Iniciativa acontece durante a 23ª Semana Nacional de Museus e convida o público a refletir sobre inclusão e criatividade


São Paulo
Reverenciada por suas passagens em grandes veículos da imprensa brasileira, a jornalista Barbara Gancia se tornou símbolo da luta contra o alcoolismo com o lançamento de ‘A Saideira’. O testemunho da própria jornada com a doença que mata 12 pessoas por hora no país, segundo dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), ganha agora uma nova edição pela Matrix Editora.
“Pouco mudou desde a primeira edição deste livro”, lamenta a autora na introdução do relançamento. “Somos recordistas mundiais, ou assustadoramente perto disso, em acidentes de trabalho, acidentes de trânsito, DSTs, gravidez indesejada, mortes por motivo fútil e violência doméstica. Tudo isso está intimamente relacionado ao álcool”, alerta ao reforçar que as discussões sobre o tema seguem necessárias.
Nas páginas, Gancia compartilha relatos íntimos e, muitas vezes desconfortáveis de suas experiências como dependente, como ter provado bebida alcoólica pela primeira vez aos três anos de idade, os apagões de memória após as ressacas, as escapadas durante o expediente para encher o copo, as ‘grandes cagadas’ que marcaram suas bebedeiras, o consumo de drogas e os flertes com a morte quando dirigia embriagada. Em depoimentos sinceros e despidos de qualquer romantismo, ela escancara o próprio dilema de quem por muito tempo não se deu conta do problema e não se enxergava no estereótipo de alcoólatra gravado no imaginário popular.
Ao narrar as passagens por clínicas de reabilitação, os encontros de Alcoólicos Anônimos e os esforços para seguir o programa dos 12 Passos, a jornalista ilustra a intensa batalha enfrentada por adictos em recuperação e os efeitos desse processo a todos que estão em sua órbita. Mesmo mostrando que caminho do tratamento não é fácil, a escritora defende o papel do livro para ajudar quem hoje convive com o vício. “Eu o escrevi para transmitir aos alcoólicos, como eu, um despertar espiritual igual ao que tive. Escrevi para mostrar de forma palpável que é possível renovar a alegria diariamente, tendo uma vida plena e cheia de esperança”, afirma.
A versão revista e ampliada da publicação também repercute o sucesso da peça ‘Bárbara’, adaptação da trajetória de Gancia que rendeu a Marisa Orth o prêmio Bibi Ferreira de Melhor Atriz de Teatro. O espetáculo, que deve voltar aos palcos em 2025, contribuiu para conversas sobre o alcoolismo, especialmente entre mulheres, e para ampliar a conscientização sobre os impactos devastadores dessa dependência na vida pessoal, profissional e familiar. A dramatização reafirmou a urgência de tratar o alcoolismo como uma questão de saúde pública, além sensibilizar o público e inspirar aqueles que buscam superar a dependência.
O retorno às prateleiras de A Saideira é pertinente em uma realidade em que os números relacionados ao consumo abusivo de álcool permanecem alarmantes e comprovam que essa problemática está longe de ser superada. Com seu relato honesto e profundo sobre os desafios da recuperação, Barbara Gancia incentiva o suporte coletivo a quem busca um novo começo.
Ficha técnica
Livro: A saideira – Uma dose de esperança depois de anos lutando contra a dependência
Autoria: Barbara Gancia
Editora: Matrix Editora
ISBN: 978-65-5616-528-8
Páginas: 318
Preço: R$55,00
Onde encontrar: Amazon, Matrix Editora.
Sobre a autora | Barbara Gancia nasceu em São Paulo em 10 de outubro de 1957. Jornalista, foi colunista da Folha de S. Paulo por 32 anos (de 1984 a 2016). Trabalhou também nas editoras Três e Abril e no Caderno 2, do jornal O Estado de S. Paulo. Na televisão aberta, atuou como ombudsman do programa de Otávio Mesquita e, de 2002 a 2011, apresentou no canal BandSports o programa Dois na Bola ao lado do mitológico narrador Silvio Luiz. Foi ainda colunista na rádio BandNews FM, de 2008 a 2015. Integrou o elenco do canal GNT, no qual participou como apresentadora do programa Saia Justa, de 2013 a 2016. Hoje em dia, transformou em atividade profissional uma antiga paixão: os relógios. Escreve sobre o assunto para diversas publicações. Ela também segue na sua missão de ajudar as pessoas, dando palestras sobre alcoolismo.
