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Sesc 24 de Maio recebe tributo à poesia e à música de Capinan, com participações especiais de Jards Macalé e Renato Braz

São Paulo, por Kleber Patricio

Capinan. Foto: Rodrigo Sombra.

Aos 83 anos, José Carlos Capinan, mais conhecido como Capinan, apresenta o conjunto de sua obra poética em Cancioneiro Geral (Círculo de Poemas). O evento, que conta com a apresentação da cantora Maria Bethânia e participações especiais de Jards Macalé e Renato Braz, será uma celebração da valorosa contribuição do poeta para a música popular brasileira no palco do Sesc 24 de Maio, 26/5, domingo às 18h.

Capinan é reconhecido por seus poemas que se tornaram pilares de projetos musicais de grandes nomes como Tom Zé, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Edu Lobo e Paulinho da Viola, entre outros. Sua poesia, marcada por versos de desejo, amor e revolução, foi interpretada por vozes como Maria Bethânia, Marília Medalha, Gal Costa, Elis Regina, Clara Nunes, Wanderléa e Nara Leão.

Nos anos 1960, Capinan foi uma das mentes por trás do Centro Popular de Cultura (CPC) e do movimento tropicalista, destacando-se com composições como ‘Miserere Nobis’, ‘Soy Loco por Ti, América’ (ambas em parceria com Gil) e ‘Clarice’ (com Caetano). Após a Tropicália, sua poética continuou a evoluir em parcerias com Jards Macalé e Paulinho da Viola.    ‎

Serviço:

Cancioneiro Geral – Tributo a Capinan

Data: 26/5, domingo, às 18h

Local: Sesc 24 de Maio – Rua 24 de Maio, 109, São Paulo – 350 metros da estação República do metrô

Classificação: 12 anos

Ingressos: sescsp.org.br/24demaio ou pelo aplicativo Credencial Sesc SP a partir do dia 14/5 e nas bilheterias das unidades Sesc SP a partir de 15/5 – R$60 (inteira), R$30 (meia) e R$18 (Credencial Sesc)

Duração do show: 90 min

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Sesc 24 de Maio

Rua 24 de Maio, 109, Centro, São Paulo (SP) – a 350 metros do metrô República

Fone: (11) 3350-6300.

(Fonte: Assessoria de Imprensa Sesc 24 de Maio)

Exposição celebra legado de italianos e descendentes na arquitetura paulista

São Paulo, por Kleber Patricio

Entre 1819 e 1940, dos cerca de 4,7 milhões de imigrantes que aportaram no estado de São Paulo, 1,5 milhão tinham origem italiana. Nas décadas seguintes e com os recursos da economia do café, estes imigrantes e seus descendentes transformaram a produção arquitetônica paulista a partir da construção de edifícios públicos, hospitais, igrejas, palacetes, fábricas, residências e muitas outras obras. A partir do dia 16/5, a sede do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo (CAU/SP) vai abrigar uma exposição para celebrar este legado: ‘Arquitetura italiana no estado de São Paulo’, que vai ocupar o saguão do prédio até o dia 2 de agosto.    ‎

Este legado foi construído por práticos licenciados, engenheiros e arquitetos italianos e descendentes de italiano, tais como Felisberto Ranzini (1881–1976), autor do projeto e responsável pelo desenho das fachadas em estilo eclético do Mercado Municipal de São Paulo, ou de Giuseppe Chiappori (1874 –?), autor do projeto do Edifício Leonardo da Vinci, que atualmente abriga o Colégio Dante Alighieri na capital, ou de Carlo Barberi (1864–1943), que assinou diversos projetos residenciais em Ribeirão Preto e tantos outros que não há espaço para citar. ‎

A exposição, portanto, também é uma comemoração dos 150 anos da imigração italiana no Brasil, abordando obras entre o final do século XIX e início do século XX.  ‎

Na abertura, os visitantes também poderão assistir a uma série de atividades:

– Abertura com presença de representantes do Consulado Geral da Itália do Iphan/SP, além do CAU/SP

– Apresentação da plataforma online sobre arquitetura italiana no Estado de São Paulo, um projeto realizado com apoio do CAU/SP via parceria de fomento

– A palestra ‘Em busca do patrimônio italiano em São Paulo’, a cargo da Prof. Dra. Beatriz Piccolotto (FAU USP)

– Três mesas de debate, com os temas: ‘Patrimônio Arquitetônico: Desafios da Preservação’, ‘Patrimônio Documental: Acervos, Repositórios Digitais, Desafios da Extroversão’ e ‘Plataforma Italianos Itinerância e Extroversão’, com representantes do meio acadêmico e de órgãos públicos da área de preservação do patrimônio e arquivos históricos.

