Notícias sobre arte, cultura, turismo, gastronomia, lazer e sustentabilidade

Inscreva seu e-mail e participe de nossa Newsletter para receber todas as novidades

Almanaque Carioquice 2024 vem aí indicando lugares onde o Rio ferve de gente e você ainda não conhece

Rio de Janeiro, por Kleber Patricio

Mostrar as atrações da Cidade Maravilhosa sob um ângulo diferente – essa é a proposta do Almanaque Carioquice 2024. Nas páginas da publicação, um Rio de Janeiro desconhecido de muitos cariocas e que nem todo mundo vê, com atrações que revelam os encantos mil produzidos pela integração entre belezas naturais e diversidade cultural. A publicação, uma parceria do Instituto Cultural Cravo Albin (ICCA) e a Insight Comunicação, chega à sétima edição mostrando a graça, a tipicidade e o charme de “outras praias” cariocas.

Celebrando os 20 anos da marca Carioquice, o presidente do ICCA, Ricardo Cravo Albin, ressalta que a publicação exalta o melhor da cidade e das pessoas. “O espírito carioca é o irrefreável sentimento de descontração, de largueza de gestos, do celebrar-se a cidade que penetra lá no fundo da alma de quem é invadido por sua beleza, elegância e originalidade. E nunca aquele estado sombrio que pode nos acabrunhar pelas ondas (que aparecem e desaparecem) de possíveis violências, impunidades, desencontros”, comenta.

As páginas do Almanaque Carioquice estão recheadas de atrações da cidade que vibra desde cedo e que reúne um rio de gente, nas praias, praças e parques, boates ou em torno de uma boa roda de samba, passando por polos gastronômicos, feirinhas, mercadões e atividades esportivas ao ar livre. O Almanaque segue sua tradição de ter uma abordagem temática, sempre buscando uma forma de cobrir aspectos poucos exaltados e descobrir lugares e histórias surpreendentes. Em 2023, a publicação investigou os lugares que trouxeram inovação para a cidade. Em 2022, o conceito foi relacionado ao Rio que deu a volta por cima e se reinventou com a pandemia. Todas as edições podem ser acessadas no site.

Esta edição garimpa preciosidades em lugares que atraem verdadeiras multidões, tribos descoladas ou grupos de interesse comum. Você sabe ou frequenta esses locais, mas muito possivelmente desconhece ou não prestou a atenção em verdadeiras riquezas submersas nesse mar de gente. Os exemplos são inúmeros. No roteiro, o Aterro do Flamengo, o nosso Central Park, que se transforma em ícone do Carnaval, durante o reinado de Momo. Em meio às intermináveis mutações da festa que define a identidade carioca, o Parque é um epicentro de inovação, ecletismo musical e gente.

Símbolo do subúrbio carioca, o Piscinão de Ramos é um oceano de atividades de lazer muito além dos mergulhos, com aparelhos de ginástica, quadras poliesportivas, quadra de areia, campo de grama sintética, parquinhos infantis, espaço multiuso, áreas de convivência, além de ciclovia e pista de skate.

No quadrilátero entre as ruas São Salvador, Esteves Júnior e Senador Corrêa, em Laranjeiras, a Praça São Salvador é a festa para todas as idades, de manhã à noite, desde a gurizada aproveitando o parquinho até a feirinha de artesanato, além do bloco “Bagunça meu coreto”, criado pelos moradores e que arrasta uma multidão pelas redondezas durante o carnaval. O Largo da Prainha, Baixo Gávea, Baixo Tijuca (Praça Varnhagen) e “Botasoho” – a confluência entre as ruas Álvaro Ramos e Arnaldo Quintela.

Tem também os “mercadões” da cidade, como a Cobal do Humaitá, Cadeg, Uptown e Saara, são os melhores points, segundo o Almanaque, para ver e ser visto. O Ballet Manguinhos, em Higienópolis, está há mais de uma década transformando a vida de jovens de 20 favelas da Zona Norte do Rio de Janeiro. E o Baile Charme do Viaduto de Madureira também é uma das atrações que agitam o subúrbio.

