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ABERTO retorna a São Paulo em sua terceira edição

São Paulo, por Kleber Patricio

A Casa de Tomie Ohtake. Fotos: Ruy Teixeira.

A partir de agosto, a ABERTO retorna a São Paulo em sua terceira edição, maior e mais ambiciosa do que as edições anteriores. Após sua edição inaugural na única residência particular remanescente do lendário arquiteto Oscar Niemeyer em São Paulo e uma segunda edição em uma casa projetada por Villanova Artigas, figura seminal da Escola Paulista de Arquitetura, a excepcional mostra de arte e design deste ano ocupará, pela primeira vez, dois espaços distintos e será uma ode ao legado artístico e arquitetônico de duas extraordinárias mulheres asiático-brasileiras e suas notáveis casas brutalistas da década de 1970.

Mais que residências, são espaços onde se perpetuam a criatividade, o espírito e a memória dessas duas mulheres para as gerações futuras: uma delas, projetada pelo arquiteto brasileiro Ruy Ohtake para sua mãe, Tomie Ohtake, conceituada artista de origem japonesa, nascida em Kyoto e, a outra, projeto de residência familiar de Chu Ming Silveira, nascida em Xangai, China. Esta última, arquiteta e designer visionária criadora de um dos grandes símbolos do mobiliário urbano brasileiro: o orelhão.

As casas servirão de pano de fundo para exibições de arte e design cuidadosamente selecionadas pelo trio de curadores Filipe Assis, Kiki Mazzucchelli e Claudia Moreira Salles em resposta ao ambiente arquitetônico; elementos como concreto aparente e linhas orgânicas serão perfeitamente integrados para aprimorar a experiência artística geral. “Estamos empolgados em revelar as histórias notáveis dessas mulheres extraordinárias e seu profundo impacto na arte, arquitetura e design brasileiros. A mostra não apenas celebra suas contribuições artísticas e arquitetônicas, mas também suas perspectivas imigrantes que moldaram o movimento modernista brasileiro”, explica Filipe Assis, empreendedor de arte e fundador da ABERTO em 2022.

Casa de Chu Ming Silveira.

Plataforma de exposição pioneira, a ABERTO celebra e promove o encontro da arquitetura, arte e design em espaços públicos e privados nunca vistos e reúne as principais instituições culturais, coleções, fundações e galerias para criar um panorama atraente de obras dos nomes mais proeminentes do Brasil e do mundo.

A curadoria de arte colocará em primeiro plano um conjunto cativante de arte moderna e contemporânea brasileira e internacional por meio de colaborações com galerias renomadas, como Fortes D’Aloia & Gabriel, Mendes Wood DM, Luisa Strina e Nara Roesler, além das galerias globais Lisson e Pace, enquanto a curadoria de design, de Claudia Moreira Salles, se concentrará em novas peças de mobiliário projetadas pelas famílias Ohtake e Chu especialmente editadas para o evento pela Galeria ETEL, sob a direção de Lissa Carmona.

“Essas casas oferecem uma intimidade inesperada inspirada em designs orientais com tetos baixos que aumentam o envolvimento com a arte promovendo a contemplação e a interação. Nossa curadoria usa cuidadosamente elementos arquitetônicos – aberturas, ângulos e luz natural – para colocar obras de arte, transformando cada casa em uma tela que combina forma e função para uma experiência imersiva além dos padrões típicos de exposição”, explica a curadora Claudia Moreira Salles.

AS CASAS

Residência de Chu Ming Silveira (início dos anos 1970)

Fotos: Ruy Teixeira.

Localizada no bairro do Real Parque, em São Paulo, a residência projetada por Chu Ming Silveira no início da década de 1970 destaca-se por sua estrutura arrojada de concreto e vidro.  Chu Ming deixou uma marca indelével na arquitetura residencial, especialmente com essa casa. Distinta do estilo arquitetônico convencional, a casa foi projetada para melhorar a convivência e priorizar a funcionalidade, destinada a ser experimentada e não apenas observada.

