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Pinacoteca de São Paulo aborda experiências urbanas em nova mostra com obras de Andy Warhol, Berenice Abbott e Edward Hopper

São Paulo, por Kleber Patricio

Obra “Pepita”, 1917, de Robert Henri. Crédito da imagem: ©Museum Associates/LACMA.

A Pinacoteca de São Paulo inaugura a exposição “Pelas ruas: vida moderna e experiências urbanas na arte dos Estados Unidos 1893-1976”, em colaboração com a organização Terra Foundation for American Art, no edifício Pina Luz. A mostra reúne 150 obras de 78 artistas, dentre eles, reconhecidos nomes da arte norte americana, como Andy Warhol, Edward Hopper, além de trabalhos de Charles White, Emma Amos, George Nelson Preston, Jacob Lawrence e Vivian Browne, entre outros.

A curadoria é de Valéria Piccoli, curadora-chefe da Pinacoteca; Fernanda Pitta, professora assistente do MAC-USP e curadora da Pina até maio de 2022, e Taylor L. Poulin, curadora-assistente da Terra Foundation. Em um ano em que se celebra o centenário da Semana de Arte Moderna de 1922, o museu examina como a ideia de modernidade é elaborada nas artes visuais também fora do Brasil, especificamente nos Estados Unidos, que durante o século 20 constrói sua reputação como referência no cenário cultural mundial.

As obras em exposição datam de 1893 — ano da Exposição Universal, em Chicago, nos Estados Unidos, evento que marca a primeira vez que o Brasil se apresenta internacionalmente como um país republicano e alinhado com os valores políticos dos EUA — até 1976, celebração do bicentenário da independência americana.

A mostra explora os modos como a modernidade se manifesta na produção artística norte americana a partir das transformações das cidades e da observação dos ritmos e dinâmicas da vida nos grandes centros urbanos. Em “Pelas Ruas”, a multiplicidade dos trabalhos exibe um ambiente urbano que é ao mesmo tempo um lugar de encontro, entretenimento, multidões, mas também de segregação, solidão, conflitos e reivindicações sociais. “Fizemos a opção por apresentar uma narrativa mais expandida da arte norte americana, baseada numa maior variedade de artistas e movimentos regionais cuja produção figurativa e socialmente consciente persistiu ao longo do século XX à margem do discurso dominante da abstração. A seleção contempla muitos artistas afro-americanos, mulheres e também um indígena”, ressalta Valéria Piccoli.

“Pelas ruas” – Walker Evans.

A lista dos trabalhos inclui empréstimos vindos de 16 importantes instituições culturais, como o Whitney Museum of American Art, Nova York (EUA); Los Angeles County Museum of Art, Los Angeles (EUA), o Museum of Contemporary Art Chicago, Chicago (EUA); International Center of Photografhy, Nova York (EUA) e a própria Terra Foundation for American Art, entre outros. Grande parte são pinturas e gravuras – ao todo, 80 trabalhos. A totalidade se completa com fotografias. Destaque para as imagens de Berenice Abbott, Diana Davies, Gordon Parks, Robert Frank e Walker Evans.

A curadoria contemplou obras de um elenco de artistas mais diversificado com alguns nomes até desconhecidos no cenário brasileiro. É o caso de Charles White (1918-1979) e Emma Amos (1937-2020). White teve, em 2018, uma retrospectiva no MoMA (NY – EUA) mas, no Brasil, fará parte de uma exposição pela primeira vez. Seu trabalho Wanted Poster Series #14 (1970) questiona os resquícios de uma mentalidade escravista a partir de um poster do século 19, onde se ofereciam recompensas por escravizados fugidos.

