Iniciativa acontece durante a 23ª Semana Nacional de Museus e convida o público a refletir sobre inclusão e criatividade


São Paulo
Neste domingo (18/12), a TV Cultura exibe o documentário inédito produzido em parceria com a Amazon Ioo Rainforest Journalism Fund e o Pulitzer Center “Ka’apor – Povo da Floresta”. Com roteiro de Laís Duarte, jornalista premiada e especialista em meio ambiente, a produção vai ao ar às 16h30.
O documentário “Ka’apor – Povo da Floresta” revela como este grupo étnico desenvolveu uma forma especial de assegurar a sua própria sobrevivência no estado do Maranhão, no meio da Floresta Amazônica. A região, que nos últimos 30 anos perdeu 76% de sua mata nativa – cinco vezes mais do que a média nacional – e 85% das áreas preservadas, deve a preservação do que ainda restou desta mata à presença dos povos nativos.
A reportagem inédita mostra ainda os danos especialmente no Alto Turiaçu, lar de pelo menos dois mil indígenas da etnia Ka’apor que aprenderam o português como segunda língua. Para proteger suas terras, os Ka’apor desenvolveram uma estratégia pacífica e eficaz de vigilância. Em vez de fixarem as aldeias num único local, se dividiram em pequenos vilarejos, levando suas famílias para os limites do território e colocando os seus próprios corpos como escudos da floresta.
A produção do jornalismo da TV Cultura ainda destaca a arte centenária da plumaria: a produção de cocares, colares, braçadeiras e outros ornamentos, a partir de folhas de palmeira, algodão e penas de aves, um tesouro cultural que os Ka’apor, presentes na região desde antes do descobrimento do Brasil, utilizam em suas festas e rituais.
Locação: Zé Doca – Maranhão
Produção, reportagem e roteiro: Laís Duarte
Imagens: Adriano Tavares e Erinaldo Clemente
Edição: Jorge Valente
Produção: Ricardo Ferreira
Pós-produção: Leandro Silva
Direção do núcleo: Simão Scholz
Data de exibição: 18/12/22
Horário: 16h30
Duração: 30 minutos
Chefia de redação: Marília Assef
Direção de Jornalismo: Leão Serva.
(Fonte: TV Cultura)
Histórias do Bosque é um projeto artístico e uma intervenção turística, com resgate da memória do território. Foto: divulgação.
O Ponto de Cultura Quintal Garatuja irá promover nos dias 16 e 17 de dezembro, às 10h e às 16h, encontros para compartilhar histórias e causos sobre o Bosque dos Guarantãs. Localizado na região do Jardim Nova Europa, em Campinas, o bosque abriga mata nativa com fauna e flora em uma área de preservação ambiental.
A história do “bosquinho”, como é conhecido pelas pessoas da região, se confunde com a história do bairro, pois contam que foi uma área destinada ao lazer e à preservação desde os anos 1950, época do loteamento da região. O evento é gratuito.
Histórias registradas em meios oficiais e memórias da cultura oral serão convocadas em um tour por pontos importantes do bosque. A equipe do Garatuja vem coletando essas memórias desde o início do ano, que serão registradas definitivamente no espaço do Bosque dos Guarantãs, com a instalação de placas contendo informações importantes sobre o local.
“Histórias do Bosque” é um projeto artístico, porém trata-se também de uma intervenção turística, pois resgata e difunde a memória do território. Mas, acima de tudo, trata-se de preservação ambiental, afirmam os organizadores. “Ao contar para as pessoas que ali tem uma nascente, mata nativa e animais silvestres, esperamos cultivar o senso de preservação em quem visita o bosque, que se reconheça o valor de uma área verde dessas no meio da cidade”, diz Pamella Villanova, atriz e gestora do Garatuja.
“Nós costumamos frequentar o bosque aos finais de semana e sempre nos surpreendemos com a diversidade de espécies convivendo por aqui; desse espanto surgiu a vontade de saber um pouco mais sobre essa história”, diz Dudu Ferraz, músico e gestor do Garatuja. “Vai ser um programão para quem gosta da história da cidade e de educação ambiental”, afirma Pamella.
O bosque abriga 23 mil m² de mata nativa, segundo a Embrapa, e sua história começa no início da urbanização da região do Jardim Nova Europa.
As sessões das “Histórias do Bosque” fecham as ações culturais programadas pelo Quintal Garatuja e conta com apoio da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo por meio do Programa de Ação Cultural (ProAC).
Serviço:
Dias: 16 e 17 de dezembro
Horários: às 10h e às 16h
Local: Bosque dos Guarantãs – Rua Santa Rita do Passa Quatro, 706, Jardim Nova Europa, Campinas (SP)
Evento gratuito.
