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Artes da francesa Orlan e da cubana Ana Mendieta ocupam unidades do Sesc Paulista e Pompeia

São Paulo, por Kleber Patricio

ORLAN – 71 “Les Femmes qui pleurent sont en colère n°10”. Foto: divulgação.

A exposição “Tornar-se ORLAN”, que está em cartaz no Sesc Avenida Paulista, é a primeira mostra individual da artista francesa ORLAN em toda América do Sul e percorre as seis décadas de carreira da artista francesa, privilegiando mais de 60 trabalhos de uma produção atenta às questões latentes e tecnologias disponíveis de cada época. Nesta primeira mostra no Brasil, ela traz a ORLANoide (2018/2023), robô criada por meio da biohacking (técnica que usa tanto a tecnologia quanto a biologia para formar humanos capazes de elevar seu desempenho corporal ao nível máximo), que convida o espectador a seguir as etapas de elaboração desta humanoide – autorretrato em escultura animada de ORLAN –, para entrar nos bastidores de sua fabricação: da modelagem à inteligência artificial. Veja o vídeo da ORLANoide: https://www.youtube.com/watch?v=ctvisjNMhYU.

A robô fala, canta, criando um espetáculo visual real e um deep learning theater (deep learning – ou aprendizagem profunda – baseia-se em um conjunto de algoritmos relacionados ao machine learning e suas aplicações no mundo real são cada vez mais tangíveis). Adaptada para a exposição no Sesc São Paulo, a ORLANoide utiliza tecnologias ainda mais atuais que vão possibilitar ao público interagir com a artista em português, além do inglês e francês. O público pode interromper esse processo aproximando-se do microfone, pressionando o botão e mantendo-o pressionado pelo tempo necessário para fazer sua pergunta. Ao soltar o botão, a ORLANoide registrará a pergunta e responderá.

ORLAN – Frontispício – ORLANóide. Foto: divulgação.

Com radical poética voltada ao feminino, a partir de uma perspectiva feminista, um dos nomes pioneiros da performance traz ao Sesc Avenida Paulista uma exposição, com curadoria de Alain Quemin e Ana Paula Simioni, que inclui fotografias, vídeos e esculturas, desde performances seminais, como “Corpos-esculturas”, da década de1960, até ORLANoide, uma robô da artista constituída por Inteligência Artificial que poderá interagir com o público em português, inglês e francês.

“Estimular a consciência crítica por meio da fruição artística representa, para o Sesc, instância fundamental de sua atuação educativa. Parte integrante dessa proposta, a investigação acerca da dimensão simbólica da corporeidade é tarefa fundamental para a viabilização de corpos, tanto individuais quanto sociais, efetivamente diversos”, destaca Danilo Santos de Miranda, diretor do Sesc São Paulo. A exposição é realizada com o apoio da Embaixada da França no Brasil e o Institut Français.

Exposição Ana Mendieta: “Silhueta em Fogo” e “terra abrecaminhos” – Ana Mendieta, Creek, 1974, Super-8mm film

Mendieta – “Alma, Silueta en Fuego 4” –  Mendieta, Ana/AUTVIS, Brasil, 2023. Internacional: ©The Estate of Ana Mendieta Collection, LLC Courtesy Galerie Lelong & Co. – Licensed by Artist Ri.

O projeto, com curadoria geral de Daniela Labra, curadoria adjunta de Hilda de Paulo e assistência de Maíra de Freitas, resulta na primeira exposição abrangente de filmes, escultura e fotografias realizada na América Latina de Ana Mendieta (Havana, 1948–Nova York, 1985) “Silhueta em Fogo” e na coletiva “terra abrecaminhos”, com 30 artistas contemporâneas de gerações diferentes em diálogo com a obra da artista.

Mendieta foi para aos Estados Unidos em 1961 e em 1980 visitou Cuba pela primeira vez, indo sete vezes à terra natal de sua família até 1983, como única artista autorizada a fazer exposições na ilha, apesar do passaporte e nacionalidade estadunidenses. “Ana é considerada um nome fundamental na arte contemporânea do final do século XX por seu trabalho vital, transcultural, visceral, performático, atemporal, intrinsicamente político”, destaca Labra.

