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Mostra de Artes Cênicas recebe até abril projetos nas modalidades Teatro e Circo

Indaiatuba, por Kleber Patricio

Foto: mostafa meraji/Unsplash.

A Secretaria de Cultura de Indaiatuba lança o Edital de Chamamento Público 02/2023 para participação na Mostra de Artes Cênicas de Indaiatuba, em sua oitava edição na modalidade Teatro e segunda edição para Circo. Os interessados devem se inscrever até 5 de abril pelo site da Prefeitura e os trabalhos selecionados serão divulgados no dia 18 do mesmo mês.

“A Mostra de Artes Cênicas de Indaiatuba, nas modalidades Teatro e Circo, fomenta o trabalho dos grupos artísticos de nossa cidade, que todos os anos preparam montagens especiais para participar deste Edital”, destaca a secretária municipal de Cultura, Tânia Castanho. “Nosso intuito é aproximar estes grupos do público de nossa cidade, revelando a qualidade do trabalho desenvolvido por aqui e contribuindo para a formação de público no município”.

As inscrições devem ser realizadas até 5 de abril no www.indaiatuba.sp.gov.br/cultura/concursos/mostra-artes-cenicas/. Serão selecionados até 13 projetos na categoria Teatro e cinco projetos na categoria Circo, sendo que as apresentações devem contar com tempo mínimo de 45 minutos e máximo de 90 minutos.

Não serão permitidas inscrições nas duas categorias e os projetos apresentados devem ser inéditos. Para validar a participação, pelo menos 50% dos integrantes dos grupos devem ser comprovadamente residentes em Indaiatuba. Caso o número desta divisão não seja inteiro, considera-se o número inteiro imediatamente superior ao resultado.

Linguagens

A Comissão Organizadora da Mostra de Artes Cênicas define de uma forma abrangente as modalidades participantes deste Edital. Em Teatro, estão incluídos teatro adulto, infantil, de animação (fantoche, mamulengo, marionete, sobra, lambe-lambe), musical e teatro de rua.

Já a categoria Circo engloba aérea (trapézio, tecido e lira), acrobáticas (cama elástica, acrobacias de solo, dupla, trio e grupo), equilíbrio (bola, arame, perna de pau e monociclos), números cômicos (clown, palhaço tradicional), malabarismo e contorcionismo, ilusionismo e mágica.

Os projetos serão selecionados mediante avaliação de uma curadoria externa composta por três membros contratada pela Secretaria Municipal de Cultura, que utilizará os seguintes critérios: qualidade artística e cultural, impacto cultural da proposta para o município, factibilidade, técnica e originalidade.

A relação dos selecionados será divulgada no dia 18 de abril no portal da Prefeitura de Indaiatuba e pela Imprensa Oficial do Município. Os contemplados deverão realizar duas apresentações de seu projeto, em dias, horários e locais disponibilizados pela Secretaria Municipal de Cultura.

Mais informações pelos telefones (19) 3875-6144 ou 3875-8383 ou pelo e-mail mostradeartescenicas@indaiatuba.sp.gov.br. A Secretaria Municipal de Cultura está localizada na Rua das Primaveras, 210, no Jardim Pompeia.

(Fonte: Prefeitura de Indaiatuba)

“Sergei Tchoban: tempo espelhado”: MAC-USP recebe a primeira exposição do artista e arquiteto no Brasil

São Paulo, por Kleber Patricio

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O Museu de Arte Contemporânea da USP apresenta, entre 11 de março e 4 de junho, a exposição “Sergei Tchoban: tempo espelhado”, com 27 desenhos – alguns inéditos – e fotografias de edifícios projetados pelo artista e arquiteto alemão. Com curadoria da historiadora da arte Tereza de Arruda, a mostra percorre os últimos treze anos de produção nas diversas temáticas e atuações relevantes da obra de Sergei Tchoban, para quem “tudo o que um arquiteto faz é apenas um reflexo do tempo em que vivemos”. Os desenhos são muitas vezes ponto de partida para seu trabalho como arquiteto e também para sua atuação como cenógrafo de teatro e designer de exposições. O trabalho de Tchoban explora a forma como a arquitetura relata o passado, o presente e o futuro das cidades culturalmente diversificadas e demarcadas por um legado histórico-social. Vídeos e entrevistas do artista complementam a exposição.

