Iniciativa acontece durante a 23ª Semana Nacional de Museus e convida o público a refletir sobre inclusão e criatividade


São Paulo
Documentário ‘Sem Vergonha’, sobre a vida de Maria Alcina, está na Mostra Tiradentes. Foto: divulgação/Curta!.
O documentário ‘Sem Vergonha’ será exibido na 28ª Mostra de Cinema de Tiradentes no último dia do evento, sábado, 1º de fevereiro, às 18h, no Cine-Tenda, dentro da mostra Vertentes. Viabilizado pelo canal Curta! por meio do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), o documentário tem direção de Rafael Saar e roteiro de Thiago Brito e tem previsão de estrear no canal no segundo semestre de 2025. O filme chega ao Curta! no segundo semestre deste ano.
Com produção da Dilúvio Filmes, ‘Sem Vergonha’ é protagonizado por Maria Alcina e recria sua carreira a partir de um rico material de arquivo e de musicais que a situam como a maior herdeira atual dos teatros de revista e das chanchadas brasileiras. A partir de núcleos dramáticos que representam a espontaneidade de Maria Alcina, o documentário mostra como ela, perseguida durante a ditadura, travou uma batalha para se manter como artista. Tachada por contemporâneos como ‘só mais uma Carmen Miranda’, ela se aproximou do que há de mais popular em nossa música, cantando a letra de duplo sentido ‘calor da bacurinha’ e atuando como jurada de programas de calouros.
O filme conta com a presença especial de Antonio Adolfo, Edy Star, Ney Matogrosso, Rovilson Pascoal e os dzi croquettes Bayard Tonelli e Ciro Barcelos. No elenco, além da própria Alcina, que interpreta a si mesma, estão a atriz Ewä, que faz a protagonista jovem, e Ayo Faria, João Vitor Linhares, Leticia Guimarães, Marcelle Morgan, Marco Chavarri, Renata Bronze e Sidnei Oliveira, que se alternam nos personagens que compõem esta trajetória.
‘Sem Vergonha’
Sinopse: Masculina, feminina, livre, alegre, popular, um prato bem brasileiro. Filha da chanchada, Carmen Miranda reencarnada. Processada pela ditadura, grita, vocifera: “Que calor na bacurinha!”. Eles perguntam: “Por que você canta desse jeito?”. O que guarda Maria Alcina por trás de seu sorriso? Um enigma, confete e serpentina: a cantora sem vergonha.
Diretor: Rafael Saar
Duração: 79 min.
Grupo Curta!
O canal Curta!, linear, está presente nas residências de mais de 5 milhões de assinantes de TV paga e pode ser visto nos canais 556 da Claro TV, 75 da Oi TV e 664 da Vivo Fibra, além de em operadoras associadas à NEO.
O CurtaOn, clube de documentários do Curta!, disponível no Prime Video Channels, na Claro tv+ e no site da plataforma, conta com centenas de filmes e episódios de séries documentais organizadas por temas de interesse sobre cultura e humanidades. Há também pastas especiais com novidades – que estreiam a cada mês –, conteúdos originais, inéditos e exclusivos, biografias, além de uma degustação para quem ainda não é assinante do serviço. A assinatura tem o valor de R$14,90/mês.
O BrasilianaTV é o novo streaming do Curta!. Distribuído gratuitamente para todos os assinantes da Claro tv+ inicialmente sem custo adicional. O serviço oferece uma ampla gama de séries e filmes brasileiros, abrangendo tanto as ficções quanto os documentários, desde os clássicos do nosso cinema até produções mais recentes.
O Porta Curtas, primeiro e maior site de catalogação e exibição de curtas-metragens do Brasil, tem em seu acervo desde clássicos do cinema nacional a obras recentes que se destacaram em festivais. Para ter acesso ao catálogo, basta assinar o plano por meio do site oficial Porta Curtas no valor de R$6,90/mês. Assinantes Claro TV+ têm acesso gratuito a todo o acervo.
O CurtaEducação, plataforma de streaming que une educação e entretenimento para promover ciência e cultura por meio do audiovisual. No site, as obras são classificadas por disciplinas e etapas de ensino e são acompanhadas por ferramentas pedagógicas e materiais didáticos complementares.