Já as obras de Emma Amos sempre confrontam o sexismo e o racismo. A pintura “Eva the Babysitter” (1973), que está em “Pelas Ruas”, foi produzida enquanto Amos era a única mulher a integrar o coletivo de artistas afro-americanos Spiral Group, na década de 70. A potencialidade das artistas mulheres também foi privilegiada na seleção das fotografias, exemplificada nas imagens de Diana Davies, que não apenas se engajou como registrou as passeatas e protestos em Nova York em prol do respeito à comunidade LGBTQIA+, como também nas fotos de arquitetura feitas por Berenice Abbott em Nova York. Outras imagens de cunho social, que abordam situação dos desempregados e imigrantes em São Francisco, feitas por Dorothea Lange, e os retratos de Gordon Parks sobre a cena musical do Harlem, um bairro periférico e predominantemente negro de Nova York, também estarão expostas.

De Andy Wharol, “Pelas Ruas” exibe um trabalho bastante singular na trajetória do artista e distante das imagens que o deixaram mundialmente famoso. Trata-se de uma gravura, de 1965, de cunho político, que aborda um episódio de violência policial ocorrido no estado do Alabama. Já do Edward Hopper, a gravura “Night Shadows” (1921) e a tela “Dawn in Pennsylvania” (1942) exemplificam suas tradicionais temáticas ligadas à solidão e melancolia das paisagens urbanas.

“Pelas ruas” – Gerald Williams.

A organização expositiva ocupa sete salas do primeiro andar do edifício Pina Luz e as obras estão divididas em 7 núcleos:  A cidade branca, onde estão os materiais referentes à Exposição Universal de 1893; Experimentações artísticas, que explora como a transformação das cidades pela construção de arranha-céus e eletrificação das vias, por exemplo, influencia no vocabulário artístico de uma época. Em O Individual e o coletivo, destaque para a diversidade das populações e a criação de comunidades como, por exemplo, Chinatown, famoso bairro de Nova York.

Nas próximas salas, o visitante encontra Ritmos e padrões da cidade, referência a quanto do ritmo da nossa vida cotidiana é ditado pela dinâmica do deslocamento entre pontos de uma cidade. No núcleo A multidão anônima, encontram-se representações da massa urbana e também da sensação de ser um indivíduo em meio a muitos outros. Engajamento e separação reúne trabalhos mais políticos dos anos 60 e 70, que exploram o espaço urbano como palco para manifestações e reivindicações. Por último, Cidades reimaginadas aborda o modo como a contracultura da década de 1970 propôs e pensou outras formas de convivência em sociedade. A mostra termina com a projeção do filme “Tree dance” (1971), de Gordon Matta-Clark, em que vários performers tentam habitar uma árvore, utilizando lençóis, cordas para ocupar o espaço.

“Pelas ruas: vida moderna e experiências urbanas na arte dos Estados Unidos 1893-1976” propõe olhar para a arte norte-americana do século 20 sob o viés da representação da vida nas cidades, que define muito do que entendemos como a cultura americana até os dias de hoje. O Catálogo bilíngue, em português e inglês, reúne além das imagens das obras, textos de apresentação assinado pelas curadoras e ensaios de autores convidados, além da tradução de artigos críticos sobre a Exposição Universal, incluindo da feminista americana Ida Wells e do abolicionista americano Frederick Douglass, e manifestos dos movimentos civis Black Panther e Alcatraz, que denotavam a efervescência política e social dos ano 60 e 70, retratada por muitos dos artistas em “Pelas Ruas”.

Esta exposição e seus programas são resultado da parceria e do generoso apoio da Terra Foundation for American Art.

Educativo | “Pelas Ruas” contará com um material de apoio as práticas pedagógicas voltadas para professores, multiplicadores e público em geral. Os vídeos, como o tour virtual, serão produzidos e distribuídos gratuitamente pela internet com tradução em libras.

Workshop | No âmbito da exposição, será organizado um workshop multilateral com pesquisadores brasileiros e norte-americanos para discutir e debater o movimento modernista americano e as intersecções com a arte brasileira.