Serguei Tchoban (Leningrado, 1962, com cidadania alemã desde 1995) é autor de projetos arquitetônicos em diversas cidades europeias e tem o desenho como uma forma de reflexão sobre contextos urbanos contemporâneos e seu futuro. “O artista atualiza o legado do arquiteto e gravurista italiano Giovanni Battista Piranesi, conhecido pela dedicação ao desenho de monumentos da antiguidade romana”, observa Heloisa Espada, professora e curadora do MAC USP. Em várias das obras presentes nesta exposição, Tchoban imagina estruturas futuristas a partir de gravuras de Piranesi. Além disso, coleciona desenhos de arquitetura e para incentivar o interesse por esse tipo de trabalho, criou a Fundação Tchoban em 2013, sediada no Museu do Desenho Arquitetônico em Berlim.

Em alguns desenhos é visível como o fator tempo tem sido tratado e respectivamente empregado nos trabalhos de restauração e reconstrução, o contraste entre o antigo e o novo. Para a curadora Tereza Arruda, “Sergei Tchoban encena a transformação de monumentos arquitetônicos, em um processo que não se baseia necessariamente no passado, mas pode ser visto como um laboratório isolado da vida pós-moderna”.

Sergei Tchoban: tempo espelhado

Curadoria Tereza Arruda

Abertura: 11 de março, 11 horas

MAC USP – Avenida Pedro Álvares Cabral, 1301 – Ibirapuera – (11) 2648-0254

Entrada gratuita

Apoio: Instituto iadê de arte e design e Orion-E Sustainable Energy

“Em janeiro de 2012 Sergei Tchoban esteve no Rio de Janeiro, não somente para vivenciar a arquitetura local, mas também para encontrar pessoalmente Oscar Niemeyer. Onze anos depois, através desta mostra, as obras de Sergei são exibidas em um edifício projetado por Niemeyer nos anos 1950.”

“Os desenhos são muitas vezes ponto de partida para a atuação de Sergei Tchoban, que além de artista é também um requisitado arquiteto, o qual compartilha também com a cenografia de teatro e o design de exposições sua paixão pela concepção artística.”

“Em sua obra, Sergei Tchoban explora as estruturas reais e imaginárias de uma metrópole por meio da junção da arquitetura futurista e do patrimônio histórico. Os contrastes destas linguagens permitem explorar nuances entre a realidade e a ficção.”

“As obras de Sergei Tchoban mostram-nos testemunhos de riqueza, conquistas, riscos e reconstrução da existência humana através da representação do patrimônio arquitetônico.”

Tereza de Arruda – curadora da exposição.

Bios:

Sergei Tchoban

Foto: Holger Talinski.

Sergei Tchoban estudou no Departamento de Arquitetura da Academia de Artes de São Petersburgo antes de se mudar para a Alemanha em 1991. Possui nacionalidade alemã desde 1995. No seu trabalho como arquiteto, ele realiza edifícios importantes em várias cidades europeias. Em 2009, fundou a Fundação Tchoban – Museu de Desenho Arquitectônico, com o objetivo de preservar e apresentar exposições de desenhos de arquitectos e protagonistas relevantes que trabalham na área da arquitetura a nível mundial. Tchoban trabalha não só como arquiteto, mas também como curador e desenhador de expografia.

Suas obras artísticas têm sido apresentadas em exposições coletivas e individuais em todo o mundo. Os seus desenhos arquitetônicos fazem parte de acervos de diversos museus como Victoria & Albert Museum em Londres, Akademie der Künste em Berlim, Museu Oscar Niemeyer em Curitiba, Kunsthalle Rostock, Deutsches Architektur Museum (DAM) em Frankfurt a.M., Albertina em Viena, Kunstbibliothek Berlin, Instituto Centrale per la Grafica em Roma e em inúmeras coleções privadas.

sergeitchoban.com/Entrevista em vídeo.

