Iniciativa acontece durante a 23ª Semana Nacional de Museus e convida o público a refletir sobre inclusão e criatividade


São Paulo
Por Wilfredor – Obra do próprio, CC BY-SA 4.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=52159505.
A Pinacoteca de São Paulo celebra a nova proposta de patrocínio do museu: as Mantenedoras. No aniversário de 120 anos da instituição, a Pina amplia a parceria com a B3, que passa a oferecer ingressos gratuitos em todo segundo domingo de cada mês. O Domingo é na Pina começa no dia 9 de fevereiro.
O museu já oferece entrada gratuita todos os sábados e a partir de 2025 passa a contar com um final de semana inteiro de entradas liberadas uma vez ao mês. A expectativa com a ação é que a média de visitantes dobre aos domingos, chegando em cerca de 4.500 pessoas por dia. A parceria entre as instituições teve início em 2022 e segue ativa no compromisso de ampliar o acesso à cultura. Para Jochen Volz, diretor-geral da Pinacoteca, “Ampliar a gratuidade do museu, graças a nossa parceria com a B3, torna a Pinacoteca cada vez mais um museu de todas e todos. É nossa missão promover a educação e a experiência do público com a arte, estimular a criatividade e a construção de conhecimento. Cada segundo domingo do mês, organizamos uma programação chamada de PinaFamilia, com atividades propostas para o público habitar o espaço do museu de forma participativa e, a partir de agora, gratuita”.
No dia 25 de dezembro de 2025 a Pinacoteca de São Paulo celebra 120 anos. Inaugurado em 1905, o museu de arte mais antigo de São Paulo divide uma programação de cerca de 18 exposições anuais, interligadas entre seus três edifícios: Pina Luz, Pina Estação e Pina Contemporânea. A gratuidade B3 aos domingos garante o acesso aos três prédios.
Atualmente, estão em cartaz as mostras:
Pina Luz: Caipiras: das derrubadas à saudade (3º andar) e Dan Lie: deixar ir (Octógono)
Pina Estação: A forma do fim: esculturas no acervo da Pinacoteca (2º andar) e Renata Lucas: domingo no parque (4º andar)
Pina Contemporânea: Era uma vez: visões do céu e da terra (Grande Galeria).
Sobre a Pinacoteca de São Paulo
A Pinacoteca de São Paulo é um museu de artes visuais com ênfase na produção brasileira do século XIX até́ a contemporaneidade e em diálogo com as culturas do mundo. Museu de arte mais antigo da cidade, fundado em 1905 pelo Governo do Estado de São Paulo, vem realizando mostras de sua renomada coleção de arte brasileira e exposições temporárias de artistas nacionais e internacionais em seus três edifícios, a Pina Luz, a Pina Estação e a Pina Contemporânea. A Pinacoteca também elabora e apresenta projetos públicos multidisciplinares, além de abrigar um programa educativo abrangente e inclusivo. A B3 – A Bolsa do Brasil é Mantenedora da Pinacoteca de São Paulo.
Serviço:
Pinacoteca de São Paulo
De quarta a segunda, das 10h às 18h (entrada até 17h)
Gratuitos aos sábados – R$30,00 (inteira) e R$15,00 (meia-entrada), ingresso único com acesso aos três edifícios – válido somente para o dia marcado no ingresso
2º Domingo do mês – gratuidade Mantenedora B3.
(Fonte: Pinacoteca de São Paulo)
Após temporada de sucesso no Rio de Janeiro, chega a São Paulo para curta temporada a peça ‘Casa, Comida e Alma Lavada’. Com estreia anunciada para 8 de março, no palco do Teatro União Cultural, a comédia teatral, com autoria de Américo Nouman Jr. e Ricardo Tibau, destaca no elenco os atores Rodrigo Phavanello (Luis Alberto) e Bianca Rinaldi (Tânia Mara).
“Estar no palco representando é uma realização uma alegria transbordante e quando sinto que o público participa do começo ao fim, rindo, se vendo em cena, refletindo, se envolvendo junto com gente nessa história, a realização e a alegria se tornam missão cumprida. Vou pra casa com a Alma Lavada”, comenta a atriz Bianca Rinaldi.