“Ana Mendieta: Silhueta em Fogo” traz um recorte da produção multimídia da artista com obras concebidas entre 1972 e 1983. A exposição histórica, conforme a curadora, evidencia o pioneirismo de Mendieta em investigar a arte relacionando corpo, feminilidade arquetípica, ancestralidade, cura, ecologia e performatividade. Segundo Labra ainda, a sua poética visual se materializa em diferentes suportes estéticos sendo original e contundente; a artista experimentou diferentes temas em linguagens como Super-8, fotografia, esculturas em areia, madeira e pedras, desenhos, intervenções na natureza e ações em espaços quase domésticos. “Obras como a série ‘Untitled (Facial hair transplant)’, de 1972/1997, mostram Ana Mendieta em situações que brincam com questões de gênero e documentação, enquanto outras registram suas intervenções corporais na terra, também filmadas”, conclui a curadora.

GP 0753 – “Volcan 3”. © Mendieta, Ana/AUTVIS, Brasil, 2023. Internacional: ©The Estate of Ana Mendieta Collection, LLC Courtesy Galerie Lelong & Co. Licensed by Artist R.

A mostra reúne obras icônicas, especialmente filmes realizados entre 1973 e 1981 e fotografias de caráter performativo, além de uma proposição escultórica. São apresentados 21 filmes em Super 8, 16 mm e Betacam restaurados e digitalizados, incluindo uma cópia inédita de “Black Angel”, com lançamento mundial na exposição. Também se apresentam 13 conjuntos de fotografias que mostram a evolução de suas pesquisas desde a fase inicial na Universidade de Iowa às imagens em preto e branco de grandes formatos e a silhueta de velas incandescentes “Ñañigo Burial”.

Sobre Ana Mendieta

Ana faleceu em setembro de 1985. Por um tempo, antes e após seu falecimento, ela foi identificada principalmente como um nome de destaque no contexto de artistas latinas em Nova York. Recebeu a primeira retrospectiva póstuma em 1987 no New Museum, também em Nova York, mas será nos anos 1990 que receberá mais retrospectivas institucionais, principalmente nos Estados Unidos e na Europa, além do México. Nos anos 2000, Mendieta terá sua obra catalogada, estudada minuciosamente por curadores e historiadores, os quais lhe dedicaram extensos livros. Hoje, sua produção estética é amplamente estudada em muitos campos da arte e da cultura, embora no Brasil ela ainda seja pouco exibida e lida.

Daniela Labra aponta que ainda assim, Ana Mendieta é uma influência artística contundente e reconhecida para muitas pessoas de diferentes gerações que já acessaram sua obra. Esta retrospectiva apresenta um recorte da linguagem visual e de fronteira da artista, exploradora singular de diversas mídias e cosmogonias, conectada tanto a temáticas contemporâneas e políticas de seu tempo quanto com culturas de eras ancestrais. “Compartilhamos, neste evento, uma parte de seu gesto enérgico para quem sua arte foi existência, o meio com o qual ela reestabeleceu os laços que a uniam com o Universo”.

terra abrecaminhos

Simultaneamente, a mostra histórica de Ana Mendieta se desdobra na coletiva “terra abrecaminhos”. A exposição parte de uma abordagem ancorada no feminismo decolonial que aproxima a obra de 30 artistas que se auto identificam enquanto mulheres cisgêneras, mulheres trans, travestis e pessoas não-binárias com aspectos arquetípicos, culturais, políticos e espirituais da obra de Ana Mendieta em suas implicações feministas. A curadoria convidou artistas de diferentes gerações, filhas da diáspora mestiza e de fronteira, alinhadas ao pensamento da filósofa chicana Gloria Anzaldúa. Os trabalhos apresentam-se em diferentes suportes, incluindo performances ao vivo, cujas proposições estéticas e políticas encontram muitos pontos de contato com os gestos performativos de Ana Mendieta. Diversas autoras embasam o discurso conceitual de terra abrecaminhos, entre as quais, Gloria Anzaldúa, Cherríe Moraga,  Audre Lorde e bell hooks.

