Notícias sobre arte, cultura, turismo, gastronomia, lazer e sustentabilidade

Arte & Cultura

Campinas

Centro Cultural Casarão será palco do Festival Arreuní! 2024

por Kleber Patrício

O Festival Arreuní! 2024 trará músicos, cantadores e compositores ao Centro Cultural Casarão, em Barão Geraldo, Campinas (SP) para uma série de apresentações a partir de 5 de maio (domingo), às 15h, com entrada gratuita. A proposta é divulgar as diferentes vertentes da música tradicional brasileira, reunindo artistas de culturas distintas para compartilhar a diversidade e […]

Continuar lendo...

Inscreva seu e-mail e participe de nossa Newsletter para receber todas as novidades

Exposição “Nomes do Amor” fica até junho no Centro de Cidadania LGBTI Cláudia Wonder, projeto itinerante do Museu da Diversidade Sexual

São Paulo, por Kleber Patricio

‘Nomes do Amor’ traz relatos reais de casais e famílias LGBTQIAP+ que lutam por respeito. Foto: divulgação.

A exposição “Nomes do Amor”, da artista-pesquisadora Simone Rodrigues, está aberta ao público de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h, no Centro de Cidadania LGBTI Cláudia Wonder, na Lapa, Zona Oeste da cidade de São Paulo. A mostra, que faz parte de um projeto itinerante do Museu da Diversidade Sexual (MDS), instituição da Secretaria da Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, reúne uma série de fotografias sobre a homoafetividade e transafetividade brasileira.

Os registros integram um projeto desenvolvido desde 2014 – e que ainda ressoa atual – por Simone, que tem um comprometimento profissional de longa data com trabalhos imersivos voltados para a coletividade e inclusão. “Nesta obra, em especial, podemos nos conectar com percepções reais da família contemporânea”, afirma Rodrigues.

A partir da abordagem documental de casais reais, a exposição revela uma amostra da pluralidade ainda pouco conhecida da família homoafetiva brasileira. Por meio de imagens e relatos, dá visibilidade a este tipo de família contemporânea (que não conta com estatísticas oficiais), contribuindo para a sua naturalização no convívio social, o esclarecimento contra o preconceito e o reconhecimento do seu estatuto legal e jurídico.

Segundo Rogério de Oliveira, presidente da Casarão Brasil e coordenador do CCLGBTI Cláudia Wonder, a visibilidade de famílias homoafetivas e transafetivas está muito alinhada com as ações e projetos do CCLGBTI. “Trabalhar esse viés é importante, pois nosso dia a dia envolve 99 por cento da população LGBTQIAP+ e trans que foram expulsas(os) de casa, rompendo, muitas vezes, esse laço familiar tão importante para o desenvolvimento do ser. Trazer essa pauta para nosso espaço oferece uma reflexão necessária”, afirma.

Serviço:

Data de encerramento: 2 de junho de 2023

Horário de visitação: 9h–18h

Local: Centro de Cidadania LGBTI Cláudia Wonder

Endereço: Av. Ricardo Medina Filho, nº 603 – Vila Ipojuca | São Paulo – SP

Sobre o MDS 

O Museu da Diversidade Sexual (MDS) é uma instituição do Governo do Estado de São Paulo ligada à Secretaria da Cultura e Economia Criativa, sendo o primeiro equipamento cultural da América Latina relacionado à Memória e Estudos da Diversidade Sexual.

A instituição é destinada à memória, arte, cultura, acolhimento, valorização da vida, agenciamento e desenvolvimento de pesquisas envolvendo a comunidade LGBTQIAP+ (contemplando a diversidade de siglas que constituem hoje o MDS) e seu reconhecimento pela sociedade brasileira. Trata-se de um museu que nasce e vive a partir do diálogo com movimentos sociais LGBTQIAP+, que se propõe a discutir a diversidade sexual e tem, em sua trajetória, a luta pela dignidade humana e a promoção por direitos, atuando como um aparelho cultural para fins de transformação social.

Atualmente, o MDS passa por uma reforma de ampliação da sua sede na estação República do metrô, em São Paulo. Com isso, a unidade terá melhor infraestrutura para abrigar exposições, mostras e demais ações educativas do Museu, alcançando um público ainda maior. A expectativa é de que a reforma seja finalizada ainda no primeiro semestre de 2023.

