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Apenas 51% dos brasileiros concordam com a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: Masha S/Unsplash.

Aproximadamente metade (51%) dos brasileiros concordam com a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo. O dado foi apurado por meio da pesquisa “Global Advisor – LGBT+ Pride 2023” feita pela Ipsos em 30 países. Já 15% afirmam que casais homoafetivos deveriam obter algum reconhecimento legal, mas não o de casar; 20% não sabe opinar; 14% não concordam em nenhum grau de igualdade. Os números do país estão abaixo da média global, que é de 56%.

O topo do ranking é formado por Holanda (80%), Portugal (80%) e Espanha (78%). Já os últimos colocados são Turquia (20%), Romênia (25%) e Singapura (32%).

Sobre a pesquisa | A pesquisa “Global Advisor – LGBT+ Pride 2023” foi realizada pela Ipsos em 30 países, com 22.514 entrevistados, sendo aproximadamente 1000 no Brasil, entre 17 de fevereiro e 3 de março de 2023. A margem de erro para o Brasil é de 3,5 pontos percentuais.

(Fonte: Giusti Comunicação)

Sinfônica de Campinas faz “Ciclo de Sinfonias” com regente convidado Luiz Fernando Malheiro

Campinas, por Kleber Patricio

Fotos: divulgação.

A Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas recebe o maestro convidado Luiz Fernando Malheiro para reger o concerto “Ciclo das Sinfonias” neste sábado, 1º de julho, às 20h, no Teatro Municipal Castro Mendes. Ele estará acompanhado do cantor lírico Sávio Sperandio. Os ingressos, nos valores de R$20,00 (inteira) e R$10,00 (meia), estão à venda no site https://teatrocastromendes.com.br.

O concerto vai homenagear o grande compositor brasileiro, que morreu em 2022, Edino Krieger com a obra “Abertura Brasileira”. No programa também serão apresentadas obras de Gustav Mahler e J. Brahms.

Edino, que é filho do maestro Aldo Krieger, cresceu rodeado de instrumentos e sons que o levaram a desbravar as sonoridades que descobrira na infância. Entre as décadas de 1960 e 1970, suas músicas integraram trilhas sonoras de filmes como “Bruma Seca” (1961) e “Meu Pé de Laranja Lima” (1970). Edino nasceu em Brusque, Santa Catarina, em 1928, e morreu em 2022, aos 94 anos.

O público ouvirá a peça “Rückert-Lieder”, de Gustav Mahler, que é baseada em poemas de Rückert, (Canções de Rückert). Esta peça apresenta uma coleção de cinco canções para voz, piano e orquestra. A apresentação encerra com a “Sinfonia Nº 3 em Fá Maior”, Op. 90, de J. Brahms. Esta é a mais breve de suas quatro sinfonias.

Sobre Luiz Fernando Malheiro

Reconhecido pela crítica como um dos principais nomes da ópera no Brasil, Malheiro tem em seu repertório mais de 60 títulos de ópera já regidos por produções completas.

É o atual diretor artístico e regente titular da Orquestra Amazonas Filarmônica e diretor artístico do Festival Amazonas de Ópera (FAO). Foi diretor artístico do Teatro São Pedro, de São Paulo, além de diretor de Ópera no Teatro Municipal do Rio de Janeiro.

Sobre Sávio Sperandio

A voz e a presença cênica marcante de Sávio Sperandio fazem dele um dos artistas mais solicitados do Brasil. Tem se apresentado em óperas nos Teatros Municipais do Rio de Janeiro e São Paulo, Theatro da Paz (Belém), Teatro Amazonas (Manaus), Palácio das Artes de Belo Horizonte, Teatro São Pedro (SP), Teatro Pedro II (Ribeirão Preto).

Recentemente participou das montagens de “The Rake’s Progress” (Nick Shadow) no Teatro Municipal de São Paulo; “Nabucco” e “Romeo e Julieta”, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro; “O Caso Makropulos”, com a Petrobras Sinfônica; “Ainda” e “D. Giovanni”, em Porto Alegre; “O Barbeiro de Sevilha”, com a Cia. Brasileira de Ópera na turnê pelo Brasil; e “La Boheme”, no Teatro Pedro II, em Ribeirão Preto, entre outras.