A exposição ‘Arquiteta italiana no estado de São Paulo’ está integrada ao calendário da cidade para a Virada Cultural 2024, no final de semana de 18 e 19 de maio, e da Semana Nacional de Museus de 2024, entre os dias 13 a 19 de maio.   ‎

Este evento é organizado pelo CAU/SP, FAU USP, Instituto de Arquitetura e Urbanismo da USP São Carlos, Cicop Net (Centro Internazionale per la Conservazione del Patrimonio Architettonico – Italia) e Instituto Cultural Janela Aberta. A curadoria está a cargo de Maria Rita Amoroso (arquiteta e urbanista), Beatriz Piccolotto Bueno (artista plástica e historiadora) e Ana Carolina Gleria Lima (arquiteta e urbanista).   ‎

Serviço:

Exposição ‘Arquitetura italiana no estado de São Paulo’

Data: 16 de maio a 02 de agosto de 2024

Horário: das 9h às 18h

Local: Rua XV de Novembro, 194 – Centro Histórico (próximo da estação de metrô São Bento) – São Paulo/SP.

Programação

Dia 16 de maio de 2024

10h – Abertura

– Consulado Geral da Itália em São Paulo – Domenico Fornara

– CAU-SP – Presidente Arq.Urb. Camila Moreno de Camargo

– Coordenador da CRI (Comissão de Relações Internacionais CAU-SP), Arq.Urb Rafael D’Ambrozio – Superintendente do Iphan-SP, Danilo Nunes

10h30 – Plataforma on-line: arquitetura italiana no Estado de São Paulo – Arq. Urb. PhD Maria Rita Amoroso (Cicop.NET/BRASIL /FIPA/FAU USP) e Prof. Dr. Miguel Buzzar (IAU-USP)

 

10h45 – Palestra: ‘Em busca do Patrimônio Italiano em São Paulo’ – Profa. Dra. Beatriz Piccolotto Siqueira Bueno (FAU USP)

11h às 13h – Rodas de Conversa   ‎

Mesa 1. Patrimônio Arquitetônico: Desafios da Preservação – Mediadora: Arq. Urb. PhD Maria Rita Silveira de Paula Amoroso (Cicop.NET.BRASIL/FIPA/FAU USP)

– Arq.Urb Maíra de Camargo Barros (Coordenadora da Comissão Especial de Patrimônio do CAU-SP)

– Arq. Urb. Profa. Dra. Silvia Ferreira Santos Wolff (FAU Mackenzie/Aposentada Condephaat)

– Prof. Lindener Pareto Junior (Historiador e Curador Acadêmico no Instituto Conhecimento Libera – ICL)

Mesa 2. Patrimônio Documental: Acervos, Repositórios Digitais, Desafios da Extroversão –

Mediadora: Beatriz Piccolotto Siqueira Bueno (FAUUSP)

– Dr. Guilherme Galuppo Borba (Arquivo Histórico Municipal)

– Arq. Urb. PhD Monica Frandi Ferreira (Arquivo Público e Histórico do Município de Rio Claro)

– Profa. Fernanda Carvalho (Curadora do Acervo Histórico do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo)

Mesa3. Plataforma Italianos, Itinerância e Extroversão

Mediador: Prof. Dr. Miguel Buzzar (IAU-SP)

– Arq. Urb. Prof. Dra Maísa Fonseca de Almeida (IAU-SP)

– Arq. Urb. PhD Ana Carolina Gléria de Lima (Pós-Doc FAU USP)

– Arq. Urb. Profa. Juliana Binotti Pereira Scariato (Vice-Presidente do Condephali)

(Fonte: Ink Comunicação)

Inscrições abertas: 24ª Caminhada Fotográfica Hercule Florence ocorre no próximo 19 de maio

Campinas, por Kleber Patricio

A atividade é gratuita e amantes da fotografia amadores e profissionais poderão explorar a história e a beleza de Campinas. Foto: Melissa Villegas.

Estão abertas as inscrições gratuitas para a 24ª Caminhada Fotográfica Hercule Florence – Edição Especial de Inauguração da Sala Hercule Florence no MIS Campinas, que será realizada em 19 de maio, domingo. A proposta tem como objetivo explorar a história e a beleza de Campinas, que está completando 250 anos, por meio da arte da fotografia. A inscrição é gratuita e pode ser feita pela internet.