Tereza de Arruda

Tereza de Arruda estudou história da arte na Universidade Livre de Berlim. Desde o início dos anos 90, tem trabalhado como curadora com diversas instituições e museus internacionais. É conselheira da Bienal de Havana desde 1997, co-curadora da Bienal Internacional de Curitiba entre 2009 e 2019 e curadora convidada da Kunsthalle Rostock desde 2015.

Desde 2018, investiga e acompanha a obra de Sergei Tchoban, apresentando-as nas seguintes exposições: “Sergei Tchoban: Futuristic Utopia or Reality”, Kunsthalle Rostock (2022), “Art & Halls” – A sense for art beyond walls”, Reinbeckhallen Berlin (2021), “Fronteiras Abertas” – Bienal Internacional de Arte Contemporânea de Curitiba, Museu Oscar Niemeyer (2019).

p-arte.com.

Serviço:

Abertura para o público: 11 de março de 2023, 11 horas

Duração: 11 de março a 4 de junho de 2023

MAC USP – Avenida Pedro Álvares Cabral, 1301 – Ibirapuera – (11) 2648-0254

Entrada gratuita

iade.com.br | @institutoiade.

(Fonte: Agência Catu)

MASP Escola apresenta quatro cursos de Histórias da Arte em março

São Paulo, por Kleber Patricio

Michael Wesely, Pinacoteca MASP (4.8. – 21.11.2015) (II), 2015.

O MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand apresenta, entre março e julho de 2023, quatro cursos online de Histórias da Arte organizados pelo MASP Escola, com programas de aulas distintos, independentes e complementares, que abrangem um período histórico da arte do século 14 ao 21. São eles: “Histórias da arte – O Renascimento de Giotto a Tintoretto”, com Juliana Ferrari Guide, de 20 de março a 10 de julho; “Histórias da arte – Século 19: de David a Van Gogh”, com Felipe Martinez, de 21 de março a 11 de julho; “Histórias da arte – Moderna e contemporânea”, com Mirtes Marins de Oliveira, de 23 de março a 13 de julho e “Histórias da arte – Arte no Brasil”, com Kleber Amancio, de 29 de março a 5 de julho de 2023.

Com média de 16 aulas, cada curso é ministrado por um professor especializado, que convida outros especialistas para participar das aulas ao longo do semestre, possibilitando um panorama mais abrangente de abordagens e métodos de crítica, mediação e interpretação da produção artística, sempre em diálogo com obras da coleção do MASP. Em comum, as aulas compartilham o estudo de histórias plurais e diversas, compreendendo uma multiplicidade de territórios, períodos, linguagens e discursos. Por isso, o módulo leva o nome “histórias” ao invés de “história” da arte.

Vincent van Gogh, “O escolar (O filho do carteiro – Gamin au Képi)”, 1888, acervo MASP.

Todos os cursos são oferecidos através de uma plataforma de ensino online e as matrículas podem ser feitas de maneira independente em cada um dos cursos, por meio do link disponível no site. Após cada aula, as gravações ficam disponíveis durante cinco dias e, ao final do curso, os certificados são emitidos para os alunos que completarem 75% de presença. Todos os cursos do MASP Escola oferecem bolsas de estudo e descontos para professores da rede pública em qualquer nível de ensino mediante processo seletivo após inscrição, além de 15% de desconto para Amigo MASP.

Confira a programação completa:

Histórias da arte – O Renascimento de Giotto a Tintoretto

Com Juliana Ferrari Guide

20/3–10/7/2023 | segundas, 19h30 às 21h30

O curso oferece uma visão panorâmica dos principais artistas, obras e inovações que compuseram os trezentos anos do Renascimento italiano, período cuja potência nos campos artístico e intelectual ressoa até hoje. Dos fundamentais Cimabue e Giotto à dramaticidade de Tintoretto, o trajeto contempla nomes fundamentais da época, como Botticelli, Leonardo da Vinci, Rafael, Ticiano e Michelangelo. Com apoio sempre que possível do acervo do MASP, o curso procura compartilhar categorias e etapas de observação que facilitem a fruição de obras do período.