“Com muito humor e uma boa dose de realidade, Casa, Comida e Alma Lavada nos faz rir e refletir sobre os altos e baixos da vida a dois. Entre trocas de farpas e momentos de cumplicidade, a peça mostra que, no fim das contas, o amor que resiste ao tempo é aquele que aprende a rir de si mesmo”, pontua o ator Rodrigo Phavanello.
A comédia apresenta ao público, com muito humor e irreverência, a história de Tânia Mara e Luís Alberto, onde após 20 anos de casados, resolvem aderir à DR (Discussão da relação), quando vem à tona toda a trajetória do relacionamento desde os apaixonados tempos de namoro até os dias atuais, onde, de ambas as partes, são revelados os detalhes e os segredos mais íntimos da relação e também dos que nela estão envolvidos.
Com direção assinada pelo experiente diretor Rogério Fabiano, a montagem preserva com excelência, a essência do texto, com os atores mantendo interação com o público, que acabam contando suas histórias e ao se identificarem com essa troca de farpas, chegam à conclusão de que na tradicional guerra dos sexos, quando o amor resiste ao tempo lutando contra tudo e contra todos, não existe um vencedor. “Nada mais compensador para um autor do que ver sua obra crescer. O espetáculo Casa, Comida e Alma Lavada é para mim como um filho primogênito que faz os pais vibrarem na primeira palavra, no primeiro passo, no primeiro banho. Casa, Comida e Alma Lavada foi a primeira peça escrita, a primeira montada, a primeira remontada, a primeira a trocar elenco. Agora, nessa nova temporada, está adulta. A sensação é quase a mesma de um pai ao ver seu primogênito se formando na faculdade”, comemora o autor Américo Nouman Jr, que fez a estreia do texto da comédia em setembro de 2003.
Sinopse
Uma comédia teatral que mergulha no relacionamento do casal Tânia Mara e Luís Alberto. A peça oferece uma perspectiva única, alternando entre os pontos de vista feminino e masculino sobre situações cotidianas, enquanto satiriza os defeitos e manias de cada um. Dividida em episódios, a história começa nos tempos de namoro, quando Tânia Mara fala romanticamente ao telefone com sua amiga sobre o seu namorado.
À medida em que avança para o casamento, a empolgação diminui e as conversas revelam uma visão menos entusiasmada sobre o marido. Eventualmente, pequenas peculiaridades como o hábito de Luís Alberto de usar meias pretas para dormir se tornam motivo de desdém por parte de Tânia Mara. O clímax da peça é alcançado quando Tânia Mara e Luís Alberto reconhecem os aspectos positivos de sua jornada juntos, revelando a beleza e a importância de compartilhar a vida com alguém por tanto tempo.
Ficha técnica
Elenco: Luís Alberto: Rodrigo Phavanello / Tania Mara: Bianca Rinaldi
Direção: Rogério Fabiano
Direção de Movimentos: Ciro Barcelos
Cenário e Figurinos: Márcio Araújo
Customização: Débora Munhyz
Designer de luz: Rafael Burgath
Trilha Sonora: Miguel Briamonte
Produção Executiva: Gherardo Franco
Produção: Rama Kriya Produções
Assessoria de Imprensa: Davi Brandão.
Serviço:
Casa, comida e alma lavada
Temporada: apresentações aos sábados, dias 8, 15 e 29 de março
Horário: 21 horas
Teatro União Cultural – Rua Mario Amaral, 209 – Paraíso, São Paulo, SP
Ingressos: R$80,00 (inteira) / R$40,00 (meia) / R$50,00 (antecipado)
Classificação: 14 anos
Duração: 75 minutos
Gênero: Comédia
Acessibilidade: teatro acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida.
(Com Davi Brandão/Duarte Produções)
Programação gratuita traz shows que celebram a diversidade dos ritmos brasileiros. Foto: Divulgação.
A praça do Sesc Pinheiros será palco de uma programação musical especial durante o Carnaval, com apresentações gratuitas que prometem animar foliões de todas as idades. Entre marchinhas, frevo, maracatu e axé, os artistas convidados resgatam e reinventam os ritmos tradicionais da festa.
