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Multi-instrumentista Carlos Malta lança single ‘O Trem Azul’ dia 19 de abril nas plataformas digitais

Rio de Janeiro, por Kleber Patricio

Fotos: Divulgação.

Carlos Malta, o Escultor do Vento, como é conhecido pela sua singularidade musical, nos brinda com o lançamento de ‘O Trem Azul’ no dia 19 de abril, primeiro single do álbum ‘Pimentinha Sessions’, uma coprodução Carlos Malta Produções Artísticas e Mills Records.

Multi-instrumentista, arranjador, compositor e educador, o mestre dos sopros relançou o álbum ‘Pimenta’ (originalmente lançado no ano 2000) nas plataformas digitais, em janeiro de 2024 (https://mills-records.lnk.to/Pimenta). Agora, o músico traz na sequência deste projeto em homenagem à Elis Regina, o lançamento do single ‘O Trem Azul’, um clássico de Lô Borges que ganhou projeção na voz da cantora. Este é o primeiro single do álbum ‘Pimentinha Sessions’, que chega às plataformas digitais em junho. Pré-save em https://mills-records.lnk.to/TremAzulAR. A produção artística é do próprio Carlos Malta.

Segundo o jornalista, escritor, crítico e pesquisador Hugo Sukman, não há dúvida sobre o carinho com que Carlos Malta preparou este novo álbum, começando pelo single. “O resultado faz jus à ousadia. ‘O Trem Azul´, também fazendo jus ao título, é uma viagem de 11 minutos em torno da música de Lô Borges, com o tema apresentado pela flauta de Malta, depois pelo piano de Antonio Fischer, e em seguida aberto a inesgotáveis improvisos guiados pelas incríveis variações rítmicas propostas pela cozinha de Gasperin e Fofo Black. Trata-se, talvez, da versão mais compatível com o espírito da composição de Lô – aberta, brasileira, meio psicodélica – e do Clube da Esquina em geral, e da intenção de Elis em gravá-la naquele momento. O auge dessa versão inovadora se dá quando por sobre a ‘cama’ da flauta baixo de Malta em uníssono com o sax soprano de Antonio Sechin, Haroldo Eiras e Matu Miranda trançam guitarra elétrica e voz no improviso. Som novo total”, observa.

No single ‘O Trem Azul’, assim como nas outras faixas de ‘Pimentinha Sessions’, Carlos Malta escolheu a dedo uma banda de músicos de uma geração mais nova: gente como o pianista Antonio Fischer-Band, de 26 anos, Giordano Gasperin no baixo, 33, o guitarrista Haroldo Eiras, 27, o cantor Matu Miranda, de 29, nos vocalizes, além de Antonio Secchin, de 27 anos, no saxofone e Fofo Black, 38 anos, na bateria, todos de gerações mais novas e estilos provocadores em seus instrumentos (como os compositores escolhidos por Elis).  No álbum original (‘Pimenta’, de 2000), Malta trabalhou com músicos de sua geração.

A escolha deste ser o primeiro single tem uma explicação. Malta se diz encantado por ‘O Trem Azul’ desde a primeira vez que ouviu essa música no álbum ‘Clube da Esquina’, de Milton Nascimento. “A melodia suave era convidativa para minha flauta, ainda principiante, e eu adorava tocar junto com o disco. Sentia uma satisfação ao embarcar naquele som e, quando Elis gravou essa música, foi como uma confirmação sobre a beleza e força dessa canção. A originalidade harmônica dos acordes que embalam essa melodia é um outro ponto atrativo para os improvisadores, que como eu, estão sempre antenados neste tipo de ambiente para criar. O refrão ‘… você pega o trem azul, o sol, na cabeça…’ é também um ponto de inspiração para mim, pois me ligo na letra para guiar minha criatividade e interpretação. Escolhi ‘O trem azul’ também pelo fato de ter sido o título do último álbum e show de Elis, um grande referencial”, enfatiza o músico.

Mais sobre o músico em https://carlosmalta.com.br/biografia/.

Lançamento ‘O Trem Azul’

Dia 19 de abril

Single

Pré-save: https://mills-records.lnk.to/TremAzulAR

Mills Records: (https://millsrecords.com.br/)

Carlos Malta (https://carlosmalta.com.br).

(Fonte: Alexandre Aquino Assessoria de Imprensa)

Com conteúdo inédito trazido da Espanha, Desafio Salvador Dalí chega a São Paulo em maio

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: Divulgação.

Chega a São Paulo ‘Desafio Salvador Dalí’, dedicada à vida e obra do renomado pintor e multiartista espanhol. Sediada no prestigiado Museu de Arte Brasileira da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), a exposição abrirá suas portas ao público em 1º de maio de 2024. Os ingressos já estão à venda no site (salvadordalisp.com.br) e na bilheteria oficial.