Investimento:

Público geral 5 x R$294,30

Amigo MASP 5 x R$250,15

Inscrições aqui.

Histórias da arte – Século 19: de David a Van Gogh

Com Felipe Martinez

Especialistas convidados: Marina Mazze Cerchiaro e Martinho Alves da Costa Júnior

21/3–11/7/2023 | terças, 19h30 às 21h30

O curso apresenta e discute as manifestações artísticas do mundo ocidental ao longo do século 19, desde a Revolução Francesa, na obra de Jacques-Louis David, até o início da arte moderna, com Paul Cézanne. As primeiras aulas serão estruturadas em torno da oposição das ideias de clássico e romântico. Depois, será visto como o realismo surge como negação do romantismo e do neoclassicismo, preparando o caminho para o rompimento definitivo com a tradição, que virá com o impressionismo. As aulas finais irão mostrar como as obras de artistas como van Gogh, Gauguin e Cézanne se articulam com a produção do período e servem como ponto de partida para a arte do século 20, tanto no que diz respeito ao desenvolvimento de estilo quanto do ponto de vista da personalidade artística.

Investimento:

Público geral 5 x R$294,30

Amigo MASP 5 x R$250,15

Inscrições aqui.

Histórias da arte – Moderna e contemporânea

Com Mirtes Marins de Oliveira

Especialistas convidados: Alecsandra Matias de Oliveira e Olinda Tupinambá

23/3–13/7/2023 | quintas, 19h30 às 21h30

O curso tem por objeto a produção artística e expositiva desde a segunda metade do século 19 até os dias atuais. Longe da apresentação de uma história da arte linear e homogênea, propõe-se aqui abordar os artistas e suas obras à luz de determinado número de questões, de ordem formal, mas também filosófica e social, relevantes a seus contextos. Não se trata, com isso, de retirar à arte sua especificidade no interior da esfera cultural, mas, pelo contrário, de abrir sua história a outras perspectivas e narrativas possíveis. Almeja-se, idealmente, que cada uma das aulas possa funcionar como uma pequena introdução autônoma à história da arte moderna e contemporânea, orientada por uma questão específica, desde sua origem até seus desdobramentos posteriores. Ao final do curso, o aluno deverá ser capaz de não apenas identificar a produção artística nos períodos abordados, como compreender sua motivação, seus mecanismos históricos, mas também seus impasses diante de questões que seguem em aberto.

Investimento:

Público geral 5 x R$294,30

Amigo MASP 5 x R$250,15

Inscrições aqui.

Histórias da arte – Arte no Brasil

Com Kleber Amancio

Especialistas convidados: Nohora Arrieta Fernandez e Bruno Pinheiro

29/3–5/7/2023 | quartas, 19h30 às 21h30

O curso tenciona abordar a arte nacional por um caminho incomum. Nele, será investigada a construção das narrativas canônicas – que, formatadas ao longo do tempo, definiram quais obras, artistas e conceitos deveriam perdurar. Essas narrativas, de certo, não são neutras; representam e informam aspectos importantes para aqueles que as gestaram. Pretende-se promover, portanto, uma leitura crítica das escolhas que levaram a tal conformação e, além disso, o que elas representaram para a cultura do país e o seu impacto. Por outro lado, também será foco de interesse produzir e fomentar novas narrativas, prezando pela pluralidade, pelo acolhimento daquilo que foi silenciado, escondido e subalternizado. Esse ímpeto nasce de uma constatação sobre o presente e de uma tentativa de diálogo. Vive-se uma época sui generis; o alvorecer das práticas artísticas gestadas por agentes outrora subalternizados está profundamente articulado entre a ocupação de espaços (físicos, epistemológicos, estéticos, sensoriais) e uma fortuna crítica que teoriza sua produção. Torna-se necessário entender a arte nacional em outros termos, rumo a um novo humanismo.

Investimento:

Público geral 5 x R$294,30

Amigo MASP 5 x R$250,15

Inscrições aqui.

Site | Facebook | Twitter | Instagram.