GP 1204 – “Butterfly 2”. ©Mendieta, Ana/AUTVIS, Brasil, 2023. Internacional: ©The Estate of Ana Mendieta Collection, LLC Courtesy Galerie Lelong & Co. Licensed by Artist Ri.

“No desenho arquitetônico para o Sesc Pompeia, a exposição ‘Ana Mendieta: Silhueta em Fogo” se encerra com as águas do Atlântico negro do filme ‘Ochún’ (1981), em conversa com as águas doces que irrigam ‘terra abrecaminhos’, que enraíza saberes feministas localizados pela régua da experiência de cada pessoa propositora de imagens, formando encruzilhadas, traços que recortam territórios sem comprimi-los e abrindo passagens para que a vida transborde sobre a pele do mundo. A imagem dos transbordamentos se volta também para a própria”, destacam as curadoras Hilda de Paulo e Maíra Freitas.

Segundo as curadoras, a coletiva foi pensada a partir das “inflexões críticas decoloniais dentro das teorias feministas, colocando em relevo a circularidade das contra narrativas que retornam às ancestralidades para recompor a imagem do presente, abrindo respiros na terra com as intrincadas movimentações de artistas dentro dos feminismos e suas pontes por solidariedades amorosas entre pessoas. ‘terra abrecaminhos’ reverencia o corpo, este que se produz enquanto se preenche de significação, este que é, nos termos de Gloria Anzaldúa e Cherríe Moraga, teoria na carne em gesto de fazer artístico”, afirmam.

Serviço:

Exposição “Tornar-se ORLAN”

Sesc Paulista: Avenida Paulista, 119, Bela Vista, São Paulo (SP)

Horários de visitação: até o dia 28 de janeiro de 2024 – terça a sexta, das 10h às 21h30.; sábados, das 10h às 19h30 e, domingos e feriados, das 10h às 18h30.

Classificação etária: 14 anos

Onde: Arte I – 5º andar

Recursos de acessibilidade: Mapa e objetos táteis, piso tátil, libras e audiodescrição

Gratuito – Aberto ao público

Visita Educativo: “Tornar-se ORLAN”

Horários de visitação: até 28 de janeiro de 2024 – terça a sexta, das 10h às 21h30; sábados, das 10h às 19h30, e, domingos e feriados, das 10h às 18h30

Classificação etária: 14 anos

Onde: Galeria Arte I – 6º andar

Gratuito – Agendamento de visitas educativas para grupos: expo.avenidapaulista@sescsp.org.br.

Exposições “Ana Mendieta: Silhueta em Fogo” e “terra abrecaminhos”

Visitação até 21 de janeiro de 2024.

Terça a sábado, das 10h às 21h

Domingo e feriados, das 10h às 18h

Grátis. Livre

Sesc Pompeia – Rua Clélia, 93 – Pompeia – São Paulo/SP

Sem estacionamento. Para informações sobre outras programações, acesse o portal sescsp.org.br/pompeia.

(Fonte: Pool de Comunicação)

“Histórias afro-atlânticas”: exposição idealizada pelo MASP é exibida no Dallas Museum of Art

Dallas, por Kleber Patricio

Dalton Paula, “Zeferina”, 2028, acervo MASP. Foto: MASP.

O MASP — Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand anuncia uma nova etapa da itinerância da exposição “Histórias afro-atlânticas”. Dedicada às histórias e narrativas afro-atlânticas desde o século 17, a mostra, originalmente idealizada e apresentada pelo MASP em 2018, está em cartaz no Dallas Museum of Art – DMA, em Dallas, até 11 de fevereiro de 2024. A exposição foi considerada a melhor de 2018 pelo The New York Times e já passou pelo MFAH – Museum of Fine Arts, em Houston, de outubro de 2021 a janeiro de 2022, pela National Gallery of Art, em Washington, de abril a julho de 2022, e pelo LACMA – Los Angeles County Museum of Art, em Los Angeles, de dezembro de 2022 a setembro de 2023.