Com saída prevista para 9h, do Museu da Imagem e do Som (MIS), o roteiro inclui visita ao centro de Campinas, chegada ao busto de Hercule Florence no Largo São Benedito, passagem pela antiga casa de Hercule Florence no marco zero da cidade e retorno ao MIS. A caminhada conta com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura e da Wikipedia. Os participantes poderão, ainda, contribuir com o acervo disponível on-line, bastando se tornar um editor Wiki. A concentração será às 8h, com uma visita à Sala Hercule Florence seguida por uma breve palestra da Wikipedia, que irá orientar a forma de subir as fotos na plataforma. “Convidamos os amantes da fotografia para essa caminhada para que, juntos, possamos descobrir os encantos e os segredos de Campinas. Cada um tem uma perspectiva única e temos a certeza de que o resultado desta caminhada fotográfica será história”, afirma Ricardo Lima, fotógrafo e coordenador geral do Festival.

A caminhada faz parte das ações que marcam a inauguração da sala expositiva e permanente no MIS dedicada a Hercule Florence, responsável pela descoberta isolada da fotografia há 190 anos, em Campinas. A sala será inaugurada em 18 de maio, Dia Internacional dos Museus.

A programação inclui, ainda, uma mesa de debate no mesmo dia e oficinas com Roger Sassaki, fotógrafo que tem uma pesquisa pessoal em processos históricos fotográficos em seu ateliê, em São Paulo, especialmente em processos de captura e suas implicações estéticas.

O projeto, contemplado pelo ProAC (Programa de Ação Cultural da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo), tem a parceria do Instituto Hercule Florence, responsável pela salvaguarda das obras, registros e escritos do artista, e contará com ações educativas e recursos de acessibilidade.

Na sala no MIS, os visitantes poderão conhecer a cronologia da vida de Hercule Florence e das experiências relativas à invenção da fotografia por meio de protótipos tridimensionais reconstruídos a partir dos manuscritos originais e acompanhados de vídeos, totens, painéis e QR Codes explicativos. “Nossa proposta é dar visibilidade ao trabalho desenvolvido por Hercule Florence e suas descobertas. Mesmo em Campinas, onde ele escolheu viver, seu legado e sua história ainda são pouco conhecidos. A sala nasce com essa proposta de torná-lo conhecido e acessível, não apenas para os amantes da fotografia”, conta Ana Angélica Costa, responsável pela coordenação artística e pela pesquisa, junto com Débora Bruno.

Serviço:

24ª Caminhada Fotográfica Hercule Florence – Edição Especial Inauguração da Sala Hercule Florence no MIS Campinas

Quando: 19 de maio, domingo

Horário: 9h

Local de partida: MIS Campinas (Rua Regente Feijó, 859 – Centro)

Inscrições gratuitas.

Sobre o Festival Hercule Florence | O Festival Hercule Florence de Fotografia tem como matriz e inspiração a invenção isolada da fotografia no Brasil, em Campinas, feita por Hercule Florence em 1833. Esse fato desencadeou na cidade atitudes fotográficas no percurso dos séculos, principalmente a partir da exposição mundial das descobertas de Florence pelo pesquisador brasileiro Boris Kossoy, em 1976. Dessa cultura fotográfica da cidade nasceram grupos de fotografia, fotógrafos, pesquisas e exposições que fazem parte, nas últimas décadas, da vida cultural de Campinas.

Sobre Hercule Florence | Antoine Hercule Romuald Florence (Nice, França 1804 – Campinas, SP, 1879) foi desenhista, pintor, fotógrafo, tipógrafo, litógrafo, professor e inventor. Chegou ao Brasil em 1824. Trabalhou no comércio e numa empresa tipográfica antes de ingressar na Expedição Langsdorff como desenhista, entre 1825 e 1829. Residia na Vila de São Carlos (atual Campinas), onde inventou um processo fotográfico em 1833. Em busca da simplificação dos procedimentos comuns de reprodução de imagens na época (restritos aos diferentes tipos de gravura), inventou, em 1830, o que chamou de polygraphie [poligrafia], método de impressão em cores semelhante ao atual mimeógrafo. A partir de 1832, começou a investigar as possibilidades de fixação da imagem utilizando a câmera escura por meio de um elemento que muda de cor pela ação da luz. Com a ajuda do boticário Joaquim Correa de Mello, realizou experiências fotoquímicas que deram origem a imagens batizadas de photographie [fotografia], em 1833.

(Fonte: WGO Comunicação)

Produção agrícola sustentável diante da crise climática: o retorno que os gaúchos precisarão dar ao Brasil

Rio Grande do Sul, por Kleber Patricio

Ampliar os sistemas agroflorestais e agroecológicos é uma medida fundamental para adaptação às mudanças climáticas. Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República.

Por Paulo Niederle — Quando esteve no estado do Rio Grande do Sul por conta das enchentes, no domingo, 5 de maio, o presidente Lula foi enfático em afirmar que o Brasil deve muito ao Rio Grande do Sul […], sobretudo se a gente levar em conta a questão da agricultura. Se não fossem os gaúchos desbravadores que venderam seus pequenos lotes aqui e foram comprar terreno com malária no Mato Grosso, Rondônia, Mato Grosso do Sul e em outras regiões do País, possivelmente a gente não teria a pujança da nossa produção agrícola…”.