Patrocínio | A exposição tem patrocínio da Allergan, na cota prata, e apoio da Embaixada e Consulados dos EUA no Brasil, do marketplace FARFETCH e da empresa Bain & Co.

Serviço:

Pelas ruas: vida moderna e experiências urbanas na arte dos Estados Unidos, 1893-1976/In the Streets: Modern Life and Urban Experiences in the Art of the United States, 1893-1976

Curadoria de Valéria Piccoli; Fernanda Pitta e Taylor L. Poulin

Período: 27/8/2022 a 30/1/2023

Edifício Pinacoteca Luz

Praça da Luz, 02, Luz, São Paulo, SP

De quarta a segunda, das 10h às 18h.

Ingressos no site da Pinacoteca

R$20 (inteira), R$10 (meia-entrada) na bilheteria física ou no site do museu.

Sobre a Terra Foundation | A instituição Terra Foundation for American Art se dedica a promover as artes visuais dos Estados Unidos. Para estimular o diálogo intercultural sobre a arte americana, a Terra Foundation apoia e colabora com exposições inovadoras, pesquisas e programas educacionais. Implícita em tais atividades está a crença de que a arte tem o potencial tanto de distinguir culturas quanto de uni-las.

(Fonte: Pinacoteca de São Paulo)

Estúdio 41 apresenta exposição ‘Mirabilândia – Um Parque de Ilusões”, de Dani Tranchesi

São Paulo, por Kleber Patricio

“Chapéu Rosa”, 2022, Dani Tranchesi.

O Estúdio 41 inaugura no dia 23 de agosto a mostra “Mirabilândia – Um Parque de Ilusões”, com fotos de Dani Tranchesi e curadoria assinada por Diógenes Moura. A partir de imagens de chapéus mexicanos, carrosséis, pelúcias e outros elementos, a artista captura o universo lúdico dos parques de diversões. A data de abertura da mostra marca também um ano de atuação do espaço expositivo.

‘Mirabilândia’ aconteceu por acaso, afirma a fotógrafa, que vem capturando imagens de parques de diversões de maneira despretensiosa desde 2015. Entre um projeto de pesquisa fotográfica e outro, Dani Tranchesi sempre cruzou com as arenas repletas de luzes e um quê de magia pelo caminho e decidiu registrá-las. Percorreu diversas regiões da capital como zona leste, zona norte, a cidade de Praia Grande, na baixada santista, o interior de São Paulo e países como Vietnã e Estados Unidos, entre outros.

Foi quando estava em Recife no primeiro semestre de 2022, por conta de seu próximo projeto, intitulado “Seja o que Deus Quiser”, que Tranchesi topou com Mirabilândia, parque que dá nome à mostra e fica entre as cidades de Recife e Olinda. Ali tomou a decisão de que as fotos, que já compunham um vasto acervo registrado por anos, podiam virar uma exposição.

“Pezinhos ao vento”

“Conta a lenda adormecida que Mirabilândia é a soma das primeiras sílabas dos nomes das filhas do dono de um parque que existe entre Recife e Olinda. Nada mais puro sangue brasileiro: sílabas para criar outro nome, outra ilusão. Nas cidades e no país onde seus habitantes estão sempre à beira do abismo, um parque de diversões pode ser um amuleto para que o sufoco da vida cotidiana seja aliviado uma, duas, três horas seguidas”, diz o curador Diógenes Moura.

Dani Tranchesi diz que a mostra irá crescer e ainda está fotografando parques – nos próximos dias ela registra um parque na cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.  “Capturar parques de diversões é uma forma de registrar algo que está acabando. É lúdico, nostálgico e um pouco melancólico também”, afirma Tranchesi.

Para esta mostra, o curador e a fotógrafa reuniram 23 imagens que foram capturadas ao longo dos anos. “Somos outros quando estamos em um parque de diversões. O super tornado é uma montanha russa que faz o grito e a emoção lamberem cada rosto. Monstros e super-heróis são capazes de sorrir. No chapéu mexicano a imagem gira: vê cada ilusão pelo lado de dentro e o olho de vidro de quem a vê pelo lado de fora”, elucida o curador.

