Notícias sobre arte, cultura, turismo, gastronomia, lazer e sustentabilidade

Inscreva seu e-mail e participe de nossa Newsletter para receber todas as novidades

Indaiatuba recebe espetáculo infantil gratuito de contação de histórias

Indaiatuba, por Kleber Patricio

A trajetória de duas gotas d’água promete aguçar a curiosidade das crianças que acompanharem o espetáculo de contação de histórias que será realizado em Indaiatuba no dia 26/11 no Bosque do Saber. O espetáculo “Vida Gota” será apresentado em duas sessões, às 14 e 15 horas, de forma gratuita e aberta ao público em geral.

Por meio da história de duas gotas d’águas, as crianças poderão conhecer mais sobre os ciclos da natureza, compreendendo que ela não é apenas um recurso a serviço do ser humano, mas peça fundamental na manutenção da vida no Planeta Terra. Pamela Leoni é a atriz que conduz o espetáculo, narrando, cantando e interpretando todas as personagens. A interação com o público é fundamental para cativar os pequenos e atrair olhares atentos acostumados às telas de computadores, tabletes e celulares.

A contação de histórias faz parte do projeto Cultura Nipo Brasileira, realizado pela MR2 Cultural, com gestão de patrocínio Conecta Cultural, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura e recebe o patrocínio da Mann+Hummel.

Sinopse | A saga desafiadora de duas gotinhas d’água, que, com coragem e amor, se transformam em nuvem, chuva, rio, mar e até em seiva de árvores. Esse é o universo criado para incentivar a imaginação das crianças, a admiração pelo ciclo da água e o cuidado com a natureza.

Serviço:

Indaiatuba recebe espetáculo infantil gratuito de contação de histórias

Data: 26/11/23

Hora: às 14 e 15 horas

Local: Bosque do Saber – Rua João Batista D’Alessandro, 610 – Jd. do Sol – Indaiatuba.

(Fonte: Fábrica de História)

Sesc Belenzinho recebe espetáculo infantil “A Banda Estralo com o espetáculo Brincadeira Estralante”

São Paulo, por Kleber Patricio

A partir do dia 25 de novembro, no Teatro do Sesc Belenzinho, as crianças (e adultos) poderão se divertir com o espetáculo infantil “Brincadeira Estralante”. A Banda Estralo, conhecida pela excelência em produzir shows que revisitam canções do repertório da Música Popular Brasileira, lança o álbum e o show. O álbum traz 11 canções inéditas compostas pela banda e por compositores convidados. Conta com as participações especiais de Zeca Baleiro, Isadora Canto, Tiquequê, Barbatuques, Cia do Tijolo e Tata Fernandes. Um convite ao encontro com a sua criança; seja ela seu filho, seu amigo, seu parente, seu aluno ou mesmo você.

O show apresenta um repertório de músicas inéditas da Banda Estralo, compostas pelos “estralantes” e também por compositores convidados, como Tata Fernandes, Gustavo Kurlat, Jonathan Silva e Eduardo Paiva. A infância é o tema principal do espetáculo, que por meio das canções autorais, retrata alguns interesses, curiosidades e afetos vivenciados pelas crianças.

Banda Estralo 

A Banda Estralo tem uma proposta musical, cênica e poética direcionada ao público infantil, com o intuito de colaborar com a formação musical das crianças de forma divertida e apresentando por meio de seus shows, repertórios da música popular brasileira que podem ser apreciados por toda a família.

A Estralo surgiu sob a batuta do músico, regente e compositor Marcos Lucatelli, em parceria com a atriz e diretora de teatro, Luanda Eliza, que assinam respectivamente a direção musical e cênica dos shows da banda. Ambos, há anos, atuam como professores de música e teatro para crianças e trazem para o projeto suas experiências como artistas educadores.

O maestro Marcos Lucatelli, as atrizes Luanda Eliza e Lilyan Teles e os músicos Maurício Damasceno e Edson Renato formam o quinteto Luca, Lua, Lil, Mau e Renatinho, que com talento, criatividade e muito carisma, conquistam o público de todas as idades.

Em 2016, o CD “Estórias de Cantar” foi indicado como melhor álbum infantil no 27 º Prêmio da Música Brasileira.

Durante sua trajetória, a Banda Estralo tem circulado por diversos espaços culturais e educativos com mais de 500 shows e apresenta quatro deles com temáticas diferentes:

Estórias de Cantar (Clássicos da MPB com poesias brasileiras); Estralando o Roque (A trajetória do Rock Nacional); Arraia Estralante com o Gonzagão (Forró e baião ao som do Gonzagão) e

Bailinho Estralante com Carmem Miranda (Marchinhas da Pequena Notável). Em 2022 a Banda Estralo lança o CD “Brincadeira Estralante”. Com composições inéditas, a Banda Estralo contou com as participações de Zeca Baleiro, Barbatuques, Tiquequê, Isadora Canto, Tata Fernandes e Cia do Tijolo.

A direção musical é de Marcos Lucatelli, direção cênica e roteiro de Luanda Eliza, figurinos e adereços de Silvana Marcondes e maquiagem de Dinho Rodot.

Serviço:

Brincadeira Estralante

De 25 de novembro a 10 de dezembro 2023 – sábados e domingos – às 12h

Local: Teatro (374 lugares)

Ingressos: R$30 (inteira); R$15 (meia entrada); R$10 (Credencial Plena do Sesc). Grátis com retirada de ingressos (crianças até 12 anos).

Recomendação etária: Livre

Duração: 60 minutos

Sesc Belenzinho 

Endereço: Rua Padre Adelino, 1000 – Belenzinho – São Paulo (SP)

Telefone: (11) 2076-9700

Estacionamento: de terça a sábado, das 9h às 22h; domingos e feriados, das 9h às 20h

Valores: Credenciados plenos do Sesc: R$5,50 a primeira hora e R$2,00 por hora adicional. Não credenciados no Sesc: R$12,00 a primeira hora e R$3,00 por hora adicional.