A casa receberá uma seleção de Masters e arte pré anos 2000 com trabalhos de Wanda Pimentel; Abraham Palatinik – de quem estará exposto um dos raros remanescentes dos emblemáticos cinecromáticos; as primeiras obras cinéticas produzidas no Brasil; Anna Maria Maiolino – homenageada com o Leão de Ouro pela Carreira na 60ª Bienal de Veneza; Kishio Suga; Lucio Fontana; Maria Martins e Sheila Hicks – além de obras históricas de artistas cedidas pela galeria internacional Lisson; entre elas; uma sala especial da artista Carmen Herrera e fotos da série Opticks – do fotógrafo Hiroshi Sugimoto – e  uma obra do renomado artista Anish Kapoor.

Por ocasião da ABERTO3, na mesma casa em que foi criado seu filho mais novo, Alan Chu, celebrará o legado de inovação e criatividade de sua mãe apresentando mobiliário de seu próprio design, editado pela Galeria ETEL, juntamente com reinterpretações do trabalho original de Chu para a residência.

Lista de obras Casa Chu Ming Silveira: https://privateviews.artlogic.net/2/6492f9444eac95103097e0.

A Casa Ateliê de Tomie Ohtake (1968)

Localizada no bairro do Campo Belo, em São Paulo, a casa-ateliê de 750 m² onde Tomie Ohtake viveu e trabalhou é um dos primeiros grandes projetos de seu filho, o arquiteto Ruy Ohtake. Um ícone da arquitetura brutalista de São Paulo, a casa incorpora cores vibrantes em seu design, um tributo ao rico legado artístico de Tomie.

Em homenagem a Tomie, Paulo Miyada, curador do Instituto Tomie Ohtake, apresentará uma exposição sobre a vida e a obra da artista, que incluirá itens pessoais, materiais de arquivo e obras de arte. A ABERTO3 convidou também alguns artistas brasileiros contemporâneos para criarem obras que remetam ao estilo arquitetônico de Ruy Ohtake, ao ambiente e às histórias da família que ali viveu; entre eles, Fabio Miguez, que produzirá uma grande pintura que dialoga diretamente com o espaço da casa; Daniel Senise, que produzirá uma pintura cujo tema é a casa; Fernanda Galvão e Laura Vinci desenvolverão site-specifics; Arthur Lescher apresentará uma escultura que leva, em homenagem, o nome de Tomie; Sandra Cinto apresentará duas pinturas que, além de dialogarem diretamente com o espaço, trazem referências de pinturas japonesas; Maria Klabin criará retratos de Tomie e Chu Ming, e Luiz Roque, que está gravando um filme sobre a arquitetura de Ruy Ohtake; além de Marcius Galan, Luísa Matsushita e Allan Weber, que estão produzindo obras especialmente para a casa-ateliê.

Entre outras quase duas dezenas de artistas contemporâneos brasileiros que apresentarão seus trabalhos na casa-ateliê Tomie Ohtake, destacam-se Adriana Varejão, Beatriz Milhazes, Solange Pessoa, Luiz Zerbini, Laura Lima e Barrão.

O público encontrará ali também obras de Torkwase Dyson, artista representada pela Pace que participou da 35ª Bienal de São Paulo com uma mega instalação. Examinando a geografia humana e a história das estratégias de libertação espacial negra, as obras abstratas de Dyson lidam com as maneiras pelas quais o espaço é percebido, imaginado e negociado, especialmente pelos corpos negros e pardos. O espaço reunirá ainda trabalhos de Arlene Shechet – artista atualmente em cartaz no museu a céu aberto Storm King, a 50 milhas de Nova York, que produzirá esculturas especialmente para a ABERTO3.

Rodrigo Ohtake, neto de Tomie, também apresentará uma edição especial limitada de peças de design editadas pela Galeria ETEL. Essa coleção contará com duas peças de Ruy Ohtake e duas criações originais do próprio Rodrigo.

Lista de obras Casa Tomie Ohtake: https://privateviews.artlogic.net/2/89bb695641264698b843ff.

Sobre a ABERTO

Fundada por Filipe Assis, a ABERTO é uma plataforma de exposição inovadora que celebra a arte e o design brasileiros dentro de casas e marcos modernistas icônicos – todos projetados por eminentes arquitetos brasileiros.

A edição inaugural, em 2022, foi realizada na única residência particular de São Paulo projetada pelo lendário arquiteto Oscar Niemeyer. Com o apoio da Fundação Niemeyer, esse evento apresentou uma coleção de móveis projetados pelo arquiteto com sua filha, Anna Maria, e foi eleita pelos jornais Folha de S. Paulo e Estado de São Paulo entre as melhores exposições do ano.