Para agradar turistas e cariocas, o Maracanã é apresentado por uma ótica menos convencional: o lado de fora do estádio. As opções pré-jogo enchem as ruas nos arredores do “Maraca”, que ficam lotadas de torcedores vestidos com seus mantos e cantando hinos e canções de seus clubes do coração. O “aquecimento” costuma ser regado com copos cheios e muita empolgação, quando os torcedores se encontram nos bares e invadem as ruas com muita paixão e alegria.

Um rolê diferente, a Ilha da Gigoia, a nossa pequena Veneza, atrai vários visitantes pelo passeio de barco na Lagoa da Tijuca e pelos quitutes que dão água na boca nos vários restaurantes instalados no local. O conteúdo ainda traz as listas das melhores batidas e rodas de samba da cidade, para beber e curtir com os amigos.

Almanaque Carioquice  

“Carioquice é um estado de espírito. Um sentimento único, original e exclusivo do Rio de Janeiro e de sua gente – sejam os cariocas de nascença, de vivência ou por vocação. O Almanaque Carioquice foi criado pela Insight para elevar o astral do Rio de Janeiro e mostrar que as maravilhas da nossa cidade vão muito além do que se vê nos cartões postais”, comenta João Pedro Faro, CEO da Insight. O Almanaque Carioquice tem presença digital permanente nas redes sociais, com atualização diária sobre lugares, eventos, programações e dicas do Rio de Janeiro, alcançando mais de dois milhões de pessoas por mês.

O perfil @almanaquecarioquice pode ser acompanhado no Instagram, Facebook e TikTok. O conteúdo da edição 2024 poderá ser acessado digitalmente por meio do site e das redes sociais do Almanaque Carioquice.

(Fonte: Insight Comunicação)

Casa Museu Ema Klabin tem programação especial para celebrar o aniversário de 470 anos de São Paulo

São Paulo, por Kleber Patricio

Caminhada fotográfica pelo bairro do Jardim Europa. Foto: Arquivo da Casa Museu Ema Klabin.

No mês de janeiro, a Casa Museu Ema Klabin realiza uma programação especial de férias com oficinas diversas e uma caminhada fotográfica para comemorar os 470 anos de São Paulo e o aniversário da mecenas e colecionadora Ema Klabin (1907–1994).

Para celebrar os 470 anos de SP, haverá no dia 25 de janeiro, às 14h30, uma Caminhada Fotográfica pelo bairro do Jardim Europa. A ideia é que os participantes registrem características desse tradicional bairro paulistano pensando sua relação com o desenvolvimento da cidade. É necessário levar uma câmera que pode ser a do celular. A partir de 12 anos.

Construindo tipos móveis, narrativas e encadernações

No dia 27 de janeiro, das 14h30 às 16h, o público será convidado a conversar sobre a impressão de livros e como funcionava a prensa inventada pelo alemão Johannes Gutenberg por volta de 1455 que revolucionou a comunicação e, em seguida, construir tipos móveis utilizando materiais caseiros e alternativos e, com eles, criar textos narrativos, imprimindo-os e produzindo uma encadernação artesanal. A partir de 7 anos.

Casa Museu Ema Klabin tem programação cultural para curtir com a família. Foto: Nelson Kon.

De acordo com a coordenadora do educativo da Casa Museu Ema Klabin, Cristiane Alves, as atividades da programação de janeiro podem ser realizadas por toda a família e é uma forma interessante e divertida de conhecer a Casa Museu Ema Klabin. Todas as atividades são gratuitas e as inscrições estão abertas no site.

A Casa Museu Ema Klabin é aberta ao público de quarta a domingo, das 11h às 17h com permanência até às 18h.

Serviço:

Casa Museu Ema Klabin – Aniversário de São Paulo

Caminhada Fotográfica pelo Jardim Europa: Um olhar sobre a cidade

Quinta-feira, 25 de janeiro, às 14h30

Oficina Construindo tipos móveis, narrativas e encadernações

Sábado,27 de janeiro, das 14h30 às 16h

Rua Portugal, 43 – Jardim Europa – São Paulo, SP

Entrada franca*

Acesse as redes sociais:

Instagram: @emaklabin

Facebook:  https://www.facebook.com/fundacaoemaklabin

Linkedin:  https://www.linkedin.com/company/emaklabin/?originalSubdomain=br

YouTube: https://www.youtube.com/c/CasaMuseuEmaKlabin

Site: https://emaklabin.org.br

Vídeo institucional: https://www.youtube.com/watch?v=ssdKzor32fQ

Vídeo de realidade virtual: https://www.youtube.com/watch?v=kwXmssppqUU.