Essas palavras elevam os ânimos de um povo orgulhoso das suas façanhas e, neste momento tão dramático, são combustível para uma mobilização social nunca vista em nossa história, equiparável somente à magnitude da própria catástrofe. No entanto, elas também exaltam uma das principais causas da crise climática, o modelo insustentável de agropecuária que nós, os gaúchos, contribuímos para disseminar.

A destruição da biodiversidade para expandir a produção de soja está cobrando um preço muito alto. Em 2023, a área desmatada no Cerrado aumentou 43%. Nem mesmo o Pampa, tão marcante na identidade do gaúcho, resiste à expansão dos monocultivos.

Neste momento, todos estão preocupados com o que a perda da produção significará nos preços. De fato, milhares de agricultores familiares perderam tudo e levarão anos para se recuperar, impactando a produção inclusive no longo prazo.

Os efeitos na distribuição de arroz têm particular atenção. Na região metropolitana de Porto Alegre, os assentamentos que produzem arroz orgânico foram fortemente atingidos. Medidas urgentes são necessárias para amenizar a situação dramática de quase 500 famílias de assentados.

Mas a urgência da crise não implica em retirar da pauta o futuro um pouco mais longínquo e discutir desde agora o que a catástrofe nos ensina sobre a organização dos sistemas alimentares. Poderíamos começar com algo simples: nenhum centímetro a menos de florestas e campos nativos!

No entanto, na Câmara dos Deputados, foi um gaúcho o relator de projeto que autoriza o desmatamento de 48 milhões de hectares de campos nativos, agora em tramitação no Senado. Outra ideia básica: estoques estatais são fundamentais para a estabilidade de preços e abastecimento! Porém, o governo anterior desestruturou as políticas de abastecimento e acabou com os estoques, inclusive de arroz.

Não faltam estudos sobre a possibilidade de ampliar a produtividade agrícola nas áreas já existentes. Mas será preciso ir além e recuperar áreas degradadas, notadamente nas encostas dos rios. Além disso, ampliar os sistemas agroflorestais e agroecológicos é uma medida fundamental para adaptação às mudanças climáticas, bem como a agricultura urbana para a resiliência das cidades. A questão é que isso implica em ampliar os recursos destinados à transição para práticas agropecuárias mais sustentáveis.

Como gaúcho, descendente de uma dessas muitas famílias de desbravadores, espero que tenhamos a capacidade de reconhecer os equívocos do passado e, daqui para frente, retribuir a solidariedade de todos os brasileiros com a construção de sistemas alimentares sustentáveis, cujos benefícios possam ser usufruídos por toda a sociedade.

Sobre o autor | Paulo Niederle é professor do Departamento de Sociologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

(Fonte: Agência Bori)

‘Língua Mãe’: encontro com curadoria de Ailton Krenak, Suely Rolnik e Andreia Duarte discute diversidade das línguas indígenas

Indaiatuba, por Kleber Patricio

As curadoras Andreia Duarte e Sueli Rolnik e o curador Ailton Krenak.

‘Língua Mãe’ é descrito pelo curador Ailton Krenak e pelas curadoras Suely Rolnik e Andreia Duarte como um “encontro-ritual”. A partir dessa ideia, querem “mobilizar”, nas palavras de Krenak, e apontar dois pontos importantes e cada vez mais discutidos no Brasil e no mundo: de um lado, a afirmação das diversas línguas indígenas na cena da disputa política pelos territórios originários e seu apagamento ao longo dos séculos; de outro lado, quer evidenciar os esforços para revitalização dessas línguas. O evento acontece nos dias 18 e 19 de maio em São Paulo, no Museu das Culturas Indígenas do Estado de São Paulo, e dia 22, no Rio de Janeiro, no Centro Cultural Banco do Brasil, com realização do Prince Claus Fund e da Outra Margem. Os ingressos são gratuitos e a programação completa está abaixo.

Nesta primeira edição, a curadoria procurou reunir nos seis encontros, ao longo de três dias, ao lado de apresentações e performances, representantes de povos de diferentes territórios – Maxakali, Krenak, Guarani, Tupi, Baniwa, Kokama, Pataxó, Terena, Kaingang, Xavante, Guajajara –, além de pesquisadores e ativistas das línguas indígenas para tratar dessa questão cara ao Brasil: a monocultura da língua portuguesa. “Essa semente das línguas nativas, ela sempre esteve dormindo no meu coração. Minha etnia, meu povo Krenak, sofreu um desastre na história do contato com a língua dos colonos, dos vizinhos: ela foi comendo a memória linguística dos nossos avós, dos nossos bisavós, ao ponto da minha geração, que está agora com 70 anos, não ser mais falante desde criança da língua. Portanto, da mesma maneira que eu reivindico um direito territorial, reivindico também um direito subjetivo da linguagem. A língua é parte dessa cosmopolítica, um elemento fundador da identidade que potencializa a nossa relação com o mundo. Se vamos perdendo essa potência da língua, também vamos diminuindo a nossa capacidade de intervir no mundo. Quer dizer, é uma monocultura. E a monocultura é um risco grave”, diz Krenak sobre seu desejo de fazer este ‘encontro-ritual’.