Serviço:

Concerto “Ciclo das Sinfonias”

Data: 1º de julho (sábado)

Horário: 20h

Local: Teatro Municipal Castro Mendes

Endereço: Rua Conselheiro Gomide, 62 – Vila Industrial.

Ingressos: Inteira R$20,00 | Meia R$10,00 – podem ser adquiridos nas bilheterias do Teatro ou no site https://teatrocastromendes.com.br.

(Fonte: Prefeitura de Campinas)

Projeto “Clássicos em Cena” realiza concerto gratuito com o Grupo La Follia dia 7 de julho em Campinas

Campinas, por Kleber Patricio

Foto: divulgação.

Um dos mais destacados grupos brasileiros de música de câmara, que é o termo usado para a música erudita executada em formações menores, o La Follia completou 10 anos de atividade no ano passado e, em comemoração, tem circulado pelo interior paulista com concertos gratuitos por meio do projeto ‘Clássicos em Cena’.

No dia 7 de julho, o La Follia se apresenta às 20h na Capela Militar Santo Tomás de Aquino, localizada na Av. Papa Pio XII, 350, junto à ExPCEx – Escola Preparatória de Cadetes do Exército, no Jardim Chapadão. A entrada é gratuita.

Formado pela cravista Helena Jank, Rogério Peruchi na flauta, Glaucia Pinotti no violino, e Cristina Geraldini no violoncelo, o La Follia formou-se em circunstâncias que remetem a um período específico da música europeia. Follia é um termo usado para uma modalidade musical do período barroco, que surgiu em Portugal na segunda metade do século XV, ligada a eventos cantados e dançados. A música era baseada em uma estrutura muito simples, sobre a qual músicos improvisavam livremente ou seguiam indicações de improvisação fornecidas pelos compositores.

Assim como na história, o grupo La Follia é formado por músicos experientes e entusiasmados que se encontraram em circunstância não planejada para fazer música em conjunto.  A sintonia, o prazer em pesquisar um repertório variado e a alegria em compartilhar esta experiência com o público tornaram-se o mote condutor deste trabalho, cujo repertório abrange não só o período barroco e pré-clássico, mas também obras contemporâneas.

O maestro Parcival Módolo, conhecido por seu trabalho como criador e apresentador do “Clássicos em Cena”, acompanha o concerto, intercalando os números musicais com breves comentários sobre os compositores, contexto e história da música, de forma bastante envolvente e descontraída.  O projeto “Clássicos em Cena” foi criado por ele em 2000, em parceria com o produtor cultural Antoine Kolokathis, fundador da Direção Cultura, justamente para difundir música clássica e instrumental de forma gratuita e acessível ao público em geral.

Professor e regente com carreira internacional, Parcival Módolo tem mestrado em música dos séculos XVII e XVIII na Alemanha e doutorado pela University of Southern California, em Los Angeles. Foi maestro titular e diretor artístico da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas e Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto e atualmente é coordenador geral da Divisão de Arte e Cultura do Instituto Presbiteriano Mackenzie em São Paulo, além de atuar regularmente como regente convidado em várias orquestras brasileiras e no exterior.

A edição Clássicos em Cena – La Follia tem patrocínio do banco Itaú Unibanco, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, e, antes de Campinas, já passou pelas cidades de Indaiatuba, Piracicaba e Rio Claro.

Integrantes do La Follia

Helena Jank (Cravo) – Iniciou seus estudos em São Paulo. Fez o curso de graduação em cravo e foi convidada a continuar os estudos de pós-graduação em Munique, ao mesmo tempo em que integrava a Orquestra Bach de Munique. Recebendo o título de Meister em cravo, iniciou uma fase intensa de apresentações e concertos por várias cidades da Europa. Retornando ao Brasil, coordenou o grupo Musicamara de São Paulo, com o qual viajou pelo Brasil divulgando a música barroca. Atualmente após vários mandatos em cargos de coordenação e direção na Unicamp, retorna às atividades artísticas, com especial dedicação ao repertório de música brasileira – tanto do Brasil colonial, quanto da produção contemporânea –, além do estudo das obras tradicionais para cravo solo e de música de câmara.