Com mais de 100 conteúdos expositivos inéditos no país trazidos diretamente da Espanha sob supervisão da Fundação Gala-Salvador Dalí, esta mostra é uma oportunidade imperdível para os brasileiros explorarem o universo surrealista do artista e conhecerem mais sobre sua capacidade de antecipação, o respeito pelo ofício, a admiração pela tradição clássica e a relação pouco convencional com a esposa Gala, entre outros. A vida e a obra de um gênio cujo trabalho influenciou gerações ao redor do mundo é apresentada em linguagem absolutamente contemporânea e acessível. Os ingressos incluem um áudio-relato em formato de podcast ativado pelo celular com um código QR, no dia da visita, que convida a transitar pelo universo daliniano.

Com produção geral da Conteúdo Criativo, responsável pelo projeto, os objetos, conteúdos e interatividades concebidos pela empresa espanhola ArtDidaktik estarão distribuídos em seis áreas expositivas convidando a uma jornada fascinante pela mente criativa do mestre do surrealismo:

Descobrindo Dalí | Organizada por décadas, contendo a evolução de sua trajetória pessoal e produção como pintor em paralelo à história do século XX que tanto o influenciou, esta enorme galeria conta com grandes paredes retroiluminadas que permitem ao visitante ver as obras ampliadas, de modo a perceber detalhes e entender as diferentes técnicas utilizadas por Dalí em suas pinturas.

Dalí Poliédrico | Aqui os visitantes conhecerão as ilustrações de Dalí para clássicos da literatura (como ‘Dom Quixote’); suas cenografias originais desenvolvidas para teatro e cinema (em obras de Luis Buñuel e Alfred Hitchcock, por exemplo); a ourivesaria que deu origem a coleções de joias; a direção de arte e o protagonismo para campanhas publicitárias disruptivas e as aparições imprevisíveis que o transformaram em cineasta e produtor de curtas metragens.

O ateliê Daliniano | O principal ateliê do artista será recriado em um espaço que reproduz o existente na Casa-Museu Salvador Dalí em Port Lligat, litoral da Catalunha. O ambiente compreende a influência do ateliê em seus principais trabalhos, começando com ‘El Cristo’, passando pelos retratos de sua esposa Gala – inúmeras vezes representada em todas as fases do artista – e culminando em grandes obras como ‘El Descubrimiento de América’.

Surrealismo | Os visitantes percorrerão um túnel em que participarão de uma inserção sensorial nos quadros mais representativos da obra de Dalí, podendo admirar e interagir com as possibilidades sonhadas pelo artista.

Imagens de dupla interpretação e estereoscopia | Contando com cenografia avançada, recursos de iluminação especial e óculos 3D em parte do percurso, as experiências estéticas e científicas de Salvador Dalí com o mundo imagético levarão o público a refletir sobre como os caminhos da arte podem influenciar, subverter ou apenas agradar aos sentidos humanos.

A inspiração de Salvador Dalí | Para encerrar a visita, será oferecido um conteúdo audiovisual com oito minutos de duração totalmente desenvolvido em realidade virtual com trilha sonora especialmente composta para a mostra, possibilitando por meio da computação gráfica a percepção de detalhes que durante anos foram invisíveis inclusive aos maiores críticos de arte e especialistas na obra do pintor. Aqui serão oferecidos óculos de realidade virtual (VR) e fones de ouvido. A exposição conta com acessibilidade física e comunicacional em todos os ambientes, além de monitores capacitados para auxiliar o público, visando proporcionar uma experiência enriquecedora para todos os visitantes.

‘Desafio Salvador Dalí’ na FAAP

Apresentação: Youse, CNP Seguros Holding Brasil e Caixa Seguridade

Patrocínio: Sabesp

Parceiros de Mídia: UOL, BandNews FM e Eletromídia

Apoio Cultural: Fundação Armando Alvares Penteado e Museu de Arte Brasileira/FAAP

Concepção: Art Didaktik

Licença e Supervisão: Fundação Gala-Salvador Dalí

Ticketeira: Fever

Realização: Conteúdo Criativo, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, Ministério da Cultura e Governo Federal.

Serviço:

Ingressos: salvadordalisp.com.br

Bilheteria Oficial (sem cobrança de taxa de conveniência): FAAP (Rua Alagoas, 903 – Higienópolis, São Paulo – SP | Subsolo. Todos os dias das 10h às 20h)

Valor: R$60 (inteira) | R$30 (meia-entrada)

Período: 1º de maio a 30 de junho de 2024

Horário: 10h às 21h (última entrada às 20h), fechado às segundas-feiras, inclusive feriados

Localização: MAB FAAP (Rua Alagoas, 903 – Higienópolis, São Paulo – SP)

Classificação etária: livre para todas as idades

Acessibilidade: local acessível para cadeirantes. Audiodescrição disponível para pessoas com deficiência visual.

Sobre a Conteúdo Criativo | A Conteúdo Criativo é uma empresa sólida e reconhecida no mercado cultural. Desde 1999, criou e gerenciou mais de 1.000 produções diferentes, abrangendo todos os perfis de eventos e conteúdos, programas educativos e itinerâncias. Com visão 360º dos processos que envolvem projetos sociais e culturais, é especializada na administração e execução de grandes iniciativas.

