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CCBB SP apresenta mostra inédita “El Camino – Cinema de Viagem da América do Sul”

São Paulo, por Kleber Patricio

“A Viagem”, de Fernando Solanas.

O Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo apresenta a mostra inédita “El camino – Cinema de viagem da América do Sul” de 12 de julho a 7 de agosto, com um apanhado histórico de road movies realizados na região sul do continente americano desde a década de 1960 até os dias atuais. Toda programação é gratuita e inclui uma oficina presencial, além de um catálogo online.

Com curadoria de Carla Italiano e Leonardo Amaral, e produção da Anacoluto Produções, a programação reúne 19 títulos, sendo 15 longas e 4 curtas, realizados em nove países: Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Peru, Bolívia, Chile, Colômbia e Venezuela, pensada a partir de 5 linhas de força que permitem criar agrupamentos entre os filmes exibidos. A primeira linha reúne obras realizadas a partir da década de 1960 que lidam de forma fílmica com as contraditórias ideias de povo e nação como “Vidas Secas”, “Iracema – uma transa amazônica” (Brasil), “Os Inundados” (Argentina), “Os vampiros da miséria” (Colômbia) e “A dupla jornada” (Brasil).

“Noites Paraguayas”, de Aloysio Raulino.

A segunda traz o drama de indivíduos em relação a representações de coletivo em suas diversas raízes étnicas e políticas, como em “Noites Paraguayas” (Brasil/Paraguai), “A nação clandestina” (Bolívia), “A terra prometida” (Chile), “Pachamama” (Brasil/Bolívia/Peru) e “Carlos: cine-retrato de um andarilho em Montevidéu” (Uruguai). O terceiro grupo recorre aos recursos do cinema fantástico e jornadas psicológicas, reconfigurando não só as cartografias de territórios, como a própria noção de identidade: “Brasil Ano 2000, Sonhos de gelo” (Chile), “A viagem” (Argentina) e “As filhas do fogo” (Argentina).

O quarto grupo pensa trajetórias transnacionais de povos originários por meio de recriações de territórios indígenas perdidos, algo evidente em “Serras da Desordem, Tava – a casa de pedra” (Brasil) e “Zama” (Argentina). Por fim, a quinta linha traz questões fruto dos processos coloniais da diáspora africana e agrupa curtas de teor auto representativo que fazem viagens rumo ao continente africano, é o caso de “NoirBlue e (Outros) fundamentos” (Brasil).

Além das sessões, “El Camino – Cinema de Viagem da América do Sul” conta com algumas atividades paralelas: a apresentação da mostra pelos curadores Carla Italiano e Leonardo Amaral – seguida do filme de abertura “Noites Paraguayas” (1982), no dia 12 de julho, às 17h; a apresentação de “A Nação Clandestina”, pela montadora e cineasta Cristina Amaral, em 15 de julho, às 15h; sessão comentada do filme “A Viagem” (1992), no dia 28 de julho, às 16h, seguida de debate com o crítico e pesquisador João Toledo; e a oficina “Outras viagens ao país do povo: deslocamentos estético-políticos no cinema latino-americano”, que acontece no dia 22 de julho, das 13h30 às 17h, ministrada pelo crítico de cinema, programador e professor, Victor Guimarães.

“A Nação Clandestina”, de Jorge Sanjine.

Ao realizar este projeto, o Centro Cultural Banco do Brasil reafirma o compromisso de ampliar a conexão do brasileiro com a cultura e com a promoção do acesso à produção cinematográfica nacional e internacional.