Em 2023, a segunda edição foi realizada em uma casa projetada por Villanova Artigas, uma das principais figuras da Escola Paulista de Arquitetura. A edição ainda contou com obras como However, de Maria Martins, e Crianças Kanelas, de Djanira, ambas hoje na 60ª Bienal de Veneza. Destaque especial para uma estante sob medida projetada por Artigas para sua filha Rosa, que encapsulava seus princípios arquitetônicos aprofundando o diálogo entre a influência histórica e o design moderno – aliás, entre os legados de um evento tão jovem destaca-se o resgate e reedição de peças de design icônicas de grandes arquitetos modernistas.

Esses eventos ressaltaram a dedicação da ABERTO em explorar e mostrar a vibrante interação entre a arte, o design e a arquitetura brasileiros, afirmando seu papel como um importante promotor do patrimônio cultural do Brasil, tanto nacional quanto internacionalmente. “O conceito da ABERTO”, afirma Filipe, “tem raízes na Semana de Arte Moderna de 1922, um movimento fundamental que reuniu artistas, arquitetos e escritores e estabeleceu as bases para a intersecção criativa entre as disciplinas. Esse evento inspirou nossa exploração contínua do modernismo brasileiro e sua relevância na cultura contemporânea, onde a arte, design e arquitetura moderna se unem”, ressalta o idealizador da plataforma.

Sobre Filipe Assis

Filipe Assis, nascido em São Paulo em 1987, é consultor de arte e fundador da ABERTO. Dividindo seu tempo entre Londres e São Paulo, ele se dedica a promover a arte e o design brasileiros internacionalmente. Assis tem mestrado pelo Sotheby’s Institute of Art, em Londres, e MBA pela SDA Bocconi, em Milão. Com formação em finanças e incorporação, incluindo nove anos na empresa de imóveis de luxo JHSF e experiência na gestão de fundos Kinea Investimentos do Banco Itaú e em Milão, Assis traz uma perspectiva comercial única para o mundo da arte. Desde que fundou a ABERTO, tem trabalhado de perto com a renomada curadora Kiki Mazzuchelli e a designer Claudia Moreira Salles para consolidá-la como uma plataforma líder nas artes brasileiras, combinando sua habilidade empreendedora e sua expertise no campo das artes.

Sobre Claudia Moreira Salles

Claudia Moreira Salles, uma designer de destaque, formou-se na Escola Superior de Desenho Industrial do Rio de Janeiro em 1978. Sua carreira começou no Instituto de Desenho Industrial do Museu de Arte Moderna do Rio, onde trabalhou em um projeto de mobiliário para escolas públicas. Mudando-se para São Paulo, Salles passou a integrar a equipe de design da Escriba, uma fábrica de móveis, desenvolvendo projetos mais autorais e mergulhando no trabalho com madeira e no artesanato. Suas primeiras peças foram comercializadas pela Nanni Movelaria, pioneira na promoção de designers independentes durante a década de 1980. Na década de 1990, Salles cruzou com Etel Carmona, que havia estabelecido uma fábrica dedicada a reviver as técnicas tradicionais de trabalho com madeira. Juntas, eles exploraram a linguagem simples, porém rica, do design de móveis padrão, com foco em madeiras nativas. Com o tempo, Salles expandiu suas colaborações para incluir marcas como Firma Casa e Dpot, diversificando sua prática para abranger objetos e luminárias para vários clientes. Internacionalmente, ela é representada pela Galeria Espasso em Nova York, Miami e Londres, bem como pela ETEL em Milão.

Sobre Kiki Mazzucchelli

Kiki Mazzucchelli, nascida em São Paulo em 1972, tem sido uma curadora ativa desde o início dos anos 2000. Nos últimos anos, sua pesquisa tem se dedicado a expandir e enriquecer as narrativas históricas da arte, com foco especial nos artistas latino-americanos. Ela é autora e editora de várias publicações que destacam a arte latino-americana, incluindo as monografias de Tonico Lemos Auad (Koenig, 2018) e Marcelo Cidade (Cobogó, 2016). Mazzucchelli também é conhecida por suas funções como cofundadora do espaço independente Kupfer, em Londres, (2017) e pela residência para artistas brasileiros na Gasworks, também em Londres (2017). Desde o início de 2022, ela atua como diretora artística da Galeria Luisa Strina, solidificando ainda mais seu compromisso com a promoção da arte e dos artistas contemporâneos.