Sobre a Fundação Gala-Salvador Dalí | A Fundação Gala-Salvador Dalí é uma organização cultural dedicada a promover e preservar a obra do renomado pintor espanhol. Criada por Dalí, a Fundação administra locais importantes, como o Teatro-Museu Dalí em Figueres e o Castelo Gala-Dalí em Púbol, além da Casa de Salvador Dalí em Portlligat. Esses locais não apenas celebram a vida e arte de Dalí e sua esposa Gala, mas também servem como centros culturais de destaque, atraindo visitantes de todo o mundo.

Sobre a Art Didaktik | ArtDidaktik é uma empresa espanhola pioneira na educação cultural, dedicada a remodelar o acesso ao patrimônio cultural mundial por meio de experiências inovadoras e divertidas. A empresa combina de forma harmoniosa conceitos de vanguarda com formatos lúdicos, garantindo que a aprendizagem se torne uma empreitada emocionante e acessível em escala global. Ao estreitar a lacuna entre os museus tradicionais e as experiências imersivas, as produções da ArtDidaktik estabelecem um novo padrão, oferecendo conteúdo acadêmico rigoroso de maneiras envolventes e acessíveis.

Sobre a FAAP

Fundada em 1947, a FAAP, Fundação Armando Alvares Penteado é uma instituição de ensino superior de referência, privada e com caráter filantrópico. Ao longo de sua história, a Fundação Armando Alvares Penteado vem executando as etapas que lhe permitem ajustar-se permanentemente ao momento histórico, cultural, econômico e social do Brasil e do mundo, adaptando-se, modificando-se e evoluindo. A FAAP construiu valores e crenças que norteiam sua missão de amparar, fomentar e desenvolver as artes visuais e ciências, a cultura e o ensino. Apresenta-se como uma instituição tripartite – educacional, cultural e artística. Investe em cultura e ensino por meio do Museu de Arte Brasileira, do Teatro FAAP, do Colégio FAAP, da biblioteca (criada em 1959) e das faculdades. A FAAP possui campus em São Paulo e Ribeirão Preto e mantém parcerias mundo afora por meio de intercâmbios e residências. A FAAP coloca no mercado de trabalho formadores de opinião e pessoas de ação, não meros executores.

Sobre o MAB FAAP | Desde que abriu suas portas pela primeira vez em 10 de agosto de 1961, com a mostra ‘Barroco no Brasil’, o Museu de Arte Brasileira da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP) se comprometeu a incentivar e divulgar a arte brasileira. Além de seu acervo próprio, que conta com mais de 3 mil obras de arte a partir do final do século 19, no decorrer dos últimos anos, abrigou exposições marcantes para a história da cultura do País, como a exposição ‘Toyota – O Ritmo do Espaço’ premiada pela APCA em 2018. Em 2016, foi criada a Coleção Moda-MAB, que reúne vestimentas, bonecas e acessórios de estilistas contemporâneos brasileiros, fortalecendo o vínculo entre o museu e a moda, que desde 1989 esteve presente por meio de desfiles e exposições vinculadas ao tema. Cabe destacar que além da pesquisa e organização de exposições de temas pertinentes às artes visuais brasileiras, o MAB incorporou a apresentação de mostras de arte internacional com temáticas de interesse geral que trazem experiências significativas ao público e ampliam a compreensão do fazer artístico e cultural.

Sobre a Fever | A Fever é a principal plataforma global de descoberta de entretenimento ao vivo que ajuda, desde 2014, milhões de pessoas a desfrutarem das melhores experiências nas suas cidades. Com a missão de democratizar o acesso à cultura e ao entretenimento na vida real através da sua plataforma, a Fever inspira os usuários a aproveitarem experiências locais exclusivas e eventos, desde exposições imersivas, peças de teatro interativas e festivais até pop-ups de degustações moleculares, enquanto capacita criadores com dados e tecnologia para criar e expandir experiências em todo o mundo.

(Fonte: Sherlock Communications)

Teatro Estrada recebe ‘A Garota que guiava trens, no de repente de uma tragédia sem tamanho’, da Cia A DitaCuja

Indaiatuba, por Kleber Patricio

Imagens: Divulgação.

A Cia A DitaCuja, grupo teatral de Ribeirão Preto, realiza atividades gratuitas na cidade. Além de apresentar o espetáculo ‘A Garota que guiava trens, no de repente de uma tragédia sem tamanho’ no dia 21/4 às 19h horas no Teatro Estrada, em Indaiatuba (SP). o grupo também realiza uma oficina voltada ao trabalho com bonecos em cena.

Criado a partir de histórias recolhidas durante uma viagem da Cia. A DitaCuja ao longo de uma das últimas linhas férreas do Brasil a manter o transporte diário de passageiros — a Estrada de Ferro Vitória a Minas —, o espetáculo traz à tona a relação das cidades e seus moradores com o impacto provocado pelas grandes empresas da região, tanto no seu desenvolvimento quanto na história recente do Rio Doce e os acidentes ambientais que mudaram não só a paisagem, mas as cidades do entorno.