Sobre a Matrix Editora | Apostar em novos talentos, formatos e leitores. Essa é a marca da Matrix Editora, desde a sua fundação em 1999. A Matrix é hoje uma das mais respeitadas editoras do país, com mais de 1.000 títulos publicados e oito novos lançamentos todos os meses. A editora se especializou em livros de não-ficção, como biografias e livros-reportagem, além de obras de negócios, motivacionais e livros infantis. Os títulos editados pela Matrix são distribuídos para livrarias de todo o Brasil e também são comercializados no site www.matrixeditora.com.br.
(Com Lucas Fernandes Koehler/LC Agência de Comunicação)
A Gentil Carioca SP apresenta a mostra ‘Quem Viver Vivará!’, que celebra os 20 anos do coletivo Opavivará!, a partir do dia 15 de fevereiro de 2025 (sábado), 14h às 19h, na Travessa Dona Paula, em Higienópolis. Depois de uma pausa por conta da pandemia, momento em que eles resolveram não realizar nada online, voltaram com novas ideias e resgatando o espírito da coletividade. O texto crítico é da curadora Pollyana Quintella.
Uma parte será um pequeno panorama da obra, com trabalhos que nunca foram mostrados no Brasil ou em São Paulo. Além de alguns objetos e instalações novas. E todos os trabalhos, como é característica do coletivo, são relacionais e precisam da participação ativa do público que, no momento de interação com a obra, constroem uma horizontalidade autoral.
“Em um mundo fraturado, fragmentado e hiper individualizado pelas relações virtuais, sempre criamos trabalhos que convocam ao estar junto, compartilhar desejos, aproximar os corpos e horizontalizar relações”, afirma o coletivo, que acredita no ‘momento público’, que são ativados pela experiência pública (usado/habitado como tal), até por que o público não é dado, instituído e sim, gerado na convivência da coletividade e aberta.
Coletividade pulsante
Esse processo de individualização já vinha acelerado, mas com os anos de pandemia e a migração de trabalhos e estudos para o ambiente virtual, o mundo vai criando pequenas caixas e câmaras de eco, nas quais os indivíduos perdem a noção da coletividade. Isso nos enfraquece enquanto grupos sociais que precisam lutar, diante de Estados opressores e diante da política esmagadora do capital, contra essa engrenagem que esmigalha sonhos e corpos. Opavivará! tem como motor uma pulsão de vida que é humana e que se dá por meio do encontro, compartilhamento, decisões e vivências coletivas, tanto no fazer artístico, quanto na experimentação dos trabalhos juntamente com o público. Por isso quando definimos os materiais dos nossos trabalhos sempre incluímos PESSOAS; sem pessoas em ação em conjunto com a obra, essas obras se tornam animais empalhados em um museu e não potências irradiadoras, máquinas desejantes, que é o que almejamos.
Sobre o grupo
Opavivará! é um coletivo de arte do Rio de Janeiro que desenvolve ações em locais públicos e instituições culturais, propondo deslocamentos e inversões dos modos de uso e ocupação da cidade, através da criação de dispositivos relacionais que geram experiências de cooperação, situações coletivas e momentos públicos.
O coletivo já participou de exposições no Sesc Consolação, Sesc Quitandinha, MAM SP, Paço Imperial, Centro Municipal de Artes Hélio Oiticica, Festival Novas Frequências, MAC – Museu de Arte Contemporânea de Niterói, Magazzino Gallery, Museu do Ipiranga, Palazzo Strozzi, Centro Cultural Banco do Brasil- RJ e SP, Fundação Eva Klabin, Dubai Art Fair, TATE Liverpool, Galerie Brigitte Schenk: Espaço Hangar, Fundação Tapies, Guggenheim Latin America, Guggenheim, 32ª Bienal de São Paulo, 12ª Bienal de La Habana, Taipei Biennal, Casa Triângulo, Galeria Vermelho e Centro Cultural Municipal Sérgio Porto. Já expuseram em países como Brasil, Israel, Nova Zelândia, Itália, França, Inglaterra, Emirados Árabes Unidos, Áustria, Portugal, Suiça, Taiwan, Cuba, Espanha, e Estados Unidos.