Transporte Público: Metro Belém (550m) | Estação Tatuapé (1400m).

(Fonte: Assessoria de Imprensa Sesc Belenzinho)

Instituto Gustavo Rosa celebra 10 anos de legado artístico com exposição “Arte Inspira Arte”

São Paulo, por Kleber Patricio

Fotos: divulgação/IGR.

No mês que marca uma década desde a partida do renomado artista Gustavo Machado Rosa, o Instituto Gustavo Rosa (IGR) tem a honra de convidar a imprensa e o público em geral para o vernissage do evento “Arte Inspira Arte”. A exposição, que celebra a genialidade de Gustavo e seu legado inestimável, está marcada para o dia 24 de novembro, das 19h às 23h, na sede do instituto.

O IGR está preparando uma noite cheia de surpresas e, pra isso, convidou pintores, escultores, estilistas, escritores, críticos, chefs e até um psiquiatra forense. Cada um criou, dentro da própria linguagem, obras inspiradas no homenageado da noite para serem exibidas e vendidas, lidas, degustadas ou bebidas, e até mesmo pisadas. Nessa lista, estão nomes como Olivier Anquier, Marcello Serpa, Guido Palomba, Francesca Alzati, Rose Benedetti, Jacob Klintowitz, Inos Corradin, Rubens Matuck, Dalmau, Fabiola Gouveia, Rosária Bernardes, Flavio Rossi, Sou Kit Gom, e marcas como By Kamy, JRJ Tecidos, Trousseau, Milscki, Cann e PB Arts Design.

A noite também vai ter a música de João Ventura, cantor, compositor e pianista que encantou e foi convidado a tocar no Metropolitan, em NY, com Madonna. O artista apresenta o projeto Contraponto, a fusão das músicas MPB e erudita.  Além disso, o instituto vai expor obras inéditas de Gustavo Rosa. São originais em papel e óleos sobre tela do acervo guardados desde 2013 e que estarão expostos e à venda – uma seleção exclusiva de obras que atravessam as diversas fases criativas desse ícone da arte brasileira.

A exposição “Arte Inspira Arte” não apenas celebra a genialidade de Gustavo Rosa, mas também promove a cultura brasileira e apoia a missão do IGR de cultivar novos talentos e realizar ações sociais. Em um gesto de solidariedade, 10% de todas as vendas durante o evento serão destinados às ONGs Casa Hope e Projeto Arrastão. A mostra, estará aberta à visitação de 24 de novembro a 22 de dezembro, de segunda a sexta, das 10h às 18h e, aos sábados, das 10h às 14h

Sobre Gustavo Rosa

Gustavo Rosa foi mais do que um artista, foi um contador de histórias por meio das cores e das formas. Sua jornada artística começou cedo, quando sua paixão pela arte o levou a explorar territórios inexplorados da imaginação.

Com uma visão única, Gustavo pintou o mundo com alegria e vitalidade. Seu estilo ousado e vibrante capturou a essência da vida cotidiana e a transformou em celebrações de cores e expressões. Ele desafiou as normas artísticas, abraçando a inovação e a experimentação.

O legado de Gustavo é um testemunho de sua habilidade em criar um diálogo entre a imaginação e a realidade. Suas obras são convites à reflexão, à criatividade e à alegria. Através de suas pinceladas mágicas, ele nos lembra que a arte é uma linguagem universal que pode transcender fronteiras e tocar corações.

Gustavo não era apenas um pintor, mas um mestre da imaginação, cujo impacto na arte e na cultura continua a inspirar e encantar pessoas de todas as idades. Sua vida e obra são uma celebração da criatividade e da alegria, um lembrete de que a magia das cores e expressões está ao alcance de todos.

Pintor, desenhista, gravurista e designer, participou de diversas exposições nacionais e internacionais, individuais e coletivas. Suas obras estão em acervos de importantes museus, instituições culturais públicas e privadas, de empresas e de coleções particulares, dentro e fora do Brasil.

Sobre o IGR

Criado em 2016 e franqueado ao público, o IGR preserva o ateliê como o pintor o deixou e expõe uma visão retrospectiva sobre sua vida e obra. É guardião do mais importante acervo sobre o artista, com aproximadamente 400 obras e mais de 300 estudos, além de fotografias históricas, documentos, objetos pessoais, e 30 obras de modernistas brasileiros. Atua como centro de referência sobre a memória, a vida e a obra do pintor.

Recebe regularmente escolas públicas e particulares para visitas mediadas, e promove ações de arte, bem estar, educação e cultura, oferecendo eventos corporativos com experiência artística, venda de reproduções, produtos com arte aplicada e obras originais de colecionadores, além de licenciar a marca.

Desde 2014 vem catalogando a produção do artista, com 1.362 obras certificadas até setembro de 2023. “Um banco de dados foi criado em nosso site disponibilizando a totalidade do acervo catalogado, contribuindo para o acesso do público em geral e, particularmente, para a pesquisa de arte-educadores que, há décadas, ministram a simplicidade mágica dos traços de Gustavo em suas aulas de arte em escolas por todo o país”, fala Roberto Rosa, irmão, gestor da obra e presidente do Instituto, um centro de cultura reconhecido como ambiente interativo, com a missão de preservar o acervo físico e imagético, promover a pesquisa, o resgate, a catalogação, a divulgação e a democratização da obra de Gustavo Rosa.