Na obra, uma jovem maquinista de trem segue a profissão “herdada” de várias gerações de mulheres da família e se questiona sobre os trilhos do seu destino enquanto segue sua rotina, encontrando figuras marcantes pelo caminho. Um acontecimento inesperado, no entanto, muda o curso da sua história e de todos pelo caminho.

Espetáculo crítico, ‘A Garota que guiava trens, no de repente de uma tragédia sem tamanho’ convida todos à reflexão. “Abordar temas críticos num espetáculo teatral é extremamente agregador; faz diferença, principalmente para a juventude, ainda em processo de formação intelectual, vivendo o momento de começar a olhar para o contexto social em que está inserido. Quem desenvolve a habilidade de filtrar o que recebe de fora, a partir de uma ótica mais humanista, com princípios éticos e de diversidade, torna-se capaz de posicionar-se ante à vida em sociedade e protagonizar sua própria história. Esse é o papel do teatro, esse é o nosso trabalho”, diz a atriz e dramaturga Monalisa Machado.

Integram o elenco também Michelle Maria, Rafa Touso, Monalisa Machado e Tânia Alonso, que também assina a direção junto com Flávio Racy. A trilha sonora foi criada por Guilherme A.B.C. Ishie, os figurinos são assinados por Zezé Cherubini e a cenografia e desenho de luz são criação de Flávio Racy. A produção executiva é de Bárbara Monsignore e Flávio Racy, assessoria de imprensa e redes, de Michelle Maria e Tatiana Constantini, produção geral de Subverta Ateliê de Criação, Produção e Comunicação, apoio e produção local, do Teatro Estrada.

As atividades serão realizadas gratuitamente por meio de premiação no Edital ProAC 2023 – Circulação de Espetáculos Teatrais do Governo do Estado de São Paulo e Secretaria de Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo e estarão presentes em nove cidades do interior paulista.

A pesquisa

A montagem foi teve início com uma viagem ao longo de uma das últimas linhas férreas do Brasil a manter o transporte diário de passageiros, a Estrada de Ferro Vitória a Minas, que conduz cerca de 3 mil passageiros por dia ao longo do Rio Doce em Minas Gerais e Espírito Santo.

O objetivo dessa viagem foi ouvir e colher histórias ao longo do caminho de ferro. Os municípios visitados durante a viagem para a pesquisa de campo foram: Belo Horizonte – MG, Periquito – MG, Conselheiro Pena – MG, Barão de Cocais – MG, Timóteo – MG, Baixo Guandu – ES e Vitória – ES, cada qual com sua particularidade em termos históricos, geográficos, culturais e econômicos. Em cada cidade, os atores do projeto, que também são contadores de histórias, realizaram encontros com os moradores da cidade, recolhendo histórias, encontrando personagens e buscando inspirações a partir das suas relações com a ferrovia.

A pesquisa de campo trouxe à tona a relação das cidades e seus moradores com o impacto provocado pelas grandes empresas da região tanto no seu desenvolvimento quanto na história recente do Rio Doce e os acidentes ambientais que mudaram a paisagem do seu entorno e das cidades que seguem seu caminho, estabelecendo o eixo condutor da obra, uma tragédia sem tamanho que acontece ao longo do caminho da protagonista, uma maquinista de trem que é retirada de sua rotina e acaba mudando a sua visão de mundo.

Cia A Ditacuja e os bonecos híbridos

Em seus mais de 17 anos de atividade, a Cia A DitaCuja sempre criou espetáculos a partir de pesquisas temáticas, de linguagens e dramaturgia própria, baseadas em processos criativos que deram origem a obras infantis, adultas, de ocupação, de palhaçaria e para a rua.

Simultaneamente, o grupo desenvolve pesquisas em performance e teatro de animação, a partir do teatro lambe-lambe, teatro de sombras e agora também com o boneco híbrido, utilizado no espetáculo. Nesta técnica teatral, o ator é manipulador de um boneco que se mistura ao seu próprio corpo — em um ato de simbiose — dando forma à performance com elementos de ambos misturados. No jogo do espetáculo, boneco e elenco misturam-se em um hibridismo que começa no corpo e transcende percepções.

Bonecando – Introdução ao teatro de animação

Além da apresentação, o grupo também realiza a oficina ‘Bonecando – Introdução ao teatro de animação’, destinada a interessados em geral e praticantes das artes cênicas e que tem por objetivo proporcionar uma experiência no universo do teatro de animação. A partir de exercícios práticos os participantes terão contato com as técnicas bases para manipulação de bonecos e criação de cenas de teatro de animação. A oficina foi idealizada a partir da própria vivência do grupo com exercícios e jogos praticados em sala de ensaio.

A oficina acontecerá no Teatro Estrada (Rua 5 de Julho, 1552, Centro- Indaiatuba) das 14h às 16h. Vagas: 20 primeiros a partir de 12 anos.