PROGRAMAÇÃO COMPLETA CCBB São Paulo

El Camino – Cinema de Viagem da América do Sul

12 de julho a 7 de agosto 2023

Quarta – 12/7

17h [Abertura] Noites Paraguayas (90′, Aloysio Raulino, 1982, Brasil/Paraguai) | 14 anos

*Com apresentação da curadoria por Carla Italiano e Leonardo Amaral

Quinta- 13/7

17h Os Vampiros da Miséria (29′, Luis Ospina, Carlos Mayolo, 1978, Colômbia) | 14 anos

Sonhos de Gelo (58′, Ignacio Agüero, 1993, Chile) | 14 anos

Sexta – 14/7

17h (Outros) Fundamentos (16’, Aline Motta, 2019, Brasil) | 10 anos

NoirBlue – Deslocamentos de uma dança (27’, Ana Pi, 2018, Brasil) | 12 anos

A Dupla Jornada (53’, Helena Solberg, 1975, Arg/Bol/Mex//Ven) | 12 anos

Sábado – 15/7

15h A Nação Clandestina (128′, Jorge Sanjinés, 1989, Bolívia) | 12 anos

Domingo – 16/7

14h Serras da Desordem (135′, Andrea Tonacci, 2006, Brasil) | 14 anos

Segunda – 17/7

17h A Terra Prometida (120′, Miguel Littin, 1973, Chile)  | 12 anos

**

Quarta – 19/7

17h Vidas Secas (115’, Nelson Pereira dos Santos, 1963, Brasil) | 10 anos

Quinta – 20/7

17h30 Carlos: Cine-retrato de um andarilho em Montevidéu (31′, Mario Handler, 1967, Uruguai) | 12 anos

Os Vampiros da Miséria (29′, Luis Ospina, Carlos Mayolo, 1978, Colômbia) | 14 anos

Sexta – 21/7

16h30 Brasil Ano 2000 (95′, Walter Lima Jr., 1969, Brasil) | 14 anos

Sábado – 22/7

13h30 Oficina “Outras viagens ao país do povo: deslocamentos estético-políticos no cinema latino-americano” com Victor Guimarães (professor e pesquisador) | Livre

Necessária inscrição prévia em www.anacoluto.art/elcamino

Domingo- 23/7

11h Os Inundados (87′, Fernando Birri, 1961, Argentina) | 10 anos

14h30 Noites Paraguayas (90′, Aloysio Raulino, 1982, Brasil/Paraguai) | 14 anos

Segunda – 24/7

17h (Outros) Fundamentos (16’, Aline Motta, 2019, Brasil)  | 10 anos

NoirBlue – Deslocamentos de uma dança (27’, Ana Pi, 2018, Brasil) | Livre

A Dupla Jornada (53’, Helena Solberg, 1975, Arg/Bol/Mex//Ven) | 12 anos

[Acessibilidade: legendas descritivas]

**

Quarta – 26/7

17h Iracema – Uma Transa Amazônica (Jorge Bodanzky, Orlando Senna, 91′, 1975, Brasil) | 16 anos

Quinta – 27/7

17h Os Inundados (87′, Fernando Birri, 1961, Argentina) | 10 anos

Sexta – 28/7

16h A Viagem (136′, Fernando Solanas, 1992, Argentina) | 12 anos

*Seguido de debate com o crítico e pesquisador João Toledo

Sábado – 29/7

11h Tava, a casa de pedra (78’, Ariel Duarte Ortega, Patrícia Ferreira Pará Yxapy, Vincent Carelli, Ernesto de Carvalho, 2012, Brasil) | 10 anos

14h30 Zama (115′, Lucrecia Martel, 2017, Argentina) | 14 anos

Domingo – 30/7

14h30 A Nação Clandestina (128′, Jorge Sanjinés, 1989, Bolívia) | 12 anos

Segunda – 31/7

17h Iracema – Uma Transa Amazônica (Jorge Bodanzky, Orlando Senna, 91′, 1975, Brasil) | 16 anos

**

Quarta – 2/8

17h As Filhas do Fogo (115’, Albertina Carri, 2019, Argentina) | 18 anos

Quinta – 3/8

16h A Viagem (136′, Fernando Solanas, 1992, Argentina) | 12 anos

Sexta – 4/8

16h30 Pachamama (94′, Erik Rocha, 2008, Brasil/Bolívia/Peru) | 10 anos

Sábado – 5/8

15h A Terra Prometida (120′, Miguel Littin, 1973, Chile)  | 12 anos

Domingo – 6/8

14h Vidas Secas (115’, Nelson Pereira dos Santos, 1963, Brasil) | 10 anos

Segunda – 7/8

17h Tava, a casa de pedra (78’, Ariel Duarte Ortega, Patrícia Ferreira Pará Yxapy, Vincent Carelli, Ernesto de Carvalho, 2012, Brasil) | 10 anos.