Sobre o Instituto Odeon 

Atualmente o Museu da Diversidade Sexual é gerido pelo Instituto Odeon, uma organização social que tem como missão promover gestão e produção cultural e artística de excelência, em diálogo com a educação, agregando valor público para a sociedade. O Instituto Odeon existe para trazer mais cultura para as cidades e mais arte para as pessoas e transformar a percepção do público sobre museus e eventos culturais, trabalhando em direção a um país que promove a expressão da arte, expande o acesso ao que é produzido e leva a sério seu legado cultural.

(Fonte: Approach Comunicação)

Lidia Lisbôa abre exposição “Mulher Esqueleto” dentro do projeto “Ofício: Fio” do SESC Pompeia

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: divulgação.

Vida e arte se entrelaçam nas propostas de Lidia Lisbôa, que tece casulos, úteros, cordões umbilicais e tetas na mostra “Mulher Esqueleto”, no SESC Pompeia, a partir de 29 de abril. Inédita, a exposição fica aberta até 30 de julho e integra o projeto “Ofício: Fio”, uma iniciativa que explora como espaço expositivo o Galpão das Oficinas de Criatividade do SESC Pompeia e que tem o propósito de apresentar e investigar diferentes práticas do fazer artístico.

Lidia Lisbôa trabalha com escultura, gravura, pintura, costura e crochê. Sua prática artística desenvolve-se na intersecção entre objeto de arte, performance e ritual. Cada passo dado na construção de sua poética aponta para um desdobramento na forma de ação performativa. A produção de peças têxteis em performances elabora o ato de tecer como prática e reflexão. O uso do tecido e materiais descartados constitui uma estrutura fundamental na eloquência de sua linguagem, que aborda presente e passado por meio de temáticas autobiográficas, territoriais e ancestrais. Este elo acaba por sublevar o trabalho da artista a um campo de ação política e social, à medida em que faz despontar uma perspectiva crítica de gênero. Sua expressividade manual é, assim, embebida de uma complexidade que se mostra tanto como poética sensível quanto um ato de resistência.

Foto: divulgação.

Em “Mulher Esqueleto”, a artista apresenta trabalhos de vários períodos, incluindo inéditos, e usa como fio condutor o capítulo de mesmo título da mostra que compõe o livro de Clarissa Pinkola Estés “Mulheres que correm com os lobos”. Na obra literária, uma figura amaldiçoada e deixada à própria sorte é pescada e acolhida por um pescador, deixando, nesse processo, de ser um punhado de ossos e se tornando mulher. No contexto do livro, é o amor que restitui a possibilidade de reintegração da personagem. Lídia Lisbôa, ao se aproximar da Mulher Esqueleto, reflete sobre a possibilidade de recompor a si mesma, estruturando no processo de recolhimento a reestruturação do self e não as relações. Lisbôa constrói um repertório de acolhimento primário e recolhimento contemplativo como ferramenta de cura. A vida-morte-vida de Estés, quando encontra o olhar e as mãos de Lidia Lisbôa, torna-se vida-arte-vida.

O grande destaque da mostra está na área têxtil. Mesmo em outras matérias, como cerâmica, fotografia e performance, a obra da artista traz, em todos os suportes, o processo têxtil ao trabalho, convidando o público a esse recolhimento reestruturante de carnes para que lembremos de não deixarmos morrer.

Sobre a artista

Lidia Lisbôa (1970) é artista visual, natural de Guaíra, Paraná. Vive e trabalha em São Paulo. Sua prática artística tem como eixo fundante a autobiografia e os atravessamentos cotidianos que são articulados atualmente principalmente por meio do desenho, escultura, crochê e performance. Dentre suas principais exposições individuais, destacam-se “Acordelados”, Galeria Millan, São Paulo, SP (2022) e “Memórias do Afeto”, Centro Cultural Santo Amaro, São Paulo, SP (2021). Integrou mostras coletivas tais como 37º Panorama da Arte Brasileira – ‘Sob as cinzas, brasa’, MAM, São Paulo, SP (2022); “Defeito de cor”, Museu de Arte do Rio, Rio de Janeiro (2022); “Carolina Maria de Jesus: um Brasil para os brasileiros”, Instituto Moreira Salles, São Paulo, SP (2021); “Esperança”, Museu de Arte Sacra, São Paulo, SP (2021); “Substância da terra: o sertão”, Slag Gallery, New York, USA e Museu Nacional da República, Brasília, DF, Brazil (2021); 12ª Bienal do Mercosul – ‘Femininos: visualidades, ações e afetos’, Porto Alegre, RS (2020), entre outras.