(Fonte: MASP)

Pavão Cultural recebe mostra “Vê Nus”, do fotógrafo Kazuo Okubo

Campinas, por Kleber Patricio

Mostra tem a curadoria de Rosely Nakagawa. Foto: divulgação.

O Instituto Pavão Cultural, em Campinas, abre ao público a mostra “Vê Nus”, do fotógrafo Kazuo Okubo, com curadoria de Rosely Nakagawa, no dia 9 de março, a partir das 19h. As imagens que compõem a exposição foram realizadas a partir de 2004 até 2020 com voluntárias que autorizaram o fotógrafo a retratar e revelar suas intimidades anonimamente. No dia da abertura, será apresentado o fotolivro homônimo da mostra, com todas as imagens das voluntárias que posaram para o projeto e texto da curadora, que estará à venda no local. A mostra abre a programação da 13ª edição do Festival Hercule Florence de Fotografia, que neste ano celebra os 190 anos da descoberta da fotografia isolada em Campinas.

A mostra fotográfica “Vê Nus”, de Kazuo Okubo, fica em cartaz no Instituto Pavão Cultural até o dia 29 de abril, com visitação de quarta a sábado, das 15h às 20h. A entrada é gratuita e a classificação indicativa recomendada é 18 anos +. O Instituto Pavão Cultural fica na Rua Maria Tereza Dias da Silva, 708, Cidade Universitária, em Barão Geraldo.

Na abertura da mostra, será apresentado o fotolivro “Vê Nus”. A publicação, com 128 páginas e texto de Rosely Nakagawa em português e inglês, reúne as fotos de 60 mulheres que aceitaram posar para o fotógrafo Kazuo Okubo desde 2004. O livro estará à venda no local e no site.

No dia 10 de março, às 16h, Kazuo Okubo participa de uma conversa aberta ao público. Entre os temas que serão abordados, estão a fotografia como linguagem e técnica, o nu nas artes visuais, as fronteiras e os espaços da arte.  A entrada é gratuita e livre para todos os públicos.

Festival Hercule Florence de Fotografia

A mostra “Vê Nus” abre a programação 13ª edição do Festival Hercule Florence de Fotografia, que neste ano terá exposições, oficinas e caminhadas fotográficas, além da entrega da Medalha Hercule Florence. “Este será um momento especial, depois da reclusão, poder voltar a estarmos juntos e comemorar mais uma edição do festival. E ter Kazuo Okubo abrindo a programação é muito importante para nós. Ele que já participou de edições anteriores e com os nossos parceiros do Instituto Pavão Cultural, é uma grande alegria”, afirma Ricardo Lima, idealizador do Festival Hercule Florence de Fotografia.

Neste ano, o festival celebra os 190 anos de descoberta da fotografia no Brasil pelo franco brasileiro Hercule Florence, que chegou ao Brasil aos 20 anos e, meses depois, foi contratado como desenhista da lendária Expedição Langsdorff, missão científica que percorreu o interior do Brasil entre 1825 e 1829. Ao final da expedição, decidiu ficar no Brasil, na então Vila de São Carlos, hoje Campinas, onde fez pesquisas sobre as aplicações do nitrato de prata sob a luz e em 1833 anunciou sua descoberta da fotografia. Em 2024, será a vez de celebrar os 200 anos da chegada de Hercule Florence ao Brasil.

Sobre o artista | Natural de Brasília (1959), Kazuo Okubo teve contato com a fotografia ainda menino através de seu pai, Arlindo Okubo. Passou um bom tempo fotografando festas e casamentos até descobrir a fotografia publicitária. Seu portfólio acumula trabalhos para as principais agências do mercado e conquistou clientes de peso, como Ministério da Saúde, Banco do Brasil, Caixa, Secom, Correios, Unicef, Sebrae, GDF, BRB, Ministério do Turismo, Embratur, Casa Claudia, Vogue e Revista Piauí, entre outros. Foi finalista de todas as edições do prêmio Conrado Wessel, de 2002 até 2008, além de ter trabalhos premiados no Festival Mundial de Publicidade de Gramado e no Festival de Publicidade de Cannes. Desenvolve trabalhos autorais desde 2003. Inaugurou em 2009 a primeira galeria de arte do Centro-Oeste especializada em fotografia, A Casa da Luz Vermelha, onde produziu dezenas de exposições, workshops e eventos.