Patrocínio Master: Itaú e Goya

Patrocínio: HStern e ONET

Apoio: Docol, ETEL, Granado, Idea!Zarvos, LAPIMA, Mitsubishi Motors.

Agradecimentos: Cau Chocolates, Le Creuset, ON Running.

Apoio de Mídia: JCDecaux

Apoio Institucional: Instituto Tomie Ohtake.

Serviço:

ABERTO3

11 de agosto a 15 de setembro

Ingressos: https://aberto03.byinti.com/#/ticket/

De quarta a sexta, R$60,00 (inteira) R$30,00 (meia entrada)

De sábado e domingo, R$80,00 (inteira) R$40,00 (meia entrada)

Duas casas no mesmo dia: 20% desconto

Residência de Chu Ming Silveira  

Endereço: Rua República Dominicana, 327 – Real Parque, São Paulo (SP)

Horário de visitação: quarta-feira a domingo, das 10h às 18h – última entrada 17h.

A Casa Ateliê de Tomie Ohtake

Endereço: Rua Antonio de Macedo Soares, 1,800 – Campo Belo, São Paulo (SP)

Horário de visitação: quarta-feira a domingo, das 10h às 18h – última entrada: 17h.

(Fonte: Com Mariana Ribeiro/A4&Holofote Comunicação)

‘Em Busca de Judith’, de Jéssica Barbosa e Pedro Sá Moraes, estreia no Sesc Ipiranga

São Paulo, por Kleber Patricio

Fotos: Jessica Mangaba.

Estreia dia 9 de agosto de 2024, sexta-feira, às 21h30, no Sesc Ipiranga – Auditório, o espetáculo ‘Em Busca de Judith’, com a atriz, cantora e dançarina Jéssica Barbosa. A peça começou a ser criada há cinco anos, quando a artista ouviu pela primeira vez os relatos sobre a história de sua avó, Judith Alves Macedo, afastada dos filhos e internada num manicômio na Bahia nos anos 40. A descoberta desta história disparou um processo de investigação sobre as fronteiras da saúde mental e sobre os aspectos sociais e coletivos da loucura, como os sintomas históricos e psíquicos do racismo estrutural. O espetáculo, que já circulou pelo interior de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia, teve duas indicações ao prêmio Shell: melhor atriz e composições originais. A temporada no Sesc Ipiranga vai até dia 1º de setembro com sessões às sextas, às 21h30, aos sábados e domingos, às 18h30, com ingressos de R$15 a R$50 (inteira), vendidos no site sescsp.org.br.

“Até os 32 anos, eu acreditava que minha avó havia falecido num acidente de carro. Na verdade, quando meu pai tinha 40 dias de vida, minha avó, mulher negra, mãe de cinco filhos, foi internada compulsoriamente num hospital psiquiátrico e ficou lá até morrer, 13 anos depois. Dela se sabe pouco mais do que o nome. É sobre as buscas e descobertas dessa história, permeada pelo silenciamento das vozes femininas e questões que atravessam o sistema manicomial, que trata o espetáculo”, diz Jéssica Barbosa, que criou o texto a quatro mãos junto com Pedro Sá Moraes, que também assina a direção cênica e a direção musical.

Em cena, a atriz alterna entre o relato biográfico, narrações de antigas fábulas e a teatralidade quase cômica de personagens que marcaram sua busca. Nas canções, compostas por Sá Moraes especialmente para o espetáculo, Jéssica é acompanhada pelo cantor e multi-instrumentista Muato e o percussionista Alysson Bruno (alternando com Loiá Fernandes). Os versos combinam reflexão política e um lirismo pungente: “A Loucura, essa estranha parente / uma sombra que a gente pressente / quando perto, parece distante / quando longe, chegou de repente. Do normal, suas faces nocivas / que ocultamos com tanto trabalho / que aceitamos, porque coletivas / a loucura é uma espécie de espelho.”

A musicalidade é um dos eixos fundamentais do espetáculo. “Para além das canções”, diz o diretor, “o sentido rítmico e a conexão corpo-voz, conduzem a criação das personagens, das narrações, de toda a composição cênica. É uma abordagem ao teatro à qual venho me dedicando há muitos anos, chamada TeatroCanção.”