A versão apresentada em Dallas reúne cerca de 100 obras de arte e documentos desenvolvidos na África, nas Américas, no Caribe e na Europa. A mostra traz uma série de diálogos que reexaminam as histórias de escravidão, resiliência e lutas pela libertação. A curadoria do conjunto apresentado no DMA é coordenada por Katherine Brodbeck, curadora sênior de arte contemporânea – Hoffman Family, e Ade Omotosho, curador assistente de arte contemporânea – Nancy and Tim Hanley.

“Histórias afro-atlânticas” no MASP teve curadoria de Adriano Pedrosa, diretor artístico do MASP, Lilia Schwarcz, curadora adjunta para histórias, Ayrson Heráclito e Hélio Menezes, curadores convidados, e Tomás Toledo, curador-chefe do MASP durante o período. Naquele ano a coletiva reuniu, em iniciativa inédita, duas das principais instituições culturais de São Paulo — o MASP e o Instituto Tomie Ohtake — para apresentar cerca de 400 obras de 210 artistas provenientes do acervo do MASP e de instituições e coleções nacionais e internacionais. A mostra se organizou em torno de núcleos temáticos; sendo eles “Mapas e margens”, “Cotidianos”, “Ritos e ritmos”, “Retratos”, “Modernismos afro-atlânticos” e “Rotas e transes: Áfricas, Jamaica e Bahia”. Em cada núcleo, foram friccionados diferentes movimentos artísticos, geografias, temporalidades e materialidades. Ao término da exposição, foram contabilizados 180 mil visitantes no MASP.

Serviço:

Afro-Atlantic Histories

Concebida originalmente pelo MASP, a exposição é coorganizada pelo MASP e pelo Museum of Fine Arts, Houston, em colaboração com a National Gallery of Art, Washington, D.C.

No MASP e no Instituto Tomie Ohtake, a exposição teve curadoria de Adriano Pedrosa, diretor artístico, MASP, Lilia Schwarcz, curadora adjunta para histórias, Ayrson Heráclito e Hélio Menezes, curadores convidados, e Tomás Toledo, curador-chefe, MASP durante o período.

A itinerância no Museum of Fine Arts, Houston e na National Gallery of Art, Washington, D.C, teve curadoria de Kanitra Fletcher, curadora associada de Arte Afro-Americana e Afro-Diaspórica da National Gallery of Art, Washington, D.C.

A mostra no Dallas Museum of Art tem coordenação curatorial de Katherine Brodbeck, curadora sênior de arte contemporânea – Hoffman Family, e Ade Omotosho, curador assistente de arte contemporânea – Nancy e Tim Hanley.

Data: até 11/2/2024

Local: DMA – Dallas Museum of Art, em Dallas

Endereço: 1717 North Harwood, Dallas, Texas 75201

Horário: terça, quarta, quinta, sábado e domingo, das 11 às 17h, sexta, das 11 às 21h; segunda fechado.

Ingressos aqui.

(Fonte: Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand)

DeSúbito Cia estreia “Afeto” no Centro Cultural São Paulo

São Paulo, por Kleber Patricio

“Afeto” – na foto, Agnes Zuliani, Teka Romualdo e Maria Fanchin. Fotos: Caio Oviedo.

“Afeto – Uma história de amor (violenta e difusa) entre mulheres quebradas”, novo trabalho da DeSúbito Cia, traz dramaturgia de Carla Zanini, vencedora do edital da 9ª Mostra de Dramaturgia em Pequenos Formatos Cênicos do Centro Cultural São Paulo. A trama é marcada pelo encontro inusitado de três mulheres desconhecidas, unidas pela raiva, pela solidão e pelo desamparo. A peça segue em cartaz até dia 10 de dezembro no Centro Cultural São Paulo. Confira a programação completa abaixo.