As atividades do Grupo Curta! também promovem a geração de royalties para produtores audiovisuais independentes, com a exploração de seus direitos audiovisuais nas diferentes janelas de streaming. Os catálogos CurtaOn, PortaCurtas e BrasilianaTV irão repassar anualmente, somados, perto de R$1,5 milhão de reais em royalties aos produtores dos conteúdos difundidos.
(Com João Gabriel Penalva/Agência Febre)
Ícone da Bossa Nova, Marcos Valle sobe no palco do Blue Note Rio com um repertório marcado por clássicos inesquecíveis da sua carreira nos dias 1 e 8 de fevereiro em dois horários, 20h e 22h30. O músico é compositor, arranjador, instrumentista e intérprete, autor de mais de 1.200 músicas, gravadas por nomes como Sarah Vaughan, Dizzy Gillespie, Elis Regina, Edu Lobo, Tim Maia e Roberto Carlos, entre outros. São mais de 60 anos de carreira e 81 anos de idade. ‘Túnel Acústico’ é o mais recente álbum do artista, o 23º álbum de estúdio do cantor. Lançado em 2024 com músicas inéditas, o projeto reúne bossa nova, funk americano, samba e soul.
Nascido no Rio de Janeiro, ele estudou piano clássico dos 5 aos 16 anos, sendo exposto a uma variedade de influências musicais durante toda a carreira. O artista utiliza em seus trabalhos uma abordagem eclética passando da bossa nova pelo pop. É considerado um dos maiores cantores e compositores brasileiros. Valle já colaborou com grandes nomes da música brasileira a exemplo de Tom Jobim, João Donato, Sérgio Mendes, Dori Caymmi e Milton Nascimento, entre outros músicos.
O Blue Note recebe ainda essa semana o trio Jazzin’Gruv com participação especial de Caio Ferreira no Terças de Jazz. O show vai apresentar uma mistura de Jazz e Funk com releituras surpreendentes de canções que vão de João Donato a Miles Davis, Michael Jackson a Gonzagão. O Trio Jazzin’Gruv é composto por Juliano Moreira (guitarra e voz), Marcelo Vig (bateria) e Affonso Velasquez (baixo). Já no Quartas de Bossa, Marcela Mangabeira cantará seu trabalho mundialmente conhecido de Bossa Lounge Music, projeto em que interpreta canções famosas do pop mundial em Bossa Nova, assim como outras músicas de compositores brasileiros que compõem esse universo elegante e sofisticado da nossa música. Com Ed Sheeran, Michael Jackson e Djavan no repertório, este show envolvente terá a companhia de André Dantas (violão), Tássio Ramos (baixo) e Bruno Gafanhoto (bateria). Na sequência, o guitarrista e compositor Alexandre Elias sobe ao palco do Blue Note às 22h30, com seu show instrumental que mistura Bossa Nova e Samba Jazz com Beats de Jazz Hop e Lofi. No repertório estarão músicas de seu mais recente álbum, ‘Copacabana Sway’ e de seu álbum ‘#Jobim’, além de clássicos da Bossa Nova e do Samba-Jazz. Músicas como ‘O Morro não tem vez’, ‘Corcovado’, Wave’, ‘Saudade fez um samba’, ‘Maria Moita’ (Lyra) e ‘Bananeira’ (Donato) estão no repertório.
A quinta-feira será de dose dupla musical, com Thiago Arancam fazendo o show ‘Uma Viagem Pela Itália’. Apresentado em voz e piano, o repertório carrega toda a expressividade dessa arte em canções clássicas e também nos sucessos contemporâneos através das canções que fazem parte da carreira do tenor brasileiro, sucessos da música italiana que acompanham Arancam desde a chegada no país europeu, ainda adolescente, até subir aos palcos dos principais teatros do mundo.
Sexta-feira, o cantor Marcos Hasselmann apresenta o show ‘De Sinatra a Jobim’, uma celebração à música de qualidade, passando por clássicos de diversos cantores; entre eles, Tom Jobim, Amy Winehouse, Tom Jones e, é claro, Frank Sinatra. Em seguida, às 22h30, a banda Supernova, formada por Fabio Mondego (voz), Dudu Azevedo (bateria), Jorge Ailton (baixo), Juliano Cortuah (guitarra) e João Pompeu (teclado), vai apresentar clássicos de grandes nomes como Marvin Gaye, James Brown, The Beatles, Black Pumas, Alicia Keys e muitos outros. Mesmo conciliando projetos paralelos, o grupo se prepara para apresentar no palco do Blue Note Rio um show muito especial.