Já foram indicados aos Prêmios PIPA – Prêmio de Cultura do Estado do Rio de Janeiro, nos anos 2016, 2013 e 2011 e ao Prêmio Marcantonio Vilaça – CNI/ Sesi Senai, em 2016. Tem obras em coleções no Museu Solomon R. Guggenheim, em NYC; Museu de Arte Moderna – MAM-SP; na Fundação PIPA, em São Paulo; Coleção Gilberto Chateaubriand – Novas Aquisições 2004/2006 e 2007/2010, em São Paulo; Coleção Universidade Cândido Mendes, no Rio de Janeiro e na Coleção 32o Salão de Piracicaba de Arte Contemporânea, em São Paulo. http://opavivara.com.br/
Sobre a galeria
A Gentil nasce com a missão de captar e difundir a diversidade da arte no Brasil e no mundo. Acredita que cada obra de arte é uma expressão cultural com o poder de irradiar cultura e educação. Seus espaços tornam-se centros de convergência e difusão das vozes de diferentes artistas e ideias. A iniciativa também promove a expansão do campo de ação da arte, incentivando a formação de uma rede de colecionadores e apreciadores de arte em geral.
A galeria está localizada no Centro Histórico do Rio de Janeiro, especificamente na região do Saara. Fundada no século passado por imigrantes árabes e judeus, essa área abriga o maior mercado aberto da América Latina. No Saara, é possível encontrar todo tipo de bugigangas e especiarias, atraindo artistas e curiosos. A Gentil Carioca está situada em dois sobrados dos anos 1920, unidos por uma encruzilhada.
Em 2021, ao completar 18 anos de existência, A Gentil Carioca inaugurou um novo espaço expositivo na Zona Central de São Paulo. Situado em um charmoso casario no bairro de Higienópolis, o local reflete o desejo de proporcionar aos artistas trocas ativas em uma cidade multicultural e global. https://www.agentilcarioca.com.br
Serviço:
Quem Viver Vivará! do Opavivará!
Texto crítico: Pollyana Quintella
Abertura: 15 de fevereiro de 2025 (sábado), 14h às 17h
Visita: 18 de fevereiro a 8 de março de 2025
Terça a sexta-feira, 10h às 19h; sábado, 11h às 17h
Quanto: gratuito e livre
Local: A Gentil Carioca SP
Travessa Dona Paula, 108, Higienópolis, São Paulo – SP
Telefone: (11) 3231-0054
Site: https://www.agentilcarioca.com.br/
Redes sociais:
Opavivará! @opavivara
Pollyana Quintella @pollyquint
A Gentil Carioca @agentilcarioca.
(Com Erico Marmiroli/Marmiroli Comunicação)
O Duo Atthiê, formado pelas artistas Alegria Patricia e Annemie Wilcke, apresenta a exposição ‘Pensamentos’, com abertura marcada para o dia 11 de fevereiro de 2025 na Galeria Berenice Arvani. Sob a curadoria de Adriana Rede, a mostra propõe um diálogo entre arte, matéria e a abstração do pensamento humano, explorando os processos criativos a partir de uma perspectiva sensorial e interativa.
Com cerca de 60 obras produzidas em cerâmica e outros materiais como ferro, aço e acrílico, as artistas utilizam a maleabilidade da argila para abordar o caráter fluido, desordenado e único dos pensamentos. As peças variam entre criações individuais e agrupamentos, refletindo as interações e sobreposições das ideias que permeiam a mente humana. A construção da narrativa curatorial se baseia nos objetos relacionais. Cada obra leva o visitante a interagir e explorar questões de identidade, como nos vemos, pensamos o mundo.