A peça é parte de uma trilogia escrita por Carla, cujos textos, em comum, trazem como protagonistas mulheres de alguma forma marcadas pela violência: seja institucional, política ou de gênero. “Afeto”, o primeiro texto a ser montado – os outros dois têm previsão de chegarem aos palcos no próximo ano – conta a história de Úrsula, uma viúva excêntrica, que confunde Aisha com sua enteada desaparecida. As duas assumem esses papéis fingindo ser quem não são: madrasta e enteada. Quando a gata de Úrsula some, elas acabam entrando no apartamento de Bete, uma senhora que parece esconder algum segredo.

“A gente vai compreendendo as complexidades das mulheres ao longo da peça, a dramaturgia vai se revelando aos poucos”, diz Carla Zanini, que também assina a codireção do trabalho, ao lado de Angélica Di Paula.

A partir desses encontros inusitados, a história se desdobra também por caminhos inesperados, unindo suspense e humor. “Quando li pela primeira vez o texto, eu ri muito, mas também fiquei angustiada”, revela Angélica.

Na trama, as três mulheres sofreram algum tipo de violência: Úrsula perdeu a mulher em um assassinato homofóbico; Aisha foi dopada e abusada em um bar; Bete sofreu nas mãos do marido. Essas informações vão sendo construídas ao longo do texto e mostram a união das três em torno de sentimentos comuns. “Esse texto fala sobre as diferentes formas de lidar com o trauma e a constante busca de como existir depois que o ódio toma conta. Acompanhamos como a fúria nas mulheres pode se esconder de diferentes formas através de lugares não óbvios. Esses sentimentos movimentam as ações polêmicas e libertárias dessas mulheres”, apontam as diretoras.

Dramaturgia – trilogia | “Raiva, Afeto e Coragem” é a trilogia escrita por Carla Zanini para a DeSubito Cia, da qual a dramaturga é cofundadora. Algumas reflexões fundamentais têm permeado suas escolhas e também estão presentes nesses trabalhos: a escolha de temas como tentativas de lidar com as violências que nos cercam, seja por questões políticas, familiares, de gênero, de saúde mental, entre tantas outras; a partir de situações privadas falar sobre uma experiência pública e coletiva, do jogo intenso e constante de contradições sociais, políticas e afetivas; personagens mulheres cujas histórias procuram enfrentar as regras com as ferramentas que possuem, mesmo que estejam “aprisionadas” dentro de um espaço ou colapsadas em seus gestos, desejos e atitudes extremadas.

DeSúbito Cia | O grupo nasceu em 2015 na cidade de São Paulo com atores egressos da Escola de Arte Dramática ECA-USP para a criação de um espaço de parcerias, intercâmbios e produções artísticas, realização de peças com dramaturgia própria, de autores contemporâneos e uma pesquisa voltada sobretudo para novas formas de escritas e criações cênicas. Entre os espetáculos realizados, estão “Casa e Nuvem Branca”, de Rafael Augusto, direção de Ricardo Henrique (2015); “Você Só Precisa Saber da Piscina”, de Carla Zanini, direção de Tel Lenna (2017); “Coisas que você pode dizer em voz alta”, de Ricardo Inhan, direção de Ricardo Henrique (2019), e “Selvagem”, de Mike Bartlett, direção de Susana Ribeiro (2023). E os próximos são parte da trilogia escrita por Carla Zanini: Afeto, Raiva e Coragem.

Sinopse | A peça conta a história de três mulheres desconhecidas que acabam se unindo pela falta, pela raiva e pela solidão. Úrsula, uma viúva excêntrica, confunde Aisha, uma mulher que acabou de ser abusada em um bar, com sua enteada desaparecida e as duas constroem uma relação fingindo ser quem elas não são. Quando a gata de Úrsula some, elas iniciam uma busca que termina no apartamento de Bete, uma senhora que parece esconder algum segredo.