Serviço:

Vê Nus, de Kazuo Okubo

Mostra fotográfica | 58 Fotografias

Curadoria: Rosely Nakagawa

Abertura: 9/3, quinta-feira, às 19h

Visitação – de quarta a sábado, das 15h às 20h

Entrada: gratuita

Onde: Instituto Pavão Cultural

Endereço: Rua Maria Tereza Dias da Silva, 708, Cidade Universitária, Barão Geraldo, Campinas (SP)

Apresentação e sessão de autógrafos do fotolivro “Vê Nus”

Conversa com o artista

Quando: 10/3, às 16h

Entrada gratuita

Classificação indicativa recomendada: 18 anos

Expografia e Montagem: Pavão Arquitetura e Expografia

Realização: Instituto Pavão Cultural.

(Fonte: Prefeitura de Campinas)

Exposição no Inhotim aborda a trajetória de Abdias Nascimento como artista visual no exterior

Brumadinho, por Kleber Patricio

Abdias Nascimento, “O Vale de Exu”. Nova Iorque, EUA, 1969. Crédito da foto: Ipeafro.

Em curadoria conjunta com o Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros (Ipeafro), o Inhotim sedia um museu dentro de seu espaço e traz, ao longo de dois anos (2021-2023), a iniciativa idealizada por Abdias Nascimento (1914–2011) no começo da década de 1950: o Museu de Arte Negra. Como parte desse projeto, a exposição “Terceiro Ato: Sortilégio”, que inclui em seu título o nome da primeira peça teatral escrita por Abdias, em 1951, e marca o princípio de sua produção artística ligada às tradições afrodiaspóricas, será inaugurada no dia 18 de março de 2023, sábado, na Galeria Mata. “Terceiro Ato: Sortilégio” aborda o período de exílio do artista, entre 1968 e 1981, evidenciando a difusão da arte negra brasileira no exterior.

Como dramaturgo e depois pintor, Abdias Nascimento desempenhou um papel político e social que estabeleceu uma mudança de paradigma para a reconstituição de uma ordem epistêmica africana, usando linguagem e símbolos das tradições afrodiaspóricas. Neste sentido, “Terceiro Ato: Sortilégio” se organiza em cinco núcleos temáticos (Símbolos ritualísticos contemporâneos; Nova York: início do exílio; Professor universitário; Artistas afro-brasileiros; e Orixás: concepção da vida e filosofia do universo) concentrados na maciça produção de Abdias como pintor, que se dá, sobretudo, fora do Brasil.

Abdias Nascimento, “Raízes n. 2 – Tributo a Aguinaldo Camargo”. Rio de Janeiro, 1988. Crédito da foto: Ipeafro.

“Nascimento continuou seu interesse por uma pesquisa que tinha a ancestralidade africana como base para sua produção artística. Assim, essa comunicação constante com a epistemologia das religiões afrodiaspóricas está no cerne de seu pensamento enquanto intelectual e artista”, pontua Deri Andrade, curador assistente do Inhotim.

Parte das obras expostas na mostra é de artistas brasileiros(as) que marcavam presença na cena artística estrangeira, principalmente nos EUA, em Nova York, no mesmo período em que Abdias Nascimento esteve no país, interagindo com a sua paisagem e com o seu entorno e mostrando um reconhecimento dos territórios por onde passaram. Os núcleos da exposição buscam reafirmar a ideia do Museu de Arte Negra como um museu coletivo, feito por pessoas que cruzaram a vida de Abdias. A sala de vídeo exibe ainda o documentário “Exu Rei – Abdias Nascimento” (2017), de Bárbara Vento, que salienta as características de grande expressividade e comunicação de Abdias Nascimento, bem como seu dinamismo e ativismo, dialogando com o arquétipo de Exu enquanto figura de transformação e a sua influência na cultura negra e na arte brasileira.

