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Djavan chega a Campinas com a turnê ‘D’ em novembro

Campinas, por Kleber Patricio

Fotos: Handerson Vieira.

Depois de encerrar a primeira fase da turnê que se iniciou no Brasil e terminou com diversos espetáculos nos EUA e na Europa – a maior parte com lotação esgotada –, Djavan voltou à estrada no segundo semestre e, para felicidade dos fãs da região, chega a Campinas no dia 11 de novembro, para apresentação do show ‘D’, homônimo ao seu 25º álbum de estúdio, lançado em agosto de 2022.

Além de faixas do último trabalho, a exemplo de ‘Num Mundo de Paz’ e ‘Iluminado’, o repertório com mais de 20 canções contemplará sucessos de todas as fases de sua discografia. Embora sempre renove a lista de clássicos de uma turnê para a outra, Djavan ressalta que “músicas como ‘Sina’ e ‘Flor de Lis’ têm lugar cativo em todos os shows, porque são canções que o povo ama”. Para ele, o maior desafio na concepção de um novo espetáculo é “desenhar um roteiro equilibrado e diverso”.

“O mais difícil é construir um show que conecte o público do começo ao fim com a mesma energia e fluidez”, conta. “Buscamos um formato que combina o clima solar e festivo de ‘D’ com os velhos sucessos. Isso, por si, já traz uma diversidade sonora muito grande”.

O artista reúne mais uma vez um time de músicos que o acompanhou em diferentes fases da trajetória, todos eles presentes também nos créditos de ‘D’, no qual experimentou com diferentes formações em cada faixa. No palco, a voz e violão de Djavan ganham o reforço de Marcelo Mariano (baixo e vocal), Felipe Alves (bateria), João Castilho (guitarra, violão e vocal), Paulo Calasans (piano, teclado e vocal), Renato Fonseca (teclado e vocal), Jessé Sadoc (trompete, flugelhorn e vocal) e Marcelo Martins (saxofone, flauta e vocal).

“A sonoridade depende mesmo é do repertório escolhido e da cara que queremos dar para cada música. Mesmo sendo uma formação parecida com a da penúltima turnê, sempre trabalhamos para fazer com que o espetáculo soe bem original e distinto dos outros”, explica.

Para o conceito visual, o cantor aposta novamente na cenografia de Gringo Cardia, na iluminação de Césio Lima e Mari Pitta e no desenho de luz de Serginho Almeida, repetindo parcerias bem-sucedidas realizadas em shows anteriores, enquanto Marina Franco se junta ao time na direção de figurino, juntamente com o estilista convidado Lucas Leão.

O projeto concebido por Gringo celebrará a diversidade do povo brasileiro em dois diferentes formatos: um cenário físico, que acompanhará o cantor na maioria das apresentações, e outro com projeções no telão de LED. O primeiro traz painéis criados pelos artistas Daiara Tukano, Heloisa Hariadne e Yermollay Caripoune e, o segundo, exibe obras de um notável time de nove artistas – composto majoritariamente por negros e indígenas, muitos oriundos da periferia:  Aislan Pankararu, Daiara Tukano, Heloisa Hariadne, João Farkas, Marcela Cantuária, Mulambo, Pedro Neves, Nação Kuikuros | Takumã e Yermollay Caripoune.

Serviço:

Djavan

Quando: 11 de novembro, sábado, 21h

Ingressos: https://multiingressos.com.br/evento/697/Djavan

Estacionamento C, do Shopping Iguatemi Campinas: Avenida Iguatemi, 777, Vila Brandina, Campinas/SP.

(Fonte: Silvânia Silva Assessoria de Imprensa)

Vinicola Chilena Tarapacá aposta em projetos de biodiversidade em seus terroirs

São Paulo, por Kleber Patricio

Fotos: divulgação.

Em 2014, a Vinícola Tarapacá desenvolveu uma investigação completa do seu terroir no Fundo Tarapacá, certamente um dos mais profundos já realizados no Chile, que teve como objetivo compreender as características do solo, clima, topografia e biodiversidade e suas influências nas características dos vinhos.

As grandes descobertas desta investigação foram: em primeiro lugar, o Fundo Tarapacá é um Clos Natural que já está protegido por barreiras naturais – o Rio Maipo e o cordão montanhoso dos Altos da Cartillana –, criando um clima único dentro de um macro clima mediterrâneo. Em segundo lugar, seus vinhedos contam com 7 tipos de solos, o que possibilita um completo conhecimento técnico para extrair o máximo de potencial de cada terroir. Em paralelo com estas investigações, foi a descoberta de que nos cordões montanhosos que rodeiam o Fundo Tarapacá encontra-se um dos 35 hotspots mundiais de biodiversidade – o que implica que são territórios onde existe uma concentração significativa de endemismos, que em muitos casos se encontram ameaçados pelas ações produtivas do ser humano. Diante disso, a Tarapacá tem se preocupado em construir e proteger seu legado, com base em um Plano Master.