A música também sublinha a busca de Jéssica pelo reencontro com sua ancestralidade negra, como fonte de saúde e estruturação psíquica. Ao longo da pesquisa e criação de Em Busca de Judith, para atravessar a dureza da história familiar e dos relatos de sofrimentos indizíveis dos internos nos manicômios, a atriz apoiou-se na conexão com a religiosidade de matriz africana. Por isso tem lugar especial os toques e cantigas para Orixás e Inquices e a dança afro conduzida pelo diretor de movimento Leandro Vieira.

A mãe de Judith, Francisca, dizem os relatos, foi uma mãe de santo no interior da Bahia vitimada pelo racismo religioso, uma marca da construção social do Brasil. “Eu queria conhecer minha avó”, diz Jéssica, “acabei conhecendo um universo muito maior que o dela e de nossa família. Todos os preconceitos e fantasias que constituem o imaginário coletivo sobre loucura precisam ser tocados e, a partir desse lugar de escuta, é preciso pensar não só sobre o cuidado, mas sobre a produção de sofrimento psicossocial a partir dos acordos coletivos e da gestão política da vida”, conclui.

Foi por este compromisso com a coletividade e pela conexão com suas ancestralidades que Jéssica decidiu chamar Em Busca de Judith de um ebó, palavra em Yorubá que significa alimento sagrado oferecido com propósito de reequilíbrio ético, psíquico e espiritual. Este ebó também foi sua motivação para investigar de maneira acadêmica os temas levantados pela peça por meio de um mestrado em dança na UFRJ, no Rio de Janeiro.

Como num terreiro, a concepção cênica deste ebó é minimalista. Sob a luz, ora fantástica, ora cinematográfica de Fabiano Dadado de Freitas — que também é supervisor de direção — a atriz entra em cena arrastando uma espécie de carrinho multiuso (cadeira/baú/altar) criado pela cenógrafa paulistana Ana Rita Bueno, com o qual se relaciona e de onde tira objetos para contar as histórias.

O figurino de Cris Rose lança mão de tecidos de origem africana e texturas em tom pastel para amplificar o gestual e a movimentação de Jéssica. Ao fundo, imagens das ruínas da Colônia Juliano Moreira são projetadas, emprestando textura e concretude histórica à busca por Judith, e às histórias de tantas outras pessoas que também vivenciaram a manicomialização e foram silenciadas.

LEGISLAÇÃO

Promulgada em abril de 2001, a Lei 10.216 preconiza o tratamento humanizado a pessoas que possuem algum tipo de transtorno mental, redirecionando o modelo assistencial em saúde mental. Porém, a luta antimanicomial no Brasil já vinha sendo travada desde o final da década de 1970, mais de uma década após a morte de Judith. A lei fez com que o Brasil construísse uma política pública de saúde mental que, até então, era destinada apenas ao encarceramento de pessoas que, em muitos casos, apenas contrariavam as convenções sociais. “Numa época em que agentes políticos e ideológicos da extrema direita vêm advogando e promovendo retrocessos terríveis no campo da saúde mental, como internações compulsórias, o espetáculo clama pela preservação dos avanços cruciais da reforma psiquiátrica e pelos muitos passos que ainda precisamos dar para uma sociedade humana de fato”, diz Pedro Sá Moraes.

Jéssica Barbosa completa: “Concordar de forma igualitária e homogênea nunca vai ser possível, talvez nem seja bom, mas em discordância e diferença podemos pactuar acordos éticos que dizem respeito à toda sociedade; essa seria a possibilidade de viver políticas de saúde mental em democracia de fato.”

Ficha técnica

Idealização e dramaturgia: Jéssica Barbosa e Pedro Sá Moraes

Atriz: Jéssica Barbosa

Músicos/performers: Alysson Bruno, Muato e Loiá Fernandes

Direção e direção musical: Pedro Sá Moraes

Supervisão de direção e criação da iluminação: Fabiano Dadado de Freitas

Direção de movimento, preparação corporal e assistente de direção: Leandro Vieira

Figurino: Cris Rose

Cenografia: Ana Rita Bueno e  Zé Andery

Objeto de cena: Xandy Carvalho

Montagem e operação de luz: Bob Reis

Operação de som: Bob Reis

Montagem e operação de Luz: Lu Maya

Assessoria de Imprensa: Canal Aberto – Márcia Marques e Daniele Valério

Produção: Corpo Rastreado

Atenção: dias 10 e 11 de agosto, Em Busca de Judith participa do Festival Sesc Mesa Brasil. Nesses dias, o espetáculo será gratuito, com retirada de ingressos online em sescsp.org.br a partir do dia 8/8, a partir das 17h, com limitação de 2 ingressos por pessoa.