Ficha técnica

Dramaturgia: Carla Zanini

Direção: Angélica Di Paula e Carla Zanini

Elenco: Agnes Zuliani (Úrsula), Maria Fanchin (Aisha), e Teka Romualdo (Bete)

Participação: Ricardo Henrique

Figurino: Muca Rangel

Sonoplastia: Mini Lamers

Iluminação e operação: Maíra do Nascimento

Design Gráfico: Angela Ribeiro

Assessoria de Imprensa: Canal Aberto – Márcia Marques

Assistência de produção: Julia Calegari – Ventania Cultural

Produção: Mariana Novais – Ventania Cultural

Idealização: DeSúbito Cia

Esta obra foi premiada pelo edital da 9a Mostra de dramaturgia em pequenos formatos cênicos do Centro Cultural São Paulo.

Serviço:

Afeto – Uma história de amor (violenta e difusa) entre mulheres quebradas

Temporada: até 10 de dezembro de 2023

Dias e horários: quinta, sexta e sábado, às 20h e, domingo, às 19h

Local: Centro Cultural São Paulo – CCSP – Sala Jardel Filho

Endereço: Rua Vergueiro, 1000 – Liberdade, São Paulo – SP

Valores: Grátis – retirada de ingressos a partir de 1h antes da apresentação

Classificação indicativa: 14 anos | Duração: 90 min.

(Fonte: Canal Aberto Assessoria de Imprensa)

Brasil vence 8ª edição do Prêmio Internacional de Café Ernesto Illy com a São Mateus Agropecuária

Nova York, por Kleber Patricio

Prêmio foi entregue ao vencedor pelo presidente da illycaffè, Andrea Illy, durante um evento realizado na New York Public Library. Fotos: divulgação.

O Brasil, com a São Mateus Agropecuária, é o país vencedor do prêmio Best of the Best, que foi entregue a José Eduardo Dominicale durante a 8ª edição do Prêmio Internacional de Café Ernesto Illy. O prêmio, que recebeu o nome do líder visionário da illycaffè e filho do fundador, celebra o trabalho que a empresa vem desenvolvendo diariamente nos últimos 30 anos lado a lado com os produtores de café para oferecer o melhor café sustentável do mundo. O prêmio foi entregue ao vencedor pelo presidente da illycaffè, Andrea Illy, durante um evento realizado na New York Public Library, em Nova York.

O prêmio foi atribuído por um painel independente de nove especialistas que examinaram os melhores lotes da colheita de 2022-2023 por meio de uma degustação às cegas de nove cafés dos nove países finalistas: Brasil, Costa Rica, El Salvador, Etiópia, Guatemala, Honduras, Índia, Nicarágua e Ruanda. Antes de ser avaliado pelo júri, cada lote de café foi analisado pelos laboratórios de controle de qualidade da illycaffè e classificado em termos de riqueza e complexidade aromática, elegância e equilíbrio do seu sabor e intensidade do seu aroma.

A Finca Danilandia, de Luis Arimany Mondonico, da Guatemala, ganhou o prêmio Coffee Lovers’ Choice, atribuído por um painel de consumidores que, nas semanas anteriores ao evento, realizou provas às cegas das amostras de café nos cafés illy de Trieste, Milão, Paris, Londres, São Paulo e Nova York e classificou suas preferências.

“A vitória absoluta do café brasileiro proveniente da agricultura regenerativa – escolhido às cegas entre os nove melhores cafés do mundo – é motivo de muita alegria para mim. De fato, a história do Prêmio Ernesto Illy começou no Brasil em 1991 e isso confirma que as recompensas recebidas pela illycaffè por ter transformado o Brasil de um líder em quantidade para um líder em qualidade são bem merecidas”, diz Andrea Illy. “Depois de mais de 25 anos de trabalho incessante e incansável da nossa equipe de agrônomos e da Universidade do Café, o salto finalmente aconteceu graças à agricultura regenerativa, que decidimos desenvolver em 2018 pelos benefícios que traz ao meio ambiente e à saúde de todos.”

Localizada na cidade de Varjão de Minas, a propriedade São Mateus Agropecuária foi finalista em 2022 e em 2023 voltou com tudo para se consagrar como campeã regional do Cerrado Mineiro e conquistar o 1º lugar na premiação nacional e de que quebra levar o grande prêmio Best of the Best durante a 8ª edição do Prêmio Internacional de Café Ernesto Illy.