(Fonte: Teatro Estrada)

Dia dos Povos Indígenas: conheça o Etnoturismo e entenda como sua viagem para uma aldeia apoia populações originárias

Brasil, por Kleber Patricio

Shanenawa. Fotos: Divulgação/Vivalá.

Dia 19 de abril é celebrado no Brasil o Dia dos Povos Indígenas – os responsáveis por proteger um terço das florestas do país por meio de seu estilo de vida. Nos últimos 35 anos, cuidaram de mais de 20% da vegetação nativa brasileira, de acordo com uma análise do Instituto Socioambiental (ISA), pelo manejo sustentável de suas terras, na agricultura, caça, pesca e uso de materiais. O turismo em aldeias, quando feito de maneira responsável e sustentável, também é uma das poderosas formas de devolver para eles o protagonismo de contarem sua história em suas próprias palavras, de criarem emprego e renda e se manterem fortes e seguros em suas terras.

“Nunca na nossa história tínhamos tido essa oportunidade”. Essa frase foi dita pelo Cacique Teka Shanenawa, do povo shanenawa do Acre. A comunidade foi criada por ele há 15 anos e hoje faz parte de roteiros da Vivalá – Turismo Sustentável no Brasil, recebendo viajantes do Brasil e do mundo que contribuem e fortalecem a economia, a cultura e os negócios locais, como o artesanato.

Um dos exemplos de como o turismo pode gerar impacto positivo está dentro da família do cacique. Suas duas filhas puderam sair da aldeia e cursar faculdade em Rio Branco (AC). “O turismo sustentável na aldeia Shanenawa tem trazido muito aprendizado, conhecimento e ajuda financeira, dando oportunidade às pessoas de realizarem cursos, graduações e capacitações fora da aldeia para que, posteriormente, sejam aplicados dentro dela. Estamos divulgando nossa cultura, fortalecendo nossa comunidade e gerando emprego e renda dignos. O turismo sustentável da Vivalá veio somar. Nenhuma outra instituição construiu tanto e tão rapidamente conosco”, afirma o cacique.

Turismo nas aldeias fortalece as comunidades

Mas não basta realizar o turismo – é preciso ter responsabilidade socioambiental. “Para que a gente tenha um turismo positivo, é muito importante compreendermos a relação histórica que temos no país, nos apresentando uma grande oportunidade de fazermos uma reparação, por meio de experiências extremamente profundas para ambos os lados, os viajantes e as comunidades”, explica Dani Shanenawa, líder de campo da Vivalá no Acre.

A Vivalá atua com o turismo sustentável, turismo de base comunitária (TBC) e de aventura há quase uma década em 24 unidades de conservação brasileiras; entre elas, vivências indígenas na Aldeia Shanenawa (AC), Kariri-Xocó (AL) e Tenondé-Porã (SP). Ao todo, 27 expedições de Etnoturismo já foram realizadas, levando mais de 320 viajantes, ajudando a preservar 44 mil hectares de área protegida e injetando cerca de meio milhão de reais de forma direta (compra de serviços de TBC) e indireta (injetado pelos viajantes, em compra de artesanato, alimentação, medicina tradicional, presentes etc.).

Mais do que esses números, com o turismo nessas áreas, diversas melhorias são realizadas, até mesmo em questões como a infraestrutura de hospedagem, banheiros, acesso à água potável, refeitórios, regularidade jurídica e fiscal e bancarização, entre outras questões indígenas que ainda são presentes na realidade destas comunidades. Ações para saúde também fazem parte da atuação, como uma parceria com a Pantys contra a pobreza menstrual, que capta doações e as reverte em calcinhas absorventes sustentáveis que são entregues para pessoas que menstruam em aldeias indígenas. Durante as entregas também são realizadas rodas de conversa sobre o tema, além de capacitações de profissionais e oportunidades para pessoas empreendedoras das comunidades.

Conheça as Experiências:

Expedição Amazônia Aldeia Shanenawa – Terra Indígena Katukina Kaxinawá, Acre

No coração da maior floresta do mundo, a Amazônia, e dentro de um dos estados com a maior diversidade de povos indígenas do Brasil, se encontra a Aldeia Shanenawa, do povo Shanenawa, conhecido como povo do pássaro azul. Neste lugar repleto de fauna e flora, com tradições muito preservadas e grande acolhimento de seus moradores, a vivência atrai viajantes do mundo inteiro que buscam uma profunda conexão com a natureza e consigo mesmo, além de aprendizados e novas formas de ver o mundo.

Com saídas exclusivas ao longo do ano e 20 vagas disponíveis em cada uma, as expedições partem de Rio Branco, capital do Acre, e tem  valores de investimento a partir de R$5.690,50 para oito dias de vivência – incluindo hospedagens, transportes, alimentação, oficinas, vivências como banhos ritualísticos de ervas e de argila, pintura corporal, consagração de medicinas da floresta (ayahuasca, chamado de Uni pelos Shanenawa; rapé, sananga, kambo), visita à agrofloresta, plantio de árvores, muita música e danças tradicionais, seguro, guias e facilitadores. Saiba mais sobre a Expedição Amazônia Aldeia Shanenawa no site da Vivalá.