No sábado e na segunda, dias 1º e 3 de março, a festa começa com Carnaval da Velha Fubica, conduzido por Lili Flor & Paulo Pixu. O show traz a temática Le Petit Peticolá – O Carnaval 2025 é para brincar!, homenageando as infâncias com um repertório que inclui canções populares e brincadeiras tradicionais. Após o almoço, o público poderá dançar ao som do Baile da Samucagem, comandado por Samuel Samuca e sua banda completa. O show resgata a energia dos bailes carnavalescos, com releituras de clássicos do axé dos anos 90, brega, MPB e sucessos da música brasileira.
Já no domingo e na terça, dias 2 e 4 de março, a programação se repete com novas atrações. A Cia da Tribo apresenta Folias do Brasil, um show que celebra a riqueza da cultura popular com ritmos como frevo, maracatu, cavalo-marinho, ciranda e samba entre outros. Com músicas de Ricardo Dutra, a apresentação mistura teatro, dança e bonecos para envolver o público na festa. Mais tarde, às 16h, é a vez de Carnaval dos Quatro Cantos, com Tatá Alves e Rodrigo Régis, que fazem um passeio musical pelos carnavais do Brasil, de São Paulo ao Recife, passando por Salvador e São Luiz do Paraitinga.
Todas as apresentações acontecem na Praça, com entrada gratuita e classificação livre.
Programação:
Carnaval da Velha Fubica – Dias 1 e 3/3, sábado e segunda, às 13h30
Baile da Samucagem – Dias 1 e 3/3, sábado e segunda, às 16h
Folias do Brasil – Dias 2 e 4/3, domingo e terça, às 13h30
Carnaval dos Quatro Cantos – Dias 2 e 4/3, domingo e terça, das 16h às 17h30.
Serviço:
De 1º a 4 de março de 2025
Local: Praça
Livre
Sesc Pinheiros – Rua Paes Leme, 195
Estacionamento com manobrista: Terça a sexta, das 7h às 21h; sábado, domingo e feriado, das 10h às 18h
Mais informações: www.sescsp.org.br.
(Com Gleice Nascimento/Assessoria Sesc Pinheiros)
Diante do crescimento do pensamento fascista ao redor do mundo, a Cia Teatro dos Ventos estava interessada em refletir sobre a popularidade da extrema-direita no Brasil. Assim, nasceu o espetáculo ‘O Sonho Americano’, que faz uma nova temporada no Teatro Studio Heleny Guariba entre os dias 15 de fevereiro e 30 de março, com sessões aos sábados, às 20h, e, aos domingos, às 19h. Não haverá apresentações nos dias 1º e 2/3.
Escrita e dirigida por Luiz Carlos Checchia, a peça antifascista é ambientada no início dos anos 1970, no auge do endurecimento da ditadura militar. Na história, Beatriz, uma jovem de classe média baixa, sonha em ir para os Estados Unidos para escapar de uma vida sem perspectivas. Ela disputa uma vaga em Harvard, mas seus planos podem sofrer um revés com a visita de seu primo Bento, um recém ingresso na luta armada.
Para construir esse texto, o dramaturgo se inspirou na maneira como os estadunidenses constroem as suas narrativas, principalmente quando apostam em um registro mais realista. “Não me restringi ao teatro. Li e reli produções de Eugene O’Neill (1888-1953), Arthur Miller (1915-2005), Tennessee Williams (1911-1983), Tony Kushner (1956-), John Steinbeck (1902-1968), Flannery O’Connor (1925-1964) e Ernest Hemingway (1899-1961). Também assisti a muitos filmes dos anos 40, 50 e 60, especialmente os de Billy Wilder (1906-2002). Alguns me marcaram muito, como ‘Farrapo Humano’ (Wilder, 1945) e ‘Entre Deus e o Pecado’ (Richard Brooks, 1960)”, comenta.
Ao mesmo tempo, a obra flerta com o realismo mágico do escritor argentino Júlio Cortázar (1914-1984). Durante a montagem, acontecem algumas situações absurdas, como se fossem devaneios. A intenção do dramaturgo é usar elementos fantásticos para acentuar as contradições do mundo.