A exposição também convida o público a interagir diretamente com algumas peças, que respondem ao toque ou apresentam elementos móveis, instigando uma reflexão sobre como as ideias evoluem e se moldam de acordo com os estímulos externos. Essas interações reforçam o caráter imersivo da mostra, transformando o espectador em parte integrante do processo artístico e proporcionando uma experiência única de coautoria.
O conceito do Duo Atthiê reflete sua própria essência colaborativa. O nome escolhido pela dupla, inspirado pelas características associadas ao termo ‘Atthiê’ – curiosidade, persistência e abertura para novas ideias – traduz o compromisso das artistas em transformar suas diferenças em uma unidade criativa que materializa o invisível e o subjetivo.
A prática artística do duo tem raízes na sustentabilidade. A argila, material central da produção, é reciclável, e suas bases utilizam elementos provenientes de fornecedores comprometidos com práticas ambientalmente responsáveis. Esta abordagem reflete um esforço conjunto de explorar a arte não apenas como expressão inventiva, mas também como uma prática socialmente consciente. Em um mercado de arte contemporânea cada vez mais atento às questões ambientais, o trabalho do Duo Atthiê destaca a relevância de integrar sustentabilidade e criatividade, estabelecendo um novo paradigma para os artistas emergentes e consolidados.
A expografia, concebida pela arquiteta Teresa Vicini Lodi, contribui para a experiência imersiva da exposição, convidando os visitantes a estabelecerem uma conexão sensorial com as obras. Os elementos visuais e táteis visam estimular a curiosidade e instigar reflexões sobre os próprios pensamentos do público, oferecendo um espaço para o diálogo entre o espectador e a arte.
Serviço:
Exposição Pensamentos
Artistas: Duo Atthiê – Alegria Patricia e Annemie Wilcke
Curadoria: Adriana Rede
Expografia: Teresa Vicini Lodi
Vernissage: 11 de fevereiro de 2025, terça-feira, às 19h
Período: 12 de fevereiro a 14 de março de 2025
Local: Galeria Berenice Arvani
Endereço: R. Oscar Freire, 540 – Jardim Paulista, São Paulo – SP, 01426-000
Tel.: (11) 3082-1927 / (11) 3088-2843
Datas e horários: segunda a quinta-feira, das 10h às 19h; sexta-feira, das 10h às 18h.
(Com Silvia Balady/Balady Comunicação)
O MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand apresenta, de 7 de fevereiro a 30 de março, a Sala de Vídeo: Janaina Wagner. A mostra marca a estreia do documentário experimental ‘Quando o segundo sol chegar / um cometa nos teus olhos’ (2025), de Janaina Wagner (São Paulo, SP, 1989), que tem como elemento central a BR-230, conhecida como Rodovia Transamazônica.
Projetada para conectar a Amazônia à costa brasileira, a construção da Transamazônica, ocorrida durante o período militar, foi marcada por uma perspectiva extrativista e por tensões com as comunidades da região. A exposição destaca como a rodovia transformou a paisagem e deixou marcas profundas no meio ambiente e no cotidiano das populações locais, afetando tanto a cultura quanto a história do Brasil.
Com curadoria de Leandro Muniz, curador assistente, MASP, a sala de vídeo exibe uma trilogia de vídeos gravados no território amazônico: ‘Curupira e a máquina do destino’ (2021), ‘Quebrante’ (2024) e ‘Quando o segundo sol chegar / um cometa nos teus olhos’ (2025). Na trilogia, a rodovia inacabada dialoga com figuras do folclore brasileiro, criando metáforas críticas sobre a realidade do país. “A obra de Janaína Wagner se apropria de figuras mitológicas ou folclóricas para abordar conflitos reais, como é o caso da Curupira. A personagem carrega simbolismos marcantes, especialmente o detalhe dos pés para trás que andam para a frente, o que, no trabalho de Wagner, sugere as contradições do desenvolvimento predatório”, comenta Muniz.