ATIVIDADES PARALELAS

Quarta-feira – 12/7, às 17h

Apresentação da mostra pelos curadores Carla Italiano e Leonardo Amaral – seguida do filme de abertura Noites Paraguayas (1982)

Sábado – 15/7, às 15h

Apresentação de A Nação Clandestina pela montadora e cineasta Cristina Amaral

Sábado – 22/7 das 13h30 às 17h

Oficina “Outras viagens ao país do povo: deslocamentos estético-políticos no cinema latino-americano” | Livre

Ministrante: Victor Guimarães (professor e pesquisador)

[Inscrições prévias em www.anacoluto.art/elcamino]

Sexta-feira – 28/7, às 16h

Sessão comentada: exibição de A Viagem (1992) seguida de debate com o crítico e pesquisador João Toledo

[Acessibilidade: Libras].

Serviço:

Mostra “El Camino – Cinema de Viagem da América do Sul”

Local: Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo

Período: 12 de julho a 7 de agosto de 2023.

Ingressos gratuitos: Disponíveis a partir de 7/jul no site bb.com.br/cultura e na bilheteria

Classificação indicativa: de acordo com cada filme, verificar em bb.com.br/cultura

Endereço: Rua Álvares Penteado, 112 – Centro Histórico, São Paulo – SP

Funcionamento: Aberto todos os dias, das 9h às 20h, exceto às terças

Entrada acessível: Pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida e outras pessoas que necessitem da rampa de acesso podem utilizar a porta lateral localizada à esquerda da entrada principal.

Informações: (11) 4297-0600

Estacionamento: O CCBB possui estacionamento conveniado na Rua da Consolação,

228 (R$14 pelo período de 6 horas – necessário validar o ticket na bilheteria do CCBB).

O traslado pela van do CCBB é gratuito para o trajeto de ida e volta ao estacionamento e funciona das 12h às 21h.

(Fonte: ATTi Comunicação)

Engenho das Artes: projeto dá oportunidade a crianças de comunidades sonharem com a arte

Rio de Janeiro, por Kleber Patricio

Foto: divulgação.

Em 2022, a bailarina, coreógrafa e empreendedora Flávia Tápias começou um projeto na nova sede do Espaço que leva seu sobrenome, na Barra da Tijuca. A ideia era de plantar, de fazer algo diferente e, assim, dar chance de escolha a pessoas que são cerceadas dos seus sonhos. Sair do lugar comum era necessário. E foi o que aconteceu. Inspirada em trazer uma nova vida às crianças de comunidades, junto com o Instituto Cultural Vale, criou o Engenho das Artes, que acontece no Centro Cultural Espaço Tápias e há mais de um ano tem se dedicado a abrir as portas das artes para quem não teria esta chance.

Reconhecida dentro e fora do Brasil, Flávia se diz privilegiada por abrir este caminho com esse projeto que, aos sábados, recebe em média 35 crianças de baixa renda para terem aulas gratuitas de teatro, dança e música no Espaço Tápias – muitos vêm de outro município. Cada participante ganha em dinheiro uma ajuda de custo para a passagem e o lanche por dia de aula. E, no fim de cada ano, haverá uma montagem no palco para que esses jovens vivenciem essa experiência.

Segundo Flávia, o Brasil é um celeiro de bailarinos, em que há um caminho aberto para investir em dança profissional, e proporcionar acesso a quem não tem condições financeiras adequadas é fundamental. “Esta é uma grande conquista para nós; muitos não teriam condições de estarem ali se não fosse essa ajuda e assim estamos conseguindo dar uma continuidade na formação desses jovens. Eu acredito que tudo é possível, com trabalho e estudo, em qualquer lugar do mundo. Hoje existem muitos projetos sociais onde jovens podem começar a educação artística. Tenho muito orgulho de ter fundado um centro cultural em um formato de coletivo artístico, e de ter organizado o Engenho das Artes”, diz.