Gláucia Pinotti (Violino) – Natural de Piracicaba (SP), concluiu seu curso técnico em Música-Violino na classe de Celisa Frias e Elisa Fukuda, e de música de câmara com Ernst Mahle na Escola de Música de Piracicaba. Bacharel em Violino pela faculdade Mozarteum de São Paulo, foi professora de violino na Escola de Música de Piracicaba, no Conservatório do Brooklin Paulista em São Paulo e na Escola Americana de Campinas. Integrou as Orquestras de Câmara e Sinfônica da Escola de Música de Piracicaba, Sinfônica de Americana, Sinfônica de Santo André, Sinfônica de São Bernardo do Campo, Sinfonia Cultura (Orquestra da Rádio Cultura de São Paulo) e Sinfônica de São José dos Campos. É professora membro associada da Associação Suzuki das Américas (SAA). Atualmente é violinista nas Orquestras Sinfônica Municipal de Campinas e Municipal de Jundiaí.

Rogério Peruchi (Flauta) – Natural de Americana (SP), estudou no Conservatório Musical Carlos Gomes, em Campinas (SP) e posteriormente na Unicamp, onde concluiu seu bacharelado em flauta. Trabalhou com flautista e piccolista nas Orquestras Sinfônica de Americana, Sinfônica Experimental de Repertório (SP), Sinfônica de São José dos Campos e também como músico convidado nas Orquestras Sinfônica da USP, Sinfônica Municipal de Ribeirão Preto e Orquestra Jovem do Mercosul, entre outras. Desenvolve também atividade camerística para flauta e piccolo em suas diversas formações, tendo se apresentado no Brasil e exterior. Atualmente é flautista e piccolista nas Orquestras Sinfônica Municipal de Campinas e Sinfônica da Unicamp, além de exercer atividade pedagógica na Escola Livre de Música da Unicamp.

Cristina Geraldini (Violoncelo) – Iniciou seus estudos musicais no Conservatório de Tatuí-CDMCC. É Bacharel em Música pela Unicamp, vencedora de vários prêmios em concursos, como Concurso de Jovens instrumentistas do Brasil – Piracicaba, Concurso Estímulo para Jovens Instrumentistas – São Paulo, Prêmio Eldorado de Música- São Paulo, Concurso de Jovens Solistas da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, Concurso de Música de Câmara da Unicamp – Campinas. Integrou a Orquestras Nova Filarmonia Portuguesa, em Portugal, Orquestra Sinfônica da Unicamp, Orquestra de Violoncelos de São Paulo Cello em Sampa, Orquestra Barroca Armonico Tributo e Orquestra Sinfônica de Santo André. Participa como instrumentista convidada de várias Orquestras e atualmente é membro das Orquestras Sinfônica Municipal de Americana; Sinfônica de Piracicaba e Filarmônica de Rio Claro.

Sobre a Direção Cultura | Sediada em Campinas desde 1999, a Direção Cultura presta consultoria e desenvolve projetos culturais, sociais e esportivos em parceria com empresas, artistas, ONGs e órgãos públicos. Aliados a ações de responsabilidade social, educação, meio ambiente e cidadania, os projetos do grupo – que inclui também a empresa Kalithéa, em São Paulo – alcançam diversos públicos e promovem o desenvolvimento com resultados efetivos e transparentes.

Serviço:

Projeto Clássicos em Cena apresenta La Follia em Campinas

Entrada Franca

Data: 7 de julho de 2023 (6ªf)

Horário: 20h

Local: Capela Militar Santo Tomás de Aquino, localizada na Av. Papa Pio XII, 350, no Bairro Jardim Chapadão – Campinas/SP.

Patrocínio: Banco Itaú Unibanco.

(Fonte: A2N Comunicação)

Inhotim inaugura Galeria Yayoi Kusama

Brumadinho, por Kleber Patricio

Fachada da Galeria Yayoi Kusama, no Instituto Inhotim. Foto: Ícaro Moreno.

