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Flávia Junqueira apresenta ‘Extasia’ no Centro Cultural Fiesp

São Paulo, por Kleber Patricio

Flávia Junqueira, Real Gabinete Português de Leitura #1, 1837 (2021).

O universo onírico da produção artística de Flávia Junqueira ocupa o espaço expositivo do Centro Cultural Fiesp a partir do dia 18 de setembro com a mostra intitulada ‘Extasia’, neologismo que mescla o sentimento de êxtase com o delírio da fantasia. A exposição apresenta desdobramentos da pesquisa da artista, passando pela cenografia, fotografia, escultura e iluminação. Com curadoria de Bianca Coutinho Dias, o público acessa um recorte de obras que percorre os últimos cinco anos de sua produção e que será exposto em conjunto pela primeira vez.

Pautada na criação de narrativas visuais que conectam a infância, o tempo e a memória, Flávia Junqueira faz de Extasia uma grande instalação imersiva, com uma atmosfera de magia e encantamento. “Estou continuamente buscando maneiras de conectar o público com suas próprias experiências emocionais utilizando a arte como uma ferramenta para explorar esse complexo desejo”, afirma a artista.

Flávia Junqueira, Parque Henrique Lage #2, 1957 (2021).

A mostra abriga nove fotografias encenadas, sempre com a presença de balões de látex, produzidas dentro e fora do país, em ambientes internos e externos, como parques, teatros, bibliotecas, salas de palácios e monumentos icônicos. É o caso do Parque Henrique Lage, do Theatro Municipal de Niterói e Real Gabinete Português de Leitura, todos no Rio de Janeiro; do Teatro de Ouro Preto, em Minas Gerais; e de um parque de diversões na cidade paulista de Amparo. Também estão em cena edificações espanholas como o Palacio de Fernan Nuñez, Palacio de Santoña, Liceu Opera Barcelona e Palacio de Linares.

Nesse mergulho sensorial proposto na exposição, os elementos presentes nas fotografias – luzes de parque de diversão, cortinas de teatro, cavalos de carrossel e os próprios balões de látex – se materializam no espaço, ganhando tamanho real e intensificando a sensação nostálgica da infância nos visitantes. É como se estivessem dentro da obra ao mesmo tempo em que a observam. “O público não será só espectador da arte, mas também vai estar no meio dela, sentindo o que está na foto para além da imagem fotográfica”, explica.

A inventividade da artista é revelada, ainda, na série Magic Carnival, uma instalação formada por um conjunto de cavalos de carrossel em miniatura. Colocados em cúpulas separadas sobre uma mesa giratória, a obra faz referência a esse brinquedo encontrado nos parques.

Flávia Junqueira, Palacio de Linares #3, 1873, Madrid (2024).

Extasia conta também com duas obras audiovisuais. Uma em formato de making of, sobre o processo de criação das fotografias encenadas, concebidas de forma analógica e com técnicas da cenografia teatral. A outra, é um videoarte que projeta no espaço um carrossel criado pela artista em uma instalação em Piracicaba (SP).

A gerente executiva de cultura do Sesi-SP, Débora Viana, traz a importância de exposições como Extasia integrarem a programação do Sesi-SP: “Reiteramos o compromisso da nossa instituição em ofertar um ambiente cultural e artístico proporcionando ao público projetos de qualidade, acesso a obras e ao processo criativo de artistas de diversas origens e incentivando a reflexão e a experimentação. No Sesi-SP, consideramos crucial a formação de novos apreciadores das artes, promovendo a difusão e o acesso à cultura de maneira gratuita. Por isso, concebemos e executamos projetos em uma ampla gama de áreas convidando o público a mergulhar de cabeça no universo do conhecimento e da expressão artística”.

Serviço:

Extasia, por Flávia Junqueira

Local: Centro Cultural Fiesp

Endereço: Avenida Paulista, 1313 – em frente à estação Trianon-Masp do Metrô

Período expositivo: 18 de setembro a 26 de janeiro

Visitação: terça a domingo, 10h às 20h

Entrada gratuita.

(Fonte: Com Marianna Rosalles/A4&Holofote Comunicação)

Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do Iphan aprova três propostas de tombamento

Brasília, por Kleber Patricio

Conjunto Arquitetônico, Histórico e Paisagístico da Fortaleza de São João, no Rio de Janeiro (RJ). Foto: Gov.br.