Sobre o Arte Inspira Arte

Visitação: de 24/11 a 22/12, de 2ª a 6ª, das 10h às 18h, sábados das 10h às 14h

Local: Instituto Gustavo Rosa – Rua Veneza, 920, Jardim Paulista, São Paulo (SP).

(Fonte: Porta Voz Assessoria de Comunicação)

Cia. Buia Teatro, de Manaus (AM), chega ao CCBB Belo Horizonte com opereta infanto-juvenil

Belo Horizonte, por Kleber Patricio

Fotos: Romulo Juracy.

Com enredo envolvente, a opereta “Cabelos Arrepiados – Conexão Norte”, da Cia. Buia Teatro, de Manaus (AM), conta a história de cinco crianças que tiveram seus sonhos roubados. Privadas de sono, elas enfrentam os medos gerados pelos maus pensamentos, ao mesmo tempo que refletem sobre a amizade, a união entre irmãos, o diálogo com os pais e os perigos da destruição do meio ambiente e do consumo desenfreado. A vibrante opereta, com direção do renomado Tércio Silva e libreto da talentosa dramaturga Karen Acioly, poderá ser conferida no Teatro I do Centro Cultural Banco do Brasil Belo Horizonte – CCBB BH, entre os dias 30 de novembro e 18 de dezembro de 2023. As sessões acontecem na quarta-feira (13/12) e de quinta a segunda, com sessões às 19h durante a semana e às 17h aos sábados e domingos. Os ingressos custam R$30, inteira, e R$15 meia, e podem ser adquiridos no site ccbb.com.br/bh ou na bilheteria do CCBB BH. O projeto chega à capital mineira como um dos selecionados no Edital de Patrocínio CCBB 2023/2025.

Produzida pela Cia. Buia Teatro, expoente do teatro na região Norte do país, a opereta compreende as vivências de crianças na sociedade contemporânea com uma abordagem única, onde fantasia e imaginação, perigos reais e hipotéticos, humor e soluções inusitadas se entrelaçam para proporcionar uma experiência teatral mágica e bem-humorada. A montagem surpreende e encanta a imaginação de crianças, jovens e adultos. “Karen, com sua sensibilidade, cria a partir da escuta de seu público: o infantil, e reconhece as angústias das crianças urbanas, cada vez mais conectadas e com hábitos noturnos pouco apropriados”, observa o diretor Tércio Silva.

“Cabelos Arrepiados – Conexão Norte” foi a montagem responsável por levar a Cia. Buia Teatro a novos públicos, circulando por seis estados brasileiros e conquistando mais reconhecimento com importantes indicações e prêmios. Pelo Centro Brasileiro de Teatro para a Infância e Juventude (CBTIJ), neste ano, recebeu três indicações nas categorias melhor iluminação, formas animadas e trilha sonora, e foi vencedora no 21º Prêmio Cenym, de 2022, com melhor trilha sonora e grupo de teatro. “Esta é a primeira vez que uma ópera voltada para crianças, produzida por um coletivo independente do norte do país, recebe uma circulação tão expressiva e chega ao palco do Centro Cultural Banco do Brasil. Com isso, a peça contribui para ampliar a visibilidade e o reconhecimento dos talentosos artistas da região”, avalia Tércio.

As personagens

Da obra de Wilhelm Busch, foram pinçados Juca, interpretado por Roque Baroque, e Chico, por Gustavo Gutemberg, dois protagonistas travessos criados pelo escritor alemão em 1985. Na opereta, eles surgem como guardiões dos sonhos das seis crianças: Tico, um boneco manipulado pelo elenco, Flora, interpretada por Magda Loiana, Cora, Clara e Flora, por Maria Hagge, e Ciro, interpretado por Dimas Mendonça. A dupla, Juca e Chico, conduz a trama e a música, apresentando os sonhos dessas personagens ao longo de cinco histórias entrelaçadas e musicadas.

Cenografia | Para complementar a produção, a cenografia é inspirada no universo da patafísica (de soluções imaginárias) de Alfred Jerry, com um palco giratório. Além disso, formas animadas criadas pelos artistas Diirr e Dante embelezam a montagem potencializando a atmosfera onírica dos sonhos. “Por exemplo, no sonho de Clara e seus cabelos loiros, o sonho da personagem é representada por uma forma feita de papel de seda, utilizando uma técnica criada pelo artista amazonense Nonato Tavares”, cita o diretor.

Caracterização e iluminação | Figurinos e maquiagem remetem à estética dos personagens da Monster High, inspirados pela estética cinematográfica e hipnotizante de Tim Burton. Quanto à iluminação do espetáculo, ela é executada com precisão, inspirada nos filmes com a estética noir das décadas de 40 e 50.

Ficha Técnica

Texto/Libreto: Karen Acioly | Direção: Tércio Silva | Estrelando: Maria Hagge, Magda Loiana, Gustavo Budemberg, Roque Baroque, Dimas Mendonça, Diirr, Jeferson Mariano | Composição e Direção Musical: Jeferson Mariano | Figurinos: Maria Hagge | Cenário e Iluminação: Tércio Silva | Formas Animadas: Diirr e Dante | Identidade Visual: Dante | Costura: Solange Ramos | Cenotécnico: Celio Roberto – CTP – Central Técnica de Produção | Técnico de Iluminação e Operação: Orlando Brum | Produção: Buia Teatro Co. | Assessoria de Imprensa Local: A Dupla Informação| Produção Local: Clara Bastos.

Sobre Cia. Buia Teatro

O Buia Teatro foi fundado em 2015 na cidade de Manaus (AM) por Tércio Silva, diretor da companhia, e pela atriz, figurinista e artista visual Maria Hagge. Desde então, o grupo tem se dedicado a pesquisas e experimentações artísticas que buscam aprimorar a qualidade da cultura infantojuvenil no Norte do país.