*Como em todos os eventos gratuitos, a Casa Museu Ema Klabin convida quem aprecia e pode contribuir para a manutenção de suas atividades a apoiar com uma doação voluntária via PIX: 51204196000177.

(Fonte: Mídia Brazil Comunicação Integrada)

Site Trocando Saberes, da Fundação Dorina Nowill, promove troca de conhecimentos e experiências relacionada à deficiência visual

São Paulo, por Kleber Patricio

Objetivo principal do site é garantir que mais pessoas, em quaisquer lugares que estejam, tenham acesso às informações sobre a deficiência visual. Foto: Amber Weir/Unsplash.

A Fundação Dorina Nowill para Cegos, referência em inclusão social de pessoas cegas e com baixa visão, repaginou o site ‘Trocando Saberes’, iniciativa dedicada a fomentar acessibilidade e inclusão com objetivo de criar um ambiente de aprendizado inclusivo, onde conhecimentos e experiências são compartilhados de maneira aberta e acessível. Para proporcionar uma experiência educativa completa, o site oferece uma variedade de materiais, como videoaulas, apostilas e artigos acadêmicos, que abordam temas essenciais como o sistema braille, orientação e mobilidade, educação inclusiva e audiodescrição, entre outros.

O ‘Trocando Saberes’ é uma resposta à necessidade de construir uma sociedade mais inclusiva e acessível, reconhecendo a importância da troca de conhecimentos e experiências entre pessoas com diversas habilidades e perspectivas acerca de suas deficiências.

Inicialmente, o site surgiu como um projeto apoiado pelo Instituto Helena Florisbal – IHF para que mais pessoas, em qualquer lugar, tivessem acesso às informações. Com o tempo, foi sendo ampliada a inclusão dos mais diversos conteúdos e materiais realizados pela Fundação Dorina Nowill para Cegos por meio de projetos incentivados.

A iniciativa busca disseminar “pílulas” de informações abrangentes sobre deficiência visual, acessibilidade e inclusão abordando causas, direitos, dificuldades e preconceitos enfrentados por quem tem cegueira e baixa visão.

Para aprimorar a experiência do usuário, o site passou recentemente por uma repaginação completa. Essa atualização foi projetada para simplificar a identificação e o acesso a recursos essenciais, proporcionando uma navegação mais intuitiva e eficiente. Acesse o site e navegue pelos conteúdos disponíveis.

Sobre a Fundação Dorina Nowill para Cegos

A Fundação Dorina Nowill para Cegos é uma organização sem fins lucrativos e de caráter filantrópico. Há 77 anos se dedica à inclusão social de crianças, jovens, adultos e idosos cegos e com baixa visão. A instituição oferece serviços gratuitos e especializados de habilitação e reabilitação; dentre eles, orientação e mobilidade e clínica de visão subnormal, além de programas de inclusão educacional e profissional.

Responsável por um dos maiores parques gráficos braille em capacidade produtiva da América Latina, a Fundação Dorina Nowill para Cegos é referência na produção e distribuição de materiais nos formatos acessíveis braille, áudio, impressão em fonte ampliada e digital acessível, incluindo o envio gratuito de livros para milhares de escolas, bibliotecas e organizações de todo o Brasil.

A instituição também oferece uma gama de serviços em acessibilidade, como cursos, capacitações customizadas, audiodescrição e consultorias especializadas como acessibilidade arquitetônica e web. Com o apoio fundamental de colaboradores, conselheiros, parceiros, patrocinadores e voluntários, a Fundação Dorina Nowill para Cegos é reconhecida e respeitada pela seriedade de um trabalho que atravessa décadas e busca conferir independência, autonomia e dignidade às pessoas com deficiência visual. Mais detalhes no site.