O primeiro dia da 105ª Reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) finalizou com a aprovação, por unanimidade, do tombamento definitivo do Conjunto Arquitetônico, Histórico e Paisagístico da Fortaleza de São João, no Rio de Janeiro (RJ), e do Conjunto das fortificações de Santa Cruz, Praia de Fora e Imbuhy, em Niterói (RJ). Os dois conjuntos abrangem 29 elementos, dentre fortificações e acervos, número recorde de locais tombados num único dia. Também recebeu proteção definitiva a Capela de Nossa Senhora da Conceição do Tamanduá, localizada em Balsa Nova (PR).

Representativo do processo de ocupação da região Sul do país, o Conjunto da Capela de Nossa Senhora da Conceição do Tamanduá (PR) inclui a igreja, seu acervo de bens móveis e integrados e pelo bosque que a circunda. O conjunto será inscrito no Livro do Tombo Histórico, no Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico e também no Livro do Tombo de Belas Artes.

Já o Conjunto Arquitetônico, Histórico e Paisagístico da Fortaleza de São João, localizado no Rio de Janeiro (RJ), compreende 12 edificações auxiliares de defesa: o Forte São José, o Reduto São Teodósio, a Bateria do Pau do Bandeira, a Praia de Fora, a Praia de Dentro, Forte São José, Reduto São Teodósio, remanescente das muralhas do Forte São Diogo, Ponte da Praia de Dentro, Bateria Marques Porto e Bateria Mallet, com as estruturas anexas. O conjunto será inscrito no Livro do Tombo Histórico, no Livro do Tombo de Belas Artes e no Livro de Tombo Paisagístico, Etnográfico e Arqueológico.

O Conjunto histórico, arquitetônico e paisagístico formado pelas fortificações de Santa Cruz, Praia de Fora e Imbuhy, localizado em Niterói (RJ), abrange 17 elementos, incluindo o conjunto de fortificações conhecido como Fortaleza de Santa Cruz, o acervo de artilharia e o acervo religioso da Capela de Santa Bárbara, situada em seu interior.

Também fazem parte do complexo elementos do esquema defensivo extramuros da Fortaleza de Santa Cruz e os fortes localizados nas proximidades. Entre eles estão o Reduto do Pico, e os fortes de São Luís, da Praia de Fora, Barão do Rio Branco, do Pico, da Tabaíba e Imbuhy, incluindo os acervos de artilharia. O tombamento abrange, ainda, os morros e praias a eles associados, que se encontram sob tutela do Exército e que constituem a paisagem de entrada da Baía de Guanabara. Com isso, o conjunto passa a ser inscrito no Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico, no Livro do Tombo Histórico e no Livro do Tombo de Belas Artes. “Eu quero fazer o registro sobre a importância que essas fortificações têm para o Brasil e sobre os encaminhamentos que o Iphan, nesses últimos anos, principalmente, tem conseguido dar, na figura dos seus servidores, para esses espaços, com a construção de programas de Educação Patrimonial”, destacou o presidente do Iphan, Leandro Grass. “Esses espaços têm um potencial muito grande de mobilizar a comunidade, para além da própria memória militar, das guerras, com usos dialogados com o território e com a comunidade. Nós temos diante de nós uma ferramenta interessante que, se bem preservada, pode proporcionar a garantia de direitos, o desenvolvimento do território, oportunidades econômicas e culturais, dentre outros”, concluiu.

Para o diretor de Patrimônio Imobiliário e Meio Ambiente do Exército Brasileiro, Jorge Luís O. de Almeida Filho, o reconhecimento é importante para a preservação da história brasileira e, em particular, a história militar de defesa do Rio de Janeiro. “Ali é um sítio riquíssimo, obras magníficas da arquitetura militar, tanto da época da colônia, quanto da época republicana, que nós temos que preservar. Então ficamos muito felizes com o encaminhamento dado hoje e temos certeza que será muito útil para a população brasileira e, em particular, para o Rio de Janeiro e Niterói”, pontuou.

(Fonte: Ministério da Cultura – Governo Federal)

Praça Durval Pattaro recebe 1º Festival de Inverno de Barão Geraldo

Campinas, por Kleber Patricio

Evento tem o apoio da Secretaria de Cultura e Turismo da Prefeitura Municipal de Campinas. Foto: Divulgação.

Neste sábado, 7 de setembro, ocorre o primeiro Festival de Inverno de Barão Geraldo, na Praça Durval Pattaro. O evento terá início às 11h e se estenderá até às 21h, oferecendo programação cultural que inclui apresentações musicais, opções gastronômicas, cervejas artesanais e uma feira de economia criativa, de forma gratuita. O evento é organizado por artistas, produtores, comerciantes e agentes culturais do distrito de Barão Geraldo.