Encerrando a semana, o Domingo Cultural vai receber pela primeira vez o Arranco de Varsóvia, formado por Andrea Dutra, Cacala Carvalho e Paulo Malaguti Pauleira. No repertório, grandes sucessos de Beth Carvalho, canções que marcaram a carreira do Arranco, como ‘Badêjo ou Badéjo’, ‘Conselho’ e tantas outras.
28/1
20h: Terças de Jazz | Jazzin’gruv – Part. Especial: Caio Ferreira
29/1
20h: Quartas de Bossa | Marcela Mangabeira – Lounge Bossa
22h30: Alexandre Elias Quarteto – Bossa Jazz Beats
30/1
20h: Thiago Arancam – Uma Viagem Pela Itália
22h30: thiago Arancam – Uma Viagem Pela Itália
31/1
20hs: Marcos Hasselmann – De Sinatra A Jobim
22h30: Supernova
1/2
20h: Marcos Valle
22h30: Marcos Valle
2/2
19h: Domingos Musicais | Arranco de Varsóvia Canta Beth Carvalho.
Blue Note Rio
O Blue Note Rio ocupa um espaço com aproximadamente 700 m², sendo dividido em três ambientes: Calçadão, na área externa, em pleno calçadão de Copacabana, com capacidade para 110 lugares. A casa conta com um exclusivo Piano Bar no primeiro andar, com capacidade para 140 pessoas e apresentações onde os clientes podem jantar, ouvir música ambiente e usufruir dos espaços sem a necessidade de pagar ingresso. Neste mesmo espaço, a casa acaba de lançar o Bossa Nova Brunch, oferecido todo domingo, das 11h às 16h. O brunch mescla o melhor de um bom café da manhã prolongado com itens especiais que estariam numa mesa de almoço, podendo ainda incluir em cena um bom drink ou uma taça de vinho. Para completar o evento, um trio musical comanda três sets do melhor da Bossa Nova, estilo musical emblemático na cidade. Aos sábados, a programação diurna conta com a Feijoada Raiz, com samba e buffet exclusivo onde os clientes podem saborear um delicioso prato típico na área externa, no Calçadão, ainda mais perto do mar de Copacabana.
A franquia chegou ao Brasil por meio do empresário Luiz Calainho. No time de patrocinadores estão as cervejarias Heineken e Blue Moon e o Hotel Fairmont, além do patrocínio master da Porto Bank.
A marca Blue Note
Inaugurado em 1981 em Nova York pelo proprietário e fundador Danny Bensusan, o Blue Note possui filiais no Havaí, Califórnia, Japão (Tóquio), Itália (Milão) e China (Pequim e Xangai). A noite de estreia, em 30 de setembro, contou com o Nat Adderley Quintet. Logo, o lugar se estabeleceu como a principal casa de shows da cidade, já tendo recebido nomes como Ray Charles, Dizzy Gillespie, Sarah Vaughan, Carmen McRae, Lionel Hampton, Oscar Peterson, Chick Corea, Keith Jarrett e muitos outros.
Blue Note Rio
Endereço: Av. Atlântica, 1910 – Rio de Janeiro – RJ
(Com Flavia Motta/Lupa Comunicação)
A temporada lírica de 2025 terá como ponto de partida uma remontagem. Com sucesso de crítica e público, ‘O Guarani’, de Carlos Gomes com libreto de Antonio Scalvini e Carlo D’Ormeville, retorna para o Theatro Municipal de São Paulo nos dias 15, 16, 18, 19, 21, 24 e 25 de fevereiro. A obra tem concepção de Ailton Krenak, direção musical de Roberto Minczuk, direção cênica de Cibele Forjaz (Teatro Oficina Uzyna Uzona e Cia. Livre), codireção artística e cenografia de Denilson Baniwa, codireção artística e figurino de Simone Mina, e dramaturgismo de Ligiana Costa. Participação da Orquestra Sinfônica Municipal, do Coro Lírico Municipal e da Orquestra e Coro Guarani do Jaraguá Kyre’y Kuery.
No elenco de solistas, nos dias 15, 18, 21 e 25 estão confirmados Enrique Bravo como Peri, Laura Pisani como Ceci, e Bongani Justice Kubheka como Gonzales. Já nos dias 16, 19 e 24 teremos Marcello Vannucci como Peri, Maria Carla Pino Cury como Ceci e David Marcondes como Gonzales. E em todas as datas Lício Bruno será o Cacique e David Popygua será Peri Eté (ator), e Zahy Tentehar como Onça Pajé, nos dias 15, 16, 18, 19, e Araju Ara Poti como Onça Pajé, nos dias 21, 24, 25.