Constituída por peças de empréstimos e de aquisições recentes do Inhotim, “Terceiro Ato: Sortilégio” traz ao público mais de 180 obras, com trabalhos de Abdias Nascimento e de outros artistas como Mestre Didi, Rubem Valentim, Melvin Edwards, Regina Vater, Manuel Messias, Emanoel Araujo, Hélio Oiticica, Anna Bella Geiger, Anna Maria Maiolino, Iara Rosa, Romare Bearden e LeRoy Clarke, além de livros e documentos de pesquisa de Abdias sobre o Candomblé e os Orixás.

Abdias Nascimento, “Sankofa n. 2 – Resgate” (Adinkra Asante). Rio de Janeiro, 1992. Crédito da foto: Ipeafro.

A exposição apresenta um núcleo dedicado a Exu, Orixá presente em um grande número obras de Abdias. Exu é o Orixá da comunicação, guardião dos caminhos. “Abdias pensa os Orixás, os símbolos ritualísticos e a linguagem ancestral como ponto de conexão pan-africanista. Ele resgata em seu trabalho o sentido do Candomblé como uma concepção de vida e filosofia do universo”, explica Douglas de Freitas, curador do Inhotim.

Em maio de 1968, nas comemorações pelos 80 anos da abolição da escravidão, o Teatro Experimental do Negro realizou a exposição inaugural da coleção Museu de Arte Negra no Museu da Imagem e do Som, no Rio de Janeiro. Ao longo daquele ano, Abdias Nascimento teve forte interlocução com artistas nacionais e internacionais e o projeto Museu de Arte Negra ganhou destaque na mídia, em especial no Correio da Manhã, veículo que fazia oposição ao Regime Militar. No final do mesmo ano, Abdias Nascimento recebe uma bolsa de intercâmbio cultural nos Estados Unidos. Com a promulgação do Ato Institucional nº 5, em 13 de dezembro de 1968, inicia-se a fase de maior rigidez da ditadura militar no Brasil e ele se torna alvo de vários inquéritos policiais militares.

Sob o risco de ser perseguido, torturado e assassinado pelo governo brasileiro de então, o pintor se vê impedido de retornar ao seu país de origem. O fato limita as atividades do Museu de Arte Negra em solo brasileiro, mas não as do artista, que continua produzindo e coletando obras durante o seu exílio. É neste período que Abdias intensifica sua atividade como pintor, em cidades como Nova York e Buffalo, dialogando com as paisagens e com os círculos artísticos desses lugares – que podem ser vistos em sua obra como representações desses espaços e também como homenagens a outras figuras de seu convívio, como Rubens Gerchman. A presença da religiosidade de matriz africana em seu trabalho também se consolida.

Foto: divulgação.

“É no exílio que Abdias Nascimento passa a ser mundialmente reconhecido não só como pintor, mas principalmente como uma das personalidades brasileiras mais preparadas para o enfrentamento ao racismo em suas dimensões estética e estrutural. A experiência acumulada desde a sua participação na Frente Negra Brasileira, nos anos 1930, passando pelo Teatro Experimental do Negro, jornal Quilombo e pela criação do projeto Museu de Arte Negra, contribui para a consolidação de uma biografia que o levou, já próximo do final de sua vida, em 2009, a ser indicado oficialmente ao prêmio Nobel da Paz pelo conjunto da obra”, afirma Julio Ricardo Menezes Silva, pesquisador do Ipeafro e coordenador do Museu de Arte Negra virtual.

“Terceiro Ato: Sortilégio” é o penúltimo dos quatro atos da proposta, representados anteriormente pelo “Primeiro Ato: Abdias Nascimento, Tunga e o Museu de Arte Negra” e pelo “Segundo Ato: Dramas para negros e prólogo para brancos”, partindo do legado multidisciplinar de Abdias Nascimento – poeta, escritor, dramaturgo, curador, artista plástico, professor universitário, pan-africanista e parlamentar com uma longa trajetória trilhada no ativismo e na luta contra o racismo.