Sobre a encenação
“Podemos dizer que ‘O Sonho Americano’ é dividido em dois momentos. Primeiro, há um clima bastante afetivo entre os integrantes da família (primos e tia). Mas, depois, quando Beatriz descobre que conseguiu a bolsa para sua pós-graduação, tudo se torna sombrio e denso, já que ela fica preocupada que a presença de um subversivo na sua casa possa atrapalhar seus planos”, comenta Checchia.
Em cena estão Camila Costa Melo, Cristina Bordin, Flávio Passos, Gabriel Santana e Ruben Pignatari. “Construímos esse trabalho de maneira que não existem mocinhos e vilões. Os personagens são complexos e cheios de falhas”, completa.
A palavra, mais especificamente a musicalidade da fala dos atores e atrizes, tem um papel fundamental para a narrativa, como se fosse a grande protagonista. Para auxiliar na construção da atmosfera de O Sonho Americano, a Cia Teatro dos Ventos ampliou sua pesquisa sobre o significado das cores. Dessa forma, o elenco veste tons de vermelho, remetendo à violência; verde musgo, que dá uma sensação de agonia; e branco, principalmente no sapato de alguns dos homens, recuperando um visual comum para os anos 70.
O cenário também aposta no branco. Mas o maior destaque fica para uma série de molduras sem fotos. “Queríamos dar a sensação de uma família e um país sem memória”, conta o diretor e dramaturgo.
Em 2024, Luiz Carlos Checchia defendeu o doutorado ‘O discurso do capitão: a emergência do bolsonarismo e sua guerra cultural’. Por conta das suas investigações, a peça estabelece conexões entre o período da ditadura militar e o Brasil de hoje. Para ele, é importante discutir como o pensamento de extrema-direita pode impactar tão profundamente as relações familiares.
Sobre a Cia Teatro dos Ventos
Formada no ano 2000, se constitui como grupo autônomo de pesquisa teatral cujas principais características são a busca pela teatralidade, o compromisso crítico, o olhar sobre as questões históricas por um recorte materialista histórico e, sobretudo, as ininterruptas pesquisas acerca das técnicas e estéticas teatrais.
Sinopse | O Sonho Americano se passa no Brasil dos anos 1970, em plena ditadura militar. Beatriz, jovem de classe média baixa, sonha com uma vaga em Harvard para escapar de sua rotina sem perspectivas. Tudo muda quando seu primo Bento, militante da luta armada, pede abrigo após falhar em uma ação contra o regime. Enquanto memórias e debates sobre o futuro emergem, Beatriz descobre que foi aceita em Harvard. Temendo que Bento comprometa seu sonho, ela enfrenta um dilema entre lealdade e ambição.
Ficha Técnica
Elenco: Camila Costa Melo, Cristina Bordin, Flávio Passos, Gabriel Santana e Ruben Pignatari
Texto e direção: Luiz Carlos Checchia
Realização: Cia Teatro dos Ventos
Luz e som: Iohann Iori
Produção: Lavinia Fernandes
Assistentes de Produção: Aline Castilho, André Pignatari e Lígia Gurgel
Apoio: Padaria Pão do Paulo e Espaço de Danças e Artes do Palco Milena L. Marra.
Serviço:
O Sonho Americano
De 15 de fevereiro a 30 de março, aos sábados, às 20h, e, aos domingos, às 19h. *Não haverá sessões nos dias 1º e 2/3
Local: Teatro Studio Heleny Guariba – Praça Franklin Roosevelt, 184 – República, São Paulo – SP
Capacidade: 60 lugares
Duração: 100 minutos
Ingressos: R$60 (inteira) e R$30 (meia-entrada)
Link de compra de ingressos: www.linklist.bio/CiaTeatrodosVentos ou pelo Sympla
Classificação indicativa: 14 anos.
(Com Daniele Valério/Canal Aberto Assessoria de Imprensa)
Mudanças climáticas intensificam eventos como a seca, que agravam o desgaste do solo e o acúmulo de sedimentos; na foto, erosão na comunidade de Coadi. Foto: Paula dos Santos Silva/Acervo pesquisadores.