(Fonte: RPMA Comunicação)

“Gratidão ou Obrigado”, por Danilo Suassuna

São Paulo, por Kleber Patricio

Sempre me senti inquieto com a palavra “gratidão”. Em uma era de hashtags e afirmações rápidas, “gratidão” muitas vezes parece uma palavra desgastada, utilizada mais como um gesto superficial do que como uma expressão de profunda apreciação. No entanto, é exatamente essa inquietação que me levou a buscar uma compreensão mais profunda e autêntica do que realmente significa ser grato.

É aqui que o pensamento de António Nóvoa, um renomado educador, historiador e filósofo da educação, oferece uma luz reveladora. Inspirado em seu estudo sobre os diferentes níveis de gratidão, proponho uma jornada de reflexão que vai além do superficial, rumo a uma responsabilidade mútua e um compromisso mais profundo.

António Nóvoa é uma figura incontornável no panorama da educação e da reflexão filosófica em Portugal e no mundo. Professor catedrático e ex-Reitor da Universidade de Lisboa, sua carreira é marcada por uma profunda dedicação à compreensão e ao aprimoramento da educação. Com uma abordagem que cruza a história, a filosofia e a prática pedagógica, Nóvoa tem sido uma voz crítica e construtiva em debates educacionais, destacando-se por suas análises sobre as políticas educativas, a formação de professores e a necessidade de uma educação que esteja em consonância com os valores humanos e sociais.

Além de sua carreira acadêmica e administrativa, Nóvoa é um prolífico escritor e pensador, cujas obras refletem uma busca constante por uma educação que não apenas informa, mas transforma. Seu pensamento é caracterizado por uma tentativa de entender a educação dentro de um contexto mais amplo de mudanças sociais, culturais e políticas, defendendo uma visão de educação como um ato profundamente humano, ético e pessoal.

A profundidade da gratidão, segundo António Nóvoa

Inspirado no Tratado de Gratidão de São Tomás de Aquino, António Nóvoa nos oferece uma rica exploração dos diferentes níveis de gratidão e como eles se manifestam cultural e linguisticamente. Essa análise não apenas destaca as nuances da gratidão como emoção e ação social, mas também serve como uma metáfora para os valores mais amplos que Nóvoa defende na educação e nas relações humanas.

1 – Nível mais superficial – reconhecimento intelectual: No primeiro nível, a gratidão é um reconhecimento intelectual, uma forma básica de reconhecer a bondade ou o benefício recebido. Nóvoa aponta como, em algumas línguas, como inglês e alemão, as expressões de agradecimento frequentemente habitam esse espaço cognitivo, indicando uma compreensão da ação, mas não necessariamente um comprometimento emocional mais profundo.

2 – Nível intermediário – agradecimento expressivo: O segundo nível é mais emotivo e comunicativo. Aqui, a gratidão envolve uma expressão mais calorosa e explícita de agradecimento. Em várias culturas, especialmente latinas, o agradecimento neste nível é mais do que um reconhecimento; é um ato de comunicação emocional que busca expressar e, muitas vezes, retribuir a bondade recebida.

3 – Nível mais profundo – vínculo e compromisso: O terceiro nível, o mais profundo, é marcado por um sentido de vínculo e compromisso. É aqui que “obrigado” em português, segundo Nóvoa, exemplifica uma compreensão mais rica da gratidão. Não é apenas sobre reconhecer ou agradecer, mas sobre sentir-se ligado, comprometido e em débito com o outro. Este nível reflete uma compreensão profunda da interdependência humana e uma disposição para manter e nutrir os laços que nos unem.

Relevância contemporânea e conclusão

António Nóvoa nos lembra que a educação e as relações humanas são profundamente entrelaçadas e que a forma como compreendemos e expressamos emoções como a gratidão tem implicações significativas para os dois campos. Seu trabalho sobre a gratidão é um exemplo da profundidade e da humanidade de seu pensamento educacional, demonstrando como a educação pode beneficiar-se de uma compreensão mais rica das emoções e das relações humanas.

Nóvoa desafia educadores, estudantes e todos os envolvidos na educação a pensar além dos currículos e das metodologias para considerar como os valores, as emoções e as relações humanas estão no coração do processo educacional. Ao fazer isso, ele não apenas contribui para o discurso educacional, mas também oferece insights valiosos sobre como viver e interagir de maneira mais consciente e gratificante em um mundo complexo e interconectado.

