102 quilômetros da capital paraense). “Entendo que foi um privilégio ter acessado a universidade, mas isso mostra que nossa luta continua. O que me faz estar na universidade parte de uma luta cotidiana das pessoas que continuam morando nos territórios”, observa o estudante.

Momento oportuno

Matheus acredita que esse é um momento oportuno para se reapresentar a petição à reitoria da UFPA. Ele lembra que uma petição nesse sentido já foi protocolizada na Universidade, em 2014, mas que o projeto não prosperou. “Vivemos um momento importante, ano de COP 30 em Belém, retomamos a pauta. Além disso, com a eleição e posse do novo reitor vemos uma oportunidade de continuar esse processo. Queremos levar esse levantamento prévio à reitoria e, posteriormente, ao conselho superior da universidade com números concretos e os nomes dessas pessoas”, destaca.

Matheus Silva, membro da Comissão Estadual de Juventudes Extrativistas do CNS Pará.

Belém vai sediar, no mês de novembro, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30). O evento internacional é visto como uma oportunidade para trazer à tona as demandas da população local, incluindo o acesso à educação gratuita e de qualidade para somar na luta pelo desenvolvimento sustentável na região. “Falar de política de clima é falar de uma política essencial para que a gente continue tendo relação com o território, praticando nossas atividades dentro das nossas comunidades. Isso passa pela criação de políticas específicas para povos e comunidades tradicionais, incluindo a juventude. Estamos vivendo uma crise climática onde quem vai ter que lidar com isso daqui a alguns anos é a juventude”, destaca Matheus Silva.

(Com Emanuelle Araújo Melo de Campos/Press Manager)

Homens comem mais fora e mulheres preferem pedir comida por aplicativo em São Paulo, aponta pesquisa da Nexus

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: Eduardo Ramos/Unsplash+.

Homens e mulheres se comportam de formas diferentes no que diz respeito aos hábitos alimentares no estado de São Paulo: elas costumam pedir mais comida por aplicativo e eles fazem mais refeições fora de casa. A conclusão faz parte da pesquisa inédita Sabores de São Paulo, da Nexus – Pesquisa e Inteligência de Dados.

Confira os principais dados:

– Homens têm mais costume de fazer refeições fora de casa do que mulheres em SP; já as mulheres pedem mais comida em delivery do que homens no estado;

– Tanto pedir comida por aplicativo quanto comer fora de casa é hábito para cerca de metade dos moradores de SP;

– No geral, moradores da capital e da região metropolitana comem mais fora e pedem mais comida do que moradores do interior;

– Cerca de ⅓ dos paulistas comem fora e pedem comida em casa de duas a três vezes na semana;

– ⅓ dos paulistanos consideram o PF o prato que é a cara de São Paulo.

Confira aqui a íntegra do levantamento.

Sobre a Nexus | Apaixonados por dados, a Nexus é uma empresa que alia a precisão da tecnologia, incluindo inteligência artificial, com a criatividade do olhar humano para buscar diagnósticos mais precisos. Nasceu da fusão do instituto de pesquisa de opinião com a área de inteligência de dados da FSB Holding, o maior e mais completo ecossistema de gestão da reputação da América Latina. Tudo para buscar os melhores insights que ajudem clientes a construir, gerir e manter sua reputação.

(Fonte: FSBComunicação)