Mais de cinco mil ribeirinhos da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, a cerca de 600 quilômetros da capital amazonense, estão em situação de risco devido à erosão e ao acúmulo de sedimentos nos rios. O número representa cerca de metade da população localizada nesta região amazônica que é banhada pelos rios Amazonas e Japurá. É o que indica estudo liderado pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá em colaboração com as universidades de Brasília (UnB), do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) e de Toulouse, na França, publicado na quinta (20) na revista científica Communications Earth & Environment.
A erosão (localmente conhecida como ‘terras caídas’) está relacionada à remoção de sedimentos por desgaste causado pelas variações no nível da água ao longo do ano – na região estudada, a diferença pode chegar a 11 metros. Já o assoreamento se refere à deposição de sedimentos no leito e nas margens do rio, o que pode alterar seu curso, formando praias. Enquanto terras caídas destroem construções e territórios, a criação de obstáculos para acesso da população ao rio em áreas de formação de grandes praias dificulta a locomoção e o acesso a serviços e alimentos. Os impactos são agravados em períodos de diminuição do nível das águas, como durante a seca prolongada que afetou a Amazônia em 2023 e 2024.
A partir de informações de satélite, os pesquisadores consideraram os dados de água na superfície relativos ao período de 1986 a 2021 e combinaram os resultados a informações socioeconômicas da região para mapear o risco de 51 comunidades na região da Amazônia Central. Destas, pelo menos quatro estão sob risco muito alto (comunidades de Santa Domícia, Canariá, Boiador e Acapuri de Baixo) e sete estão sob risco considerado alto (Barroso, Porto Braga, Punã, Ingá, São Raimundo do Panauã, Triunfo e Caburini). Entre os fatores que aumentam a vulnerabilidade das comunidades, estão a maior distância até os serviços disponíveis nos centros urbanos, a ausência de estruturas de organização social e a falta de experiências prévias com desastres do tipo.
Além disso, foi possível mapear, com o uso de satélites, a ocorrência de perigo de terras caídas e formação de praias em 254 comunidades da Reserva Mamirauá. Do total de comunidades analisadas, 18,5% são afetadas por processos de sedimentação, com impactos importantes no transporte fluvial, 26%, pela erosão das margens fluviais, o que gera perdas diretas de áreas nos territórios, enquanto 55,5% estão em uma situação estável. Mais de 80% destas comunidades estão às margens dos rios e apenas 18% vivem em terras altas, mas que também são impactadas pelo desgaste do solo.
Para o pesquisador André Zumak, do Instituto Mamirauá, as condições da região analisada podem impactar na qualidade de vida dos povos tradicionais da região. Além de ficarem isolados devido à baixa do nível dos rios, eles podem sofrer com insegurança alimentar devido aos reflexos das mudanças no solo na produção agropecuária e na pesca, por exemplo.
O pesquisador alerta ainda que, em decorrência das mudanças climáticas, que intensificam eventos como as secas, os estragos podem ser ainda mais graves. “As secas extremas dificultam a mobilidade dessas comunidades que residem ao longo das margens dos rios. A exposição de algumas áreas durante a seca registrada em 2024, por exemplo, proporcionou eventos chamados de terras caídas, com mortes, inclusive. Isto é uma relação direta com as mudanças climáticas, mas são necessários mais estudos para entender melhor esta relação”, diz Zumak.
A pesquisa destaca o trabalho de mapeamento do Serviço Geológico Brasileiro (SGB) na região, mas alerta que ainda é preciso implementar mais estudos e ações preventivas de desastres. Para o pesquisador do Instituto Mamirauá, a investigação pode orientar políticas públicas voltadas para solucionar e mitigar os efeitos destes processos. “As informações geradas com esta investigação, principalmente a metodologia, que pode ser replicada em outras áreas, já podem ser utilizadas pelo SGB e Defesa Civil dos municípios auxiliando na identificação de áreas de risco em comunidades ao longo dos rios na Amazônia”, conclui. Baixe o artigo em PDF
(Fonte: Agência Bori)