Refletir sobre a gratidão com a profundidade que António Nóvoa propõe nos leva a um entendimento mais rico e complexo deste sentimento tão falado e, muitas vezes, tão pouco compreendido. Ao desdobrar a gratidão em seus diversos níveis, fica evidente que mais importante que a palavra em si é a intenção por trás dela e a verdadeira relação que ela simboliza entre as pessoas.

A gratidão, no seu nível mais profundo, não é meramente retórica; é ação, comprometimento e transformação. Não basta reconhecer ou expressar agradecimento; é fundamental que exista um genuíno desejo de estabelecer um vínculo, de reconhecer a interdependência e de se comprometer com uma resposta que esteja à altura do gesto recebido. Isso implica uma disposição para entrar em uma relação de reciprocidade e cuidado mútuo, onde a gratidão não é um ponto final, mas um elo contínuo de uma cadeia de boas ações e boas vontades.

É nesse contexto que a intenção se destaca como o coração da gratidão verdadeira. A intenção é o que colore a gratidão de sinceridade, o que a torna significativa e o que a transforma em uma força capaz de aprofundar laços e enriquecer vidas. Quando a gratidão é acompanhada de uma intenção pura e de um desejo verdadeiro de retribuir e manter uma conexão significativa, ela transcende o ato de agradecer e se torna um testemunho de humanidade e solidariedade.

Da mesma forma, a relação verdadeira entre as pessoas é o solo fértil onde a gratidão autêntica floresce. Sem uma base de respeito mútuo, empatia e entendimento, a gratidão corre o risco de se tornar um gesto vazio. Portanto, é crucial cultivar relacionamentos genuínos, onde a gratidão possa ser tanto uma expressão de agradecimento quanto um compromisso de continuar a construir uma relação de apoio e cuidado.

Em última análise, a reflexão de Nóvoa nos convida a ver a gratidão não como uma obrigação social ou uma palavra da moda, mas como um convite para viver de maneira mais conectada, responsável e significativa. Que possamos todos aspirar a uma prática de gratidão que seja tão profunda quanto às relações que buscamos construir e que, através dessa prática, possamos contribuir para um mundo onde a interdependência e o cuidado mútuo sejam valores vividos e não apenas idealizados. A verdadeira gratidão, portanto, é menos sobre o que dizemos e mais sobre como vivemos e nos relacionamos uns com os outros, em todos os momentos de nossas vidas.

Sobre Danilo Suassuna | Doutor em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (2008), possui graduação em Psicologia pela mesma instituição. Autor do livro “Histórias da Gestalt-Terapia – Um Estudo Historiográfico”. Professor da Pontifícia Universidade Católica de Goiás e do Curso Lato-Sensu de Especialização em Gestalt-terapia do ITGT-GO. Coordenador do NEPEG – Núcleo de Estudos e Pesquisa em Gerontologia do ITGT. É membro do Conselho Editorial da Revista da Abordagem Gestáltica. Consultor ad-hoc da revista Psicologia na Revista PUC-Minas (2011). Para mais informações acesse o Instagram @danilosuassuna.

Sobre o Instituto Suassuna

O Instituto Suassuna realiza congressos, seminários, workshops e extensões voltadas aos profissionais da psicologia. E para isso, conta com um time de especialistas em educação. O instituto utiliza o Google for Education para transformar a maneira como os alunos e professores aprendem, trabalham e inovam juntos. A metodologia utilizada transforma o ensino em aprendizagem permitindo que os alunos evoluam no próprio ritmo, resultando em solucionadores de problemas criativos e também em colaboradores eficientes.

Tudo é pensado e entregue com o objetivo de direcionar os produtos, funcionários, programas e filantropia para um futuro em que os alunos tenham acesso à educação de qualidade que eles merecem e que com isso, possam transformar o mundo. Para mais informações, acesse o site, Instagram ou canal no YouTube.

(Fonte: Carolina Lara Comunicação)

O Bonde reflete sobre o envelhecimento dos corpos negros no espetáculo “Bom dia, Eternidade”

São Paulo, por Kleber Patricio

Em cena, uma banda de quatro músicos 60+ contracena com o elenco de O Bonde, mesclando histórias de suas vidas e ficções de um futuro outro. Foto: Júlio César Almeida.