O Instituto Inhotim inaugura, a partir do dia 16 de julho, a sua vigésima galeria permanente, dedicada a Yayoi Kusama (Matsumoto, Japão, 1929), uma das mais renomadas e emblemáticas artistas da atualidade. A Galeria Yayoi Kusama abriga duas de suas obras: “I’m Here, But Nothing” (2000) e “Aftermath of Obliteration of Eternity” (2009), trabalhos pertencentes à Coleção do Instituto Inhotim adquiridos em 2008 e 2009, respectivamente.

“A inauguração da Galeria Yayoi Kusama cumpre uma ambição artística central no Inhotim em relação à obra de uma das artistas mais visionárias de nosso tempo”, diz Allan Schwartzman, cofundador do Inhotim. “Essa ocasião permite-nos oferecer uma presença permanente para três das obras mais emblemáticas da artista, cada uma delas incorporando uma expressão ambiental nitidamente diferente do universo criativo da artista: a transformação ótica de um espaço escuro em um lugar psicológico de sobrecarga sensorial; um espaço infinito contemplativo e um jardim de flutuação suspensa composto por inúmeras esferas metálicas pairando sobre a paisagem natural do Inhotim. A Galeria Yayoi Kusama incorpora os mais altos objetivos do Inhotim de oferecer ambientes únicos para a experiência de obras de arte excepcionais em grande escala para um público amplo e diversificado”.

Yayoi Kusama é reconhecida mundialmente pelo seu trabalho, caracterizado por uma imaginação criativa e cativante com diversidade de suportes e linguagens, sobretudo nas instalações imersivas, que convidam o espectador a adentrar em seu universo, aguçando a sua percepção. Happenings, performances, pinturas, esculturas, instalações, trabalhos literários e filmes fazem parte do acervo criativo da multiartista. A participação coletiva em suas instalações de imersão dá sentido às suas obras, concretizando uma experiência sem limites, sem bordas, com cores, contrastes, luzes e sombras.

I’m Here, But Nothing (2000). Foto: Daniel Mansur.

O projeto arquitetônico da Galeria Yayoi Kusama foi desenvolvido pelos arquitetos Fernando Maculan (MACh) e Maria Paz (Rizoma), com uma área de 1.436,97 m² localizada no Eixo Laranja, próxima à Galeria Cosmococa e ao Jardim Veredas. A proposta da arquitetura da galeria pensa não somente em um espaço protegido para receber as instalações, mas também para o seu público, trabalhando com a ideia da espera e da permanência em um espaço de convívio. “Dada a relevância do trabalho de Yayoi Kusama e a conhecida atratividade de grandes públicos, o projeto da galeria conta com um amplo espaço de espera e preparação”, explicam os arquitetos.

O paisagismo da Galeria Yayoi Kusama traz um caminho sinuoso feito de pedras que desvela a galeria ao público, perante as curvas do caminho, despertando a curiosidade de quem chega. O projeto paisagístico foi realizado por Juliano Borin, curador Botânico do Inhotim, Geraldo Farias, da equipe do Jardim Botânico do Inhotim, com contribuições de Bernardo Paz. O jardim planejado é inspirado em um jardim tropical multicolorido, com um toque de psicodelia, onde foram plantadas mais de 4 mil bromélias e apresenta a linguagem paisagística já consolidada do museu e jardim botânico, mas remete também a ligação de Yayoi Kusama à sua origem japonesa e aos dots que se repetem em sua obra.

Sobre a artista

Os padrões repetitivos marcam a trajetória de Yayoi Kusama desde os seus desenhos feitos na infância, mesmo período em que, devido ao seu quadro de saúde mental, ela começa a apresentar alucinações envolvendo pontos e círculos – polka dots – constantes. O desejo de se tornar artista, paralelamente aos conflitos familiares e à falta de apoio nessa empreitada, fez com que Kusama se mudasse para os Estados Unidos no final da década de 1950. Foi em uma de suas primeiras exposições em Nova York que a artista ficou conhecida por suas pinturas de grande escala, com infinitos pontos monocromáticos sobre a tela. Conforme experimentava uma série de suportes e linguagens, Yayoi Kusama elaborava projetos artísticos cada vez mais audaciosos para o contexto conservador da época, se manifestando politicamente e propondo a libertação do corpo por meio de happenings e performances.