O Guarani é uma ópera em quatro atos de Carlos Gomes, tem seu libreto assinado por Antonio Scalvini e Carlo D’Ormeville. Costuma ser reconhecida pelos brasileiros através da abertura de A Voz do Brasil, desde que o programa estreou na rádio em 1935. A obra foi inspirada no romance de José de Alencar, um dos marcos do primeiro momento do romantismo brasileiro.
Em seu enredo, a jovem Cecília de 16 anos, filha de um nobre português, se apaixona por Peri, um jovem indígena de 18 anos. O amor os une e desafia questões culturais. Também estão presentes no enredo a história da disputa entre os povos das tribos Aimoré e Guarani e o interesse econômico da Espanha na colônia portuguesa, representado pela figura de Gonzales.
A montagem, explica a superintendente geral do Complexo Theatro Municipal de São Paulo, Andrea Caruso Saturnino, deixou sua marca na cultura brasileira e agora terá oportunidade de ser vista por mais pessoas. “Em 2023 assumimos o desafio de reunir um coletivo multicultural, incluindo pessoas com experiência fora do ambiente da ópera, que se prontificaram a mobilizar imagens, sons e textos no propósito de revelar outras possibilidades do libreto inspirado em José de Alencar”, relembra. “Essa ópera teve uma temporada muito bem sucedida, tanto de crítica, quanto de público, levantou um debate acerca do que pode ser a criação no Brasil e deixou sua marca cultural. Após ser reconhecida internacionalmente pelo prêmio da Ópera XXI, ela retorna ao Municipal de São Paulo mais potente”.
Nesse sentido, a encenação está longe de seguir apenas o aspecto romântico intrínseco à narrativa, mas respeita e incorpora a força simbólica e icônica dessa primeira grande ópera brasileira, assim como novas elaborações em relação a montagem de 2023, como explica a diretora Cibele Forjaz. “A nova montagem representa uma continuidade do estudo. O encontro da grande ópera de Carlos Gomes com a ocupação dos guaranis. A mudança do papel de Jahy Tentehar, que será a Onça Pajé, uma espécie de força própria da natureza. As características das personagens estarão mais impressas na encenação e será uma história mais bem contada. Vai ser mais bonita e profunda”, explica.
Já para o maestro Roberto Minczuk, esta é uma obra que tem um brilho único, tanto para as vozes protagonistas de Cecília e Peri, quanto para todos os demais personagens da ópera. “Traz partes virtuosísticas, empolgantes e sublimes para o Coro e também para a Orquestra. É uma ópera de um poder único e de uma vivacidade que promete impressionar o público que a assiste”.
Essa produção de O Guarani considera que as questões de identidade presentes no original se articulam sem deixar de fazer reverência à importância histórica da obra de Carlos Gomes e a de José de Alencar. “Estamos fazendo uma remontagem de O Guarani preservando Carlos Gomes e atendendo também ao apelo de Mário de Andrade a que salvemos Peri, revelando possibilidades do libreto à luz de outras leituras da antropologia e das artes onde os indígenas despontam nesse século XXI, com disposição a tomar a palavra, sem licença ou sem temor da crase — que, como já foi dito, não foi feita para humilhar ninguém”, explica Ailton Krenak, responsável pela concepção da montagem.
Do ponto de vista da cenografia, as obras de Denilson Baniwa interagem com a arquitetura do Theatro e compõem o conceito no qual se desenrola a ação. Na terra explorada, mundo-mercadoria e mundo-natureza se contrapõem visualmente, relacionando ouro e corpo, sangue e petróleo, e evidenciando uma exploração agressiva, irreversível e que segue em curso até os dias atuais. “É uma obra de mais de cem anos e é a primeira vez que tem pessoas indígenas a reelaborando e pensando a partir de uma perspectiva atual. Enquanto o Ailton Krenak elabora o discurso e a função da ópera para a cultura e sociedade brasileira, estou feliz de estar junto, elaborando a imagem. Significa pensar a ópera e o livro como parte da formação da imagem que as pessoas têm da população indígena”, finaliza Baniwa.