O premiado O Bonde apresenta o espetáculo “Bom dia, Eternidade” no Teatro Anchieta, no Sesc Consolação, com temporada até 25 de fevereiro de 2024, às sextas e aos sábados, às 20h, e, aos domingos e feriados, às 18h. Haverá sessões dia 25 de janeiro (feriado do aniversário de São Paulo), às 18h, e nos dias 15 e 22 de fevereiro, às 15h.

Com a proposta de aquilombar-se, O Bonde reúne artistas periféricos – Ailton Barros, Filipe Celestino, Jhonny Salaberg e Marina Esteves – que têm investigado, nos últimos trabalhos, as experiências de quase morte do corpo negro. Mais especificamente, a ideia é refletir sobre as heranças do período escravocrata.

O espetáculo “Bom dia, Eternidade” é a última parte da Trilogia da Morte, iniciada com a peça infantil “Quando eu morrer vou contar tudo a Deus”, com dramaturgia de Maria Shu e direção de Ícaro Rodrigues; em seguida veio “Desfazenda – Me enterrem fora desse lugar”, com texto de Lucas Moura e direção de Roberta Estrela D’Alva, premiada como Melhor Espetáculo Virtual pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) e indicada a Melhor Dramaturgia pelo prêmio Shell, em 2020.

A encenação

“Bom dia, Eternidade”, com dramaturgia de Jhonny Salaberg e direção de Luiz Fernando Marques Lubi, está focada na velhice. Na trama, quatro irmãos idosos que sofreram um despejo na infância recebem a restituição do terreno após quase 60 anos. Resta a eles se encontrar para decidir o que fazer. “Estamos construindo uma grande utopia em que os negros envelhecem de forma saudável e digna”, comenta o ator Filipe Celestino.

Aos poucos, conforme interagem com objetos afetivos, os personagens se descortinam para o público. Histórias reais e ficcionais se misturam e o tempo se embaralha em meio às lembranças. Toda a ação acontece no quintal da antiga moradia da família. “O cenário evoca essa atmosfera carinhosa, remetendo a uma casa de vó. Cores como bege e verde estão bastante presentes”, afirma Lubi, que também assina a cenografia e o figurino.

Para deixar a plateia ainda mais imersa nesse universo das memórias, ainda são projetados vídeos com depoimentos dos integrantes da banda, naquela mistura de real e ficcional que é a marca registrada d’O Bonde.

Tradicionalmente, O Bonde se dedica a estudar o poder das palavras e das narratividades. No infantil “Quando eu morrer vou contar tudo a Deus”, a pesquisa se deu com os griôs. Em “Desfazenda”, a poesia falada e as batalhas de rimas foram as duas grandes referências para o espetáculo. Agora, os artistas exploram as potencialidades das histórias que são contadas por gerações e as músicas antigas que dão o tom de toda a narrativa.

A importância da música

Canções de Fernando Alabê, Djavan, Tim Maia, Jorge Aragão, Roberto Mendes Barbosa, Luiz Alfredo Xavier, Jorge Ben Jor, Lupicínio Rodrigues e Johnny Alf norteiam a narrativa. “Nossa banda é formada por Cacau Batera (bateria e voz), Luiz Alfredo Xavier (violão, contrabaixo e voz), Maria Inês (voz) e Roberto Mendes Barbosa (piano e voz), todos com mais de 60 anos e com uma trajetória incrível na área. Quisemos também que eles pudessem compartilhar as suas vivências, sem ninguém falando por eles”, conta Celestino.

Partindo desse princípio, o coletivo fincou os pés no presente e revisitou as histórias das famílias e das migrações, além dos contos, dos causos, das teses, das lutas e tudo o que constitui a sociabilidade de um corpo negro e velho. Os músicos se transformam em personagens e os atores Ailton Barros, Filipe Celestino, Jhonny Salaberg e Marina Esteves são os duplos deles, em um jogo cênico carregado de simbolismo. A direção musical é assinada por Fernando Alabê.