Aftermath of Obliteration of Eternity (2009). Foto: Cortesia de Bellagio Gallery of Fine Art in Las Vegas.

Há, na obra de Kusama, uma ideia geral que conecta o conjunto de seus trabalhos e a acompanha durante toda a sua carreira – o conceito de auto-obliteração [Self-Obliteration], que consiste na abolição da individualidade para se tornar um com o universo, e se encontra no título de uma das obras que estão na nova galeria no Inhotim. É dessa maneira que Kusama nos lembra que somos conectados por algo maior e que fazemos parte de um todo. Essa sensação de auto obliteração se dissolve e acumula; prolifera e separa, ao mesmo tempo em que nos integra ao ambiente, na busca de alcançar o infinito pela repetição das formas.

Em uma performance em 1967, durante a apresentação do filme Self-Obliteration [Auto-Obliteração], Yayoi Kusama usou pela primeira vez tinta e lâmpada fluorescentes para tornar visível sua percepção de mundo que passa pela repetição de elementos como pontos e partes do corpo. Depois de usar pessoas como telas para suas pinturas, a artista passa a transformar a percepção por meio de ambientes imersivos, como em “I’m Here, But Nothing”.

Sobre as obras  

Totalmente Iluminado por luz negra, um ambiente doméstico comum é tomado por inúmeros pontos brilhantes coloridos. Os móveis e os objetos que compõem “I’m Here, But Nothing” (2000) são corriqueiros de uma casa, como sofá, televisão, mesa, cadeiras, porta-retratos, tapetes e mais objetos de decoração. Os pontos em tinta fluorescente são adesivos espalhados pelas paredes, por todos os objetos, no teto e no chão. Com a luz negra (UV-A, ultravioleta), esses pontos coloridos cintilam ao olhar do espectador, transformando o espaço, ativando a percepção e, de certa maneira, preenchendo um vazio. A obra pode ser percebida também como parte do conceito da artista da auto obliteração, no sentido da dissolução da pessoa espectadora no próprio ambiente – que, para algumas pessoas, pode trazer uma sensação de segurança, por estar em contato com objetos e mobílias reconhecíveis, enquanto para outras pode trazer uma sensação mais relacionada à ausência, como sugere o título da obra.

“Aftermath of Obliteration of Eternity” (2009), criada quando Yayoi Kusama já tinha 80 anos, parte dos princípios da filosofia de auto obliteração pensada pela artista, do desejo de negar a sua existência se unindo ao infinito, como parte de um todo. Nesse ambiente imersivo, a proposta é que o espectador seja conduzido a um universo completamente diferente do exterior, um cosmo transcendental. O aspecto da obra nos remete a uma miragem contínua iluminada por lanternas, que vai se esmaecendo à medida que a nossa percepção se afasta da realidade. Na tradição japonesa, esse tipo de iluminação está ligado à espiritualidade, uma conexão com os ancestrais, inspirada na cerimônia tradicional japonesa Tooro nagashi.

“Nas duas obras, com aspectos distintos, Yayoi Kusama parte do conceito da auto obliteração, que a artista investiga em seu trabalho há muitas décadas. A ideia é pensar a dissolução do individualismo, buscando uma comunhão com o universal, borrando os limites do que é obra, espaço, corpo e paisagem”, explica Douglas de Freitas, curador do Inhotim. “Em ‘I’m Here, But Nothing’, um espaço doméstico reconhecível é o ponto de partida para uma alteração na percepção do espaço através da luz e de adesivos de bolinhas com tinta fluorescente. Já em ‘Aftermath of Obliteration of Eternity’, a artista cria um espaço avesso ao reconhecível da outra obra. O jogo de espelhos e luz cria um cosmo, uma imagem de vazio que aos poucos se ilumina e se reflete infinitamente”, finaliza o curador.