“Corrida de Cavalos IV”

Estúdio 41 | Um espaço voltado à reflexão e discussão sobre o fazer artístico da fotografia – esse é o mote do Estúdio 41, projeto que ocupa o conjunto 41 do prédio 1254 da Rua Pedroso Alvarenga, no Itaim Bibi, zona sul de São Paulo. Com direção artística do curador e escritor Diógenes Moura e comandado pela fotógrafa Dani Tranchesi e sua sócia Paula Rocha, o novo espaço cultural vai apresentar projetos de fotógrafos emergentes e consagrados em uma programação de exposições, exibição de filmes, lançamento de livros e conversas sobre a linguagem fotográfica.

Serviço:

Exposição “Mirabilândia – Um Parque de Ilusões”, de Dani Tranchesi

Curadoria: Diógenes Moura

De 23 de agosto a 23 de outubro de 2022

Endereço: Rua Pedroso Alvarenga, 1254, cj 41, Itaim Bibi – São Paulo (SP)

Funcionamento: terça a sexta, das 13h às 18h; sábados, das 11h às 13h

Entrada franca a partir de agendamento pelo Whatsapp: +55 (11) 99452-3308.

(Fonte: a4&holofote comunicação)

Manaus realiza em setembro o maior festival de artes integradas da Amazônia

Manaus, por Kleber Patricio

Foto: Nathalie Brasil.

Manaus convida turistas de todo o Brasil para curtir quatro dias de muita música, teatro, artes plásticas, moda e gastronomia no #SouManaus Passo a Paço, festival montado no centro histórico da cidade, às margens do Rio Negro, de 3 a 6 de setembro deste ano.

O evento é uma opção para quem quiser passar o fim de semana na cidade e esticar até o feriado de 7 de setembro para conhecer seus atrativos. Para tornar o evento atraente para todos os públicos, a cidade aposta no tripé Sustentabilidade, Diversidade e Gastronomia.

Djonga, Jota Quest, Joelma, Duda Beat, Lia Sophia, a banda internacional Double You, o chef Rodrigo Oliveira e o musical ‘A Hora da Estrela’ serão algumas das atrações que sobem aos palcos do Festival #SouManaus para receber um público de até 400 mil pessoas no centro da capital da Amazônia.

O centro histórico da cidade foi o local escolhido e terá três portais, todos construídos com materiais recicláveis (como pallets e papelão), que levarão os turistas aos palcos. A cenografia mistura as cores da Amazônia e os conceitos de manter a floresta de pé, proteger os rios e preservar as espécies ameaçadas de extinção. Além disso, boas práticas como o uso de plástico biodegradável e o objetivo de neutralizar a emissão de gases poluentes foram compromissos assumidos pelo município como organizador do evento.

“Nós estamos construindo um evento com responsabilidade. Esse é um evento realizado em um cenário riquíssimo: no berço de constituição de nossa cidade, onde ela surgiu, em meio aos prédios históricos e pertinho do Rio Negro. Será uma experiência única para quem vem à cidade, que oferece ainda outros atrativos para o turista durante o dia e noite”, comenta o prefeito David Almeida.

Atrações

“O #SouManaus tem um line-up artístico rico, com referências que englobam o regional e o internacional, uma base que nos permite conversar com o mundo. Exemplo disso é que teremos manifestações artísticas acontecendo em dois palcos simultaneamente: o Tucupi e o Caboquinho. Já na área interna do Porto de Manaus, vamos homenagear a cultura urbana, com apresentações de mais de 150 artistas do hip hop, 100 artistas do teatro e palhaçaria e mais de 60 artistas locais dos mais variados gêneros musicais”, afirma o presidente da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), Alonso Oliveira.