Em reconhecimento ao seu trabalho, o Buia Teatro recebeu o prestigioso prêmio de Melhor Grupo de Teatro do Brasil em 2022, na 21ª edição do Prêmio Cenym de Teatro. A companhia valoriza a maturidade e a reflexão em seus processos artísticos, destacando-se nas áreas de artes cênicas, visuais e intercâmbios artísticos internacionais, sempre buscando aproximação com novos públicos.

O diálogo com a cidade de Manaus, a Região Norte e o Brasil é uma das principais premissas da companhia, que busca ampliar sua atuação cultural e promover acesso democrático à cultura. O Buia Teatro é uma referência em pesquisa e experimentação artística no Norte do país, consolidando-se como um importante agente na promoção da cultura infantojuvenil.

Circuito Liberdade | O CCBB BH é integrante do Circuito Liberdade, complexo cultural sob gestão da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult) que reúne diversos espaços com as mais variadas formas de manifestação de arte e cultura em transversalidade com o turismo. Trabalhando em rede, as atividades dos equipamentos parceiros ao Circuito buscam desenvolvimento humano, cultural, turístico, social e econômico com foco na economia criativa como mecanismo de geração de emprego e renda, além da democratização e ampliação do acesso da população às atividades propostas.

Serviço:

“Cabelos Arrepiados – Conexão Norte”, com Cia. Buia Teatro

Gênero: Opereta

Local: Teatro I do Centro Cultural Banco do Brasil Belo Horizonte – CCBB BH

Endereço: Praça da Liberdade, 450 – Funcionários

Temporada: de 30 de novembro a 18 de dezembro de 2023

* Sessão com Libras e audiodescrição em 08/12.

Horários: quarta (somente 13/12), quintas, sextas e segundas, às 19h, e sábados e domingos, às 17h

Ingresso: R$30,00 (inteira) e R$15 (meia), à venda em ccbb.com.br/bh ou na bilheteria do CCBB BH

Capacidade do teatro: 262 lugares

Duração: 50 minutos

Classificação indicativa: livre.

Mais informações:

(31) 3431-9400

www.bb.com.br/cultura | e-mail: ccbbbh@bb.com.br

Redes sociais:

Facebook | Instagram.

(Fonte: A Dupla Informação)

Theatro Municipal de São Paulo anuncia Temporada 2024 com sete óperas e destaque para mulheres compositoras

São Paulo, por Kleber Patricio

Com um olhar para questões de nosso tempo e uma mostra que busca cada vez mais abarcar a diversidade de compositores e intérpretes de todos os gêneros e identidades, a programação da maior casa de óperas do Brasil tem aumento de 30% da presença de compositoras mulheres. Foto: Stig de Lavor.

Elaborar a programação de uma das mais queridas casas de ópera do país e manter os títulos e programações atrativos e consonantes às questões de seu tempo traz desafios. Pelo terceiro ano consecutivo, o Theatro Municipal de São Paulo contou com um comitê curatorial transdisciplinar para a elaboração da programação 2024: Ana Teixeira, pesquisadora em dança, artista e professora universitária; Elodie Bouny, violonista e compositora; Gabriella Di Laccio, cantora lírica, ativista e criadora da fundação internacional Donne – Mulheres na Música; Isabel Santos Mayer, educadora e gestora da Rede de Leitura LiteraSampa, e Ailton Krenak, escritor e filósofo para discutir e deliberar, junto à direção e corpos artísticos, potencialidades e possibilidades, ampliando horizontes e apontando temáticas e recortes.

A programação contará com sete óperas: Madama Butterfly, de Puccini, Carmen, de Bizet, uma ópera nacional, O Contratador de Diamantes, de Francisco Mignone, O Castelo do Barba Azul, de Béla Bartók, O Olhar de Judith, de Malin Bång, Nabucco, de Giuseppe Verdi, e María de Buenos Aires, de Piazzolla, remontagem de 2021. “Todo o esforço da nomeação dos membros do comitê e dos programas da temporada é também uma alavanca poética de reinvenção, uma forma de mostrar nosso olhar sobre o mundo e a arte. Uma poiesis que convoca, inevitavelmente, o espírito de seu tempo”, diz Andrea Caruso Saturnino no texto em que apresenta a programação do ano.

Ela salienta que, assim como nos últimos anos, o protagonismo de mulheres compositoras e intérpretes foi ficando cada vez mais evidente ao longo de todas as temporadas e um esforço consciente de evidenciar nomes e personagens que não tiveram seu devido destaque nos registros históricos; seja em função de seu gênero, sua orientação sexual, sua identidade racial, sua classe social ou sua nacionalidade se mostrou presente em todas as conversas.

Gabriella Di Laccio, que realiza um importante trabalho de jogar luz sobre nomes de artistas mulheres que ficaram à margem da historiografia musical, afirma: “Cada vez mais, quero usar a minha arte como uma ferramenta para impactar positivamente a indústria musical, amplificando vozes de compositoras desconhecidas e compartilhando sua música com o mundo”.

Algumas inspirações integraram o percurso para a seleção de títulos e programas, deslocando-se para uma rota que, quase inadvertidamente, já vinha sendo percorrida desde 2021, quando foi apresentada no palco do Theatro Municipal a cantata concertante Icamiabas, de João Guilherme Ripper, seguida de projeções de trabalhos do coletivo de artistas liderados por Ibã Huni Kuin e dos Kariri-xocó, realizando um Toré. As Icamiabas povoaram durante séculos o imaginário dos nossos colonizadores, assim como, ao longo do tempo, outros grupos de guerreiras temíveis assombram e fascinaram o imaginário masculino: as Amazonas gregas, as Valquírias da mitologia nórdica e as Agojie do império Daomé – estas últimas, as únicas a deixarem vestígios concretos de sua existência.