Sobre o projeto arquitetônico  

Para a Galeria Yayoi Kusama, foram criados pequenos largos com bancos de madeira, como um convite à permanência daqueles que visitam a galeria ou que estão apenas desfrutando da ambiência e da vista. Se visto por cima, como uma intervenção de cor na paisagem, o projeto conecta dois momentos da vegetação existente – a mata espontânea e o jardim planejado – e parece ocultar um mundo mágico a ser descoberto pelas pessoas que visitam o parque. “Nosso projeto se sintetiza em duas ações sobre esta paisagem já alterada: a criação de uma cobertura leve para sombreamento de toda a área e a inserção de um edifício longilíneo que se estende em todo o limite da praça com a mata, ancorado nos dois taludes laterais”, especificam Fernando Maculan e Maria Paz.

Sobre toda a extensão da praça e da galeria, uma tela metálica flexível dá suporte para o crescimento de uma vegetação de origem asiática – Congea tomentosa – tipo de planta trepadeira de ampla cobertura vegetal com floração densa que costuma ocorrer após o inverno. A Congea atribui a noção de tempo e de transformação contínua ao projeto da Galeria Yayoi Kusama, alternando a coloração de sua inflorescência em tons de branco, rosa, lilás e cinza.

Sobre o projeto paisagístico

No jardim planejado da Galeria Yayoi Kusama, a matiz avermelhada da estrutura de aço corten existente no edifício principal da Galeria Yayoi foi seguida na escolha de bromélias verdes, amarelas e avermelhadas – muitas delas apresentam círculos naturais em suas folhas, referenciando o trabalho da artista. Para destacar o amplo vão sem colunas do espaço da galeria, foram escolhidas plantas de baixo porte. Já o uso do arbusto Conchocarpus macrophyllus, espécie nativa da Mata Atlântica, traz a única verticalidade das plantas para alinhar com o piso e com as chapas metálicas do revestimento da galeria.

“Usamos muitas plantas da família Marantaceae, com suas folhas que parecem pintadas à mão, tornando o jardim mais onírico”, comenta Juliano Borin, curador botânico do Jardim Botânico do Inhotim. As pedras usadas na área do jardim da galeria são pedras do minério de ferro em blocos maciços que, segundo Borin, trazem uma identidade do Inhotim e da própria galeria. Em outra referência ao país de origem da artista, a posição das pedras aponta para o Japão.

De Yayoi Kusama, o Inhotim já exibe a obra “Narcissus Garden Inhotim” (2009), que faz referência ao mito de Narciso, aquele se encanta pela própria imagem refletida na água. “Narcissus Garden Inhotim” reúne 750 esferas de aço inoxidável sobre um espelho d’água no terraço do Centro de Educação e Cultura Burle Marx, prédio desenhado pelos Arquitetos Associados. Nas palavras da artista, a obra se comporta como “um tapete cinético”, dada a ação do vento, que cria diferentes agrupamentos das esferas em meio à vegetação aquática. Esta obra é uma versão da escultura apresentada pela primeira vez na 33ª Bienal de Veneza (1966). Nesta ocasião, Yayoi Kusama, clandestinamente, colocou à venda 1500 esferas distribuídas ao lado do pavilhão Itália com duas placas com os dizeres: “Seu narcisismo à venda” e “ Narcissus Garden, Kusama”.

A Galeria Yayoi Kusama conta com o patrocínio da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM) por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

Serviço:

Galeria Yayoi Kusama 

Obras presentes na Galeria Yayoi Kusama: “Aftermath of Obliteration of Eternity” (2009), espelho, madeira, plástico, acrílico, LED, alumínio. “I’m Here, But Nothing” (2000), adesivos, lâmpadas fluorescentes ultravioleta, mobília, objetos domésticos, dimensões variáveis.

Data de inauguração: 16 de julho de 2023, domingo.

Localização: Eixo Laranja, G24, Instituto Inhotim.

Clique aqui para saber mais sobre a operação especial de visitação das obras.

Informações gerais 

Horários de visitação: de terça a sexta-feira, das 9h30 às 16h30, e aos sábados, domingos e feriados, das 9h30 às 17h30.

Entrada: R$50,00 inteira (meia-entrada válida para estudantes identificados, maiores de 60 anos e parceiros). Crianças de até cinco anos não pagam entrada.