Para celebrar a diversidade, ele explica que os artistas que sobem aos palcos vão do brega ao pop internacional, passando pelo gospel e pela música infantil. E para fazer um barulho ainda maior, o evento contará com um desfile de moda com 11 estilistas indígenas: o Manaus Fashion Day, para 300 convidados especiais.

Turismo e gastronomia

Com a retomada do setor de turismo em todo o país, a Prefeitura de Manaus busca soluções inteligentes para promover a cidade, a curto e longo prazo, e atrair ainda mais turistas, gerando assim consumo e renda.

A diretora de Turismo da pasta, Oreni Braga, conta que o #SouManaus está em sua sétima edição, mas em 2022 vem com uma nova proposta: inaugurar a participação da cidade na rota do turismo nacional de eventos. “Hotéis, restaurantes, agências de viagem e receptivos têm uma grande expectativa para o mês de setembro. O festival será a nossa virada de chave para nos prepararmos para as grandes feiras nacionais e internacionais de turismo de 2023”, compartilha.

O destaque da gastronomia vai para a aula show com Rodrigo Oliveira, chef dos restaurantes Mocotó, em São Paulo (SP), e do Caboco, em Los Angeles (EUA), competidor do programa da Netflix ‘Iron Chef’. A aula será aberta a chefs profissionais e cozinheiros e cozinheiras de feiras e mercados – mais uma mostra da valorização da diversidade no evento.

Programação

Ao todo, o festival #SouManaus terá palcos com mais de 300 apresentações simultâneas nos dias 3, 4, 5 e 6 de setembro, a partir das 17h. No dia 3, sábado, Djonga, Duda Beat e Jão comandam os palcos, além de Bárbara Eugênia e Lia Sophia & Pinduca.

No domingo, dia 4, o #Sou Manaus recebe a atração internacional Double You, Jota Quest, Tasha & Tracie e Odair José. No dia 5, segunda-feira, é a vez de Diogo Nogueira, Joelma, Scalene e Felipe Araújo.

Na terça-feira, 6, o evento será exclusivo para o público infanto-juvenil e cristão, com atrações como Bita, padre Antônio Maria, Tony Allysson, Bruna Karla, André Valadão, Art’Trio e Leandro Borges.

A Orquestra Filarmônica do Amazonas e o musical ‘A Hora da Estrela’, inspirado no romance de Clarice Lispector, também estão na programação. O público poderá aproveitar, ainda, feiras gastronômicas, de artesanato, economia criativa e o espaço Manaus Fashion Day.

A programação em todos os palcos vai até às 23h40. Os intervalos serão comandados por DJs locais. A programação completa pode ser acessada pelo site.

(Fonte: Prefeitura de Manaus)

Grupo Anankê encena adaptação de “Romeu e Julieta”

Indaiatuba, por Kleber Patricio

Grupo Anankê apresenta espetáculo dia 19, no Piano
Crédito da foto: Gabriel Kitzmann.

O Grupo de Teatro Anankê estreia no dia 19 de agosto, às 19h30, a peça “Romeu e Julieta”. Com texto de Wagner Cintra e direção de Marli Lopes, o espetáculo, inspirado na obra de William Shakespeare, acontece no Centro Cultural Hermenegildo Pinto – ‘Piano’, em Indaiatuba (SP). Com entrada gratuita, a apresentação integra a 7ª Mostra de Artes Cênicas promovida pela Prefeitura de Indaiatuba, por meio da Secretaria Municipal de Cultura.

Uma das histórias mais famosas da dramaturgia, ‘Romeu e Julieta’ relata a paixão de Romeu Montecchio e Julieta Capuleto, que são impedidos de viver este amor por conta da rivalidade entre suas famílias, o que os leva a viver um intenso amor proibido. A peça do Grupo Anankê é inspirada na obra; porém, é uma criação autônoma feita a partir da narrativa do autor. “No palco, a história de amor de Romeu e Julieta será contada mais ou menos como aconteceu. Trata-se da homenagem a todos aqueles que amam e têm no amor a sua existência. É uma homenagem à esperança e à superação. Vão se os amantes e fica o amor, porque um instante é muito pouco para sonhar”, destaca Chicó Ferreira, um dos atores da peça.