Serviço:

Espetáculo Em Busca de Judith

De 9 de agosto até 1º de setembro de 2024 | sexta às 21h30, sábado e domingo às 18h30

Sesc Ipiranga – Auditório – Teatro Mínimo

Rua Bom Pastor, 822 – Ipiranga, São Paulo – SP

Valores: R$50 (inteira) / R$25 (meia) / R$15 (Credencial Plena)

Disponível para compra online e presencial

Duração: 60 minutos

Classificação Etária: 14 anos

Gênero: Teatro Canção.

(Fonte: Com Marcia Marques/Canal Aberto Assessoria de Imprensa)

Cidades da região de Campinas são contempladas no Edital Difusão CultSP

Campinas, por Kleber Patricio

Fotos: Divulgação.

O edital Difusão CultSP oferece apoio à execução de atividades culturais em municípios paulistas. Até o momento, várias cidades da região de Campinas foram contempladas, promovendo uma diversidade de eventos que enriquecem a vida cultural local. As inscrições para o edital continuam abertas, permitindo que outras cidades do estado de São Paulo recebam o valor de até R$20 mil para a realização de eventos culturais. As inscrições seguem abertas até 30 de setembro de 2024.

Com o apoio do edital Difusão CultSP, diversas cidades da região de Campinas estão se preparando para realizar eventos culturais significativos. Analândia celebrará o Dia das Crianças com atividades especiais para os pequenos. Em Capivari, a exposição ‘Tarsila do Amaral’ destacará a obra dessa importante artista brasileira. Divinolândia contará com o projeto ‘Grafite Divino: Cores que contam histórias’, trazendo arte urbana para o município. Iracemápolis apoiará a realização da 9ª Festa Nordestina, promovendo a rica cultura do Nordeste. Por fim, Mogi Mirim comemora seu aniversário de 255 anos com uma programação especial.

 

Para inscrever seu município, entre em contato com a equipe de Desenvolvimento Institucional pelo e-mail programas.difusao24@amigosdasrte.org.br. Contato para Desenvolvimento Institucional: (11) 3882-8080 | Ramal 137. E-mail: programas.difusao24@amigosdasrte.org.br.

Sobre Difusão Cult SP | Programa que engloba os antigos ATM – Atendimento Técnico aos Municípios e Cultura Urbana e oferece apoio cultural a festas, celebrações, feiras e demais eventos culturais que promovam a valorização e o desenvolvimento da cultura local, de identidades regionais e/ou da história dos municípios paulistas, bem como apoio aos eventos e modos de expressão cultural que se fundamentam na intervenção e na ocupação do ambiente urbano. Os projetos inscritos neste edital poderão receber valores de até R$20mil. A Associação Paulista dos Amigos da Arte apoiará os municípios selecionados com contratação e pagamento do cachê de atividades artístico-culturais e contratação e pagamento de infraestrutura.

Sobre a Amigos da Arte | A Associação Paulista dos Amigos da Arte é uma Organização Social de Cultura que trabalha em parceria com o Governo do Estado de São Paulo desde 2004. Música, literatura, dança, teatro, circo e atividades de artes integradas fazem parte da atuação da Amigos da Arte, que tem como objetivo fomentar a produção cultural por meio de festivais, programas continuados e da gestão de equipamentos culturais públicos. Em seus 20 anos de atuação, a Organização desenvolveu mais de 70 mil ações que impactaram mais de 30 milhões de pessoas.

(Fonte: Com Angelina Colicchio/Pevi 56)

Festivalzinho anuncia primeira edição em São Paulo

São Paulo, por Kleber Patricio

Imagens: Divulgação.

