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Paço das Artes inaugura segunda parte da Temporada de Projetos 2024

São Paulo, por Kleber Patricio

Série Maafa – Vitoria Macedo.

O Paço das Artes inaugura, em 25 de outubro, a segunda parte da 28ª edição da Temporada de Projetos – iniciativa de mais de duas décadas reconhecida por abrir espaço no circuito cultural para jovens artistas brasileiros. Com entrada gratuita, o público poderá conferir um projeto de curadoria e dois projetos artísticos.

Para a edição deste ano, as exposições foram organizadas em duas etapas, proporcionando, assim, uma melhor adequação do espaço arquitetônico para os artistas e projetos contemplados. Nesta segunda parte, que ficará em cartaz até o dia 12 de janeiro de 2025, o Paço das Artes recebe o projeto curatorial de Henrique Menezes e os trabalhos individuais dos artistas Luciano Maia e Raquel Gandra, selecionados pelo júri formado por Renata Felinto, artista, pesquisadora, curadora e professora na URCA/CE; Renato Araújo da Silva, pesquisador, curador e professor na FAU-USP/SP, e Mariano Klautau Filho, artista, pesquisador, curador e professor na Unama/PA.

Casa, (2023), de Luciano Maia.

Mais de quinze obras compõem o projeto Desejos guardados sob o rio, de Luciano Maia. Natural de Santarém (PA), o artista atua em várias frentes de criação. Nos trabalhos selecionados, as memórias e a mitologia de sua região criam narrativas queer entre a realidade e a ficção, em suportes variados, como a tela, o papel, o azulejo e a madeira. Sua entrevista e seu acompanhamento crítico foram realizados por Marcelo Amorim.

Objeto não identificado (2022), de Raquel Gandra.

A artista carioca Raquel Gandra apresenta a série Entre tramas e labirintos, com acompanhamento crítico e entrevista de Renata Felinto. Suas obras fotográficas retratam imagens oníricas de Canoa Quebrada, no Ceará, onde os processos ditos civilizatórios vão se sobrepondo aos costumes regionais. Em camadas intercaladas de verdade e imaginação, temos uma cosmovisão própria que reforça os saberes e lendas da região.

Sem título (2022), de Érica Magalhães.

Já projeto curatorial de Henrique Menezes, natural de Porto Alegre (RS), põe em diálogo três jovens artistas: Dora Smék (Campinas, SP), Érica Magalhães (Muriaé, MG) e Vitória Macedo (Porto Alegre, RS). Da flor da pele ao pó do osso apresenta fotografias e esculturas que têm como cerne o conceito de cicatriz. Ideias de fissuras e entranhas simbolicamente evocando imaginários do trauma e da regeneração, dos estigmas às superações.

Trois (2023), de Dora Smék.

“Se vivemos em um tempo de urgências sociais, atropelamentos culturais e intoxicações midiáticas generalizadas, os projetos selecionados são convenientemente propícios para pensarmos o fim de uma era”, afirma Renato De Cara, curador do Paço das Artes. “Estórias para provocar e conectar nossos anseios nos reposicionamentos históricos que estão acontecendo.”

Sobre os artistas:

Luciano Maia (Santarém, PA, 1987) é um artista visual, designer de moda e artesão que atualmente reside e trabalha na região central de São Paulo. Formado em design de moda pela Universidade Candido Mendes (RJ), destaca-se na produção de estampas voltadas à indústria têxtil nacional. Nos últimos cinco anos, explorou suas habilidades artísticas criando pinturas, colagens e desenhos, por meio dos quais investiga suas raízes nortistas explorando memórias, mitologias e folclore, entrelaçando realidade e ficção em narrativas queer regionais. Em 2024, participou da exposição Se o futuro trouxer o passado de volta (SP) e do Salão de Artes Visuais de Vinhedo (SP), além de ter sido finalista no 14º Prêmio Garimpo Dasartes.

Marcelo Amorim (Goiânia, GO, 1977) é artista e curador independente radicado em São Paulo. Entre 2009 e 2016, dirigiu o Ateliê397 e, desde 2013, é diretor do Fonte, onde organiza residências artísticas, exposições e debates sobre arte contemporânea. Atua também como orientador no grupo Hermes Artes Visuais. Entre suas curadorias, destacam-se Ambidestria: Sergio Romagnolo e Luah Souza (Fonte, 2024), Cama de gato (Edifício Vera, 2024), Hospital de bonecas (Fonte, 2023), Mar, rio, fonte (Galeria Karlla Osório, 2023), Últimos dias (Fonte, 2020), 29ª Mostra de Arte da Juventude (Sesc Ribeirão Preto, SP, 2019), Pintar a China agora – Brody & Paetau (Ateliê 397, 2015) e Contraprova (Paço das Artes, 2015).