O espetáculo tem entrada gratuita, mas a retirada de ingresso precisa ser realizada com uma hora de antecedência. O Centro Cultural Hermenegildo Pinto – ‘Piano’ fica na Avenida Engenheiro Fábio Roberto Barnabé, 5924 – Jardim Morada do Sol, Indaiatuba (SP).

Covid | Vale lembrar que de acordo com o Decreto nº 66.575, de 17 de março de 2022, do Governo do Estado de São Paulo, é facultativo o uso de máscara em ambientes fechados como o teatro onde será realizado o espetáculo.

Serviço:

“Romeu e Julieta”

Data: 19/8 | Horário: 19h30

Local: Centro Cultural Hermenegildo Pinto, ‘Piano’ – Avenida Engenheiro Fábio Roberto Barnabé, 5924 – Jardim Morada do Sol, Indaiatuba I Como chegar

Entrada gratuita – acesso se dará por ordem de chegada

Classificação indicativa: Livre.

Ficha Técnica

Texto: Wagner Cintra (inspirado na obra homônima de William Shakespeare) l Direção: Marli Lopes l Orientação Artística: Lucas Gonzaga l Preparação Vocal/Musical: Olivia Gênesi l Elenco: André Almeida l Gisele Campos l Flávio Cardoso l Marli Lopes l Chicó Ferreira l Leonardo Kayan l Gabriel Kitzmann l Técnica: Concepção Cenário: Chicó Ferreira l Concepção Figurino: Lucas Gonzaga l Operação de Sonoplastia e Luz: Clélio Santos.

O Grupo de Teatro Anankê foi fundado em 2014 e conta atualmente com oito integrantes profissionais e premiados ao longo da carreira, que atuam desde a década de 1990, individualmente, e que já encenaram diversos espetáculos com o grupo, além de participarem de festivais como Virada Cultural Paulista, Mapa Cultural Paulista, Campanha de Popularização do Teatro em Campinas e Circuito Cultural Paulista, entre outros. Além disso, recebeu orientação do Projeto Ademar Guerra nos anos de 2017 e 2018 e 2021 e participou do Projeto Incubadora, realizado pelo Grupo Os Geraldos de Campinas. O Anankê se apresentou em 28 cidades, dois estados e possui sua sede em Indaiatuba, onde os integrantes ensaiam e criam novos projetos.

(Fonte: Ateliê da Notícia)

Estudo busca “impressões digitais” do Zika brasileiro no cérebro

Brasil, por Kleber Patricio

Foto: Marcos Santos/Jornal da USP.

Um estudo publicado na revista americana Molecular Neurobiology sugere que as infecções pela linhagem brasileira do Zika vírus podem afetar a comunicação, o crescimento e até mesmo a sobrevivência de células cerebrais. As análises encontraram alterações moleculares causadas pelo vírus que sugerem uma relação com distúrbios neurológicos, falhas no neurodesenvolvimento e malformações do sistema nervoso. O trabalho é fruto de uma parceria entre o Laboratório de Neuroproteômica da Universidade Estadual de Campinas (LNP-Unicamp) com o Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ICB-UFRJ) e o Instituto D’Or de Pesquisa e Educação (IDOR).