Como uma boa barcaça rumo ao futuro, o Theatro Municipal revigora-se dessas mulheres míticas de diferentes tempos e lugares, impregnando de sua força e tenacidade uma programação estruturada sobre grandes aparições femininas e, por que não, feministas e um fazer feminino que sofreu um apagamento histórico de suas autorias e reflexões sobre o mundo na arte. “Ampliar a presença negra, indígena, migrante e feminina nesta instituição vem norteando nossa bússola de navegação, em busca de novos mundos, mais plurais e definitivamente mais inclusivos. Afinal, se o Theatro se destina a todos, é porque todos devem estar representados nele e por ele”, completa a diretora geral do Theatro Municipal de São Paulo.

Assim, uma produção historicamente invisibilizada, mas não menos prolífica e significativa, chega à temporada de 2024 já configurando um número nunca antes visto de compositoras, tanto na programação da Orquestra Sinfônica Municipal, quanto na programação da Orquestra Experimental de Repertório e do Balé da Cidade de São Paulo, além dos concertos do Coral Paulistano e do Quarteto de Cordas. A temporada de óperas apresenta um repertório variado com grandes clássicos do gênero que trazem protagonistas femininas rebeldes e que fogem ao estereótipo social de gênero, incluindo, também, uma obra comissionada, Judith’s Gaze, e a recuperação histórica de uma obra brasileira, O Contractador de Diamantes. O fortalecimento de parcerias com outras instituições acontece por meio da realização de coproduções e convidando tanto diretores cênicos já bem conhecidos da casa, como Lívia Sabag, Jorge Takla e William Pereira, quanto artistas que farão sua estreia no palco do Theatro, caso de Wouter Van Looy e Christiane Jatahy.

Temporada de óperas

A temporada lírica da casa se inicia em 15 de março com Madama Butterfly, que terá direção cênica de Livia Sabag. Comemorando o centenário de morte de Giacomo Puccini, que já tem homenagem dupla prevista, a Orquestra Sinfônica Municipal apresenta, no mês de dezembro, La Bohème, em concerto. Na obra em três atos, que terá regência de Roberto Minczuk nos dias 15 a 20 e de Alessandro Sangiorgi nos dias 22 e 23, será contada a clássica história de Pinkerton, um oficial americano em Nagasaki, e de Cio-Cio-San, uma jovem japonesa devotada que irá, ao longo da narrativa, vivenciar inúmeras situações dolorosas que irão provar a impossibilidade de seu amor. No papel-título duas grandes sopranos, a italiana Carmen Giannattasio divide as datas com a uruguaia nascida no Japão Eiko Senda. Interpretando Pinkerton, o espanhol Celso Albelio e o chileno Enrique Bravo integram os elencos, que se alternam.

Na sequência, uma montagem da fulgurante Carmen, de Georges Bizet, estreia no dia 3 de maio com direção cênica de Jorge Takla e direção associada de Ronaldo Zero. A história original, com libreto de Henri Meilhac e Ludovic Halévy, baseado no romance homônimo de Prosper Mérimée, se desenvolve em torno da cigana Carmen, que trabalha em uma fábrica de tabaco em Sevilha, na Espanha. Conhecida por seduzir homens, a cigana envolve o soldado Don José e o convence a desertar de seu posto militar para segui-la. Dois mundos opostos, uma paixão violenta e o feminicídio mais famoso da história da ópera. Na versão que será apresentada no Theatro em 2024, Takla propõe um novo ambiente para a trama – um atelier de alta costura, com suas disputas internas, glamour e uma miríade de personagens do disputado mundo da moda.

Título que estreou no Festival de Ópera do Amazonas em maio deste ano, O Contratador de Diamantes, de Francisco Mignone, será montada pela primeira vez no palco do teatro paulistano com regência do maestro Alessandro Sangiorgi, de 28 de junho a 2 de julho. A direção fica a cargo de William Pereira, que marcou a dramaturgia nacional com a fundação de companhias históricas, como A Barca de Dionísio, além de ter sido responsável por inúmeras montagens do gênero nas principais casas do país. Nos papéis principais, Lício Bruno e Rosana Lamosa. A ópera se passa em Diamantina, Minas Gerais, e foi escrita quando Mignone tinha apenas 24 anos. A versão de São Paulo terá um diferencial com relação a do ano anterior: uma congada irá acontecer em uma cena com um grupo tradicional de Justinópolis, MG.

Já no mês seguinte, julho, um double bill toma conta do Theatro. O Castelo de Barba Azul, única ópera do compositor húngaro Béla Bartók, com libreto de Béla Balázs, é uma obra simbolista de grande profundidade psicológica. Baseada numa conhecida fábula de transmissão oral codificada no século XVII por Charles Perrault, a ópera tem apenas dois personagens: o próprio nobre e misterioso Barba Azul e Judith, sua nova esposa. A angustiante trama, de portas fechadas e proibidas à jovem esposa de Barba Azul, dá origem a uma das partituras mais ricas do repertório da ópera moderna.

Sete portas trancadas e um clima de iminente ameaça fazem da tensa jornada de descobertas de Judith uma viagem às profundezas da psiquê humana, representada pelo próprio castelo que dá título à ópera. Castelo que custodia a solidão e a escuridão de Barba Azul e que sangra a cada porta aberta. Em Judith’s Gaze (O Olhar de Judith), ópera especialmente comissionada e estreada em 2022, a libretista Mara Lee e a compositora Malin Bang, ambas suecas, reescrevem a história do ponto de vista da personagem-título. Judith não quer mais abrir as portas do castelo de Barba Azul, quer destrancar as suas próprias. Viajando ao subconsciente (ou ao seu próprio castelo), Judith encontra seus medos e desejos e a ópera revela a subjetividade dessa personagem que já viveu à sombra e escuridão do marido.