Os documentários experimentais de Wagner criam ficções para refletir sobre a realidade, entrelaçando história da arte, cinema e literatura. O documentário Iracema – uma transa amazônica (1974), de Jorge Bodanzky e Orlando Senna, foi uma referência central para a artista, que propôs uma continuação do longa-metragem ao contar novas histórias sobre o que acontece nas margens da rodovia BR-230. Como em Curupira e a máquina do destino (2021), filmado no distrito de Realidade (AM), que narra o encontro entre uma curupira e o fantasma encarnado de Iracema, personagem fictícia do filme de 1974.
Em Rurópolis (PA), primeira cidade fundada na BR-230 para servir de base aos trabalhadores que a construíram, transcorre Quebrante (2024). O vídeo acompanha Dona Erismar, a professora aposentada que descobriu as cavernas da região e ficou conhecida como ‘A Mulher das Cavernas’.
Encerrando a trilogia de pesquisa de Janaina sobre a Rodovia Transamazônica, Quando o segundo sol chegar / um cometa nos teus olhos (2025) anuncia a aproximação de um Segundo Sol e a catástrofe causada pela crise climática.
Sala de Vídeo: Janaina Wagner é a primeira exibição de 2025 no MASP, que, ao longo do ano, incluirá mostras audiovisuais de Emilija Škarnulytè, Maya Watanabe, Inuk Silis Høegh, Tania Ximena e Vídeo nas Aldeias. A Sala de Vídeo integra a programação anual do MASP dedicada às Histórias da Ecologia.
Confira a programação da Sala de Vídeo para 2025:
Sala de vídeo: Janaina Wagner
7/2 — 30/3/25
2° subsolo, Edifício Lina Bo Bardi
Curadoria: Leandro Muniz, curador assistente, MASP
A artista Janaina Wagner (São Paulo, SP, 1989) produz vídeos, fotografias, desenhos e instalações que misturam registros históricos e ficções, reflexões críticas e mitologias diversas a respeito de temas como crise climática, paisagem e como as interações humanas formam o espaço. A artista parte de trechos da história do cinema e da literatura para criar outras histórias, agregando complexidade às originais.
Sala de vídeo: Inuk Silis Høegh
11/4 — 1/6/25
2° subsolo, Edifício Lina Bo Bardi
Curadoria: Teo Teotônio, assistente curatorial, MASP
Inuk Silis Høegh (Qaqortoq, Groenlândia, 1972) é um artista e cineasta cujo trabalho elabora questões sobre as mudanças climáticas e os processos coloniais na Groenlândia. Filho de artistas, cresceu imerso em exposições e se inseriu profissionalmente no meio artístico a partir da produção audiovisual e escultórica, principalmente com documentários e instalações de grandes dimensões. Høegh se interessa pela relação entre humanidade e natureza, focando nos processos políticos e culturais do seu país e em como eles afetam os povos originários inuítes e o meio ambiente.
The Green Land [A terra verde] (2021) apresenta registros das intervenções visuais realizadas pelo artista na paisagem de sua terra natal, que enfrenta grandes mudanças devido ao aumento da temperatura média global. Com um ritmo lento e meditativo, o vídeo tematiza os quatro elementos naturais, todos representados por diferentes materialidades da cor verde. Água, fogo, terra e ar aparecem em momentos distintos, ora invadindo as monumentais montanhas e geleiras, ora integrando-se ao cenário. A cor, que dá nome ao país em inglês, é usada no trabalho como uma potência de transformação, seja pela recuperação da fauna e da flora, seja por sua degradação.
Sala de vídeo: Vídeo nas Aldeias
13/6 — 10/8/25
2° subsolo, Edifício Lina Bo Bardi
Curadoria: Isabela Ferreira Loures, assistente curatorial, MASP
O Vídeo nas Aldeias é um projeto audiovisual criado em 1986 com o propósito de fortalecer o cinema indígena brasileiro. Idealizado por Vincent Carelli (Paris, França, 1953), o Vídeo nas Aldeias se dedicou, inicialmente, a registrar a cultura de diferentes povos indígenas brasileiros, apresentando as filmagens para as próprias comunidades. A partir de 1997, o projeto expandiu suas atividades para incluir oficinas audiovisuais realizadas junto a esses povos e passou a distribuir equipamentos de filmagem para que os participantes tivessem autonomia na representação de sua própria cultura. Desde então, a formação de cineastas indígenas e o suporte técnico para a produção de filmes se tornaram pilares fundamentais da atuação do projeto.