Para alcançar esses resultados, o estudo envolveu dois tipos de ensaio. “Verificamos o impacto das infecções em um modelo bidimensional, onde as células só se dividem e permanecem em um estágio inicial, e em um modelo tridimensional, que simula conexões do sistema nervoso repleto de sinais e estímulos para as células jovens se transformarem em neurônios, por exemplo”, explica Juliana Minardi Nascimento, uma das autoras responsáveis pelo artigo. A bióloga destaca que a análise em dois modelos é importante para esclarecer aspectos relevantes da infecção em momentos diferentes da vida celular. “A ideia do estudo surgiu exatamente destas perguntas: como as células que estão apenas proliferando serão afetadas? O processo é diferente quando elas recebem um gatilho para se diferenciar e formar o sistema nervoso?”, diz Nascimento.

Cada modelo foi dividido em grupos e infectado com uma de três linhagens virais: o vírus causador da Dengue e duas variedades do Zika – a cepa africana e a brasileira. Após um período de exposição aos vírus, as células infectadas passaram por um processo para separar as proteínas presentes em cada amostra e verificar se a presença desses organismos foi capaz de desencadear mudanças na atividade e na composição celular. “Buscamos identificar mudanças proteicas que sempre ocorrem quando há uma certa infecção nesses tipos celulares, o que chamamos de fingerprinting, ou impressão digital”, explica Nascimento.

Segundo Daniel Martins-de-Souza, coordenador do LNP e do estudo, o grande diferencial deste trabalho consiste na análise do efeito que a linhagem brasileira do Zika vírus pode desencadear no desenvolvimento do sistema nervoso central. “A comparação desses três vírus nos mostrou que o impacto do Zika brasileiro nas células neurais é tão diferente dos daquele causado pela linhagem africana que o perfil das células infectadas com a Dengue ficou mais parecido com aquelas expostas ao Zika africano do que com as que foram infectadas com o Zika brasileiro”, explica o pesquisador.

A infecção por Zika vírus se mostrou capaz de alterar a produção de proteínas importantes para a formação, a sobrevivência e a comunicação das células infectadas desde o começo de seu desenvolvimento, o que, quando projetado em um sistema vivo, mostra potencial para prejudicar seriamente a formação do sistema nervoso. “No modelo bidimensional, vimos que as células infectadas pelo Zika entendem que algo vai dar errado, param o ciclo celular e não proliferam mais”, explica a pesquisadora. “Além disso, a reparação de danos ao DNA, a reserva de energia e o posicionamento das células no cérebro também são prejudicadas. Em conjunto, essas mudanças mostram que o Zika vírus pode impedir que as células neurais imaturas proliferem e pode até levá-las a morte”, continua.

O texto destaca que essas modificações podem ser decisivas principalmente para o desenvolvimento fetal, já que, ao infectar uma pessoa grávida, o Zika tem a capacidade de atravessar as proteções do útero e atingir o feto em crescimento – e essa característica está ligada principalmente à linhagem brasileira do vírus. “Se, ao ser infectado, o cérebro fetal não consegue se desenvolver e as células neurais não proliferam e diferenciam corretamente, isso pode levar a malformações no sistema nervoso da criança”, explica Juliana Nascimento. A autora conta ainda que outras doenças neurológicas, como a síndrome de Guillain-Barré, também podem ser desencadeadas como consequência dessas infecções, uma vez que são relacionadas a variações semelhantes nas células neurais.

Segundo Daniel Martins-de-Souza, esses resultados preliminares têm potencial para favorecer a compreensão, a prevenção e o tratamento dessas doenças. “A longo prazo, as proteínas e vias que estamos descrevendo pela primeira vez podem passar a ser alvos para medicamentos ou até modulações que pudessem vir a prevenir a microcefalia e outras malformações neurológicas em mães infectadas por Zika”, diz. “Estamos levantando muitas hipóteses, mas precisamos fazer vários estudos para comprovar essas hipóteses. A gente já sabe bastante sobre a morfologia macroscópica do cérebro microcefálico, mas a gente ainda sabe pouco sobre essa infecção com a linhagem do Zika vírus brasileiro e como ela pode levar à microcefalia”, finaliza o pesquisador.

(Fonte: Agência Bori)