(Fonte: Prefeitura de Campinas)
A orquestra Brasil Jazz Sinfônica, que este ano recebeu inúmeros artistas na Sala São Paulo, se uniu pela primeira vez à cantora Vanessa da Mata no Memorial da América Latina, em São Paulo. Sob a regência de Tiago Costa, a apresentação inédita vai ao ar na TV Cultura, neste domingo (18/12), a partir das 22h30.
No repertório, estão grandes sucessos da cantora como “A Força Que Nunca Seca”, “Não Me Deixe Só”, “Amado”, “Ainda Bem”, “Só Você e Eu”, “Boa Sorte”, “Gente Feliz” e “Ai, Ai, Ai”.
O concerto é em celebração aos 10 anos da Univesp (Universidade Virtual do Estado de São Paulo).
(Fonte: TV Cultura)
Encenada desde 2020, um pouco antes de a pandemia assolar o mundo, o espetáculo “Eu, Romeu” estreia em São Paulo, na Sala Augusto Boal – Teatro de Arena Eugênio Kusnet, apresentando um outro universo para o personagem Romeu, do clássico Romeu e Julieta, de William Shakespeare. De 6 a 29 de janeiro, o ator Marcos Camelo apresentará a história que transita pela vida real de um ator do subúrbio carioca que provavelmente não teria a chance de estar dentro do personagem criado pelo escritor inglês. O solo narrativo mistura música, teatro, circo em comunicação direta com a plateia, com a finalidade de um teatro de extrema intimidade com cada pessoa. Sextas e sábados às 20h, domingos às 19h, com ingressos a R$40,00 e R$20,00 (meia-entrada).
A tragédia mais amada de William Shakespeare se mistura à recorrente tragédia dos subúrbios do Rio de Janeiro, onde o CEP de um indivíduo determina os acontecimentos de sua vida, até onde este pode ir e o tamanho de suas conquistas. Transpor essas barreiras equivale a uma verdadeira odisseia, uma constante luta desigual para afirmar sua potência, alcançando seus objetivos e sonhos. Em cena, Marcos Camelo sintetiza, através do corpo, a dicotomia de ter a cabeça em Verona, dividida entre Montéquios x Capuletos, e os pés em Rocha Miranda, bairro da Zona Norte carioca, localizado entre Morro do Jorge Turco e o Morro do Faz Quem Quer, trazendo à cena a história de heróis perdedores, daqueles que fazem o que podem com o que são e que com honra, dignidade e bom humor ousam sonhar, lutar e quase sempre perder.
Segundo Marcos, o espetáculo traz o desafio de um teatro vivo, interessado em tocar as pessoas, proporcionando uma experiência intima e pessoal, ultrapassando a facilidade do individualismo que aflige a todos nos dias atuais. Ele se utilizou de duas premissas para construir o espetáculo: um assunto que precisamos falar e um acontecimento que precisamos celebrar. Daí a ideia de contar a conhecida tragédia de Shakespeare sob a perspectiva de um ator que muito provavelmente não seria escalado para protagonizar uma montagem clássica de Romeu e Julieta. “A inspiração para o espetáculo partiu do quanto estão estruturados na sociedade os sistemas pré-determinados que impõe limites aos cidadãos devido a sua ascendência, a cor de pele, CEP e cultura”, avalia.
E onde o Romeu de Shakespeare encontra o Romeu de Marcos? Marcos só se encontra com Romeu na intensidade com que vive a paixão adolescente. Se por um lado Romeu se sente livre para invadir a festa de uma família da alta sociedade de Verona, onde não era convidado – e também, sabidamente não era bem vindo –, para o jovem do subúrbio/periferia do Rio de Janeiro e, de modo geral, do Brasil, a resposta à sua paixão é “NÃO”.
Os estereótipos e a regionalização das oportunidades estão no palco, além das barreiras físicas e reservas de mercado. Celebrar a insistência petulante dos improváveis, a paciência dos que não se encaixam e exaltar a teimosia. O espetáculo “Eu, Romeu” apresenta uma dramaturgia autoral e contemporânea, mesclando Romeu e Julieta a acontecimentos da vida de seu intérprete, tornando-os intrinsecamente ligados e apontando que no cotidiano real a cor e a origem de um indivíduo podem tornar sua trajetória trágica. “Schopenhauer certa vez escreveu que vida e sonho são páginas do mesmo livro. E que folheá-las corresponderia a sonhar. Em cena um ator lança mão de tudo o que é – e tem – para fazer com que o espectador brinque com este livro mesmo acordado. Um ator que é o início e o fim de todas as ações”, diz.