Há 40 anos, o fundador do grupo BMG e do Guima Café, Flávio Pentagna Guimarães investiu em suas primeiras lavouras de café na região do Cerrado Mineiro, após comprar as fazendas São Lourenço e Brasis. “De lá para cá, evoluímos por meio da implantação de melhorias contínuas nas lavouras e a expansão do pós-colheita. Profissionalizamos a nossa equipe e, juntos, seguimos fortalecendo a marca e buscando tecnologias para melhorarmos nosso sistema produtivo. Há 15 anos fizemos a transição para a produção de cafés especiais, sempre focados nos pilares da sustentabilidade. Atualmente, implantamos a cafeicultura regenerativa, que visa manter os solos vivos e a saudabilidade de todo o ecossistema”, revela Eduardo Dominicale, CEO do Grupo BMG.

A parceria com a illy iniciada em 2008 ocorreu no mesmo período em que a fazenda fazia a transição de sua produção para cafés especiais. “Fornecemos cafés especiais produzidos de forma sustentável e alta qualidade para a illy, uma marca globalmente conhecida e presente no mundo todo. Isso nos enche de orgulho e também nos dá um sentimento de grande responsabilidade com nosso processo produtivo, já que nosso produto final será consumido por milhares de pessoas”, ressalta Eduardo. “Para nós, já foi uma honra estar entre os 27 melhores cafés do mundo, ao lado de produtores tão relevantes no mercado internacional. O fato de vencer as duas premiações é motivo de muito orgulho e reconhecimento de que estamos no caminho certo na busca por produzir cafés de qualidade aliada às práticas de sustentabilidade”.

Ainda durante o 8º Prêmio Internacional de Café Ernesto Illy, os três produtores mineiros, vencedores do 32º Prêmio Ernesto Illy de Qualidade Sustentável do Café para Espresso, finalmente ficaram sabendo sua ordem de classificação: São Mateus Agropecuária (Cerrado Mineiro) – 1ª colocada, Raimundo Dimas Santana Filho (Matas de Minas) – 2º colocado e Luis Manuel Ramos Fachada Martins da Silva (Chapada de Minas) – 3º colocado.

Luis Arimany Mondonico, Finca Danilandia da Guatemala, com o brasileiro José Eduardo Dominicale.

“O café vencedor do Prêmio Internacional de Café Ernesto Illy deste ano é uma xícara redonda, saudável e encorpada, com sabores ricos e suaves de um equilíbrio de chocolate, caramelo, açúcar mascavo e amêndoas torradas em uma cama de brilho refinado, com um final persistente de doçura suave, gentil e harmoniosa. Representa verdadeiramente as melhores características gustativas da sua origem” foi a declaração explicativa do júri ao indicar o vencedor.

O júri que votou para o prêmio Best of the Best incluiu a provadora profissional Silvia Escobar, da Guatemala; o presidente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado, o brasileiro Glaucio De Castro; a diretora do laboratório de qualidade CoffeeLab, a indiana Sunalini Narayan Menon; o chef Ricard Camarena, premiado com duas estrelas Michelin e uma estrela verde por sua dedicação à sustentabilidade em seu restaurante Ricard Camarena, em Valência; os chefs americanos Carrie e Rupert Blease, que dirigem o restaurante Lord Stanley, com uma estrela Michelin, em São Francisco; Andrea Aprea, um chef com uma estrela Michelin e um restaurante com o seu nome em Milão; a escritora e jornalista francesa Adelaide de Clermont-Tonnere, chefe de redação da revista Point de Vue; Inga Griese, fundadora e chefe de redação de ICON, o suplemento de estilo do jornal alemão Welt Am Sonntag, e Angelina Villa Clarke, jornalista que colabora com prestigiadas publicações de língua inglesa, incluindo a Forbes.