A programação musical contará com três bandas e quatro DJs. Começará com a discotecagem do coletivo Discomina, seguida pelo Grupo Zabalê, que apresentará um show de música brasileira a três vozes. O Marcelo Gomes Quarteto, com um repertório de jazz funk, se apresentará às 16h, e o grupo Sacicrioulo encerrará o festival com um show que mistura manguebeat, reggae e outros estilos brasileiros. Durante os intervalos, DJ Digão realizará uma apresentação variada.

Na área gastronômica, oito empresas locais estarão presentes oferecendo uma variedade de opções como pizza, hambúrgueres artesanais, comida vegetariana, mexicana, espetos, lanches, açaí e doces. As cervejarias do distrito também marcarão presença com mais de 30 sabores de cervejas artesanais autorais. A feira de economia criativa contará com aproximadamente 30 expositores independentes locais oferecendo produtos de arte, moda, gastronomia e discos de vinil.

O festival é promovido pela produtora Zumbido Cultural com o apoio da Secretaria de Cultura e Turismo da Prefeitura Municipal de Campinas. Os organizadores esperam que o evento proporcione uma integração entre diferentes manifestações culturais e artísticas, aproveitando o espaço público para reunir a comunidade e visitantes em um ambiente de diversidade e cultura.

Serviço:

1º Festival de Inverno de Barão Geraldo

Data: 7 de setembro | Horário: das 11h às 21h

Local: Praça Durval Pattaro

Endereço: Rua Francisco de Barros Filho, s/nº, Barão Geraldo – Campinas (SP)

Entrada gratuita.

(Fonte: Com Denise Assis/Prefeitura de Campinas)

Sobe para 2.300 número de animais da pecuária mortos em incêndios no interior de SP

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: Agência Brasil.

Milhares de animais da pecuária perderam a vida nos incêndios, neste fim de semana, no interior de São Paulo. Focos de fogo possivelmente criminosos se alastraram rapidamente entre canaviais e propriedades rurais, devido ao forte vento e à estiagem. Em um único assentamento na área rural de Pradópolis, as chamas vitimizaram diretamente 217 porcos, frangos e galinhas. E em Santo Antônio do Aracanguá, ao menos 43 bois morreram carbonizados em uma fazenda.

Além das consequências diretas, os incêndios também causaram problemas logísticos e de infraestrutura que já impactaram milhares de animais. Na estrada entre Batatais e Ribeirão Preto, 2.000 frangos morreram em três caminhões parados nos bloqueios causados pelo fogo. A situação foi agravada pela alta temperatura. “Confinados por cercas ou em caminhões, muitos desses animais sequer tiveram a chance de fugir. Em casos como esse, é crucial destacar que os animais criados pela pecuária são tão vítimas quanto os animais silvestres. Eles também são capazes de sentir dor e medo. As suas mortes não são apenas números, são vidas que foram perdidas em meio a um sistema que já negligencia seus direitos mais básicos”, lamenta a diretora da ONG Sinergia Animal no Brasil, Cristina Diniz.

Em uma fazenda em Itirapina, cerca de 70 bois conseguiram romper a cerca para fugir do fogo. Outros não tiveram a mesma sorte – em Ribeirão Preto, a Defesa Civil relatou que vacas e porcos presos em um curral não conseguiram escapar das chamas. O mesmo ocorreu em Boa Esperança do Sul, onde 10 porcos e um bezerro foram mortos pelo incêndio que se alastrou rapidamente. Casos semelhantes foram registrados em Santa Isabel e em um haras tomado pelo incêndio em Guapiaçu.

“Abram suas porteiras, é uma questão de vida”, suplicou a prefeita do município de Lucélia, Tati Guilhermino, em um apelo feito aos produtores rurais no rádio. A Defesa Civil declarou que ainda está levantando o número total de animais impactados pela tragédia nas cidades da região. “Mesmo os animais que sobreviveram agora correm risco de sofrer com a falta de alimento em áreas de pasto amplamente devastadas pelo fogo, como já vem ocorrendo no Pantanal”, alerta Diniz.

Em apenas dois dias, segundo o Inpe, São Paulo registrou quase 7 vezes mais incêndios do que em todo o mês de agosto de 2023 e mais focos do que todos os meses de agosto desde 1998. Foram 2.300 focos de incêndio só no fim de semana, queimando mais de 20 mil hectares e deixando 48 cidades do interior de São Paulo em alerta máximo para queimadas.