Este Plano Master tem como objetivo reconectar ecologicamente os mais de 2.000 hectares do Fundo, criando uma rede de corredores biológicos que reestabelecem a conexão entre o maciço de Cantillana e o Rio Maipo, através dos vinhedos do Fundo. Isto permite manter o balanço natural do ecossistema e conservar a biodiversidade, garantindo que as espécies nativas e endêmicas convivam em harmonia nos vinhedos.

O Plano Master contempla a reintegração de um total de 110 hectares de vegetação nativa – 40 hectares com a criação de uma rede de corredores biológicos e 70 hectares em encostas, em um processo de restauração passiva.  Em 2021, houve a marca de 22 hectares de restauração passiva e mais 12 hectares em corredores biológicos. Em 2023, a Tarapacá sela o acordo com 1% For The Planet, organização que oferece uma oportunidade única para impulsionar mudanças positivas para o planeta e as gerações futuras. Assim, a Vinícola Tarapacá se consolida como um promotor das boas práticas, além de incentivar as pessoas a conectar-se com a terra e ser ativamente responsável pelo mundo em que vivemos.

Sebastián Ruiz, enólogo da Tarapacá, acredita fortemente no enorme potencial dos vinhedos Tarapacá e seu objetivo é criar vinhos distintos e de origem, representativos do Vale do Maipo, mas com as particularidades do terroir do Fundo Tarapacá, potencializando o estilo único da vinícola e em particular da linha Gran Reserva e varietais.

História da Tarapacá

Casa Taparacá.

A Vinícola Tarapacá foi fundada em 1874 como “Viña de Rojas” em homenagem ao seu fundador, Dom Francisco de Rojas y Salamanca, um respeitado e conhecido homem de negócios da época. Os vinhedos foram estabelecidos aos pés da Cordilheira dos Andes, com cepas originárias da França, tais como as tintas Cabernet Sauvignon, Merlot e Petit Verdot e as brancas Chardonnay, Sauvignon Blanc e Semillon.

Em 1875, a Vinícola Tarapacá obteve seu primeiro reconhecimento nacional: a medalha de prata na Exposição Internacional de Santiago. Um ano depois, em 1876, a marca recebeu sua primeira medalha internacional na Exposição de Filadélfia, nos Estados Unidos.

Em 1992, Vinícola Tarapacá dá início a um ambicioso projeto: focar na produção de vinhos para o mercado internacional respaldada por uma tradição centenária adquirida no mercado doméstico. Neste mesmo ano, a Tarapacá adquire o Fundo El Rosario de Naltahua, com 2.600 hectares de extensão, das quais 611 hectares são ocupados por vinhedos irrigados pelas águas do Rio Maipo.

Em 2016, inaugura sua mini hidrelétrica “El Rosario”. Trata-se de um projeto de energia renovável com o objetivo de aproveitar as águas do canal de irrigação alimentado pelo Rio Maipo, presente no vinhedo, para gerar energia elétrica para a operação da vinícola. Com isso é capaz de gerar 250 KWh de energia, o que representa 60% do consumo elétrico da bodega.

Atualmente, a Vinícola Tarapacá exporta 98 mil caixas de 9 litros ao ano para mais de 50 países nos cinco continentes. Entre seus principais destinos estão Brasil, México, Estados Unidos, Canadá, República Checa e Finlândia.

Sobre a Épice Importadora exclusiva Tarapacá no Brasil

A Épice foi fundada em 1989 em São Paulo por Nivaldo Oliveira. Em 1995 foi iniciada a parceria com a família Dias, de Recife. É uma das mais respeitadas importadoras de vinho do Brasil e uma das maiores empresas do setor na atualidade. Em sincronia com a filosofia da família, mantem relações próximas com seus clientes e parceiros e respira os ideais de cada marca que representa.

Desde 1995, é o importador exclusivo de Tarapacá para o Brasil. Executando um trabalho consistente e de muita excelência, torna a Tarapacá na marca premium de vinho chileno mais vendida no Brasil.

Contato: Regiane Nogueira – regiane@epice.com.br

@epicevinhos

Site: www.epice.com.br.

(Fonte: VN Comnicação)

Parque Ibirapuera agora é lixo zero e lança nova Central de Reciclagem

São Paulo, por Kleber Patricio

Imagem: Central de Reciclagem | Divulgação.