Primeiro festival brasileiro concebido para unir pais e filhos em um mesmo ambiente com programação para todas as idades, o Festivalzinho anuncia sua edição de estreia para o dia 30 de novembro, no Parque Villa-Lobos, em São Paulo. Idealizado pela influenciadora digital Julia Faria em parceria com o empresário Ricardo Brautigam, criador do Rock The Mountain, o evento conta com shows de grandes nomes da música nacional e atrações infantis de sucesso. Além disso, brinquedos, oficinas e instalações de arte interativas estarão espalhadas por todo o festival promovendo o encontro de gerações em uma experiência inesquecível em meio à natureza. As vendas estão abertas por meio da Sympla.

O Festivalzinho foi concebido a partir de uma reflexão pessoal de Julia, que é mãe da pequena Cora. Amante de festivais desde sempre, a influenciadora sentia não haver um lugar no Brasil onde ela pudesse ir com a filha e que atendesse a todas as demandas que estar com uma criança traz. “Só quem é mãe sabe. Quantas vezes deixamos de ir? Quantas vezes vamos sem filhos e cheios de culpa? Quantas vezes fomos com o sentimento de que nós e as crianças não cabíamos ali? Eu queria estar em um festival com ela, mas faltava um que estivesse preparado pra isso. Agora as famílias têm um festival para chamar de seu”, afirma Julia.

Anavitória.

A união com Cadinho trouxe a expertise necessária para transformar o desejo em um projeto concreto. “Os family festivals são um sucesso há anos na Europa e o Festivalzinho vai ser o primeiro festival de verdade no Brasil dedicado às crianças”, comenta o empresário.

O Festivalzinho contará com dois palcos, com apresentações intercaladas para que as famílias vivenciem juntas cada experiência. O Palco Castelo terá shows escolhidos a dedo, que visam agradar os pais e despertar o interesse pela música desde a primeira infância. Estão confirmadas a cantora Mariana Aydar, que se apresentará com Mestrinho do Acordeon, Baile Reggae da Céu, Maria Gadú, Luedji Luna canta Sade e a dupla Anavitória.

Já o Palco Circo contará com atrações que a criançada já conhece e/ou se identifica: os palhaços Patati Patatá; o espetáculo Os Saltimbancos, de Chico Buarque, com direção Maria Lucia Priolli; Galinha Pintadinha; Tiquequê, grupo que produz músicas e espetáculos infantis há mais de 20 anos, e o projeto Beatles para Crianças, um verdadeiro show de rock onde crianças e adultos também participam e tocam com a banda.

A música certamente é o ingrediente mais importante da festa, mas o Festivalzinho apresenta uma receita ainda mais ampla. Além dos shows, o evento contará com acesso a maior roda gigante da América Latina, diversos brinquedos, oficinas criativas, atrações de circo, pintura facial, espaço dedicado à leitura com contação de história e muito mais – tudo isso em mais de 10 horas de diversão.

Patati Patatá.

Na gastronomia, quem assina a curadoria geral é o chef Guto Cavanha. A chef Renata Vanzetto, que atualmente comanda um grupo com nove empreendimentos, está confirmada com os lanches deliciosos do Matilda e o Muquifinho (criado a partir do Muquifo, restaurante com receitas de família) para os pequenos. Pensando também nos vegetarianos e veganos, Bela Gil integra o time com itens do cardápio do seu restaurante Camélia Òdòdó.

Ocupando um espaço que soma 12 mil metros quadrados no Parque Villa Lobos, o Festivalzinho estima receber 6 mil pessoas em um ambiente mágico de união, arte e diversão.

Serviço:

FESTIVALZINHO

Data: 30 de novembro

Local: Parque Villa-Lobos

Endereço: Av. Prof. Fonseca Rodrigues, 2001 – Alto de Pinheiros, São Paulo (SP)

Ingressos: Sympla

Valores:

R$188 (meia-entrada solidária, estudantes, PCD)

R$508 (combo Família Solidário – 3 pessoas)

R$640 (combo Família Solidário – 4 pessoas)

*Crianças de até 2 anos não pagam

**Clientes da plataforma de investimentos Rico têm 20% de desconto

***Valores relativos à pré-venda promocional.

(Fonte: Com Marina Avelar/Lupa Comunicação)

Chefs estrelados criam jantar exclusivo no Palácio Tangará

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: Divulgação.