A montagem é uma coprodução do Theatro Municipal de São Paulo com o Folkoperan, de Estocolmo, Suécia, onde estreou em 2023, e o Muziektheater Transparant, da Bélgica, com direção cênica de Wouter Van Looy, artista belga especialmente engajado em ampliar o acesso do público a repertórios contemporâneos. Diretor de óperas e teatros musicais com larga experiência em montagens de diferentes formatos, Van Looy dirige pela primeira vez uma montagem no Brasil.

Na sequência, a partir de 27 de setembro, uma das mais prolíficas e premiadas diretoras brasileiras, Christiane Jatahy – que recebeu em 2022 o prestigiado Leão de Ouro da Mostra Internacional de Teatro de Veneza pelo conjunto de sua obra e é artista associada ao Odéon – Théâtre de L’Europe, de Paris, desde 2016 – faz sua estreia como diretora cênica no Theatro Municipal de São Paulo encenando Nabucco, de Giuseppe Verdi. A obra, que estreou no Scala de Milão em 1842, conta a história do rei Nabucodonosor II, da Babilônia. Escrita durante a ocupação austríaca no norte da Itália, a obra teve seu Coro dos Escravos Hebreus do terceiro ato transformada em uma música-símbolo do nacionalismo italiano à época. A montagem de Jatahy, que estreou em 2023, foi aclamada por crítica e público no Grande Teatro de Genebra, com sua exploração da permeabilidade das linguagens cinematográfica e teatral. A montagem do Theatro Municipal terá como Nabucco, nos diferentes elencos, o italiano Alberto Gazale e o estadunidense Brian Major como Abigaille, a uruguaia Maria José Siri e a norte-americana Marsha Thompson. Como Zaccaria, os baixos brasileiros Savio Sperandio e Matheus França se alternam num elenco que tem ainda Luisa Francescone e Juliana Taino como Fenenea e Marcello Vannucci e Guilherme Moreira como Ismaele.

Em novembro, María de Buenos Aires, a ópera-tango que fez sucesso em 2021, será remontada na Sala de Espetáculos. A obra teve sua estreia em 1968, com libreto do escritor uruguaio Horacio Ferrer. Numa complexa e onírica mistura entre música e poesia, a ópera narra a trajetória de vida de Maria, uma prostituta do subúrbio de Buenos Aires. Piazzolla cria uma obra que mescla múltiplos estilos musicais, do tango ao jazz, para nos levar por essa jornada pela noite da capital argentina. Nesta remontagem da bem-sucedida encenação realizada por Kiko Goifman em 2021, o diretor traz para a cena o cinema ao vivo, mesclando imagens e unindo diferentes linguagens artísticas à atmosfera portenha e brasileira, além de contar com a participação de prostitutas integrantes do coletivo Daspu, grife da ONG Davida. Kiko Goifman é diretor, roteirista, artista multimídia, web artista, produtor cultural e ator. Assina a direção de diversos trabalhos em vídeo, entre ficções, documentários, videoclipes e programas de TV.

Orquestra Sinfônica Municipal

A programação sinfônica e lírica se inicia com o concerto de aniversário da cidade de São Paulo, no dia 25 de janeiro, apresentando Te Deum, de Bruckner, no ano em que se comemoram os 200 anos do nascimento do compositor. No mesmo programa, a arrebatadora Nona Sinfonia, de Beethoven, com a participação da Orquestra Sinfônica Municipal, do Coro Lírico e do Coral Paulistano, sob a regência do maestro Roberto Minczuk.

Nos dias 1 e 2 de fevereiro, a OSM apresenta a Sinfonia nº 7, de Anton Bruckner e o Concerto para violoncelo, de Edward Elgar – o concerto terá participação do solista Andrei Ioniță, no violoncelo. Entre 29 e 30 de março, a orquestra apresenta o concerto Ressurreição, Sinfonia Nº 2, de Gustav Mahler, com Rosana Lamosa, soprano, e Carolina Faria, mezzo-soprano. Nos dias 5 e 6 de abril, o concerto La Noche de Los Mayas apresenta obras de compositoras como Tania León (Cuba, *1943), Marisa Rezende (Brasil, *1944) e Silvestre Revueltas.

Nos dias 12 e 13 de abril serão apresentadas obras das compositoras Joan Tower (Estados Unidos, *1938) e Germaine Tailleferre (França, 1892, 1983). Outra montagem especial será A Sagração da Primavera, de Stravinsky, junto a uma intervenção concebida por Ailton Krenak e o artista visual Ernesto Neto, nos dias 31 de maio e 1º de junho.

Nos dias 14 e 15 de junho, a Orquestra Sinfônica apresentará ao público Sonho e Revolução, com regência de Érica Hindrikson. A obra Rapsódia para Novos Tempos, comissionada para Marco Scarassati, Michelle Agnes Magalhães e Rubans Russomano Ricciardi, terá sua estreia mundial na temporada da Orquestra Sinfônica Municipal nos dias 30 e 31 de agosto.

Um dos grandes momentos da temporada está previsto para acontecer nos dias 18 e 19 de outubro. Terra em Transe, o clássico do cineasta Glauber Rocha, empresta sua partitura sonora, que inclui músicas, textos, sons e vozes, para um concerto concebido pelo multiartista Nuno Ramos, juntamente com o artista plástico e compositor Eduardo Climachauska e o maestro Luís Gustavo Petri e executado pela Orquestra Sinfônica Municipal, o Coro Lírico e solistas convidados.