Raquel Gandra (Rio de Janeiro, RJ, 1986) é artista visual, fotógrafa e andarilha. Formada em comunicação e mestre em belas-artes pela UFRJ, cursou o máster em fotografia artística e documental no Instituto de Produção Cultural e Imagem (IPCI), em Portugal. Participou de exposições coletivas no Brasil e na Europa, com destaque para a Limburg Biennale (Holanda, 2024), Galeria Mundo (Rio de Janeiro, RJ, 2023), Semana da Fotografia (Caxias do Sul, RS, 2022), Foto Em Pauta 2022 (Tiradentes, MG) e Suburbs, Galeria Millepiani (Roma, Itália, 2019). Em 2021, recebeu o XIV Prêmio de Fotografia Marc Ferrez e, em 2023, foi uma das 36 finalistas da bolsa internacional PH Museum Photography Grant. Em sua trajetória, que perpassa diferentes linguagens, compreende o dispositivo de criação de imagens como meio fortuito para dar a ver/imaginar o outro e nós mesmos e questionar a maneira como enxergamos a própria realidade. Ao explorar várias técnicas analógicas, busca criar imagens porosas que acontecem entre a materialidade e a imaginação e que, de outra forma, não seriam vistas.

Renata Felinto (São Paulo, SP, 1978) é artista visual, pesquisadora e professora. Doutora em artes visuais pelo Instituto de Artes da Unesp (IA-Unesp), especialista em curadoria e educação em museus de arte pelo Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC USP) e fellowship post-doctoral pelo Center for Africana Studies da University of Pennsylvania. É professora adjunta em licenciatura em artes visuais no Centro de Artes da Universidade Regional do Cariri (Urca), no Ceará, colaboradora na Especialização em Gestão Cultural Contemporânea Escola Itaú Cultural e associada da Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA). Já participou de exposições no Brasil e no exterior e recebeu o 3º Prêmio Select de Arte e Educação e o Prêmio PIPA 2020. Vive no Crato, Ceará.

Henrique Menezes (Porto Alegre, RS, 1987) é pesquisador e curador, membro da Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA). Atuou na Fundação Iberê Camargo no cargo de curador assistente (2018 e 2019), integrou o Comitê de Curadoria e Acervo do Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (MACRS, 2020-2022) e compôs o Conselho Curatorial da Fundação Ecarta (2019). Graduado pela UFRGS, tem pós-graduação em estudos curatoriais e arte contemporânea pela Universidade de Lisboa. Na Fundação Iberê, curou a mostra Continuum (2018), além de assinar projetos curatoriais e textos para instituições como AC Institute (Nova York), Espacio de Arte Contemporáneo (Uruguai), MACRS, SP-Arte, Museu do Trabalho, FGV Cultural, Instituto Estadual de Artes Visuais, entre outras. Foi coordenador editorial e assinou a publicação do livro 40 anos Galeria Bolsa de Arte, resgatando a história da galeria por meio de pesquisas históricas e depoimentos. Vive e trabalha entre o Rio Grande do Sul e São Paulo.

Dora Smék (Campinas, SP, 1987) desenvolve pesquisa que trata de um corpo em crise, estímulos inconscientes e sexualidade. Sua produção se desenvolve em esculturas, instalações, performances, fotografias e vídeos. É mestre em artes visuais pela Unicamp e graduada em artes do corpo pela PUC-SP. Em 2021, apresentou a exposição individual A dança do corpo sem cabeça na Central Galeria, em São Paulo e, em 2022, Opositores (com Paul Setúbal), na mesma galeria. Participou de diversas exposições no Brasil e no exterior, como a 13ª Bienal do Mercosul, em Porto Alegre, em 2022 e La Iberoamericana, em Alcalá de Henares, na Espanha, em 2023. Suas obras integram os acervos públicos do Museu Nacional de Belas Artes e do Museu de Arte do Rio (MAR), ambos no Rio de Janeiro; Casa do Olhar Luiz Sacilotto, em São Paulo e Casa da Cultura da América Latina, em Brasília. Vive e trabalha entre São Paulo, Brasil, e Málaga, Espanha.

Vitória Macedo (Porto Alegre, RS, 1994) é artista visual, graduada em fotografia pela Unisinos. Sua trajetória vem recebendo atenção por obras que exploram a construção identitária da mulher negra e os traumas históricos das jovens afro-brasileiras. Foi finalista do Prêmio Aliança Francesa de Arte Contemporânea (Porto Alegre, RS, 2020) e do Salão Anapolino (Anápolis, GO, 2020). As obras da série Maafa foram expostas na Fundação Iberê Camargo, compondo a mostra coletiva Da diáspora, 2019. A artista expôs ainda na Pinacoteca Ruben Berta, da Prefeitura de Porto Alegre (Paço Municipal, 2019) e na Bienal Black Brazil (Casa de Cultura Mario Quintana, Porto Alegre, 2019).

Érica Magalhães (Muriaé, MG, 1984) é mestre e graduada em artes visuais pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Em sua obra escultórica, a artista parte de ideias e materiais antagônicos para estruturar modelos de desorganização formal e semiológica da realidade explorando jogos de tensão e equilíbrio. Participou de exposições como Oposto complementar (Aura Galeria) e Vozes agudas (Galeria Jaqueline Martins), ambas em São Paulo; Casa carioca (Museu de Arte do Rio), Minúsculas (Centro de Artes Calouste Gulbenkian), À construção (Solar dos Abacaxis), Esqueleto (Paço Imperial) e Formação (Centro Municipal de Artes Hélio Oiticica), todas no Rio de Janeiro, entre outras. Vive e trabalha em Ribeirão Preto, SP.