O encontro dialoga com a Década Internacional das Línguas Indígenas, instituída pela Unesco para o período de 2022 até 2032. A entidade reconhece que estas línguas guardam saberes ancestrais sobre seus territórios, sobre a floresta, sobre os processos de cura e são instrumentos de combate contra a crise climática. “O que acho mais interessante pensar é que essas línguas, e no caso do Brasil, as mais de 300 línguas, instituem outros mundos que não apenas esse que estamos acostumados. Ao fundar outras formas de viver por meio da linguagem, isso nos dá muitas possibilidades de prospectar como podemos criar a nossa vida, pessoalmente e coletivamente”, afirma Andreia Duarte.

A série de encontros de Língua Mãe foi dividida em temas que tratam da importância da linguagem em diferentes abordagens, desde a ação persistente do Estado brasileiro em apagar as memórias linguísticas, até a apresentação ao público de como no Brasil, os saberes, as cosmologias, as redes de linguistas indígenas ao lado de seus anciãos revitalizam suas línguas mapeando os idiomas falados no cotidiano das comunidades indígenas, dando atenção às línguas de sinais indígenas, à temática do português com influência da palavra indígena e resgatando as línguas adormecidas por meio de diferentes tecnologias. “Como diz Ailton, ‘a monocultura linguística é um projeto e não uma consequência da história colonial que instituiu a sociedade brasileira’. A contracorrente deste projeto, os movimentos dos indígenas e dos afrodescendentes têm ativado suas línguas ancestrais, logrando tensionar a monocultura linguística dominante. Juntar vozes destes movimentos que operam na direção deste tensionamento, injetando a música que se compõe entre elas nas veias do corpo social brasileiro, é o gesto com o qual Língua Mãe participa deste movimento”, diz Suely Rolnik.

PROGRAMAÇÃO

Em São Paulo, no dia 18 de maio, Nhe’e – palavras-espíritos ou cápsulas das ‘boas palavras’ inaugura as conversas com representantes do povo Guarani, anfitriões territoriais, e sugere uma discussão sobre a importância da linguagem Guarani na construção do bem-viver e as tensões políticas de silenciamento e apagamento da memória e a resistência desses povos. Línguas-espíritos e as tecnologias ancestrais na revitalização das línguas indígenas traz para o debate a importância dos saberes das línguas indígenas na produção dos seus modos de existência e também aponta como alguns trabalhos estão sendo feitos para revitalização de línguas adormecidas, com metodologias, mapeamentos, registros e tecnologias. Um pé no mundo outro na aldeia: indígenas em situação urbana, como o título sugere, pretende pensar o resgate das línguas em contextos urbanos, com a presença indígena desde escolas até universidades, e diálogos com anciãos comunitários. O sentido do Nhe’e, que significa ‘boas palavras’ na cosmologia Guarani e seu potencial de germinação de novos sentidos.

Também no dia 18, em São Paulo, acontece a performance Antes do Tempo Existir, performance artística baseada no espetáculo de mesmo nome, com Lilly Baniwa, de Campinas, que foi construído a partir da memória dos povos originários e seu diálogo entre as variadas existências do planeta; e, para finalizar o primeiro dia, o canto Saudação dos MestreS de SabereS do Museu das Culturas Indígenas se apresenta e faz uma roda junto ao público.

O Grupo Miitxya Fulni-ô, de Águas Belas, no interior do Pernambuco, apresenta, no dia 19, sua dança tradicional, o Toré, entoada em cantos (cafurnas) na sua língua mãe. Após a apresentação, o grupo explicará a importância do idioma falado para sua cultura.

No Rio de Janeiro, o evento acontece dia 22 de maio e tem como primeiro encontro Palavra Criadora – Tecendo línguas: a emergência das línguas indígenas, que aborda a monocultura linguística na história colonial brasileira e propõe uma reflexão sobre a importância do fortalecimento da diversidade das línguas indígenas no Brasil, na disputa pelos rumos do país. Podemos, de fato, cambiar o mundo? encerra o primeiro Língua Mãe com um encontro para trocas entre bolsistas e premiados pela Prince Claus Fund trazendo suas experiências e contribuições por meio de suas linguagens sociais e artísticas.