Sobre o Projeto Ofício

Foto: Carllos Saad.

Para além de sua finalidade criativa, o ofício da arte é também processo, labuta e desenvolvimento. Compreende a dedicação à artesania e potencial construção de conhecimento, tendo a experimentação como elemento primordial. Tais vocações são constituintes do espaço material e conceitual das Oficinas de Criatividade do SESC Pompeia, cujo espaço corresponde a um efervescente lugar de encontro, onde mestres e alunos se reúnem e forjam trajetórias singulares. O complexo que abriga as exposições oferece cursos e oficinas em diferentes técnicas criativas, como gravura, cerâmica, artes têxteis, marcenaria e técnicas mistas. Há salas de atividades no primeiro andar para cursos teóricos. As obras acolhidas durante as edições do Projeto Ofício ficam expostas no espaço das oficinas, em um espaço expositivo não convencional. O projeto tem curadoria da equipe da unidade que, em conjunto com o artista convidado, faz a seleção das obras.

Serviço:

Projeto Ofício: Fio: Lidia Lisbôa – Mulher Esqueleto

Local: SESC Pompeia | Galpão das Oficinas de Criatividade

Período expositivo: 29 de abril a 30 de julho de 2023

Horário de funcionamento: terça a sexta, das 10h às 21h; sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h

Classificação indicativa: Livre

Entrada gratuita | sem estacionamento

SESC Pompeia

Endereço: Rua Clélia, 93 – Pompeia – São Paulo (SP)

Telefone: (11) 3871-770

SESCsp.org.br/pompeia

Transporte Público

Metro Barra Funda (2000m) | CTPM Água Branca (800m)

CTPM Barra Funda (2000m) | Terminal Lapa (2100m)

SESC Pompeia nas redes: Facebook | Instagram | YouTube.

(Fonte: SESC Pompeia)

Um dos contos mais importantes da bíblia sagrada ganha montagem teatral

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: Acriart.

Decápolis era uma região do sudeste da antiga Palestina que consistia em dez cidades de origem grega e romana e que também desempenhou um papel importante na história bíblica. Foi de lá que saiu um dos contos mais emblemáticos do cristianismo e que até hoje gera reflexões sobre o poder do domínio sobre os corpos por meio do capital. Nele, Jesus e seus discípulos são recebidos por um homem possuído por demônios, que, angustiado, pede ao Cristo que o liberte. Após ordenar que a legião saísse do homem, Jesus permitiu que os demônios entrassem em porcos que moravam no local e a manada correu para um precipício e se afogou no mar.

Essa passagem é instigante por várias razões. Em primeiro lugar, mostra o poder de Jesus sobre os demônios e sua capacidade de curar aqueles que estavam possuídos. Em segundo lugar, destaca o valor dos porcos na cultura da época, e como a destruição da manada teria sido vista como uma grande perda econômica. Finalmente, é interessante notar que os moradores da cidade ficaram com medo e pediram a Jesus que saísse da região, mesmo depois de terem testemunhado um milagre tão poderoso.

Em “Demônios de Decápolis”, espetáculo que estreia no próximo dia 5 de maio no Teatro Commune, em São Paulo, essa importante narrativa é transportada para os dias atuais, permitindo ao público não apenas uma reflexão mais aprofundada sobre o conto, como também, uma imersão nas expectativas atuais sobre fé e interesses econômicos.

“A repercussão da época era os milagres e maravilhas que Jesus”, conta Fabiano Moreira, produtor do espetáculo. “Assim, imaginamos que esses criadores também tinham expectativas em Cristo, mas que foram totalmente frustradas quando viram seus porcos indo para o precipício. Trouxemos para o espetáculo o burguês que explora o pobre para ter mais porcos, o policial corrupto, o sacerdote manipulador, o miserável que serve, se sujeita, abre concessões e tenta ter o que comer – a peça entrelaça todos esses personagens e faz uma reflexão sobre o comportamento humano contemporâneo”.

“Demônios de Decápolis” é uma comédia dramática e tem produção executiva da Acriart, Associação Cristã de Artistas. Foi apresentada de forma virtual durante a pandemia do novocoronavirus em 2021. O espetáculo fica em cartaz até o final de maio e tem classificação etária para maiores de 12 anos.