Sobre o Museu de Arte Negra

Desde os anos 1940, Abdias Nascimento e seus companheiros do Teatro Experimental do Negro (TEN) trabalhavam com a proposta de valorização social do negro e da cultura afro-brasileira por meio da arte e da educação. O TEN buscava delinear um novo estilo estético e dramatúrgico e, assim, lançava as bases para a fundação do Museu de Arte Negra (MAN). Foi o TEN que, em 1950, no Rio de Janeiro, organizou o 1º Congresso do Negro Brasileiro, em que se discutiu a “estética da negritude” e modos de visibilização e valorização da produção de artistas negros e daqueles que lidavam com a representação da cultura negra em seus trabalhos. Nesse sentido, a plenária do Congresso aprovou uma resolução sobre a necessidade de um museu de arte negra. O TEN assumiu o projeto e assim nasceu o MAN.

A coleção Museu de Arte Negra ganhou forma, sendo composta por pinturas, desenhos, gravuras, fotografias e esculturas, dentre outras, numa pluralidade de suportes e técnicas. Em 1955, o projeto MAN promoveu um concurso de artes plásticas e uma exposição sobre o tema do Cristo Negro. A exposição inaugural da coleção Museu de Arte Negra foi realizada em 6 de maio de 1968, no Museu da Imagem e do Som, no Rio de Janeiro. Os organizadores aproveitaram, para isso, a comemoração dos 80 anos da abolição da escravatura, ocorrida em 1888. Entretanto, eles tinham plena consciência de que as estruturas que sustentavam o regime escravista de violação de direitos e da dignidade humana se mantinham sob a forma do racismo. Sem medidas reparatórias como acesso ao emprego, à cultura e à educação, a abolição resultou na exclusão social, econômica, política e cultural da população negra recém-libertada.

“Terceiro Ato: Sortilégio” conta com o patrocínio do Itaú Unibanco e da Petrobras, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura – Ministério da Cultura e Governo Federal, União e Reconstrução. Pela Petrobras, o projeto foi contemplado na Chamada Petrobras Cultural Múltiplas Expressões 2022.

Serviço :

Terceiro Ato: Sortilégio – Abdias Nascimento e o Museu de Arte Negra 

Abertura: 18 de março de 2023, sábado, a partir das 9h30

Data: 18 de março a 6 de agosto de 2023

Local: Galeria Mata – Instituto Inhotim.

INFORMAÇÕES GERAIS 

Horários de visitação: de quarta a sexta-feira, das 9h30 às 16h30, e aos sábados, domingos e feriados, das 9h30 às 17h30.

Entrada: R$50,00 inteira (meia-entrada válida para estudantes identificados, maiores de 60 anos e parceiros). Crianças de até cinco anos não pagam entrada.

Localização: O Inhotim está localizado no município de Brumadinho, a 60 km de Belo Horizonte (aproximadamente 1h15 de viagem). Acesso pelo km 500 da BR-381 – sentido BH/SP. Também é possível chegar ao Inhotim pela BR-040 (aproximadamente 1h30 de viagem). Acesso pela BR-040 – sentido BH/Rio, na altura da entrada para o Retiro do Chalé.

Opções de transporte regular:

Transfer – a Belvitur, agência oficial de turismo e eventos do Inhotim, oferece transporte aos sábados, domingos e feriados, partindo do hotel Holiday Inn Belo Horizonte Savassi (Rua Professor Moraes, 600, Funcionários, Belo Horizonte). É preciso comparecer 15 minutos antes para o procedimento de embarque e conferência do voucher. Veja mais informações sobre o transfer clicando aqui. Ônibus Saritur – saída da Rodoviária de Belo Horizonte de terça a domingo, às 8h15 e retorno às 16h30 durante a semana e às 17h30 aos fins de semana e feriados. R$51,75 (ida), R$46,05 (volta), R$97,80 (ida e volta).

Inhotim Loja Design | A loja do Inhotim, localizada na entrada do Instituto, oferece itens de decoração, utilitários, livros, brinquedos, peças de cerâmica, vasos, plantas e produtos da culinária típica regional, além da linha institucional do Parque. É possível adquirir os produtos também por meio da loja online.

(Fonte: Inhotim)