O Parque Ibirapuera, considerado um dos cartões-postais mais conhecidos e visitados por pessoas de todo o mundo, completa 69 anos esse mês e recebeu uma marca fundamental na preservação do meio ambiente da cidade de São Paulo e que contribui para a conservação do planeta: agora é um Parque lixo zero. A Urbia, gestora do Parque, em parceria com a Braskem, antecipou essa meta em dois anos por meio do gerenciamento adequado dos resíduos gerados pelo público que frequenta o espaço. Na segunda etapa do projeto está prevista a inclusão do lixo gerado nos eventos de terceiros e equipamentos fora da concessão.

A meta de zerar o lixo do Ibirapuera faz parte de uma iniciativa que tem como objetivo impulsionar a coleta de materiais recicláveis no parque e dar o destino adequado aos resíduos, otimizando a reciclagem. Além disso, colabora com a conscientização dos visitantes em relação ao descarte correto.

No total, já foram recicladas mais de 380 toneladas de resíduos. Neste número, estão incluídos os materiais recicláveis (vidro, plástico, metal, papel e eletrônico) e cocos verdes não destinados para aterro. Esse montante pode ser comparado a uma frota de 322 carros populares. Na divisão dos resíduos por classificação foram coletadas 173 toneladas de recicláveis e 212 toneladas de coco.

A iniciativa contempla outros formatos de reuso, como a geração de adubo, que utiliza resíduos orgânicos, e aproveita o coco verde vendido e consumido no parque. O processo de triagem e trituração das podas e vegetações do parque gera uma biomassa que se torna um recurso de energia renovável. Além disso, os rejeitos vindos do parque podem ser utilizados como fonte alternativa de energia nos fornos de produção de cimento.

Desde o início da gestão Urbia, foram coletadas 10.747 toneladas de resíduos, somando recicláveis e não recicláveis. Desse total, 63,7% são cocos, 29,9% são resíduos orgânicos, 4,8% são vegetação e 1,6% são recicláveis. Esse montante equivale a 72 baleias azuis adultas, mamíferos que podem chegar até 30 metros de comprimento. Essa quantidade de resíduos também pode ser comparada a uma frota de 59 aviões de passageiros amontoados, com mais de 70 metros de comprimento.

Outro motivo de comemoração é a instalação da nova Central de Reciclagem, localizada próximo ao Portão 3. Toda estrutura, sinalização e placas indicativas, além de mobiliários e cenografia da nova Central foram produzidos com material feito a partir de plástico reciclado. Para isso, mais de 2,5 toneladas de plástico pós-consumo foram reaproveitadas, vindas de grandes indústrias, cooperativas de reciclagem, incluindo aditivos e cargas para fortalecer a formulação – como a fibra de vidro – e oferecer maior resistência e densidade ao material de grande porte.

A Central foi totalmente requalificada e receberá visitas de escolas, além de desenvolver atividades educativas ambientais. Dentre as melhorias na infraestrutura, estão a instalação de tenda nova, mesa separadora, caçambas para armazenamento de resíduos e uma horta com 18 tipos de plantas. De acordo com Fabiana Quiroga, diretora de Economia Circular da Braskem, a Central de Reciclagem otimiza o processo de gerenciamento dos resíduos. “Ter uma estrutura como essa dentro no parque permite que a triagem aconteça de forma mais rápida e, consequentemente, diminua a possibilidade de contaminação do resíduo, melhorando o seu aproveitamento”, explica a executiva.

A Central faz parte do projeto Eco 360 do Parque Ibirapuera e representa um dos passos para o cumprimento do Plano de Gerenciamento de Resíduos do Parque. Todos os resíduos recicláveis coletados no Parque são separados para destinação adequada para retornarem à cadeia produtiva como matéria-prima.

Para incentivar o descarte consciente de materiais recicláveis dos usuários, já foram instalados coletores digitais e analógicos. Com o descarte correto nas lixeiras digitais, uma série de benefícios como descontos serão disponibilizados aos usuários por meio de um sistema de cashback. Promover a conscientização em relação ao consumo e ao descarte adequado de resíduos é parte importante da estratégia de sustentabilidade da Braskem. Essa preocupação fica evidente no projeto do parque, uma vez que é uma etapa fundamental para o seu sucesso é o engajamento dos visitantes. “É fundamental que o público entenda o seu papel nesse ciclo de consumo. Eles são nossos grandes aliados dentro da dinâmica da economia circular”, completa Fabiana. “Trabalhamos ininterruptamente e investimos em ações de conscientização para que o Parque Ibirapuera seja um espaço cada vez mais sustentável e se torne referência para outros parques em diversos estados do Brasil e em outros países. Nosso objetivo é agir sempre em prol do meio ambiente aliado às questões socioambientais”, afirma Samuel Lloyd, diretor Comercial da Urbia.