Carlos Tukano, da Aldeia Maracanã, do Rio de Janeiro, apresenta o Canto Sagrado da Cultura Tukano na abertura do evento, que também conta com fala de Ailton Krenak.

Os três dias de evento querem colocar em circulação o ativismo indígena para o enriquecimento da paisagem linguística do país. Em 1987, Ailton Krenak, em discurso na Assembleia Legislativa, ajudou a garantir os direitos dos povos indígenas na Constituição de 1988. Agora, mais de 35 anos depois, ele diz que com esse evento, resultado de ser laureado com o Prêmio Prince Claus Fund e sua entrada como membro da Academia Brasileira de Letras, se abre um leque de possibilidades “de incidir sobre o tema das línguas indígenas no Brasil que eu não vou dispensar de jeito nenhum” porque a língua, como ressalta, “relaciona fenômenos da cultura, do conhecimento e da identidade”.

São Paulo

Local: Museu das Culturas Indígenas do Estado de São Paulo

18 de maio de 2024

Abertura – Horário: 10h

Instituto Maracá – Cristine Takuá e Carlos Papa (Terra Indígena Rio Silveira, Bertioga – SP)

Antes do Tempo Existir – Performance artística baseada no espetáculo de mesmo nome, com Lilly Baniwa (Campinas – SP)

Apresentação com Ailton Krenak (Terra Indígena Krenak, Resplendor – MG)

Encontros

Nhe’e – palavras-espíritos ou cápsulas das ‘boas palavras’

Horário: 11h às 13h30

Convidados/as: Saulo Guarani (Terra Indígena Rio Silveira, Bertioga – SP); Catarina Cunhã Nymbopy’ruá (Terra Indígena Piaçaguera, Peruíbe – SP); Davi Popygua (Terra Indígena Jaraguá, São Paulo – SP)

Moderação:  Carlos Papa (Terra Indígena Rio Silveira, Bertioga – SP)

O primeiro encontro de Língua Mãe traz a presença de representantes do povo Guarani, nossos anfitriões territoriais. A proposta sugere uma discussão sobre a importância da linguagem Guarani na construção do bem-viver e como essa prática acontece no tensionamento das políticas coloniais que silenciaram e seguem silenciando as linguagens indígenas para impedir a afirmação de sua potência, inviabilizando assim a memória e a resistência destes povos.

Línguas-espíritos e as tecnologias ancestrais na revitalização das línguas indígenas

Horário: 15h às 17h

Convidadas: Ana ⁠Suelly (Universidade de Brasília – BSB); Altaci Kokama (Coordenação Geral de Articulação de Políticas Educacionais Indígenas do Departamento de Línguas e Memórias Indígenas do Ministério dos Povos Indígenas – BSB); Anari Pataxó (Membro do Grupo de Pesquisadores Pataxó – Atxohã e do GT Nacional para Década das Línguas Indígenas Brasil – MG).

Moderação: Cristine Takuá (Terra Indígena Rio Silveira, Bertioga – SP)

A proposta deste encontro é refletir sobre a importância dos saberes das línguas indígenas na produção dos seus modos de existência. Evocar a perspectiva indígena, do ponto de vista linguístico, no contexto das redes de revitalização das línguas adormecidas, assim como mostrar como esses trabalhos são feitos a partir de metodologias, mapeamentos, registros e tecnologias baseadas, especialmente, nos sonhos, nos rituais e nas línguas-espíritos.

Saudação dos MestreS de SabereS do Museu das Culturas Indígenas

Horário: 17h às 18h

Mestres de Saberes irão fazer uma saudação na própria língua, finalizando o dia com um canto e roda junto com o público.

19 de maio de 2024

Encontros

Um pé no mundo outro na aldeia: indígenas em situação urbana

Horário: 10h às 12h

Convidados/as: Auritha Tabajara (Guarulhos – SP); Dario Machado Terena (Terra Indígena Araribá, aldeia Kopenoti. Avaí – SP); Gilberto Tupi-Guarani (Aldeia Multiétnica Filhos Desta Terra, Guarulhos – SP); Márcia Kaingang (Campinas – SP).

Nesta conversa, pretende-se pensar o resgate, em contextos urbanos, das línguas indígenas adormecidas , entendendo essa ação como um trabalho coletivo de criação que não se limita à linguagem verbal. Serão  trazidas à tona discussões sobre estratégias pedagógicas desenvolvidas nas escolas indígenas, os efeitos da presença indígena nas universidades, tanto na formação de professores, quanto nas pesquisas, dissertações e teses, bem como os diálogos com anciãos comunitários, que emergem das convivências multiétnicas e multilinguísticas. Serão igualmente abordados a presença das línguas indígenas na escrita artística, literária e teórica e seus efeitos transformadores na língua colonial.