Os filmes produzidos formam um acervo plural que reflete a diversidade dos povos indígenas brasileiros. A sala de vídeo dedicada ao Vídeo nas Aldeias pretende destacar filmes produzidos pelo projeto em parceria com comunidades indígenas, os quais abordam formas distintas de lidar com a terra e com o meio ambiente, retratando aspectos de suas culturas e cosmologias, além da urgente luta pela demarcação territorial.
Sala de vídeo: Tania Ximena
22/8 — 28/9/25
2° subsolo, Edifício Lina Bo Bardi
Curadoria: Matheus de Andrade, assistente curatorial, MASP
A primeira exposição individual de Tania Ximena (Hidalgo, México, 1985) no Brasil, apresentada na sala de vídeo, investiga as complexas relações entre humanidade, natureza e ciclos de transformação do planeta. A artista constrói narrativas que atravessam tempos geológicos e históricos, conectando formas de vida animadas e inanimadas, naturais e espirituais, manifestas em minerais, vegetais, animais, céu, terra e água. Por meio de imagens que combinam registros documentais, intervenções espaciais e fabulações poéticas, Ximena reflete sobre os impactos da ação humana no meio ambiente, apresentando a paisagem como protagonista de processos decisivos. Em sua obra, a paisagem não é apenas território ou recurso a ser explorado, mas um agente ativo que possibilita a existência humana.
Seu trabalho aborda desde rituais ancestrais que atraem chuva em regiões áridas e saberes tradicionais capazes de revelar cursos hídricos subterrâneos, até o derretimento de geleiras causado pelas mudanças climáticas. A artista navega por paisagens como vulcões, geleiras, rios e desertos, revelando a resiliência inerente à natureza e seus contínuos ciclos de transformação. Onde antes havia gelo, surge outro ecossistema. O que está em jogo não é a existência da Terra, mas a sobrevivência da humanidade nela. A obra de Ximena convida à reflexão sobre a interseção entre narrativas locais e formas não predatórias de existência.
Sala de vídeo: Emilija Škarnulytè
10/10 — 23/11/25
2° subsolo, Edifício Lina Bo Bardi
Curadoria: Daniela Rodrigues, supervisora, MASP
Emilija Škarnulytė (Vilnius, Lituânia, 1987) é artista e cineasta, trabalha na interseção entre o documental e o imaginário, entre o factual e o fantasioso. Através de narrativas poéticas e imagens impactantes – capturadas, modeladas em 3D ou reinterpretadas, e apresentadas de maneira imersiva –, Škarnulytė reflete sobre dilemas urgentes de nosso tempo. A sala de vídeo recebe a primeira exposição da artista no Brasil e na América do Sul.
Seus filmes exploram diversas paisagens, como o encontro de rios, cidades, servidores de dados submersos, zonas com níveis baixíssimos de oxigênio e oceanos profundos. Seu olhar investigativo sobre as cicatrizes deixadas pela humanidade no planeta nos coloca em contato com tempos geológicos, de milhares de anos de formação da Terra, até futuros distópicos, nos quais a ficção científica toma lugar. Seres que habitam suas imagens, como a sereia que a própria artista performa em alguns filmes, nadam por águas pré-históricas ou pós-humanas, refletindo sobre a fragilidade ecológica ao longo do tempo e sobre as relações entre o natural e o humano.
Sala de vídeo: Maya Watanabe
5.12 — 25.1.26
2° subsolo, Edifício Lina Bo Bardi
Curadoria: Glaucea Helena de Britto, curadora assistente, MASP
A artista e pesquisadora Maya Watanabe (Lima, Peru, 1983) atua com performance, vídeo e instalações de vídeo multicanal que exploram os limites da representação, especialmente em contextos de violência política. Por meio de uma abordagem que investiga os possíveis espaços de interseção entre memória pessoal e memória histórica, a artista torna tangível a tensão e a violência que caracterizam os conflitos internos de seu país natal, o Peru, assim como de outras realidades ao redor do mundo. A artista evidencia como esses cenários impactam os modos de vida na contemporaneidade e produzem lacunas nas paisagens emocionais das pessoas atingidas.