Expedição Kariri-Xocó – Terra Indígena Kariri-Xocó, Alagoas

Outra forma de adentrar territórios indígenas de maneira consciente, autorizada e profunda é no encontro da Caatinga com a Mata Atlântica às margens do Rio São Francisco e na divisa de Alagoas com Sergipe, onde habita o povo Kariri-Xocó. A expedição é repleta de muita natureza e saberes ancestrais. Grande parte das vivências acontecem no espaço cultural criado pela comunidade, inclusive o ritual do Toré – uma consagração de medicinas tradicionais da floresta, como a Jurema e o rapé –, banhos ritualísticos, oficina de ervas, danças, músicas e navegação com mergulho no Velho Chico.

Com saídas de Aracaju (SE) e valor a partir de R$2.850, a Vivalá está com inscrições abertas para as próximas saídas, no segundo semestre de 2024, com dez vagas disponíveis para cada grupo. Saiba mais sobre a Expedição Kariri-Xocó no site da Vivalá.

Expedição Tenondé-Porã – Terra Indígena Tenondé-Porã, São Paulo

Para quem busca uma vivência mais curta, mas também muito significativa, a boa notícia é que existem roteiros acessíveis e próximos da capital mais populosa do país. A expedição para a terra indígena Tenondé-Porã é perfeita para conhecer os hábitos, a luta por autonomia e a resistência do povo Guarani.

A terra indígena Tenondé Porã tem uma extensão aproximada de 16 mil hectares, abrangendo cerca de 10% da totalidade da cidade de São Paulo e de outros três municípios. É possível caminhar pelas exuberantes trilhas do território e vivenciar o nhanderekó (modo de ser) do povo originário que vive e resiste nas fronteiras da maior metrópole do Brasil. A experiência pode ser realizada em um único dia e é excelente para quem está na capital paulista e quer ter uma vivência junto à natureza, mergulhando nos seus saberes ancestrais.

Os roteiros acontecem quatro vezes ao mês, tendo opções de Turismo de Base Comunitária (TBC) com foco na cultura local, ou de aventura, em uma trilha de 8,5 km entre as aldeias Kalipety e Yrechakã. A 55 km do centro de São Paulo, as vivências contam com transporte saindo da capital, com valores a partir de R$285 por pessoa. Conheça os roteiros: Cultural e de Aventura, ou acesse o site da Vivalá

Benefícios também para quem viaja

Tenondé Porã.

Diversos são os relatos de viajantes que conhecem uma nova cultura, cheia de costumes, modos de vida diferentes, saberes ancestrais, medicinas da floresta, cantos, danças, rituais e gastronomia, entre outros aspectos, e voltam com energias renovadas; que aprenderam e conheceram lugares, pessoas e ritos que nem sabiam ser possível ou que simplesmente não veem a hora de voltar ao que, até então, era o desconhecido. Esse é o caso de Nicole Talamini, que conheceu a Aldeia Shanenawa, em 2023, junto de seu filho João, de sete anos.

“Após pegar a estrada até a Aldeia, fomos recepcionados e acolhidos pelo povo Shanenawa. Eles nos envolveram nas suas danças, músicas e rodas com muito respeito e atenção. O cronograma de atividades foi incrível e bem elaborado, tendo tempo para conversar, conhecer a cultura, fazer atividades e novos amigos. As conversas sobre as medicinas foram muito importantes para compreender, tranquilizar e se aventurar ainda mais na vivência. Foi uma viagem emocionante, reflexiva e gratificante. Vou guardar lindas memórias e o João, com o zelo e o carinho das outras crianças, se sentiu acolhido e parte da família, adorou as brincadeiras e o banho de açude. É um lugar para se reconectar, sentir e vivenciar a força da natureza, refletir, se conhecer, aprender e amar com o povo de coração puro e cheio de amor; espero voltar mais vezes”.

Mais do que ter acesso e conexões com os locais, as expedições possuem momentos de informação, seja sobre algo relacionado a cultura ou de alguma tradição. Essas aberturas fazem com que o viajante consiga se desconectar da rotina agitada e, ao retornar, leve consigo tudo o que foi descoberto em terras indígenas. “Desconectar da rotina, do caos e do celular. Que experiência forte! Explicar bem ao certo o que eu vivi, talvez nem consiga, mas sem dúvidas, só agradeço por poder viver essa experiência tão enriquecedora. Não somente por conhecer a cultura dos povos originários de verdade e toda sua espiritualidade e respeito com a natureza, mas muito mais que isso: o poder e a força do que é ser uma mulher”, define Marina Stepanski, que visitou o povo kariri-xocó.

Novos roteiros são protagonizados por indígenas

Tenondé Porã.