A Urbia, desde 2020 quando assumiu a gestão do Ibirapuera, investiu no Plano de Gerenciamento de Resíduos do Parque que prevê a gestão de todos os tipos de resíduos gerados, sempre com incentivo à não geração, redução, reutilização, reciclagem, ressignificação, tratamento e disposição final do lixo.

Ainda sobre a destinação de resíduos, a Braskem repaginou as atuais 500 lixeiras instaladas no Ibirapuera trazendo informações sobre quais materiais recicláveis ou orgânicos podem ser descartados nelas. As unidades ganharam novo design com abertura reduzida para evitar que cascas de coco fossem misturadas com recicláveis e isso evita que animais se alimentem de restos de alimentos eliminados ali.

Eco 360 prevê metas sustentáveis

O projeto Eco 360 do Parque Ibirapuera que integra as ações do Plano de Gerenciamento de Resíduos do Parque vai além da gestão de resíduos. A Urbia desenvolve projetos para a permeabilização do solo, potencialização de captação solar e compensação ambiental, dentre outras ações sustentáveis que beneficiam a natureza e melhoram a experiência dos frequentadores.

Conheças as ações:

Solo

A permeabilização do solo é importante nas cidades, pois atua como esponja absorvendo as águas e evitando danos à infraestrutura, como enchentes, e beneficia o meio ambiente. A Urbia já promoveu a descompactação, recomposição e plantio de gramado em mais de 14 mil metros quadrados no Parque Ibirapuera desde 2020. E está prevista a permeabilização de mais 30 mil metros quadrados de áreas que atualmente estão concretadas e outras áreas que têm o solo compactado e sem proteção vegetal.

Água

As águas dos lagos do Parque Ibirapuera passam por análises trimestrais, mesmo não havendo obrigatoriedade contratual e, como prevê o Plano Diretor do Parque, a classificação das águas se mantém como classe II.

Ar

Para a redução de emissões atmosféricas no Ibirapuera, atualmente já são utilizados veículos elétricos para os serviços internos, como manejo, coleta de resíduos e transporte de colaboradores. Outro ponto de destaque na redução de emissões foi a diminuição do transporte de resíduos a aterros, pois parte dos resíduos de manejo vegetal é transformada em composto orgânico e utilizada no próprio Parque. O próximo passo é a neutralização de carbono no Parque e nos eventos.

Energia

A Urbia tem como meta a instalação de novos sistemas de captação de energia solar e estruturas que partem da utilização de iluminação e ventilação natural que proporcionam eficiência energética.

Flora

O Parque Ibirapuera possui mais de 16 mil árvores e algumas necessitam de maior atenção e monitoramento. O manejo arbóreo só acontece em situações em que haja risco de acidentes aos visitantes ou em caso de queda em decorrência de forte chuva e vento. Quando das supressões, a Urbia realiza compensação ambiental com replantio de espécies nativas do Estado de São Paulo. Quando se trata de exemplar de espécie não considerada invasora ou exótica para o estado de São Paulo, a Concessionária utiliza a mesma espécie.

Fauna

A Urbia mantém todos os ninhos, locais de reprodução e alimentação da avifauna presente no Parque. O local é ideal tanto para as espécies que utilizam o espaço como hábitat, quanto para espécies migratórias ou que busquem refúgio e alimentação. Tudo é preservado com a finalidade de proteção às espécies. E para os animais de estimação, o Ibirapuera é uma alternativa para diversão e interação com outros animais e um local onde encontram amplo espaço verde.

(Fonte: Urbia Parques)

Mônica Ventura produz obras com símbolos ancestrais que serão lançadas na SP-Arte Rotas Brasileiras

São Paulo, por Kleber Patricio

Mônica Ventura na Galeria Praça, Instituto Inhotim. Foto: Ícaro Moreno.

Em sua participação na SP-Arte Rotas Brasileiras, o Instituto Inhotim lança a 4ª edição do Programa Múltiplos Inhotim, com a participação da artista Mônica Ventura, que desenvolveu a série “O Despertar Para o Anoitecer”, com obras exclusivas e de tiragem limitada, feitas especialmente para o programa. A ação vai de encontro com o desejo da instituição em fomentar o colecionismo, incentivar a produção artística e apoiar as atividades do Instituto.