Jaraguá e a luta por demarcação
A Terra Indígena Jaraguá, localizada na parte noroeste da cidade de São Paulo, é uma das terras indígenas Guarani Mbya da capital paulista, juntamente com a Terra Indígena Tenondé Porã e a Terra Indígena Krukutu, ambas localizadas em Parelheiros, na região sul. Há ainda outras aldeias e terras Guarani espalhadas pelo Estado de São Paulo.
Localizada perto do Pico do Jaraguá, a terra indígena era antes da ampliação a menor do Brasil, com 1,7 hectares. Lá residem aproximadamente 125 famílias, num total de 586 indígenas, que vivem em seis aldeias: Tekoa Ytu, Tekoa Pyau, Tekoa Itakupé, Tekoa Itaverá, Tekoa Itaendy e Tekoa Yvy Porã.
Atualmente, a ampliação da Terra Indígena para 532 hectares já foi declarada, mas ainda aguarda a homologação da Presidência da República. “Bom, a situação da demarcação avançou. Em 2024, tivemos um marco importante: a assinatura da portaria declaratória, que representa um grande passo nesse processo. É algo que esperávamos há muito tempo, pois a luta pela demarcação do Jaraguá começou há décadas. Meus avós, assim como muitos outros que participaram dessa luta, já não estão mais aqui”, explica David Vera Popygua Ju, ator que interpreta Peri Eté na ópera.
Sobre o retorno ao papel de Peri, o ator diz que foi uma experiência surpreendente e desafiadora. “Somos parte fundamental da história deste lugar. O povo Guarani merece ser homenageado, respeitado e reconhecido, tanto aqui quanto internacionalmente. Por isso, participar desse projeto foi uma oportunidade de dar visibilidade à nossa luta e à nossa cultura”, finaliza.
Uma montagem que recebeu prêmio inédito para o Brasil
A ópera O Guarani, produzida pelo Theatro Municipal em maio de 2023, foi a vencedora do prestigioso prêmio da associação Ópera XXI na categoria ‘melhor produção de ópera latinoamericana’. A premiação é organizada pela associação representativa do setor lírico espanhol, composta por 25 teatros e festivais de ópera mais importantes da Espanha.
A cerimônia no Teatro de la Zarzuela teve o Sr. Luiz Claudio Themudo, ministro-conselheiro da Embaixada do Brasil na Espanha, como representante da direção do Theatro Municipal de São Paulo no recebimento da honraria. Com júri composto por alguns dos mais importantes críticos de ópera internacionais, a premiação destaca produções e artistas que contribuem para a relevância da ópera no século XXI.
Serviço:
Ópera Il Guarany – O Guarani, de Carlos Gomes
Ópera em 4 atos de Carlos Gomes com libreto de Antonio Scalvini e Carlo D’Ormeville
Theatro Municipal de São Paulo
ORQUESTRA SINFÔNICA MUNICIPAL
CORO LÍRICO MUNICIPAL
ORQUESTRA E CORO GUARANI DO JARAGUÁ KYRE’Y KUERY
15/2/2025 • 17h
16/2/2025 • 17h
18/2/2025 • 20h
19/2/2025 • 20h
21/2/2025 • 20h
24/2/2025 • 20h
25/2/2025 • 20h
Roberto Minczuk, direção musical
Ailton Krenak, concepção geral
Cibele Forjaz, direção cênica
Hernán Sánchez Arteaga, regente do Coro Lírico Municipal
Denilson Baniwa, codireção artística e cenografia
Simone Mina, codireção artística, cenografia e figurino
Aline Santini, design de luz
Vic von Poser, design de vídeo
Luaa Gabanini e Lu Favoreto, coreografias
Gabi Schembeck e Luisa Kwahary, visagismo
Ligiana Costa, dramaturgista
Ana Vanessa, assistente de direção
Todas as datas
David Vera Popygua Ju, Peri Eté (ator)
Zahy Tentehar, Onça Pajé
Araju Ara Poti, Onça Corifeia
dias 15, 18, 21 e 25
Enrique Bravo, Peri
Laura Pisani, Ceci
Bongani Justice Kubheka, Gonzales
dias 16, 19 e 24
Marcello Vannucci, Peri
Maria Carla Pino Cury, Ceci
David Marcondes, Gonzales
Lício Bruno, Cacique / Antropólogo (dias 15, 18, 24 e 25)
Savio Sperandio, Cacique / Antropólogo (dias 16, 19 e 21)
Elenco único (todas as datas)
Andrey Mira, Don Antonio
Guilherme Moreira, Don Alvaro
Carlos Eduardo Santos, Ruy
Orlando Marcos, Pedro
Gustavo Lassen, Alonso
Duração aproximada: 180 minutos (com intervalo)
Classificação indicativa – Não recomendado para menores de 12 anos – Pode conter histórias com agressão física, insinuação de consumo de drogas e insinuação leve de sexo
Ingressos de R$33,00 a R$210,00 (inteira)
As récitas têm Patrocínio do Bradesco nos dias 16 e 19 de fevereiro.