Flávia Tápias. Foto: Fernanda Valois.

O novo Espaço Tápias, inaugurado em 30/4/2022 na Barra da Tijuca, bairro da zona oeste do Rio de Janeiro, nasce com o propósito de transformar vidas, dar oportunidades e realizar sonhos. O Centro Cultural disponibiliza salas para aulas e uma sala para espetáculos e outros encontros envolvendo arte – a Sala Maria Thereza Tápias. É uma organização que tem como proposta favorecer, divulgar e oportunizar a dança, com foco na dança contemporânea e em seus segmentos.

A disposição para incentivar a criação, para promover performances, estimular talentos, e fomentar pesquisas são posturas e projetos valiosos para quem se dedica à dança, e permeiam todas as ações do espaço. Com a nova sede, contribui para o desenvolvimento e a expansão da dança, com ênfase na dança contemporânea no Brasil e no mundo.

Projeto Engenho das Artes – Centro Cultural Espaço Tápias

www.espacotapias.com.br

Av. Armando Lombardi, 175 – 2º andar – Rio de Janeiro (RJ)

contato@espacotapias.com.br – (21) 97279-9684.

(Fonte: Claudia Tisato Assessoria de Imprensa)

Vale e Inhotim firmam parceria voltada ao desenvolvimento socioeconômico de Brumadinho

Brumadinho, por Kleber Patricio

Hélio Oiticica, Invenção da cor, Penetrável Magic Square #5, De Luxe, 1977, Instituto Inhotim. Foto: Brendon Campos.

Apoiadora da programação artística e socioeducativa do Instituto Inhotim desde 2008, a Vale firmou um compromisso de longo prazo com a instituição para garantir a sua sustentabilidade e, também, contribuir com o desenvolvimento socioeconômico de Brumadinho e com o fortalecimento do setor turístico-cultural da região. Por meio de uma parceria inovadora no Brasil, serão aportados até R$400 milhões nos próximos dez anos. Como resultado, a entrada franca será ampliada, os projetos educativos expandidos e o turismo e a economia local, estimulados. Desta forma, a Vale contribui também com a democratização do acesso ao museu, um dos eixos fundamentais do projeto “O Inhotim de Todos e para Todos”.

Já a partir de julho, a gratuidade, que ocorria uma vez por mês, será estendida e a entrada no Inhotim será gratuita para todos os visitantes às quartas-feiras. Além disso, moradores de Brumadinho cadastrados no programa “Nosso Inhotim”, crianças de 0 a 5 anos e guias de turismo credenciados pela Embratur e Cadastur continuam a ter entrada gratuita todos os dias no Inhotim.

“Essa parceria inédita fortalece Inhotim como uma instituição viva, dinâmica e relevante na contemporaneidade. Com os recursos, poderemos manter um colecionismo ativo e ampliar nossa programação artística e cultural, além de expandir nossos projetos socioeducativos que já prestaram, ao longo do tempo, mais de 600 mil atendimentos a crianças e jovens de Brumadinho, exercendo um papel transformacional para a comunidade”, declara Lucas Pessôa, diretor-presidente do Inhotim.

A parceria também prevê ganhos para o desenvolvimento econômico local, especialmente com sua contribuição para o setor turístico cultural. Para além de gerar aproximadamente 700 empregos diretos, Inhotim é a principal força motriz do turismo na região. De acordo com dados do Boletim de Inteligência Turística, uma das ferramentas do Programa de Fomento do Turismo Sustentável em Brumadinho, publicado em dezembro de 2022, o setor de turismo de Brumadinho emprega 1.065 pessoas diretamente e 437 indiretamente em áreas como hospedagem, alimentação e produção associado ao turismo, como artesanato.