Nos dias 8 e 9 de novembro, a OSM apresenta um concerto com composições de Kaija Saariaho (Finlândia, 1952–2023), Alma Mahler (Áustria, 1879–1964) e Richard Strauss (Alemanha, 1864–1949). Nos dias 13 e 14 de dezembro, a Orquestra Sinfônica apresenta o tão esperado Concerto de Natal; no repertório, Oratório de Natal, de Bach. E finalmente, nos dias 20 e 22 de dezembro, para finalizar as comemorações do aniversário de nascimento de Giacomo Puccini, a ópera La Bohème será apresentada no formato concerto, com participação do Coro Lírico Municipal e solistas convidados.

Coral Paulistano

Além de integrar importantes e grandiosas montagens líricas da temporada, caso de Catedrais Sonoras, na qual apresentam Bruckner e Beethoven no aniversário da cidade, e Oratório de Natal, de Bach, o Coral Paulistano apresenta no final de fevereiro, nos dias 28 e 29/2, na Sala da Conservatório, o concerto Retorno a La Tierra, dedicado a compositores latino-americanos, com regência da mestra Maíra Ferreira, e destaque para diversas compositoras e poetas contemporâneas, entre elas Emma Paz Noya (Bolívia, *1920–2013) e Tatiana Catanzaro (Brasil, *1976).

No dia 30 de abril, o coral apresenta destaques da composição brasileira na escadaria interna do Theatro Municipal Cantar Brasileiro, um concerto que traz radicalmente a proposta de Mário de Andrade para o grupo: a de fazer uma música brasileira com um cantar nacional e para a fruição dos trabalhadores brasileiros. No dia 18 de junho, no Salão Nobre, serão acompanhados de harpa e órgão para interpretar composições de Josef Rheinberger.

Grandes nomes da composição brasileira, como a multiartista Jocy de Oliveira, também integram diálogos e subtextos que também são provocações, altos-relevos que interrogam a contemporaneidade. Jocy foi convidada a criar uma peça para ser apresentada pelo Coral Paulistano, na sequência de Les Noces, de Igor Stravinsky, em resposta e contraposição a esta obra que aborda a preparação de uma festa de casamento camponês típico da Rússia dos anos 1920. Não é a primeira vez que a compositora brasileira é convidada para este diálogo, dada sua relação próxima com a obra e a figura do compositor.

O Coral Paulistano, sob regência e direção da maestra Maíra Ferreira, apresenta uma temporada eclética, com música à capela, acompanhada e com orquestra, cantando tanto peças do século XX e XXI quanto retomando o romantismo e grandes obras. No dia 20 de agosto, apresenta um programa que traz vozes espalhadas pelo Salão Nobre do Theatro entoarão músicas de um conjunto de compositoras que estão sendo resgatadas dentro do contexto da renascença italiana: Raffaela Aleotti e Maddalena Casulana.

Balé da Cidade de São Paulo

O Balé da Cidade de São Paulo apresenta sua primeira temporada sob a direção artística de Alejandro Ahmed. No momento em que a sociedade discute questões ligadas a novas configurações de corpos em tempos de Inteligência Artificial e avanços da robótica como possibilidade de estudos e ampliação do sentido técnico e artístico da dança, o Balé avança no campo da pesquisa de movimentos, realizando workshops e residências artísticas para rever os sentidos de sua atuação como companhia, posicionando o corpo artístico na cena contemporânea.

As apresentações no palco do Theatro Municipal se iniciam com uma nova criação da artista cubana Judith Sanchéz Ruíz, cujo trabalho é norteado por questões como casualidade e complexidade humana, improvisação, comunidade e ativismo. Suas coreografias não se baseiam na mecanização ou na memória do movimento, mas sim nas ramificações e camadas de temas numa rádio, conceito utilizado nas suas duas últimas peças mais significativas, Encaje (2017) e My Breast on the Table (2019). Na mesma noite será apresentada a remontagem Horizonte+, coreografia dos artistas brasileiros Beatriz Sano e Eduardo Fukushima, que irão trabalhar na coreografia junto ao Balé da Cidade de São Paulo em dezembro de 2023, como resultado de um edital para coreógrafos lançado pela primeira vez.

Em agosto será apresentada a nova coreografia de Biomashup, um trabalho criado por Cristian Duarte em 2014, especialmente recriado para o Balé da Cidade de São Paulo. O trabalho nos convida a um exercício de percepção de um espaço ressonando ficções cinéticas. Os bailarinos, como forças dinâmicas, disponibilizam seus arquivos da dança, produzindo um campo de contaminação e regeneração povoado pela diferença de possibilidades e intensidades não esgotadas pelo tempo histórico. Ao vivo, o músico Tom Monteiro toca um theremin – um dos primeiros instrumentos eletrônicos a ser inventado e um dos poucos que pode ser tocado sem contato físico – em especial arranjo, juntamente com a Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo, sob a regência do maestro Alessandro Sangiorgi. A segunda coreografia da noite será uma nova criação a ser anunciada.

Em outubro, o Balé apresenta duas coreografias, a remontagem Variação, coreografia e concepção com Davi Pontes e trilha sonora de Podeserdesligado, uma peça que explora as capacidades radicais da ação de fazer uma pose. A obra conta com 31 bailarinos, que se revezam em uma plataforma executando imagens de seus arquivos pessoais que se repetem e se combinam para desafiar formas de viajar no tempo sem depender da linearidade, resultando numa coreografia que ameaça leituras hegemônicas sobre a história. A segunda coreografia da noite será uma criação inédita da coreógrafa carioca Marcela Levi e da argentina radicada no Rio de Janeiro Lucía Russo. Marcela e Lucía apostam em um projeto de autoria compartilhada em uma direção artística que aponta para um regime de sentido aberto em que diferentes posições inventivas se entrecruzam em um processo que acolhe linhas desviantes, dissenso e diferenças internas como força crítica construtiva.