Os novos trabalhos de Mônica Ventura refletem a sua pesquisa por símbolos ancestrais. A artista conta que alguns desses símbolos existem em diferentes lugares, com as mesmas características, nos trazendo uma ideia de universalidade visual. Mônica Ventura criou 45 peças (15 de cada símbolo) feitas de taipa e latão em três cores – azul, marrom e preto –, e três símbolos diferentes: Profusão, Atalaia e Enlace. Valores: 1 múltiplo = R$7.500,00. 3 múltiplos = R$19.125,00 (desconto de 15%).

Mônica Ventura com a obra “A Noite Suspensa Ou O Que Posso Aprender Com O Silêncio” – Galeria Praça, Inhotim. Foto: Ícaro Moreno.

No Inhotim, a artista inaugurou em maio deste ano a obra comissionada “A noite suspensa ou o que posso aprender com o silêncio” (2023), no vão da Galeria Praça, um dos espaços mais visitados no museu. Neste trabalho, Mônica Ventura faz alusão a diferentes práticas religiosas de matrizes ancestrais, e o público é convidado a desvendar as camadas da instalação. Compõem a obra, ainda, telas em grande escala feitas de taipa, também com símbolos da ancestralidade.

Talk Despertar Para o Anoitecer: junturas e presenças

Ainda na programação da SP-Arte Rotas Brasileiras está previsto um talk com Mônica Ventura e Lucas Menezes, curador assistente do Inhotim. O bate-papo acontece no dia 1º de setembro, sexta-feira, a partir das 16h30, no lounge de Talks e Lançamentos. O tema do encontro visa discutir a experiência do comissionamento da obra de Mônica Ventura “A noite suspensa ou o que posso aprender com o silêncio”, no Inhotim, apresentando elementos do processo de concepção, mas também as etapas de produção e seus desdobramentos, entre eles, a nova série de múltiplos “O Despertar Para o Anoitecer”. Na sua prática artística, Mônica Ventura elegeu como central a questão da presença de corpos dissidentes e racializados em ambientes interditados a eles socialmente. Nesse processo, destacam-se dois exercícios contínuos: um que se dá a partir de uma apurada articulação entre objeto e espaço; outro que envolve o interesse por cosmovisões e cosmogonias, anteriores à violenta experiência colonial, mediante a relação que elas estabelecem com os elementos da natureza, a leitura que promovem dos mundos físico e espiritual, além das materialidades que produzem para evocar, induzir e provocar conexões entre eles.

O Programa Múltiplos Inhotim contribui diretamente para a sustentabilidade da instituição incentivando a produção artística contemporânea, já que os recursos arrecadados são destinados para a programação e manutenção do museu e jardim botânico. Os Múltiplos podem ser adquiridos pelo telefone (31) 97115-2751. Na SP-Arte Rotas Brasileiras, o estande do Instituto Inhotim está localizado próximo ao Restaurante Fome de Quê e do Lounge SP-Arte. A SP-Arte Rotas Brasileiras acontece de 30 agosto a 3 setembro 2023, na ARCA, em São Paulo.

Sobre Mônica Ventura

Mônica Ventura em produção. Foto: Carol Evangelista/Área de Serviço Inhotim.

Mônica Ventura nasceu em 1985 em São Paulo, onde vive e trabalha. Artista visual e designer com Bacharel em Desenho Industrial pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) – São Paulo. Mestranda em Poéticas Visuais (PPGAV) pela ECA-USP – São Paulo. Mônica Ventura atualmente pesquisa filosofias e processos construtivos de arquitetura e artesanato pré-coloniais (Continente Africano – Povos Ameríndios – Filosofia Védica). Suas obras falam sobre o feminino e a racialidade em narrativas que buscam compreender a complexidade psicossocial da mulher afrodescendente inserida em diferentes contextos. Mulher negra, entoa sua memória corporal friccionando-a em sua ancestralidade a partir de histórias de sua vida e pesquisas. Em suas obras há um interesse especial pela cosmologia e cosmogonia afro – ameríndia para além do uso dos seus objetos, símbolos e rituais. Entre as exposições nacionais e internacionais das quais participou, estão as individuais “A noite suspensa e o que posso aprender com o silêncio”, no Inhotim (2023), “O Sorriso de Acotirene”, no Centro Cultural São Paulo (2018), e as coletivas “Estratégias do Feminino”, no Farol Santander (Porto Alegre, 2019), “Histórias Feministas no MASP” (São Paulo, 2019), Repartimiento – Luto Tropical, na Galeria Pasto (Buenos Aires, 2019), “De ontem para Amanhã”, no Centro Cultural São Paulo (2020), “Enciclopédia Negra” (2021), na Pinacoteca do Estado de São Paulo, “Carolina Maria de Jesus: Um Brasil para os brasileiros”, no Instituto Moreira Sales (São Paulo, 2021) e Crônicas Cariocas, no MAR – Museu de Arte do Rio (Rio de Janeiro, 2021).