Modelo inovador

Os recursos financeiros que serão transferidos pela Vale ao longo dos próximos 10 anos serão realizados por duas fontes: via verba direta e por meio de aporte via Lei Federal de Incentivo à Cultura. Metade do aporte – R$200 milhões – será concedido por meio de Lei Federal de Incentivo à Cultura. Deste montante, R$60 milhões já foram depositados antecipadamente, correspondendo aos anos de 2023, 2024 e 2025, e aplicados na manutenção dos acervos artístico e botânico; na realização de projetos socioeducativos; na manutenção dos empregos diretos do museu, que contam com 80% do seu quadro de moradores de Brumadinho e região; na realização de pesquisas científicas em meio ambiente e nas despesas operacionais em geral. O restante dos recursos concedidos via verba incentivada – R$140 milhões – será liberado em aportes de R$20 milhões anuais, podendo oscilar nas bases anuais desde que respeitados R$200 milhões em 10 anos.

A outra metade – até R$200 milhões – do total do aporte da Vale será transferida a partir de verba livre, sem dedução de impostos pela companhia. Deste montante, R$100 milhões serão distribuídos em 10 anos, com a previsão de repasse de R$10 milhões ao ano (podendo oscilar nas bases anuais). E até R$100 milhões de verba livre serão concedidos no sistema de matchmaking, no qual, para cada real de verba não incentivada recebida de outra fonte, a Vale irá depositar o equivalente até o limite estabelecido, na proporção 1:1. Essa estrutura inovadora visa estimular a captação de verba não incentivada de outros parceiros, fortalecendo ainda mais a sustentabilidade e a independência do instituto no período de 10 anos. Este valor será direcionado para a criação de um fundo de endowment, instrumento habitual entre instituições culturais internacionais para perenização das suas atividades, mas ainda pouco usual no Brasil. O fundo prevê o uso pelo Inhotim do retorno acima da inflação obtido pelos seus investimentos e assegura a preservação do valor principal, mantendo assim um fluxo contínuo de recursos para o museu no futuro.

O Inhotim de Todos e para Todos

O projeto O Inhotim de Todos e para Todos – que tem como objetivo consolidar a vocação pública da instituição, seu caráter de museu vivo e seu colecionismo ativo – teve como marco inaugural a doação de Bernardo Paz, empresário, colecionador, mecenas e fundador do Inhotim. Em junho de 2022, Bernardo transferiu de forma definitiva para a instituição um inestimável acervo composto de cerca de 330 obras de sua coleção de arte contemporânea nacional e internacional, o que incluiu todas as 23 galerias e obras permanentes do museu, e a área de 140 hectares, que compreende todo o jardim botânico com mais de 4,3 mil espécies de diversos continentes.

O escopo do programa O Inhotim de Todos e para Todos também contemplou a constituição de uma nova e moderna governança, com ampla representatividade da sociedade civil, e liderada pela diretoria do Instituto Inhotim – Lucas Pessôa e Paula Azevedo – assumida em janeiro de 2022. A iniciativa teve como premissa institucionalizar, cada vez mais, as ações do museu, de forma a garantir sua perenidade, sustentabilidade financeira, democratização do acesso e ampliação da programação artística e socioeducativa.

Entre as principais medidas relacionadas à nova governança esteve a constituição, em junho de 2022, de um novo Conselho Deliberativo. Trata-se de um grupo com ampla representatividade da sociedade civil que passou a integrar a instância máxima de gestão da instituição, atuando como guardião da nova governança do museu e contribuindo para sua perenidade.

(Fonte: FSB Comunicação)

Celopax apresenta criações e criaturas na Galeria A7MA

São Paulo, por Kleber Patricio

Celopax – Série Cuidado I – 30 x 42cm – Aquarela sobre papel Arches 300gr – Ano 2022.

Após duas décadas de imersão nas ruas – aprendendo técnicas, fazendo arte e participando ativamente da cena local –, o artista visual gaúcho Celopax desenvolveu uma linguagem própria, marcada por formas geométricas, cores vibrantes e criaturas que expressam o inconsciente da vida nas metrópoles. “Espaço Onírico”, sua primeira mostra individual na capital paulista, é resultado de um ano e meio de produção e traz 53 telas concebidas para ocupar o local que sempre abrigou trabalhos que são referências para sua vida e obra, o espaço de arte e cultura A7MA (lê-se “a sétima”), na Vila Madalena, a partir de 6 de julho.