“Dentro do que foi trazido pelo elenco, pela direção, na dramaturgia e nas encenações, a musicalidade apontou como resgate de cancioneiro e gêneros musicais difundidos entre os anos 1950 e 1980 mais elementos da cultura afrodiaspórica que, intrínsecos aos arranjos, se mostram como contornos dos sonhos de antes e de quando se puderem realizar pelos baluartes que compõem a banda e espelham o futuro dos personagens”, explica Fernando Alabê, diretor musical do espetáculo. “Nesse caminho, Iroko (orixá da ancestralidade, das forças e manifestações da natureza) inicia o caminho com seu ritmo e chegança, a ‘hamuya’, transformado em funk para anunciar esse tempo que se molda à história dos quatro irmãos”, completa o percussionista, compositor e educador.

“Quando decidimos falar sobre envelhecimento, lemos muitos livros e assistimos a muitos filmes com essa temática. O que mais nos chamou a atenção foi o longa ‘Bom dia, Eternidade’ (2010), de Rogério de Moura. Criamos uma relação afetiva com essa produção, mas dela só pegamos emprestado o nome. Nossa dramaturgia não se assemelha com o que é contado na obra audiovisual”, detalha Lubi.

Dentro deste resgate, estão canções como “Eu e A Brisa”, de Johnny Alf, “Tenha fé”, dos Originais do Samba, “Exemplo”, de Lupicínio Rodrigues, além de homenagem a Henricão, cantor, compositor, ator, primeiro Rei Momo Negro do Carnaval de São Paulo, fundador da Escola de Samba Vai-Vai, autor de gigantescos sucessos como “Está chegando a hora”, conhecida no mundo inteiro pelos estádios de futebol.

A dramaturgia

Segundo Jhonny Salaberg, este foi o primeiro trabalho com dramaturgia colaborativa d’O Bonde. “Foi um longo processo, um relicário cheio de detalhes e, a cada ponta, um mergulho. Foi preciso recortar o universo que se apresentava e propor caminhos que desse conta de tanta pesquisa. O jogo entre ficção e realidade, passado e presente, processual e documental brilhou em nossos olhos”, diz o dramaturgo.

O texto é fragmentado e cabe ao público juntar as peças. “Além dos relatos pessoais, nos debruçamos sobre notícias de jornal, referências audiovisuais e dinâmicas processuais para montar esse quebra-cabeças, e ficcionalizamos em cima de todo esse material reunido. Até porque nossa intenção é coletivizar os sujeitos do espetáculo, não estamos falando somente dessas personagens ou das oito pessoas em cena, estamos ressoando e representando muitas outras, riscando uma denúncia ampla: o não envelhecimento digno da população negra no Brasil”, acrescenta.

O Bonde | Desde 2017, O Bonde é o que nós somos. Nominalmente reverenciados a ajuntamentos negros e periféricos com o objetivo de aquilombar-se, somos também as nossas próprias singularidades em movimento conjunto, podendo nos constituir como um núcleo, um grupo, um coletivo ou um Bonde. Somos artistas negros e periféricos, formados em diferentes períodos na Escola Livre de Teatro de Santo André. Temos como pesquisa de linguagem a palavra e a narratividade como ferramenta de acesso, denúncia e ampliação de discussões afrodiaspóricas e seus desdobramentos. A abordagem épica da palavra como distanciamento dramático e aproximação narrativa é eixo fundante dos nossos pensamentos, desejos e mergulhos na étnica-criação-racial em São Paulo.

Os músicos por Fernando Alabê, diretor musical

Cacau Batera é um grande instrumentista e intérprete dos mais exímios. Desfilou sua arte do ritmo apoiando artistas como Jerry Adriani, Tim Maia, Johnny Alf e Jamelão. Seu dom expande a arte do cantar ao modo dos “crooners” de antigamente e sua voz tem a excelência e a elegância dos grandes cantores da música popular brasileira.

Luiz Alfredo Xavier é parceiro de Zé Ketti e Jamelão, assim como de tantos outros aos quais emprestou seu conhecimento teórico musical escrevendo as partituras das letras que lhe chegavam e, assim, ajustando a harmonização delas. Revisor da Editora Ricordi, responsável pelo aprendizado musical de muitas gerações ao longo de mais de sessenta anos de música como cantor, compositor, violonista e contrabaixista, sendo, deste modo, integrante da primeira banda que acompanhava os Originais do Samba quando o grupo ainda se chamava Os Sete Crioulos da Batucada.