(Com André Santa Rosa/Assessoria de Imprensa do Theatro Municipal)
Resgatando a vida e a obra do maestro Ágide Azzoni, regente, músico, compositor, professor de música e arranjador ítalo-brasileiro, o documentário ‘Ágide Azzoni: Um Imigrante na Cena Cultural de Campinas’ inicia o ano com uma exibição especial no Centro de Ciências, Letras e Artes, em Campinas, no dia 31 de janeiro (sexta-feira) às 20h.
Com entrada gratuita, o evento vai contar com uma apresentação do pianista Chiquinho Costa, que tocará ao piano a valsa ‘Diva’, composta pelo maestro, e com um bate-papo com a pesquisadora e musicista da Banda Lira de Serra Negra, Cláudia Felipe da Silva e a musicóloga e pesquisadora do Museu Carlos Gomes, Mary Ângela Biason, além da produtora Lúcia Bachiega, idealizadora do documentário e bisneta do maestro.
Como regente, músico, compositor e arranjador, Ágide Azzoni participou e fundou várias bandas instrumentais que marcaram o cenário cultural de Campinas e região no início do século XX. Com direção de Marcos Rogatto, o documentário é um curta-metragem que reúne depoimentos de familiares, além de profissionais da música, como a musicista Cláudia Felipe da Silva, da banda Lira de Serra Negra, o maestro Vilmar Sartori e Fernando Helh, regente e coordenador da Banda Sinfônica da Unicamp que resgatou e gravou composições originais do Maestro para o filme.
A produção foi contemplada no Edital de Fomento nº 02/2023 – audiovisual e realizada com patrocínio da Prefeitura Municipal de Campinas, Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, Governo Federal, Ministério da Cultura e Lei Paulo Gustavo.
Sobre Ágide Azzoni
Ágide Azzoni nasceu em 18 de agosto de 1885, em Gonzaga, na província de Mantova, Itália. Chegou ao Brasil em 1891, acompanhando seus pais e irmão, e estabeleceu-se no distrito de Sousas, em Campinas. Atuou como barbeiro e se dedicou ao ensino de música, tornando-se professor de diversos instrumentos. No início do século XX, fundou várias bandas musicais, como a Banda Santa Cecília, em 1916, com seus alunos, e a Banda Carlos Gomes, em 1929.
“Descobri que meu bisavô havia sido maestro ainda criança, quando eu e minhas irmãs achamos sua batuta num armário. Mas foi só há pouco tempo que encontrei partituras com composições de sua autoria, separadas em acervos de duas bandas locais e na Banda Lira de Serra Negra. Contar um pouco da sua história é resgatar também um pouco da história da música em Campinas e no interior paulista”, conta Lúcia, que elaborou o roteiro em parceria com Rogatto, que é jornalista e tem vários documentários no currículo, como ‘Flavio de Carvalho: O Revolucionário Romântico’ (1992) e ‘Sob o céu que nos inspira’ (2024), sobre o primeiro Observatório Municipal do Brasil, que fica em Campinas.
Serviço:
Exibição do documentário Ágide Azzoni – Um Imigrante na Cena Cultural de Campinas
Grátis
Data: 31/1/2025 (6ªf) | Horário: 20h
Local: Centro de Ciências, Letras e Artes
Endereço: Rua Bernardino de Campos, 989, Centro – Campinas/SP
Estacionamento: Rua Regente Feijó, 1256 (R$15).
(Fonte: A2N Comunicação)
No dia 25 de janeiro, o Brasil relembrou os seis anos do rompimento da barragem em Brumadinho (MG), a maior tragédia socioambiental da história do país. O colapso interrompeu 272 vidas, destruiu ecossistemas inteiros e expôs as graves falhas de segurança e manutenção do modelo de mineração brasileiro. Apesar do tempo decorrido, a impunidade e o descaso persistem e as famílias das vítimas seguem lutando por justiça.