“Cruzando o caminho-ponte dos rabiscos pros muros, Marcelo logo entendeu que seria o meio através do qual criaturas se revelariam em paredes de lugares tão diferentes quanto numa comunidade num morro do Rio de Janeiro, um mural numa Universidade da Suécia, um beco na Cidade Baixa em Porto Alegre, um terreno baldio em Barcelona, uma medianera de Montevideo ou um pedaço do Muro de Berlim, com estes seres sempre nascendo de processos criativos tão intensos que cotidianamente tentam não devolver o artista de volta pra (essa) realidade mundana/cotidiana”, diz Leonardo Brawl Márquez no texto curatorial.

Celopax e sua obra.

Criador e criaturas invadem e (re)criam mundos com abstração e liberdade – territórios lúdicos instigantes e respiros inspiradores de tranquilidade artística no caos urbano.

Sobre o artista | O artista visual Celopax nasceu em Porto Alegre e iniciou sua trajetória artística em 1999 a partir do pixo e do grafitti. Suas criações, materializadas sobretudo em murais, telas e esculturas, podem ser encontradas em espaços como Konstfack University of Arts, Crafts and Design (Estocolmo), Global Street Art (Londres) e Teufelsberg Occupy Art (Berlim). Realizou também exposições na Havas Germany de Dusseldorf, na Red Bull Station de São Paulo e na Casa Musgo de Porto Alegre.

Sobre A7MA | A arte de rua está definida sob intenções que geralmente resultam em trabalhos coletivos, cheios de presença humana e fortes toques de questionamento. O espaço de arte e cultura, A7MA em São Paulo é a morada para muitas dessas produções. Por lá, só se somam artistas, telas, pincéis e amigos – por meio do desejo genuíno de amplificar a arte contemporânea com influências da rua, até o limite do possível. Fundada em 2012, é organizada por Marcos Ramos ˚Enivo, Tché Ruggi, Cristiano Kana, Alexandre Enokawa e Raymond Supino. Do indivíduo ao coletivo, muito além de um nome – athima (alma em hindu), a A7MA é a representação da união de duas casas artísticas: o Coletivo 132 e a Fullhouse.

“Espaço Onírico” exposição de Celopax

Curadoria: Leonardo Brawl Márquez

Realização: A7MA Galeria

Produção executiva: Ana Jablonskii

Local: A7MA Galeria

End.: Rua Medeiros de Albuquerque, 250 – Vila Madalena, SP

Abertura: 6 de julho (quinta-feira), das 16h às 21h

Data: de 7/7 a 13/8

Horário: de segunda a sábado, das 11h às 19h; domingo, das 12h às 17h

Informações: (11) 95301-1796

Entrada franca.

(Vicente Negrão Assessoria de Imprensa)

Desaparecimento do corpo humano é elemento central da nova exposição de Renan Marcondes na OMA Galeria

São Paulo, por Kleber Patricio

Detalhe da fotoperformance “Dessa vez vai ser diferente”. Imagem: cortesia do artista.

A OMA Galeria apresenta entre 7 de julho e 12 de agosto “Reorganizar os líquidos do corpo”, exposição individual de Renan Marcondes com curadoria de Galciani Neves. Em sua primeira mostra na OMA desde a mudança da galeria para os Jardins, o artista ocupa o espaço com cerca de doze obras inéditas que giram em torno do corpo e sua influência sobre nossas formas de existir no mundo.

Passando por resoluções como bordado sobre tecido, fotografia, desenho e papel de parede, Marcondes joga com ações de desaparecimento e reaparecimento; presença e ausência e repouso e movimento do corpo.

Ainda na área externa da galeria, o visitante se depara com uma cortina de veludo vermelho que deve atravessar para ter acesso à mostra. Logo na entrada do espaço expositivo está “Outro estranho desaparecimento (para Vera Chaves Barcellos)”, sequência de fotografias que se assemelham a uma história em quadrinhos e dialogam com a histórica obra da artista brasileira. As imagens mostram, passo a passo, o artista entrando atrás de uma cortina preta até desaparecer completamente.