Orquestra Experimental de Repertório

Em 2024, a Orquestra Experimental de Repertório dará continuidade ao seu objetivo de capacitação de profissionais e a promoção de um amplo e diversificado repertório; neste ano, com enfoque em compositoras mulheres, destinado a ilustrar a vasta abrangência da arte sinfônica, ao mesmo tempo em que fomenta a criação de novas audiências.

Dentre os grandes destaques do ano da orquestra da casa, os concertos de junho e julho trazem destaques para compositoras mulheres vivas, caso de Higdon e Taillefere, além dos latinos Villa-Lobos e Strasnoy. A ideia de futuro e a inovação das técnicas de escritura orquestral também se mostram muito presentes nas obras de Debussy e Scriabin, que brilham no concerto de julho com La Mer (1905) e Poema do Êxtase (1905-1908).

Abrindo a temporada, no dia 28 de janeiro, a Sala de Espetáculos do Theatro Municipal será o cenário para um emocionante concerto da Orquestra Experimental de Repertório, sob a regência de Guilherme Rocha; na ocasião, a orquestra apresentará composições de Tchaikovsky.

No meio do mês de junho, dia 16, a Orquestra Experimental de Repertório apresentará composições de latino-americanos como The end, do franco-argentino Oscar Strasnoy (*1970), e Ciranda das sete notas, do brasileiro Villa-Lobos (1887–1959). Destaque para a peça que encerra o programa, da compositora norte-americana Jennifer Elaine Higdon (*1962).

Em julho, será apresentado o programa Tailleferre, Debussy e Scriabin. Destaque para Overture para Orquestra, de Germaine Tailleferre (1892–1983), a obra musical notável composta pela compositora e pianista francesa que foi uma das figuras mais destacadas do movimento musical conhecido como Les Six, que surgiu no início do século XX na França. Essa composição é uma representação notável do estilo neoclássico. A Overture para Orquestra é uma peça vibrante e enérgica, frequentemente exibindo uma abordagem lúdica da música, uma característica marcante do estilo neoclássico.

Já em dezembro, a Sala de Espetáculos do Theatro Municipal receberá um concerto que reitera o protagonismo feminino na programação do ano, com concerto apresentado pela Orquestra Experimental de Repertório em colaboração com um Coro Feminino. Destaque para a obra Blue Cathedral, de Jennifer Higdon (1962), compositora americana de música clássica contemporânea. Ela recebeu muitos prêmios, incluindo o Prêmio Pulitzer de Música, em 2010, por seu Concerto para Violino e três Prêmios Grammy.

Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo

O Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo apresentará em 2024 uma programação que contempla quintetos para piano, com a participação de pianistas convidados. Destacam apresentações com obras de compositoras como Grazina Bacewicz (Polônia, *1909–1969) e Léa Freire (Brasil, *1957), bem como pianistas de destaque como Erika Ribeiro, indicada ao Grammy Latino e que vem ganhando notoriedade como uma pianista refinada e versátil, rompendo os rótulos de popular e erudito; Rubia Santos, professora da Universidade da Costa Rica; Karin Fernandes, uma das pianistas brasileiras mais prolíficas em gravações, e a curitibana Martina Graf, que se aperfeiçoou na Alemanha e especializou-se em música de câmara, tendo se apresentado em diversos países europeus.

O Quarteto foi fundado por Mário de Andrade com o intuito de ter uma formação que interpretasse um repertório brasileiro e com uma leitura nacional e é composto pelos músicos Betina Stegmann, Marcelo Jaffé, Nelson Rios e Rafael Cesário, que se apresentam na Sala do Conservatório, na Praça das Artes.

Projetos especiais

A programação especial de 2024 contempla diversas atividades de difusão que transbordam o Complexo do Theatro Municipal, ocupam o entorno e invadem os espaços internos com as mais variadas manifestações artísticas. Os projetos Teatro no Theatro, com 16 apresentações teatrais em diversos espaços do Theatro Municipal. A programação ainda contará com projetos dos chamamentos externo e interno de 2023.

Devido ao grande sucesso da primeira edição em 2023, o projeto Samba na Praça continua em 2024, de março a novembro. Todas as segundas sextas-feiras do mês, o vão da Praça das Artes celebra o Samba, com os principais grupos das comunidades da cidade de São Paulo no formato das tradicionais rodas de samba.

Para 2024, a programação especial também terá o projeto Fantasia Brasileira: a memória do Ballet do IV Centenário nas ruas, uma série de performances nas escadarias e arredores do Theatro Municipal durante horário comercial, visando principalmente o público passante, em comemoração aos 70 anos deste que foi o primeiro corpo de baile do Theatro. As performances terão a forma de tableau vivants (quadros-vivos) inspirados no histórico ballet do IV Centenário, cuja rápida história esteve diretamente vinculada ao Theatro. O projeto aproxima artes visuais, dança e a arte da performance, tornando pública parte da história artística de São Paulo e do Theatro, lançando mão de seu acervo para tal construção.

No dia 21 de novembro o Theatro Municipal de São Paulo lança seu Caderno de Assinaturas de 2024. Serão oferecidas vendas de séries de óperas, concertos líricos e sinfônicos com a Orquestra Sinfônica Municipal, Balé da Cidade e Quarteto de Cordas da Cidade, com a participação de grandes pianistas convidados.

Serviço:

Theatro Municipal

Praça Ramos de Azevedo, s/nº – Sé – São Paulo, SP

Capacidade Sala de Espetáculos: 1503 pessoas

Praça das Artes

Avenida São João, 281 – Sé – São Paulo, SP

Capacidade Sala do Conservatório: 200 pessoas.

(Fonte: Theatro Municipal de São Paulo)