Moderação: Leandro Karaí Mirim (Supervisor do Núcleo de Comunicação do Museu das Culturas Indígenas – SP)

O sentido do Nhe’e

Horário: 14h às 16h30

Convidado/a: Carlos Papa (Terra Indígena Rio Silveira, Bertioga – SP); Suely Rolnik (PUC – SP)

Carlos Papa e Suely Rolnik são convidados para falar sobre o sentido do Nhe`e – “boas palavras” na cosmologia Guarani, ou “palavralmas”, como propõe Rolnik, em diálogo com a cultura Guarani. O exemplo do Nhe’e permite revelar que os termos da língua Guarani são cápsulas-embriões em estado potencial de germinação de novos sentidos, em resposta às demandas da vida e seus efeitos no corpo, respostas conduzidas pela perspectiva primordial do bem viver.

Grupo Miitxya Fulni-ô (Águas Belas-PE) – Virada Cultural

Horário: 17h às 18h

O povo Fulni-ô vem de Águas Belas, interior de Pernambuco, onde há 13 etnias com cerca de 5 mil pessoas. São conhecidos pela sua luta, artesanatos, cantos fortes, danças e o ritual sagrado Ouricuri, que atualmente realizam no maior sigilo. A sua língua materna é a Yaathê, elemento essencial para a manutenção de seu modo de vida. O Grupo Miitxya Fulni-ô estará presente apresentando sua dança tradicional, o Toré, entoada em cantos (cafurnas) na sua língua mãe. Após a apresentação, o grupo explicará a importância do idioma falado para sua cultura.

Rio de Janeiro

Local: Centro Cultural do Banco do Brasil – RJ

22 de maio de 2024

AberturaApresentação com Ailton Krenak (Terra Indígena Krenak – MG)

Canto Sagrado da cultura Tukano, com Carlos Tukano (Aldeia Maracanã, Rio de Janeiro – RJ)

Encontros

Palavra Criadora – Tecendo línguas: a emergência das línguas indígenas

Horário: 10h às 12h

Convidados/as: João Bento Ramos – Ticuna (Mestre e doutorando em Antropologia Social pelo programa de pós graduação em Antropologia Social do Museu Nacional-PPGAS/MN); Júlia Xavante (Aldeia Maracanã, Rio de Janeiro – RJ); José Urutau Guajajara (Aldeia Maracanã, Rio de Janeiro – RJ); Altaci Kokama (Coordenação Geral de Articulação de Políticas Educacionais Indígenas do Departamento de Línguas e Memórias Indígenas do Ministério dos Povos Indígenas – BSB).

Moderadora: Andreia Duarte (SP)

A monocultura linguística na história colonial brasileira é um projeto que pretende enfraquecer a memória e o sentido de vida dos povos originários, tendo como foco principal a disputa da terra e dos modos de existir. Ora, deixar que soe a grande diversidade de línguas das culturas indígenas colocaria em risco esse projeto e sua estratégia micropolítica, produtora de monocultura mental, subjetiva e social. Tal risco decorre do fato de que as palavras indígenas são cápsulas de memória de seus modos de existir: memória da política de produção de mundos em processo constante de mutação resultante da interação entre os diversos elementos humanos e não-humanos que compõem o ecossistema. São precisamente esta interação e os processos de criação o que a monocultura interrompe. Propõe-se uma reflexão sobre a importância do fortalecimento da diversidade das línguas indígenas no Brasil, na disputa pelos rumos do país.

Podemos, de fato, cambiar o mundo?

Horário: 14h às 16h

Convidados/as: Juan Rodrigues (Alagoinhas, Bahia); Mauricio Lima – Museu dos Meninos (Rio de Janeiro); Mbé – Luan Correia (Rio de Janeiro)

Um encontro de trocas poéticas entre bolsistas e premiados pela Prince Claus Fund, trazendo suas experiências e contribuições por meio de suas linguagens sociais e artísticas.

Moderadora: Andreia Duarte (SP).

Serviço:

São Paulo

Dia 18/5 (sábado): das 10h às 18h

Dia 19/5 (domingo): das 10h às 18h

Local: Museu das Culturas Indígenas do Estado de São Paulo

Rua Dona Germaine Burchard, 451 – Água Branca

Ingressos: Entrada gratuita com reserva pelo Sympla:

https://www.sympla.com.br/evento/22-semana-nacional-de-museus-snm-museus-educacao-e-pesquisa-lingua-mae/2438977.