O desaparecimento também está presente na série “Repousos”, formada por quadrados de veludo vermelho bordados com linha de mesma cor. Nela, objetos utilizados por humanos descansam, em um mundo livre de nós. A visualização do trabalho depende do ângulo de observação, obrigando o visitante a movimentar seu próprio corpo para ter acesso a seu conteúdo.

Da série “Repousos”.

A ciclicidade é outro elemento frequente na exposição, caso de “Dessa vez vai ser diferente”, fotoperformance que se inicia e termina com a mesma imagem. O artista, vestido de vermelho, manipula uma caixa de madeira em frente a uma lousa escolar. Ao fundo, há um papel de parede com os mesmos elementos manipulados – mas sem a presença do corpo.

Brincando com o corpo e com situações que podem causar estranhamento, o artista nos lembra de que somos indissociáveis de nossos corpos e que é só os modificando que podemos modificar o mundo que nos cerca. Como diz o texto da curadora Galciani Neves, “Líquido sinovial; líquido pleural; líquido peritoneal; líquido espinhal, líquido pericárdico; culdocentesis; líquido amniótico; linfa, líquido intracelular e intersticial, sangue e secreções. São muitas correntezas interagindo dentro e fora do corpo (há dentro e fora?). Vivemos, pois trocamos líquidos com o mundo”.

Sobre Renan Marcondes | Renan Marcondes é artista e pesquisador da arte da performance e suas articulações com dança e teatro. É doutor em Artes da cena pela Universidade de São Paulo, com estágio na Justus Liebig Universität em Giessen (Alemanha). Atualmente realiza pós-doutorado pela ECA USP com bolsa do CNPq. Sua tese foi contemplada em 2022 Prêmio Tese Destaque USP e publicada em livro pela editora Annablume. Alguns de seus principais projetos incluem “Protetores de Proximidade Humana” (prêmio MAJ SESC 2015; Temporada de Projetos do Paço das Artes; prêmio aquisição 43º SARP) e “Como um jabuti matou uma onça e fez uma gaita de um de seus ossos” (ProAc 2015, prêmio do setor de performances da SP-Arte 2015). Em 2018 foi contemplado com o Prêmio de criação em residência para jovens coreógrafos no MIS SP e em 2020, pelo 25º Festival Cultura Inglesa. Em 2019 e 2022 foi indicado para o Programa de Bolsas e Comissões do Cisneros Fontanals Art Foundation. Já participou de mostras como Verbo (2023, 2022, 2019 e 2015), Bienal Sesc de Dança, Mostra Internacional de Teatro e IC Encontro de Artes, dentre outras. Possui obras nos acervos no Museu de Arte do Rio, Museu Nacional de Belas Artes, Museu de Arte do Espírito Santo, Museu de Arte Contemporânea de Ribeirão Preto, no acervo municipal de Santo André e na Pinacoteca de São Bernardo do Campo.

Sobre a OMA Galeria | A OMA Galeria foi fundada em 2013 como o primeiro e único espaço privado de artes visuais do ABC, sob os cuidados do galerista Thomaz Pacheco. Em 2022, a galeria inaugurou sua segunda unidade, expandindo suas atividades para o bairro dos Jardins, em São Paulo. Em pouco tempo, a OMA tornou-se referência, destacando-se no circuito das artes visuais por seus projetos culturais promovidos pelo OMA Educação e OMA Cultural. Atualmente, a galeria representa os artistas Andrey Rossi, Fernanda Figueiredo, Fernando Velázquez, Júlio Vieira, Michel Cena7, Mônica Ventura, MOOLA, Nario Barbosa, Paulo Nenflidio e Renan Marcondes.

Serviço:   

Exposição Reorganizar os líquidos do corpo

Visitação: 7/7 a 12/8/2023

Horário: terça–sexta-feira: 14h às 19h; sábados,10h às 15h

Local: OMA Galeria

Endereço: Rua Pamplona, 1197, casa 4 – Jardins – São Paulo, SP

Entrada gratuita.

(Fonte: OMA Galeria)