Localização: O Inhotim está localizado no município de Brumadinho, a 60 km de Belo Horizonte (aproximadamente 1h15 de viagem). Acesso pelo km 500 da BR381 – sentido BH/SP. Também é possível chegar ao Inhotim pela BR-040 (aproximadamente 1h30 de viagem). Acesso pela BR-040 – sentido BH/Rio, na altura da entrada para o Retiro do Chalé.

Opções de transporte regular:

Transfer – a Belvitur, agência oficial de turismo e eventos do Inhotim, oferece transporte aos sábados, domingos e feriados, partindo do hotel Holiday Inn Belo Horizonte Savassi (Rua Professor Moraes, 600, Funcionários, Belo Horizonte). É preciso comparecer 15 minutos antes para o procedimento de embarque e conferência do voucher. Veja mais informações sobre o transfer clicando aqui. Ônibus Saritur – saída da Rodoviária de Belo Horizonte de terça a domingo, às 8h15 e retorno às 16h30 durante a semana e às 17h30 aos fins de semana e feriados. R$51,75 (ida), R$46,05 (volta), R$97,80 (ida e volta).

Inhotim Loja Design | A loja do Inhotim, localizada na entrada do Instituto, oferece itens de decoração, utilitários, livros, brinquedos, peças de cerâmica, vasos, plantas e produtos da culinária típica regional, além da linha institucional do Parque. É possível adquirir os produtos também por meio da loja online.

(Fonte: Instituto Inhotim)

Sinfônica se apresenta na abertura do Festival de Inverno de Indaiatuba

Indaiatuba, por Kleber Patricio

Sinfônica faz concerto na abertura do Festival de Inverno de Indaiatuba. Foto: Rafael Ré.

A Orquestra Sinfônica de Indaiatuba (OSI) se apresenta, no dia 7 de julho, na abertura do Festival de Inverno – evento promovido pela Prefeitura de Indaiatuba – ao lado da Gâmbia Rock. O Rock Sinfônico acontece a partir das 20h, no palco externo, montado ao lado da concha acústica, no Parque Ecológico. A entrada é gratuita e por ordem de chegada.

Esta não será a primeira vez que OSI e Gâmbia Rock realizam o Rock Sinfônico, mas será a primeira em que estarão no mesmo palco, já que o concerto anterior, realizado há três anos, ainda durante a pandemia da Covid-19, foi em formato online e garantiu mais de 5,5 mil visualizações.

No repertório deste encontro, não faltarão clássicos do rock internacional, como “Best for You”, “You Give Love a Bad Name”, “Beautiful Day”, “Perfect Strangers”, “Don’t Wanna Miss a Thing” e “Wish you were here”, entre outros sucessos, além de músicas autorais da banda, como “O amanhã” e “Nanquim”. Os arranjos são de Emanuel Massaro e a direção artística e regência, do maestro Paulo de Paula. O concerto terá duração de 1h15.

OSI e Gâmbia Rock se apresentam no dia 7 de julho. Foto: divulgação.

A Orquestra Sinfônica de Indaiatuba já figura entre as maiores do Estado de São Paulo e se apresenta sob a regência do maestro Paulo de Paula. Na cidade, tem realizado intenso trabalho de formação de público por meio de concertos comentados, tornando a música clássica acessível a uma grande parte da população.

Gâmbia Rock | Desde sua criação, em 2017, a banda realizou mais de 100 shows em capitais como São Paulo e Rio de Janeiro, além de cidades do interior paulista; entre elas, Campinas e Sorocaba. A banda, que é originária de Indaiatuba, se destaca e traz aos palcos uma energia contagiante, compartilhando com o público experiências por meio da música.

O concerto tem realização da Associação Mantenedora da Orquestra Jovem de Indaiatuba em parceria com a Prefeitura Municipal, por meio da Secretaria de Cultura.

Serviço:

Festival de Inverno – Rock Sinfônico

Data: 7 de julho l Horário: 20h

Endereço: Circuito próximo à Concha Acústica – Parque Ecológico

Entrada gratuita.

(Fonte: Armazém da Notícia)