No dia 21 de agosto, o Palácio Tangará, hotel conhecido como um oásis no coração urbano de São Paulo, oferece uma experiência gastronômica imperdível para os amantes da gastronomia: um jantar exclusivo a quatro mãos preparado por dois chefs com estrela Michelin. Com início às 19h, o evento conta com a presença do chef executivo do restaurante Tangará Jean-Georges, Filipe Rizzato, e do aclamado chef Kazuo Harada, proprietário do restaurante Kazuo.

O jantar promete uma fusão de sabores e técnicas refinadas, mesclando o estilo contemporâneo de Rizzato com as influências orientais do chef Kazuo. Este último, vencedor do prêmio Chef do Ano 2023/2024 pela Veja Comer & Beber, construiu sua carreira com passagens por hotéis de luxo e experiências internacionais no Japão e Dubai. Harada, que foi agraciado com uma estrela Michelin por quatro anos consecutivos, atualmente lidera, além do Kazuo Restaurante, em São Paulo, o Emy by Kazuo, em Curitiba.

A experiência gastronômica será dividida em seis tempos, onde os chefs apresentarão pratos que refletem suas respectivas filosofias culinárias. Filipe Rizzato trará criações como o Tortellini de Ricota de Búfala e Yuzu, acompanhado de um delicado dashi de miso e lagosta confitada, demonstrando sua habilidade em unir ingredientes de diferentes culturas de forma harmoniosa.

Por sua vez, Kazuo Harada apresentará um dos pratos mais icônicos da culinária asiática: o Pato de Pequim, que será servido com coxa e sobrecoxa de pato crocante, alho-poró e pepino frescos, temperados com óleo de gengibre, pimenta dedo-de-moça e molho à base de soja, oferecendo uma combinação perfeita de texturas e sabores.

O evento exclusivo pode ser comprado por R$847 pelo site do Palácio Tangará.

Confira o menu completo do jantar:

Amuse bouche

Rizzato: Tartelette de bluefin, ova de mujjol, shiso e marinada de gengibre

Kazuo: Kaki tokubetsuna – Ostras frescas, gema de codorna, ovas de ouriço com molho cítrico

Entrada Fria

Rizzato: Crudo de vieira, coulis de jalapeño, pimenta sichuan e macadâmia tostada

Entrada quente

Kazuo: Gung chae – Camarão fresco, maionese e óleo de gergelim, ovas de salmão e crocante de camarão

Primeiro prato

Rizzato: Tortellini de ricota de búfala e yuzu, dashi de miso e lagosta confitada

Segundo prato

Kazuo: Pato de Pequim – Coxa e Sobrecoxa de pato crocante, com alho poró e pepino frescos, óleo de gengibre, pimenta dedo-de-moça e molho à base de soja

Terceiro prato

Rizzato: Flat Iron steak, roulade de abobrinha e molho de habanero fermentado

Sobremesa

Kazuo: Mango sticky rice – Arroz glutinoso com leite de coco, espuma de manga, crocante de arroz e sorvete de coco queimado.

Sobre o Palácio Tangará

Com sua excepcional localização na capital financeira do Brasil, São Paulo, o Palácio Tangará abriu suas portas em 2017. Cercado pelo Parque Burle Marx, cujos jardins foram projetados pelo mundialmente reconhecido paisagista homônimo, o hotel oferece 141 espaçosos apartamentos, sendo 59 suítes, todos com vistas para a vegetação exuberante do parque. Premiado como ‘O Melhor Hotel Para Ir a Dois’ pela revista Prazeres da Mesa, e como o ‘Melhor Hotel do Brasil’, pela revista Condenast Traveller, o hotel oferece também, dois restaurantes: Tangará Jean-Georges, reconhecido com uma estrela Michelin, e Pateo do Palácio. Já a área de lazer do hotel é composta por uma academia equipada com modernos aparelhos Technogym, o SPA Lancôme Absolue, primeiro spa da marca francesa na América Latina, além de piscinas interna e externa semiolímpicas, aquecidas, e Kids Club com programação especial de atividades e brincadeiras aos finais de semana e feriados.

Serviço:

Palácio Tangará

Endereço: R. Dep. Laércio Corte, 1501 – Panamby, São Paulo – SP

Telefone: (11) 4904-4040

Reservas: (11) 4904-4001

Instagram: @palaciotangara | Site.

(Fonte: Com Carol Algaves/Index)