“Estamos diante de uma tragédia de proporções imensuráveis. Lamentavelmente, este não é um caso isolado – como vimos nos incêndios no Pantanal e nas enchentes no Rio Grande do Sul, onde mais de um milhão de animais da pecuária foram impactados. É preciso urgentemente estabelecer planos de contingência eficazes que incluam esses animais em casos emergenciais e repensar os nossos sistemas alimentares para combater a crise climática”, conclui a diretora da Sinergia Animal no Brasil.

Sobre a Sinergia Animal | A Sinergia Animal é uma organização internacional que trabalha em países do Sul Global para diminuir o sofrimento dos animais na indústria alimentícia e promover uma alimentação mais compassiva. A ONG é reconhecida como uma das mais eficientes do mundo pela renomada instituição Animal Charity Evaluators (ACE).

(Fonte: Com Jessica Amaral/DePropósito Comunicação de Causas)

Mães pretas têm quase o dobro de dificuldade em relação às brancas para vacinar crianças de até 2 anos

Brasil, por Kleber Patricio

Falta de tempo e de transporte são alguns dos obstáculos enfrentados por mães pretas para vacinarem seus filhos. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil.

No Brasil, crianças cuja mãe, pai ou responsável é preta são as mais prejudicadas por atrasos no calendário vacinal e falta de acesso à vacinação nos primeiros anos de vida. As mães pretas enfrentam quase o dobro de dificuldades para vacinar seus filhos em comparação com mães brancas, segundo mostra pesquisa da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Os dados estão em artigo publicado no dia 23 de agosto na Revista Epidemiologia e Serviços de Saúde. O estudo observou que 23% dos responsáveis relataram que já deixaram de vacinar a criança apesar de tê-la levado ao posto de vacinação, taxa que chega a 17% entre brancos e ultrapassa 29% entre pretos.

Os dados alertam para a alta frequência de atrasos e falhas na vacinação no Brasil – segundo os dados, a maioria (86%) das crianças nascidas em 2017 e 2018 não foi vacinada no tempo correto por problemas como dificuldade de acesso, falta de imunizantes e salas sem profissionais ou materiais necessários. Ela também revela a existência de uma desigualdade racial na cobertura vacinal oportuna de crianças no quinto, no décimo segundo e no vigésimo quarto mês de vida, quando são aplicadas doses como tríplice viral contra sarampo, rubéola e parotidite, hepatite A e rotavírus, entre outras.

O levantamento contou com informações do Inquérito Nacional de Cobertura Vacinal de mais de 37,8 mil nascidos vivos em 2017 e 2018, além de entrevistas feitas com mães e responsáveis pelas crianças e análise das cadernetas de vacinação em todas as 26 capitais do Brasil, no Distrito Federal e em mais 12 cidades com mais de 100 mil habitantes.

Os obstáculos mais comuns foram falta de vacina, sala de vacina fechada e falta de profissional de saúde. Além disso, 7% dos responsáveis enfrentaram dificuldades para levar seus filhos para a vacinação, por motivos que vão da falta de tempo à dificuldade de transporte. Essa probabilidade foi 75% maior entre população preta comparada à branca. Outro dado mostra que cerca de metade das crianças tiveram atraso em alguma vacina até os 5 meses e 61% até o primeiro ano. A pesquisa aponta que entre crianças de mães pardas/pretas os números foram maiores.

Para Antonio Fernando Boing, professor da UFSC e autor do estudo, a disparidade racial da vacinação de crianças e nos obstáculos enfrentados para vacinar é injusta, reproduz as desvantagens materiais vivenciadas pela população preta no Brasil e mostra falhas no cumprimento do princípio de equidade pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “As dificuldades para se chegar aos postos de vacinação e, depois, para garantir a vacina no braço, não se distribuem de forma aleatória no país; elas são mais comuns quando mães, pais ou responsáveis são pretos e isso é inaceitável”, diz.

Segundo ele, o trabalho mostra que, além da discussão sobre disseminação de notícias falsas sobre vacinação, é necessário debater e agir sobre como condições materiais de vida e falhas estruturais dos serviços de saúde ampliam desigualdades sociais e interferem na queda de taxas de vacinação. “Pessoas que reconhecem os benefícios das vacinas e desejam aplicá-las em seus filhos estão tendo dificuldades de acesso a elas, sobretudo se forem pretas”. Para Boing, modificar esse contexto exige melhorar as condições de vida da população, qualificar o SUS e investir em ações de monitoramento e enfrentamento de desigualdades em saúde.

(Fonte: Agência Bori)