Uma das novidades para 2024 são as novas opções de enriquecimento cultural por meio de outros povos originários. A Vivalá chegou até o povo Yanomami, localizado na maior terra indígena do Brasil, a Terra Indígena (TI) Yanomami, com 2,2 milhões de hectares entre o Amazonas e Roraima, onde serão lançados dois roteiros de aventura em parceria com esta comunidade.

Expedição Monte Roraima – Parque Nacional Monte Roraima

O Parque Nacional Monte Roraima fica na fronteira do Brasil com a Venezuela. Acerca do monte há uma cosmologia envolvida, cheia de lendas, espiritualidade e cosmovisões. O roteiro, com estreia prevista para o meio de 2024, será guiado pelos anfitriões indígenas Taurepang, e contará com a subida ao Monte e uma linda experiência de imersão na cultura local e no folclore Makunaima, que compreende os aspectos sacros da sabedoria ancestral de indígenas de diferentes etnias.

Segundo Alberto Rabelo, que participou da construção do novo roteiro ao Monte Roraima, o lugar é diferente de todas as montanhas e rochas que ele já subiu e caminhou. “O topo do Monte Roraima, com toda a sua potência ancestral e a sua magia antiga é um universo com mais de três bilhões de anos de idade e carrega uma biodiversidade endêmica, única e linda, além dos aspectos acerca da espiritualidade e que o transformam em um verdadeiro santuário”.

O contato e a troca de energia com os locais também acrescentaram bastante à expedição. “O intercâmbio que tive com os Taurepang me transformou completamente e foi um divisor de águas na minha concepção de mundo”, destaca Alberto.

Expedição Yaripo – Parque Nacional do Pico da Neblina e Terra Indígena Yanomami, Amazônia

A expedição ao Pico da Neblina, ou Yaripo – como chamam o pico em Yanomami – irá estrear no segundo semestre deste ano e terá experiências feitas com exclusividade global da Vivalá pelos próximos três anos. A atração, considerada a maior aventura do Brasil, ficou fechada de 2003 a 2022 e é retomada agora tendo a Vivalá como uma das duas empresas que conseguiram a anuência da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI) para realizar o etnoturismo na área e o credenciamento pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). A maior montanha do Brasil possui 2.995 metros e fica dentro do Parque Nacional do Pico da Neblina e da Terra Indígena Yanomami, a maior do Brasil.

Lá, vivem cerca de 30 mil indígenas e, durante a expedição, será possível ter contato com os Yanomami da região de Maturacá, um povo considerado de recente contato (há menos de 70 anos houve o primeiro contato com as populações não indígenas. A região é remota e é necessário 2 horas de carro e 6 horas de voadeira (barco) da cidade mais próxima, São Gabriel da Cachoeira, ou 1,5 horas de avião fretado de Manaus. A experiência é bastante marcante e de grande desafio físico.

“Os cenários são deslumbrantes. Lá você encontra uma Amazônia extremamente única, cheia de serras e altitude; ou seja, uma Amazônia totalmente diferente e cercada de montanhas. E, é claro, estamos pisando num solo sagrado para os Yanomami. Todos aqueles que pretendem subir o Pico da Neblina recebem uma benção dos tuxauas para proteção durante toda a jornada. Os Yanomami reverenciam a montanha que, pra eles, é viva. O caminho até a montanha deve ser feito com muito respeito à natureza e aos espíritos que ali habitam. Durante todo o caminho sentimos a força e a hospitalidade desse povo. Os Yanomami o tempo todo usam a língua originária deles, um ponto muito forte de sua cultura – o Yanomami é a primeira língua deles e o português é falado com dificuldade por alguns indígenas”, conta a produtora de experiências da Vivalá, Letícia da Silva.

Ambas as aventuras – Monte Roraima e Pico da Neblina –, são consideradas de trekking/hiking, e contam com percursos de 70 a 140 Km e com duração de 10 a 12 dias, com extrema conexão com a natureza e com as comunidades locais. Os interessados em realizar o roteiro podem se inscrever nas listas de interessados para a Expedição Monte Roraima e para a Expedição Yaripo.

Seja um viajante sustentável ao visitar uma aldeia

Yaripo.

Apesar de ser uma baita experiência, realizar uma viagem de etnoturismo requer atenção e estudo de alguns pontos, principalmente para que a expedição seja prazerosa e positiva tanto para quem a faz, quanto para quem recebe. Durante o pré-embarque, a Vivalá orienta os viajantes a respeito do comportamento adequado em experiências na natureza e junto a comunidades tradicionais.

Algumas das dicas são ações que podem ser colocadas em prática durante todo o ano, como por exemplo o uso de cosméticos e produtos de higiene biodegradáveis e reutilizáveis e até mesmo pesquisar sobre as comunidades e aprender sobre as culturas. Outras sugestões que são orientadas pela Vivalá dizem a respeito da expedição, como por exemplo conferir as regras de visitação, levar uma sacola de pano para servir de lixo temporário, seguir orientações dos guias e comunidade local e praticar o consumo consciente. Confira todas as dicas clicando aqui e seja um viajante sustentável.