Demônios de Decápolis

Teatro Commune

Rua da Consolação, 1218, Centro de São Paulo

Sessões – dias 5, 12, 19 e 26 de maio às 20h

Preço – R$35,00

Vendas –  https://www.sympla.com.br/evento/espetaculo-demonios-de-decapolis/1952775

Duração: 60 min

Classificação: 12 anos

Direção: Bruno Garcia

Elenco: Denis Snoldo, Veronica Nobilli; Jorge Camargo

Lugares: 85.

(Fonte: Iara Filardi Assessoria de Comunicação)

Árvores do Sul da Amazônia têm maior probabilidade de morrer com a seca

Amazônia, por Kleber Patricio

Foto: Francisco Diniz.

As mudanças no clima e nos padrões de chuva decorrentes do desmatamento da Amazônia tornam o bioma mais vulnerável à seca, e as árvores da região Sul da floresta são as mais propensas a morrer nessas condições. É o que reporta estudo publicado na última quarta (26) na revista “Nature” e assinado por 80 pesquisadores de instituições brasileiras e estrangeiras, como Universidade de Campinas (Unicamp), Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) e Universidade de Leeds, no Reino Unido.

O artigo estuda como diferentes espécies de árvores se adaptam à seca e como diferentes áreas da floresta são vulneráveis às mudanças climáticas. O estudo traz evidências sobre a heterogeneidade da Amazônia, destacando a diferença entre a sensibilidade das florestas do oeste, na região de Acre, Peru e Bolívia, e do centro-leste, na região de Manaus e Pará, que é mais resistente à seca. O trabalho também identifica, pela primeira vez, que a capacidade da floresta de atuar como sumidouro ou fonte de carbono para atmosfera é relacionado com a fisiologia das árvores.

A pesquisa é baseada em coletas de amostras de mais de 500 árvores em 11 sítios da Amazônia brasileira, peruana e boliviana, explica Julia Tavares, pesquisadora da Universidade de Uppsala, na Suécia, e autora principal do artigo, que é parte de sua tese de doutorado. As localidades brasileiras estudadas estão no Amazonas, Mato Grosso, Acre e Pará. As coletas ocorreram entre os anos de 2014 e 2018.

Os pesquisadores mediram as características fisiológicas dessas árvores e uma das análises avaliou o estresse hídrico. “Era como se nós fossemos medir, por exemplo, a pressão das árvores, para ver o quão estressadas estão, sendo que, ao invés de ser pressão sanguínea, é pressão de água”, diz Tavares. A pesquisadora adiciona sobre a importância do trabalho intenso e contínuo de uma rede de pesquisadores nacionais e internacionais que realiza a identificação e o monitoramento de longo prazo das árvores estudadas e forma parcelas permanentes de inventários florestais. “Por se tratar de florestas que estão sendo continuamente monitoradas, para que cada árvore que medimos, nós sabemos também quem ela é (qual espécie) e qual o seu histórico (com que velocidade ela cresce, quando ela morre, etc.)”, frisa Tavares.

Tavares também explica os desafios de realizar um estudo em diversos pontos da Amazônia, ressaltando a importância da colaboração do numeroso time de pesquisadores para os resultados alcançados. “Para entender padrões de larga escala espacial e temporal na Amazônia, dada a sua grandeza e heterogeneidade, é imprescindível um enorme esforço colaborativo da comunidade científica. Além disso, todo esse trabalho de Ecofisiologia requer medidas minuciosas, tendo as coletas que serem realizadas durante a madrugada e, as amostras, extraídas do topo das árvores, que tem entre 30 e 40 metros de altura”. A pesquisadora lembra que a concentração da maioria dos estudos sobre o efeito das mudanças climáticas na Amazônia na região centro-leste pode subestimar as diferenças de vulnerabilidade do bioma.

O estudo pode contribuir para políticas de conservação nas regiões da Amazônia mais suscetíveis aos eventos climáticos extremos. Ações como diminuir o aquecimento global e parar o desmatamento são essenciais, sublinha Tavares. A pesquisa também evidencia a importância do fomento à pesquisa no bioma. “Para entendermos as nuances das respostas das diferentes florestas amazônicas às mudanças climáticas que já estão acontecendo e às mudanças futuras, é imprescindível o investimento de recursos para realização pesquisa e valorização dos pesquisadores nacionais”, completa a pesquisadora.

(Fonte: Agência Bori)