Serviço:
SALA DE VÍDEO: JANAINA WAGNER
Curadoria: Leandro Muniz, curador assistente, MASP
2º subsolo, Edifício Lina Bo Bardi
Visitação: 7/2/2025 a 30/3/2025
MASP — Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand
Avenida Paulista, 1578 – Bela Vista, São Paulo, SP
Telefone: (11) 3149-5959
Horários: terças grátis, das 10h às 20h (entrada até as 19h); quarta a quinta das 10h às 18h (entrada até as 17h); sexta das 10h às 21h (entrada gratuita das 18h às 20h30); sábado e domingo, das 10h às 18h (entrada até às 17h); fechado às segundas.
Agendamento on-line obrigatório pelo link masp.org.br/ingressos
Ingressos: R$75 (entrada); R$37 (meia-entrada).
Site oficial | Facebook | Instagram.
(Fonte: Assessoria de Imprensa MASP)
A Cia. Apocalíptica, de São José do Preto – uma das mais antigas e atuantes companhias do interior do estado – chega a São Paulo nos dias 8 e 15/2 com o clássico ‘A Cigarra e a Formiga’, um espetáculo de dança contemporânea para o público infantil, inspirado na fábula de Esopo. Dirigido e coreografado por Miriam Druwe (APCA de melhor bailarina), a montagem, premiada pelo Prêmio Nelson Seixas 2018, reinterpreta três versões da história: a de La Fontaine, que reflete sobre a sociedade capitalista; a de Monteiro Lobato, que sugere a ausência de consequências para os atos; e a de Millôr Fernandes, que critica o individualismo contemporâneo. As sessões acontecem na área de convivência do Sesc Santana, sempre ao meio-dia.
A proposta coreográfica, sem palavras, utiliza um cenário labiríntico e uma iluminação expressionista para criar um ambiente lúdico. A trilha sonora original de Divan Gatamortta combina instrumentos tradicionais e melodias harmoniosas, projetando um universo sonoro que complementa a narrativa corporal do espetáculo.
Cia. Apocalíptica
Tendo iniciado seus trabalhos em 2013, a Cia. Apocalíptica é um coletivo de Artes Cênicas que mantém sua sede em São José do Rio Preto, no noroeste paulista. A Cia. Conta com um elenco multissegmentado e engloba cerca de 15 profissionais que se dividem num repertório atuante de 15 projetos, contemplando atividades formativas, festivais, espetáculos de teatro, dança, musicais, contações de histórias, circo, entre outros. Tendo predileção pelo público infanto-juvenil, o coletivo desenvolve projetos específicos para essa faixa etária.
Ficha técnica
Direção e Coreografias: Miriam Druwe
Assistência de Direção e Dramaturgia: Lawrence Garcia
Direção Musical: Divan Gattamorta
Iluminação: Lawrence Garcia
Figurinos: Isaac Ruy
Cenário: David Balt e Cia. Apocalípitca
Maquiagens: Carolina Campos
Operador de Som: Xico Mendes
Direção de Produção: Fernanda Missiaggia
Elenco: Carolina Campos (como Formiga), David Balt (como Cigarra) e Maria Eduarda Tagliaferro (como Barata)
Produção: Leelas Produções Artísticas
Produção executiva: Laila Guedes
Duração: 40 minutos.
Serviço:
A Cigarra e a Formiga com Cia. Apocalíptica
Sesc Santana
Área de Convivência
Av. Luiz Dumont Villares, 579 – Santana, São Paulo – SP
Dias 8 e 15/2/2025 | 12h (meio-dia)
Classificação etária: Livre
Entrada gratuita
Informações: https://www.sescsp.org.br/programacao/a-cigarra-e-a-formiga-2/.
(Com Marina Franco)