Informações técnicas das obras e significados dos símbolos pela artista

“Profusão” – da série “O Despertar Para o Anoitecer”

40 x 40 cm

Terra, cimento, areia, pigmento e latão

Os Akan ocupam uma grande parte da África Ocidental, incluindo partes de Gana e da Costa do Marfim. São muitos sub-grupos étnicos, como o Baule e o Asante (Ashanti), e tais grupos usavam a suástica Ashanti como símbolo da moeda, expressando poder, dinheiro, riqueza e integridade.

“Atalaia” – da série “O Despertar Para o Anoitecer”

40 x 40 cm

Terra, cimento, areia, pigmento e latão

Ashtánga Yantra é o símbolo de proteção. Suas origens remontam às culturas mais arcaicas da Índia e do planeta. Curiosamente, o mesmo símbolo é utilizado no Brasil em algumas linhas de Umbanda como símbolo dos guardiões. Usado para trazer proteção onde estão instaladas.

“Enlace” – da série “O Despertar Para o Anoitecer”

40 x 40 cm

Terra, cimento, areia, pigmento e latão

Adinkra constitui um código do conhecimento referente às crenças e à história do povo africano. A escrita de símbolos Adinkra reflete um sistema de valores humanos universais: família, integridade, tolerância, harmonia e determinação, entre outros. Essa imagem em específico traduz a união nas relações.

Serviço:

SP–Arte Rotas Brasileiras 2023

Data: 30 de agosto a 3 de setembro (quarta-feira a domingo)

Localização: ARCA – Av. Manuel Bandeira, 360. Vila Leopoldina, São Paulo, SP

Mapa da feira

Horários abertos ao público geral: 31 de agosto, das 14h às 19h; 1 e 2 de setembro, das 12h às 19h; 3 de setembro, das 11h às 18h

Valor: R$70 (inteira) e R$35 (meia-entrada). Ingressos aqui.

(Fonte: Instituto Inhotim)

“Big Bang Boca”: Maria Nepomuceno faz exposição inédita no Instituto Artium

São Paulo, por Kleber Patricio

Fotos: divulgação.

No domingo, 27 de agosto, foi aberta ao público a exposição “Big Bang Boca”, da artista premiada Maria Nepomuceno, no Instituto Artium de Cultura. Composta por uma única instalação em grande formato desenvolvida especialmente para a arquitetura do Artium, a obra nasce no interior do palacete como uma explosão cósmica e se expande organicamente até o jardim, onde se encontra com a natureza, levando toda a sua fertilidade artística em formas livres, como um grande organismo vivo. A mostra fica em cartaz até o dia 4 de novembro e a entrada é gratuita.

Apresentada pelo Ministério da Cultura, Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura, Economia e Indústria Criativas, e pela Comgás, ‘Big Bang Boca’ é uma realização do Instituto Artium de Cultura e dá seguimento à linha de trabalho da artista dos últimos anos. A instalação é desenvolvida utilizando técnicas de manufatura tradicionais e outras inventadas, além de inserir objetos cotidianos trazendo uma referência ao surrealismo.

“Neste novo projeto tive a oportunidade de explorar um espaço singular, um palacete com uma arquitetura desafiadora por se fazer bastante presente”, detalha Maria Nepomuceno. “A ideia dessa obra conversa com outros trabalhos que desenvolvi durante a pandemia, em que os organismos escapavam pelas janelas. Esta relação com a terra reflete um desejo profundo de aterramento, de reforçar a importância do retorno à natureza e de expandir minhas raízes simbólicas por meio dessa instalação”, completa.

De acordo com o curador Danniel Rangel, as formas dão luz a vários elementos e cores, colocando o espectador como parte de um todo. “Formas vulcânicas pulsam no interior da sala principal, como um organismo vivo, cheio de veias, capilares e artérias – que nos remetem não só ao nosso corpo, mas também ao universo e ao planeta. Ao espectador basta somente identificar-se ou ser absorvido completamente por bocas famintas e tentáculos que serpenteiam pelo espaço”, explica.

Sobre as emoções que deseja transmitir ao público, Maria Nepomuceno afirma que propõe por meio da obra uma pulsação vital, uma energia de regeneração. “A construção em espiral da obra evoca uma ideia de expansão constante, um movimento que tende ao infinito e propõe uma afirmação da energia vital. Acredito que essa seja a principal contribuição que minha arte pode oferecer ao público: uma pulsão de vitalidade, regeneração e, ao mesmo tempo, uma suspensão do tempo. O processo manual e minucioso de costura confere uma dimensão atemporal, um tempo que transcende as medidas convencionais e se mantém dilatado em suspensão”.