Maria Inês é uma cantora por resistência, pois foi impedida pela família de exercer seu sonho de cantar, como fazia em programas de calouros aos 15 anos.  Abandonando a carreira artística e se dedicando à arte e ser cabeleireira por cinquenta anos, ao se aposentar, ingressou no Coral da USP, onde ficou por dez anos, todavia se ausentando deste por mais dez anos, retornando aos palcos agora para a peça “Bom dia, Eternidade”.

Roberto Mendes Barbosa é maestro, regente de coral, cantor e compositor. Formado pelo Mozarteum, se dedica a corais e liras pela cidade de São Paulo, bem como atua como músico de cena para teatro, deste modo firmando sua participação no elenco musical de “Bom dia, Eternidade”.

Sinopse | Quatro irmãos idosos que sofreram um despejo quando crianças recebem a restituição do terreno após quase 60 anos e se encontram para decidir o que fazer. O tempo se embaralha em um jogo de cortinas e um mosaico de histórias reais e ficcionais é costurado no quintal da antiga casa acompanhado de um bom café e de um velho samba. Em cena, uma banda de quatro músicos, cada qual com mais de sessenta anos, em um jogo friccional com as narrativas dos atores/atriz d’O Bonde. Um espetáculo que descortina a realidade do passado olhando para o presente.

FICHA TÉCNICA

Idealização: O Bonde

Elenco: Ailton Barros (Carlos), Filipe Celestino (Everaldo), Jhonny Salaberg (Renato) e Marina Esteves (Mercedes)

Músicos em cena: Cacau Batera (bateria e voz), Luiz Alfredo Xavier (violão, contrabaixo e voz), Maria Inês (voz) e Roberto Mendes Barbosa (piano e voz)

Dramaturgia: Jhonny Salaberg

Direção: Luiz Fernando Marques Lubi

Diretora assistente: Gabi Costa

Direção Musical: Fernando Alabê

Videografia e operação: Gabriela Miranda

Desenho de luz: Matheus Brant

Cenografia e Figurino: Luiz Fernando Marques Lubi

Acompanhamento em dramaturgia: Aiê Antônio

Música original: “Preta nina” – Fernando Alabê, Luiz Alfredo Xavier e Roberto Mendes Barbosa

Técnico de som: Hugo Bispo

Técnica de Videografia: Clara Caramez

Captação de vídeo: Fernando Solidade

Costura cenário: Edivaldo Zanotti

Cenotecnia e Contrarregragem: Helen Lucinda

Fotos: Júlio Cesar Almeida

Assessoria de imprensa: Canal Aberto – Márcia Marques

Social Mídia (criação de conteúdo): Erica Ribeiro

Produção: Jack Santos – Corpo Rastreado

Agradecimentos: Casa DuNavô, Coletivo Tem Sentimento, Família Barros, Família Celestino, Família Esteves, Família Martins, Família Salaberg, Guilherme Diniz, Grupo XIX de Teatro, Ilu Inã, Mercedes Gonzales Martins (in memoriam), Oficina Cultural Oswald de Andrade, Otávia Cecília (in memoriam), Teatro de Contêiner, Rogério de Moura e Willem Dias.

Serviço:

Bom dia, Eternidade

De 20 de janeiro a 25 de fevereiro de 2024, às sextas e aos sábados, às 20h, e, aos domingos, às 18h | Sessões no feriado, dia 25 de janeiro, quinta-feira, às 18h; e nas tardes de 15 e 22 de fevereiro, quintas, às 15h.

Local: Teatro Anchieta – Sesc Consolação – R. Dr. Vila Nova, 245 – Vila Buarque – São Paulo (SP)

Ingresso: R$50 (inteira), R$25 (meia-entrada) e R$15 (credencial plena) | Compre por este link: https://centralrelacionamento.sescsp.org.br, no app Credencial Sesc SP e na bilheteria das Unidades.

Duração: 120 min

Classificação etária indicativa: 14 anos.

(Fonte: Canal Aberto Assessoria de Imprensa)