Rio de Janeiro

Dia: 22/5 (quarta-feira): das 10h às 16h

Local: Centro Cultural do Banco do Brasil

Rua Primeiro de Março, 66 – Centro, Rio de Janeiro – RJ

Espaço Conceito Banco do Brasil RJ – térreo

Ingressos: distribuição gratuita 1h antes de cada atividade, na bilheteria física ou digital (bb.com.br/cultura)

*Para mais informações visite:

Outra Margem – www.outramargem.art

Instagram – @outramargem.art

Curadores

Ailton Krenak é ativista indígena dos direitos humanos. Jornalista, pesquisador e autor de textos publicados em coletâneas no Brasil e exterior – entre eles, ‘Ideias para adiar o fim do mundo’, livro brasileiro mais vendido da FLIP 2019. Fundou o NCI (Núcleo de Cultura Indígena), ONG que promove e defende as culturas indígenas brasileiras desde 1985. Ganhou o Prêmio Aristóteles Onassis ‘Homens e Sociedade’ (Grécia, 1990) e Doutor Honorário pela Universidade Federal de Juiz de Fora (2015). É membro da Academia Brasileira de Letras.

Suely Rolnik é psicanalista, escritora, Professora Titular da PUC-SP (Programa de Pós-Graduação de Psicologia Clínica) e, às vezes, curadora. Em seu exílio em Paris (de 1970 a 1979), além da formação em Psicanálise e Psicoterapia Institucional, obteve diplomas de Gradução e Mestrado em Sociologia e Filosofia (Université Paris 8) e em Ciências Humanas Clínicas, na qual também obteve diploma de Doutorado profissional (Université Paris 7). Em sua volta ao Brasil, doutorou-se em Psicologia Social pela PUC-SP. A partir de uma perspectiva teórica transdisciplinar, indissociável de uma pragmática clínico-política, Rolnik participa, há várias décadas, do debate coletivo face aos desafios do presente por meio de cursos, conferências, seminários, oficinas e redes de reflexão, em distintos contextos e países, assim como de uma centena de ensaios e nove livros publicados em vários idiomas, sendo seu livro mais recente ‘Esferas da insurreição. Notas para uma vida não cafetinada’ (n-1, 2018). É coautora com Félix Guattari de ‘Micropolítica. Cartografias do desejo’ (Vozes, 1986; livro que teve 16 edições no Brasil e foi publicado em 9 países).

Andreia Duarte é diretora artística, curadora e atriz. Parceira há 25 anos de artistas, lideranças e representantes dos povos indígenas. Doutora pela USP com um estudo sobre arte, contra colonialidade e povos indígenas. Trabalha há 8 anos na MITsp, atualmente é Coordenadora de Relações Institucionais. Diretora artística do !PULSA! Movimento Arte Insurgente ao lado de Guilherme Marques. Realiza a Coordenação Curatorial do Museu das Culturas Indígenas pelo Instituto Maracá. Diretora artística da Outra Margem, produtora que cria ações na perspectiva da contra colonialidade por meio de festivais, seminários, espetáculos e publicações. www.outramargem.art

Prince Claus Fund

O Prince Claus Fund é uma fundação independente dedicada à cultura e ao desenvolvimento. Com financiamento, conexões e reconhecimento baseados em confiança, atendem artistas e profissionais culturais engajados em locais onde a cultura está sob pressão. Ao criar uma rede global de agentes de mudança e ao amplificar o trabalho inovador que realizam, pretendem contribuir para um futuro mais equitativo, pacífico, sustentável e inclusivo.

FICHA TÉCNICA

Curadoria

Ailton Krenak

Suely Rolnik

Andreia Duarte

Direção

Andreia Duarte

Coordenação de produção e técnica

Grazi Vieira

Produção executiva

Cibele Lima

Produção e logística

Giovanna Monteiro

Comunicação e criação de conteúdo

Maurício Coronado

Site

Luna Rosa Recaldes

Tradução

Rafael Wera Mirim Hernandez

Redes sociais

Juma Mascarenha

Cenotécnico

Enrique Casas

Trilha Vídeo

Nelson D

Foto Vídeo

Thiago Carvalho

Fotografia

Richard Wera Mirim

Levi Tapuia

Identidade Visual

Jacob Alves

Assessoria de imprensa

Canal Aberto – Márcia Marques, Daniele Valério e Flávia Fontes

Cobertura audiovisual

Errante Produções

Administração Financeira

Josi Geller

Administração Jurídica

José Augusto Vieira de Aquino

Técnico de som São Paulo

Guilherme Ramos

Técnico de som Rio de Janeiro

João Vicente Poças

Realização

Outra Margem

Prince Claus Fund

Apoio institucional

Instituto Maracá

ACAM Portinari

Museu das Culturas Indígenas

Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas – São Paulo Governo do Estado

Centro Cultural Banco do Brasil.

Para mais informações visite:

Outra Margem – www.outramargem.art

Instagram – @outramargem.art.

(Fonte: Canal Aberto Assessoria de Imprensa)