“Ficamos extremamente felizes em somar no processo de desenvolvimento do etnoturismo no Brasil. Entendemos que essa atividade seja fundamental para que viajantes ressignifiquem sua relação com os povos indígenas brasileiros, os originários de nosso território, nossos antepassados, para que possam garantir seus direitos e passar adiante grandes ensinamentos sobre seu estilo de vida e relação com a natureza, que desconhecemos em grandes centros urbanos. Para comunidades indígenas ou outras organizações que queiram desenvolver tais programas em suas terras, entrem em contato com a Vivalá; há muito o que ser feito”, ressalta Daniel Cabrera, cofundador e diretor Executivo da Vivalá.

Sobre a Vivalá

Monte Roraima.

A Vivalá atua no desenvolvimento do Turismo Sustentável no Brasil promovendo experiências que buscam ressignificar a relação que as pessoas têm com o Brasil, sua biodiversidade e comunidades tradicionais. Atualmente, a Vivalá atua em 24 unidades de conservação do país, contemplando os biomas da Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga, e trabalha em conjunto com mais de 700 pessoas de populações indígenas, ribeirinhas, quilombolas, sertanejas e caiçaras.

Com 15 prêmios e reconhecimentos nacionais e internacionais, a Vivalá tem a confiança da Organização Mundial do Turismo, ONU Meio Ambiente, Braztoa, Embratur, Aberta, Fundação do Grupo Boticário e Yunus & Youth, além de ter uma operação 100% carbono neutro e ser uma empresa B certificada, tendo a maior nota no turismo do Brasil e a 7ª maior em todo o setor de turismo no mundo. Até março de 2024, a Vivalá já embarcou mais de 3 mil viajantes, além de ter injetado mais de R$4 milhões em economias locais por meio da compra de serviços de base comunitária e consumo direto dos viajantes. Para mais informações, acesse: https://www.vivala.com.br/.

(Fonte: DePropósito Comunicação de Causas)

Aquecimento do oceano impacta distribuição de corais e ameaça espécies exclusivas da costa brasileira

Brasil, por Kleber Patricio

Aquecimento do oceano deve impactar sobrevivência de espécie tropical Mussismilia braziliensis, ou coral-cérebro. Foto: João Paulo Krajewski/Acervo pesquisadores.

O aquecimento do oceano deve provocar mudanças drásticas na distribuição de importantes corais na costa brasileira. Pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e do Instituto Espanhol de Oceanografia preveem que, até 2050, o litoral do Norte e Nordeste se tornará menos favorável à sobrevivência dos corais, enquanto o contrário ocorrerá nas águas do Sul e Sudeste. As conclusões foram publicadas nesta terça (16) em artigo na revista científica “Diversity and Distributions”. A pesquisa alerta que espécies limitadas às regiões tropicais, como Mussismilia braziliensis, ou coral-cérebro, e Mussismilia harttii, podem ter dificuldades em migrar para o sul.

Os cientistas analisaram doze espécies de corais, predizendo suas distribuições para os anos de 2050 e 2100 diante um cenário intermediário de emissões de gases causadores do efeito estufa — os quais resultam nas mudanças climáticas que levam ao aquecimento do oceano. Os resultados permitem propor ações de conservação específicas para cada espécie, levando em consideração as tendências observadas nas populações de corais.

Espécies de maior abrangência encontram maior probabilidade de expandir sua presença ao litoral subtropical. Por outro lado, “o resultado que mais nos impressionou foi o grande declínio que previmos para duas espécies de coral-cérebro que só ocorrem na costa brasileira e que são importantes construtoras do maior complexo recifal do Atlântico Sudoeste, o Banco dos Abrolhos”, explica a primeira autora do estudo, a pesquisadora Melina Martello. “Com a perda dessas espécies, o ambiente deve reduzir a complexidade e biodiversidade associadas”, completa.

Segundo o trabalho, serão os corredores ecológicos que conectam as regiões tropical e subtropical do litoral brasileiro que, se preservados, aumentarão as chances de uma possível expansão e persistência dos corais. A criação de novas áreas de proteção marinhas – e fortalecimento das já existentes – na porção subtropical, por exemplo, podem assegurar a transferência de espécies para locais com clima mais favorável.

Agora, os pesquisadores pretendem investigar até que ponto a expansão dos corais é possível, conforme explica o chefe do Departamento de Oceanografia e Limnologia da UFRN, Guilherme Longo, também autor do estudo. “O coral é um animal que fica fixo no recife. Ele joga larvas na água, que derivam pelas correntes e atingem outro lugar. Então, o próximo passo é justamente incorporar ao modelo a capacidade biológica dos corais se dispersarem como estamos prevendo e verificar se isso é favorecido pelos sistemas de correntes vigentes na costa brasileira. Assim, poderemos ter uma ideia mais precisa da probabilidade desse cenário, que o estudo prevê ocorrer ou não”, analisa o cientista.

(Fonte: Agência Bori)