O espetáculo, premiado em vários festivais pelo Brasil, já circulou por Goiás, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul e Amazônia. O que o público de São Paulo pode esperar do espetáculo? “Um artista que fala de sí para falar do mundo, um espetáculo divertido, provocador que tem a cara do nosso povo. É Shakespeare do hip hop ao samba”, responde Marcos.
O que Marcos diria para Shakespeare em um encontro informal? A resposta é “Que a provocação de Hamlet tocou um cidadão do subúrbio do Rio de Janeiro – O ‘Ser ou não ser’ existir ou não existir e, em última instância, viver ou morrer. Me fez perceber o quanto eu precisaria me esforçar para Viver, com V maiúsculo e não simplesmente caminhar pelo mundo por um determinado período de tempo já um tanto sem vida, um tanto morto”.
Montagem | Cenário e figurino funcionais que se tornam aparelhos, sendo utilizados em construções de imagens fantásticas, ressignificação do espaço, criando códigos e levando o trabalho do estado do ator para além do seu corpo, ampliando a experiência estética. A Iluminação oferece o suporte adequado à linguagem proposta, transitando entre a neutralidade, que reforça um teatro a partir do ator, para uma luz forte e intensa, apoiando a poesia e dramaticidade construída quase que artesanalmente pelo artista em cena.
Ficha Técnica
Marcos Camelo: Elenco, roteiro e figurino
Cecília Viegas: Direção artística, argumento e pesquisa de aparelho
Júlio Coelho: Iluminação
Sobre a Adorável Companhia
Companhia formada por uma bailarina/acrobata e um ator/palhaço: Cecília Viegas e Marcos Camelo. Criada para satisfazer o desejo por uma autonomia artística e por uma cena autoral, multidisciplinar numa linguagem popular e ao mesmo tempo sofisticada.
Circo, Teatro e dança na construção de uma estética que torne o acontecimento teatral uma experiência única. A sede da companhia é no quintal da casa deste casal, em Guapimirim, Baixada Fluminense, onde foi montado o primeiro espetáculo do grupo, o infantil “Nosso Grande Espetáculo”, em 2017. Este já foi encenado no Paraná, Goiás, Tocantins, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. Temporada em Copacabana, teatro Glaucio Gill, em abril de 2019. A TV Brasil registrou o espetáculo, que virou o especial de TV Palhaçaria. Foi selecionado no edital Primeiros Olhares dos Doutores da Alegria (SP) para apresentações em hospitais públicos. Em março de 2020 estrearam o espetáculo adulto solo narrativo: “Eu, Romeu” em Goiânia no SESC Centro. Site: https://www.adoravelcia.com.
Marcos Camelo
Nascido e criado no subúrbio do Rio de Janeiro, de uma parte da cidade sem biblioteca, cinema, teatro ou qualquer outro espaço para produção e consumo de cultura. A experiência de ver, ouvir e contar histórias, festas populares, onde a dança, o jogo e a brincadeira o levaram ao teatro. Do teatro para o palhaço e o circo foi um pulo. Formação, técnica, treinamento e pesquisa para que a cena seja o lugar de estar junto e construindo uma realidade alternativa à dureza do dia a dia e sendo ainda uma experiência estética única, arrebatadora e transformadora. Este é Marcos Camelo, ator formado na Escola Estadual Martins Pena, ex-integrante dos Doutores da Alegria, Fundador e Palhaço do Grupo Roda Gigante, diretor do premiadíssimo Acorda Amor, da Cia. Quatro Manos, e Diretor Artístico da Adorável Companhia.
Atuou nos espetáculos: “Inventário”, “Os Fabulosos” (Os Fabulosos), “Contos do Mar” (Cia 4 Manos), “Nosso Grande Espetáculo’ e TV Brasil – Especial Palhaçaria. Protagonista da série “A Liga do Natal”, em 2020.
Cecília Viegas
Nascida em Vila Isabel, Zona Norte do Rio de Janeiro, decidiu ser bailarina desde os três anos de idade e assim foi de alma e corpo. Formou-se na Escola Estadual de Danças Maria Olenewa, que lhe deu oportunidade de trabalhar como corpo de baile no Theatro Municipal do Tio de Janeiro em temporadas de “Giselle”, “La Bayadere”, “Lago dos Cisnes”, “Bela Adormecida” e “O Quebra Nozes”. Com Licenciatura em Ciências Biológicas, no circo encontrou um lugar para realização artística com infinitas possibilidades de reinvenção, ressignificação, além de ser um potente transformador social enquanto ferramenta de arte educação. Fundou seu projeto social Flutuarte em Guapimirim, pelo qual recebeu Moção de Honra pelo Conselho Tutelar de Guapimirim e Homenagem do Fórum Cultural da Baixada Fluminense. Buscou formação em pedagogia do circo, fundou a Adorável Companhia com Marcos Camelo para possibilitar sua pesquisa de circo, teatro e dança de forma autoral acreditando que a arte é a melhor ferramenta para inspirar pessoas a serem protagonistas de um mundo que está em permanente construção.