Texto curatorial – Big Bang – O Sagrado Feminino

O Big Bang ou Grande Expansão é o nome da teoria cosmológica dominante sobre o desenvolvimento inicial do universo – assim como o trabalho da artista Maria Nepomuceno para o Instituto Artium.

Como uma explosão cósmica que continua a se expandir por toda a arquitetura neoclássica do prédio em Higienópolis, nasce com toda a sua força em seu interior e expande-se organicamente até o jardim, onde se encontra com a natureza, levando toda a sua fertilidade artística em formas livres que dormem tranquilas na serenidade das noites para continuar seu caminho pela manhã.

Formas vulcânicas pulsam no interior da sala principal como um organismo vivo, cheio de veias, capilares e artérias – que nos remetem não só ao nosso corpo, mas também ao universo e ao planeta – confirmando a teoria do Deus Grego Hermes Trismegisto: “O que está embaixo é como o que está em cima e o que está em cima é como o que está embaixo”.

Formas infinitas e feitas em cordas recicladas pela artista dão luz a vários elementos e cores, provando que somos parte de um todo que está completamente interligado por uma força pulsante e que nos faz expandir – assim como o Cosmo – e, ao espectador, basta apenas identificar-se ou ser absorvido completamente por bocas famintas e tentáculos que serpenteiam pelo espaço.

Vulvas, formas fálicas, corpos que se entrelaçam sem limites, livres assim como no ventre da mãe amada, cheio de fertilidade – mas também como um laboratório divino de onde nascem seres que se multiplicam no Universo criado por Maria.

Materiais já utilizados pela artista e que são hoje sua marca registrada, tais como palha, contas, cabaças, cerâmica e madeira, encontram-se de maneira harmoniosa. Formas livres que nos levam a pensar no corpo humano, na gestação e numa natureza abundante como uma colmeia de abelhas em ebulição ou fungos que se proliferam por todos os lugares. Afinal, tudo é movimento. Assim como o Manifesto Canibalista de Francis Picabia – que, no final, questiona todos os nossos valores estabelecidos pela sociedade e que não valem NADA. Uma provocação.

Democrática, colorida e viva como o Carnaval, onde tudo e todos se misturam para festejar a carne, o corpo e a sexualidade pagã, o Big Bang Boca não passa de um reflexo da personalidade da artista que, além de carioca, cresceu neste cosmos tão brasileiro de Macunaíma, alegre, cheio de diversidade e sem medo de não se explicar.

Uma pitada surrealista não poderia faltar: colheres de madeira gigantes misturam todos esses elementos pelas mãos dos Deuses, alimentando e ao mesmo tempo transformando à medida que os dias passam, tudo o que ali está – pois nada no trabalho dessa artista é permanente. (Danniel Rangel)

Sobre a artista

Maria Nepomuceno é uma artista brasileira que vive e trabalha na cidade do Rio de Janeiro. Dedica-se principalmente a instalações e esculturas, algumas delas em território híbrido com a pintura, desenho e colagens, criando organismos em tramas que englobam tecido, contas de colar, corda, palha, argila, cerâmica, madeira, plantas e diversos outros materiais. Por vezes também objetos de uso cotidiano e artesania popular, principalmente oriundos do Brasil. A partir de pesquisas e viagens, Maria incorpora referências de trabalhos coletivos de comunidades indígenas, tecelãs e de Carnaval em suas obras como forma de interlocução com o espaço, com o tempo e com a diversidade cultural. Em sua obra escultórica, são muito comuns a mistura de cores vibrantes e o equilíbrio de volumes como propulsores do anacronismo entretempos, uma espécie de matemática viva onde suas formas incorporam um raciocínio poético e afetivo intenso.

Suas obras integram as coleções do Solomon R. Guggenheim, Nova York, EUA; Guggenheim Abu Dhabi, Museum of Fine Arts, Boston, EUA; Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil; Rubell Family Collection Contemporary Arts Foundation, Miami, EUA; Allen Memorial Art Museum, Ohio, e MASP, São Paulo, entre outras.