Impunidade e descaso
Exemplo emblemático do descaso à Justiça é nenhum envolvido ter sido julgado até o momento. Os responsáveis seguem impunes, enquanto as famílias enfrentam a dor da ausência e o descaso institucional. “Seis anos depois, não há justiça, não há reparação e o Brasil permanece refém de um modelo de mineração insustentável. Minha filha Camila, meu filho Luiz, minha nora Fernanda e meu neto Lorenzo tiveram suas vidas interrompidas por uma tragédia que podia ter sido evitada. Não se pode esquecer que vidas foram ceifadas por não terem valor diante da busca incessante por produtividade e lucro. É a memória deles e das demais vítimas que nos move a lutar cotidianamente para que nenhuma outra mãe passe pelo que eu e tantas outras estamos passando. Quantas vidas ainda precisarão ser cruelmente perdidas para que algo mude? A morte deles não pode ter sido em vão”, afirma Helena Taliberti, mãe de Camila e Luiz e fundadora do Instituto Camila e Luiz Taliberti.
O Instituto vem recolhendo apoio para o manifesto Basta de Impunidade: Justiça por Brumadinho, que já reúne mais de 127 mil assinaturas. O documento, que será apresentado às autoridades, exige celeridade nos processos judiciais e medidas concretas para garantir que tragédias como essa não se repitam.
Atos em memória e por justiça
“Os atos são indispensáveis para honrar a memória das 272 vítimas e fortalecer a luta por justiça. Cada intervenção, depoimento e momento de reflexão reforçam a importância de não deixar essa tragédia ser esquecida e de mobilizar a sociedade para exigir mudanças concretas no setor de mineração no Brasil. Poderia ter acontecido com qualquer um. Meus filhos estavam lá a passeio e morreram”, comenta Helena. Nos dias 25 e 26 de janeiro, o Instituto Camila e Luiz Taliberti promoveu e participou de uma série de eventos em memória das 272 vítimas:
São Paulo (26/1): Na Avenida Paulista, aconteceu um ato público com intervenções artísticas, atividade para as crianças, distribuição de mudas de plantas, depoimentos de familiares e o toque da sirene às 12h28, horário exato do rompimento da barragem, além da coleta de assinaturas para o manifesto Basta de Impunidade: Justiça por Brumadinho. “É uma oportunidade de trazer a pauta para a cidade de São Paulo que, apesar de estar distante de Brumadinho, é o centro de muitas decisões no país”, explica Helena.
Ouro Preto (25/1): O Museu da Inconfidência, que é palco da exposição Paisagens Mineradas – Marcas no Corpo-Território, teve uma programação especial com a exibição do documentário Sociedade de Ferro, de Eduardo Rajabally e da performance Pedaços de chãos se movem com as águas, de Morgana Mafra
Brumadinho (25/1): Na Praça das Joias aconteceu um ato em homenagem às vítimas e foi inaugurado o Memorial de Brumadinho, um espaço dedicado à preservação da memória das vítimas e à reflexão sobre a tragédia.
O legado do Instituto Camila e Luiz Taliberti
Desde sua fundação, em 2019, o Instituto tem desempenhado um papel crucial na luta por justiça, memória e prevenção. Além de promover eventos, o Instituto mantém em seu site um acervo robusto de estudos acadêmicos e reportagens produzidas por veículos de imprensa profissional, que documentam a tragédia e suas repercussões até os dias de hoje.
O Instituto também realiza iniciativas culturais como exposições artísticas e mostras de filmes, que evidenciam os impactos sociais, econômicos e ambientais da mineração no Brasil. “Nossa missão é transformar a dor em ações concretas que preservem a memória das vítimas e evitem novas tragédias”, afirma Helena Taliberti.
Sobre o Instituto Camila e Luiz Taliberti | Fundado em 2019, o Instituto Camila e Luiz Taliberti é uma organização sem fins lucrativos criada em homenagem a Camila e Luiz Taliberti, vítimas do rompimento da barragem em Brumadinho. Com sede em São Paulo, a entidade promove ações de memória, justiça e prevenção de tragédias socioambientais, além de iniciativas culturais e educacionais que buscam conscientizar a sociedade sobre os impactos da mineração no Brasil.
(Com Giovanna Passos/Jangada Consultoria de Comunicação)