Redes sociais:
https://www.instagram.com/adoravelcia/
https://www.facebook.com/adoravelcia/.
Serviço:
Eu, Romeu
Temporada: de 06 a 29 de janeiro de 2023
Onde: Sala Augusto Boal – Teatro de Arena Eugênio Kusnet
Endereço: Rua Doutor Teodoro Baima, 94 , República
Tel: (11) 3259-6409
Dias e horários: sextas e sábados às 20h, domingos às 19h.
Ingressos: Inteira R$40,00 – Meia R$20,00
Duração: 60 minutos
Classificação etária: 14 anos
Gênero: Teatro Narrativo.
(Fonte: Claudia Tisato Assessoria de Imprensa)
Por determinação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), alimentos vendidos no Brasil ganharam nova rotulagem em outubro. Entre as mudanças, uma das mais importantes é a inclusão de um selo frontal com uma lupa. O ícone indica produtos com altos teores de açúcar adicionado, gordura saturada e sódio — teores estes definidos pelo perfil nutricional eleito pela agência, mais permissivo do que perfis nutricionais adotados por outros países da América Latina e do que o perfil recomendado pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Essa permissividade torna o modelo brasileiro menos eficaz em identificar alimentos com presença de publicidade dirigida para o público infantil e que são nocivos à saúde das crianças. É o que concluem pesquisadoras do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (Nupens/USP) em estudo publicado na “Frontiers in Nutrition” nesta semana.
Assim como ocorre em diversos países, alimentos voltados para o público infantil no Brasil costumam ter ações de marketing na própria embalagem. Exemplos são a imagem de personagens infantis, de celebridades do esporte e alegações sobre crescimento e desenvolvimento. Para testar a eficácia do perfil nutricional brasileiro em identificar nutrientes em excesso nestes produtos, as cientistas fizeram um experimento: analisaram cerca de 3500 alimentos e bebidas de acordo com seis diferentes perfis nutricionais (Brasil, Chile. México, Uruguai, Peru e o modelo estabelecido pela OPAS).
O resultado mostrou que 30% dos alimentos selecionados tinham pelo menos uma estratégia de marketing para o público infantil e que 61% dos produtos eram alimentos ultraprocessados. As bebidas adoçadas (como refrigerantes e sucos de caixa) tiveram a maior prevalência de marketing infantil no rótulo. Entre os diferentes perfis nutricionais analisados, os da OPAS e do México foram os mais efetivos em identificar ao menos um nutriente crítico nos alimentos com presença de publicidade dirigida para crianças no rótulo. O modelo brasileiro teve a pior performance: das bebidas ultraprocessadas, por exemplo, menos de 20% levariam o selo frontal da Anvisa.
“A performance da nova rotulagem adotada no Brasil é preocupante e mostra que o modelo pode não ser eficaz para o entendimento do consumidor sobre a saudabilidade do alimento, ainda mais quando tem a presença da publicidade reforçando sua compra”, diz Camila Borges, uma das autoras do estudo. “A presença de marketing infantil desperta o desejo das crianças pelo produto. Ao mesmo tempo, a ausência de um destaque sobre teores inadequados de nutrientes como açúcar e sódio pode fazer com que o alimento pareça saudável, influenciando na decisão de compra dos responsáveis.”
A detecção da presença de açúcar foi o quesito com maior diferença entre os perfis nutricionais analisados: enquanto o modelo mexicano foi capaz de identificar teor inadequado em 81% das bebidas lácteas, por exemplo, com presença de publicidade voltadas ao público infantil, o modelo brasileiro identificou apenas 19%.
Para Borges, o perfil nutricional pode ser uma ferramenta importante para regular o marketing infantil em alimentos ultraprocessados altos em açúcar adicionado, gordura e sódio — caso isso venha a acontecer, o estudo aponta que será necessário revisar os patamares tolerados para os nutrientes críticos, bem como os critérios de elegibilidade para ampliar a lista de alimentos que devem receber selos frontais em formato de lupa. “A regulação de alimentos ultraprocessados é de extrema importância, tendo em vista que a obesidade e o sobrepeso atingem uma em cada cinco crianças e adolescentes na América Latina, sendo uma das mais altas prevalências do mundo.”
(Fonte: Agência Bori)