Em 2023 participou da exposição “Maria Nepomuceno & Valentina Liernur Condo São Paulo 2023”, n’A Gentil Carioca, em São Paulo. Suas exposições individuais recentes incluem “Dentro e Fora Infinitamente”, SCAD Museum of Art, Georgia, EUA; “Roda das Encantadas”, Sikkema Jenkins & Co, Nova York, EUA; “Cordão Forte”, Lugar Comum, Salvador, Brasil (2022); “Refloresta”, The Portico Library, Manchester, Reino Unido (2021); “Pelo Amor…”, A Gentil Carioca, Rio de Janeiro, Brasil; “Vital”, Sikkema Jenkins & Co, Nova York, EUA (2018); “Afetosynteses”, Stavanger Kunstmuseum, Stavanger, Noruega (2017). Participou também das exposições coletivas “A Trama da Terra que Treme”, A Gentil Carioca, São Paulo, Brasil; “Novos Horizontes – Inside Brazil’s Contemporary Art Scene Vol. 1”, Nichido Contemporary Art, Tokyo, Japão; “Forest: Wake this ground”, Arnolfini Arts, Bristol, Reino Unido; “Threading the Needle”, The Church Sag Harbor, Nova York, EUA (2022); “Bumbum Paticumbum Prugurundum”, A Gentil Carioca, São Paulo, Brasil; “Ichihara Art x Mix 2020+”, Ichihara, Japão (2021); “My Body, My Rules”, Pérez Art Museum, Miami, EUA; “Já estava assim quando eu cheguei”, Ron Mandos, Amsterdam, Holanda; “Collection of Catherine Petitgas” e Museum of Contemporary Art MOCO, Montpellier, França (2020); entre outras.

Sobre o curador

Formado em Jornalismo, Danniel Rangel sempre esteve envolvido com arte, arquitetura e design. Por mais de 12 anos, contribuiu para publicações como Vogue, AD France, AD Mexico, Marie Claire Australia, Elle France, Vogue Italia e L’Uomo Vogue, além de correspondente em tempo integral para Vogue Brasil e Casa Vogue Brasil em Paris, NY e Los Angeles, onde divide seu tempo.

Em 2007, foi convidado pela Auction House Phillips de Pury como consultor na área de design brasileiro e francês e logo passou para a arte contemporânea. Em 2012, abriu sua própria consultoria Wide Angle Advising, focada em contribuir com a aquisição de obras de arte modernas e contemporâneas para coleções particulares, museus e fundações no Brasil e principalmente na Europa e Estados Unidos. Logo depois, surgiram convites de Museus e Galerias de Arte para curadoria de exposições como “Picabia and the Surrealists” (Nova York, nov. 2021 – fev. 2022), Laguna Durante – Andrew Huston (Galeria Beatrice Buratti Andersen Veneza, setembro 2020), Tropicalismo – Oscar Niemeyer, Charlotte Perriand e Zanine Caldas (Galerie Downtown para a Fiac 2018), A Dazzling Beauty — Miles Aldridge (Oca – Bienal De São Paulo, Out – Nov, 2015), Cine Dreams – Stan Vanderbeek (Planetário da Gávea, Arte Rio – 2015), Willy Rizzo no Brasil – Studio Willy Rizzo (Paris, Set – Nov, 2013), Waking Up in News America – Robert Heinecken (MIS São Paulo, Mar – Abr, 2015) e Erwin Blumenfeld Studio 2014 – 2015 (FAAP, São Paulo, Out, 2014 – Jan, 2015), entre outros.

Sobre o Instituto Artium

O Instituto Artium ocupa um palacete centenário na Rua Piauí, no bairro Higienópolis, tombado pelo Compresp (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo) e reconhecido como patrimônio histórico. Construído para ser a residência do primeiro cônsul da Suécia em São Paulo, em 1921, o casarão passou por duas das grandes famílias paulistas de barões do café e foi propriedade do Império do Japão por 67 anos (de 1940 a 2007). A residência foi fechada durante a Segunda Guerra Mundial e, em 1970, como testemunho da história do Brasil de então, o cônsul-geral do Japão foi sequestrado quando chegava ao local.

Degradado desde 1980, o espaço foi assumido pelo Instituto Artium em 2019 e passou por um minucioso trabalho de restauro, revitalizando jardins e recuperando elementos ornamentais e decorativos da arquitetura da época de sua construção. A entidade cultural sem fins lucrativos cumpre atualmente um plano de atividades que reúne projetos nas áreas da preservação de patrimônio imaterial, preservação de patrimônio material, artes visuais e artes cênicas.

Serviço:

Big Bang Boca – Maria Nepomuceno

Local: Instituto Artium de Cultura

Endereço: Rua Piauí, 874 – Higienópolis, São Paulo – SP

Período expositivo: 27 de agosto a 4 de novembro de 2023

Horário de funcionamento: quarta a sexta de 12h às 18h; sábados e domingos: 10h às 18h; segundas e terças: fechado.

Entrada gratuita.

(Fonte: Agência Prioriza)