O Prêmio Internacional de Café Ernesto Illy é também uma oportunidade imperdível de networking para todos os envolvidos na indústria do café, de produtores a exportadores, de comerciantes a representantes institucionais. Durante a manhã, todos se reuniram na sede das Nações Unidas para participar da mesa redonda “Como proteger o futuro do café”. Além do presidente da illycaffè, Andrea Illy, entre os participantes, estavam Vanusia Nogueira (diretora executiva da Organização Internacional do Café), Jeffrey Sachs (economista e copresidente da Regenerative Society Foundation), Oscar Schaps (presidente da divisão da América Latina da Trading Stone X Financial Inc.) e Glaucio de Castro (presidente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado Mineiro).

illycaffè é uma empresa familiar italiana fundada em 1933, em Trieste, que tem como missão oferecer o melhor café ao mundo. Produz um exclusivo blend 100% Arábica composto por nove ingredientes diferentes. A empresa seleciona apenas 1% dos melhores grãos de Arábica do mundo. Todos os dias são servidas oito milhões de xícaras de café illy em mais de 140 países em todo o mundo, nos cafés, restaurantes e hotéis, em cafés e lojas de marca própria, em casa e nos escritórios, nos quais a empresa está presente através de filiais e distribuidores. Desde a sua fundação, illycaffè tem direcionado as suas estratégias para um modelo de negócio sustentável, compromisso que reforçou em 2019 ao adotar o estatuto de Benefit Company e em 2021 ao tornar-se a primeira empresa de café italiana a obter a certificação internacional B Corp. Desde 2013, a empresa é também uma das Empresas Mais Éticas do Mundo. Tudo o que é “made in illy” tem a ver com beleza e arte, princípios fundamentais da marca, desde o seu logotipo, desenhado pelo artista James Rosenquist, até às xícaras da illy Art Collection, decoradas por mais de 125 artistas internacionais ou máquinas de café concebidas por designers de renome internacional. Com o objetivo de difundir a cultura de qualidade a produtores, baristas e amantes do café, a empresa desenvolveu a Università del Caffè, que hoje realiza cursos em 25 países em todo o mundo. Em 2021, a Rhône Capital tornou-se acionista minoritária da illycaffè com o objetivo de contribuir para os planos de crescimento internacional da empresa. Em 2022, a empresa contava com 1230 colaboradores e um volume de negócios de 567,7 milhões de euros. A rede de cafés illy de marca própria tem 190 pontos de venda em 34 países.

(Fonte: ADS Comunicação Corporativa)

Saae investe R$100 milhões em ampliação do sistema de abastecimento

Indaiatuba, por Kleber Patricio

Construções da ETA VI e de um reservatório de 3 milhões de litros têm previsão de serem iniciadas ainda este ano. Foto: Sacha Ueda.

O Serviço Autônomo de Água e Esgotos (Saae) de Indaiatuba, no interior de São Paulo, está investindo mais de R$100 milhões em obras importantes para ampliar o Sistema de Abastecimento de Água Tratada. As ações iniciam ainda neste ano e se estendem pelo ano de 2024.

A ampliação consiste na construção de uma Estação de Tratamento de Água no Bairro Tombadouro (ETA VI), com sistema de captação, pré-tratamento, tratamento e reservação, que ampliará em 50% a capacidade de tratamento da Zona Norte do município. E também quatro novos reservatórios regionais (Tombadouro, Itaici, Santa Maria e Santa Dulce) que, juntos, aumentarão a capacidade de reservação de água em 11 milhões de litros, além da substituição de um reservatório no Altos da Bela Vista. Por fim, investimentos na eficiência na rede de distribuição com ações de combate às perdas de água tratada.

No Tombadouro, as construções da ETA VI e de um reservatório de 3 milhões de litros têm previsão de serem iniciadas ainda este ano. Os demais reservatórios e ações estão em processo de licitação e devem começar no início de 2024.

O investimento será realizado com verba própria do Saae, contando também com o financiamento do Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia do Prata (Fonplata). O financiamento destina-se ao desenvolvimento parcial do Programa Integrado de Saneamento e Recursos Hídricos de Indaiatuba – Rio Jundiaí Limpo, que conta também com outras obras de esgotamento sanitário, visando à qualidade de vida da população por meio do aumento da cobertura dos serviços de água potável e saneamento.

(Fonte: Prefeitura de Indaiatuba)