Serviço:

Temporada de Projetos 2024 #2

Abertura: 25/10, das 17h às 21h

Visitação: 25/10/2024 a 12/1/2025 | terça a sábado, das 11h às 19h; domingos e feriados, das 12h às 18h

Local: Paço das Artes

Rua Albuquerque Lins, 1345 – Higienópolis – São Paulo/SP

Ingresso: gratuito

O Paço das Artes tem patrocínio institucional da Livelo, B3, John Deere, NTT Data, Vivo, TozziniFreire Advogados, Grupo Comolatti e Sabesp e apoio institucional das empresas Grupo Travelex Confidence, PWC, Colégio Albert Sabin, Unipar e Telium. O apoio operacional é da Kaspersky, Pestana Hotel Group, Quality Faria Lima, Hilton Garden Inn São Paulo Rebouças, Renaissance São Paulo Hotel, illycaffè, Sorvetes Los Los, Água Mineral São Lourenço e Busca Vida.

(Fonte: Com Diego Andrade/Assessoria de Comunicação MIS | MIS Experience | Paço das Artes)

Instituto Moreira Salles lança ebook gratuito ‘Música e modernismos negros’

São Paulo, por Kleber Patricio

O Instituto Moreira Salles acaba de lançar o e-book Música e modernismos negros, já disponível para acesso e download gratuitos. Tendo como ponto de partida a Semana de Arte Moderna de 1922, cujo centenário foi comemorado em 2022, a publicação reúne dez ensaios que propõem perspectivas alternativas e contemporâneas acerca da experiência negra no país, bem como sobre a história da cultura brasileira. Dividido em quatro capítulos, o material aborda temáticas como memória, racismo, religiosidade e silenciamentos.

O e-book é um desdobramento da série de encontros Música e modernismos negros: formação a partir do acervo IMS, realizados virtualmente em 2022. Organizada pelo historiador e etnomusicólogo Rafael Galante e pela diretora de educação do IMS, Renata Bittencourt, a publicação é fruto de projetos de pesquisa comissionados pelo IMS, a partir de temas representados em seu acervo.

O projeto evidencia a importância dos modernismos negros como expressões artísticas e culturais de resistência. O conteúdo reflete sobre a centralidade da diáspora africana na formação da identidade brasileira e suas repercussões na sociedade atual. De acordo com Rafael Galante, “os leitores serão convidados a conhecer não apenas o impacto artístico de indivíduos notáveis, mas também a compreender as complexas questões enfrentadas pelos artistas negros em um país que em grande medida ignorou (ou silenciou) suas vozes e suas contribuições”.

O e-book, assim como as lives que lhe deram origem, podem ser adotados como fonte de referência para pesquisadores e professores, contribuindo para reforçar o cumprimento da lei 10.639/03, que determina a abordagem da história e da cultura afro-brasileira no ensino escolar.

Sobre os textos do e-book

O primeiro capítulo da publicação, Vozes pretas e formas musicais africanas, reúne dois ensaios que destacam o papel da música como um veículo de memória e saberes coletivos. Em 78 RPM: revoluções pretas macumbistas, a cantora, intérprete e professora Fabiana Cozza traz a importância da música e da oralidade na expressão cultural negra no Brasil. No texto, a autora destaca artistas como Zé Espinguela, João da Baiana e Getúlio Marinho, que, por meio de suas canções e práticas, refletem uma experiência comunitária e ancestral.

Em Os sambas e a modernidade negra no Brasil de Mário de Andrade, o músico e historiador Salloma Salomão Jovino da Silva apresenta a modernidade negra no Brasil como um fenômeno cultural que, apesar da repressão e da invisibilidade promovidas por elites brancas, continua a se manifestar por meio de práticas musicais como o samba e revela a resistência e a riqueza da cultura afro-brasileira em meio a um contexto de exclusão e estigmatização.

O segundo núcleo do e-book aborda aspectos da produção cultural negra no Rio de Janeiro entre o final do século XIX e o início do XX, dentro do recorte de temáticas como Racismo, gênero e visualidades. Em Modernismos, modernidades negras e racismo na história da música brasileira, Martha Abreu, professora do Instituto de História da Universidade Federal Fluminense, aponta o silenciamento do protagonismo dos músicos negros no campo musical expresso em capas de partitura. A autora explora dois episódios ocorridos no Rio de Janeiro: o primeiro, um encontro entre intelectuais e músicos negros, em 1926, narrado por Hermano Vianna; o segundo, a gravação do samba Pelo telefone, no início de 1917.

Ainda neste capítulo, Juliana da Conceição Pereira, doutora e mestra em história, reflete sobre os modernismos e a modernidade negra a partir das experiências de jovens artistas, investigando a trajetória de mulheres negras atuantes no teatro e na indústria fonográfica entre o final do século XIX e o início do XX. A autora pontua que, apesar do silenciamento, “as mulheres negras atuantes no teatro de revista dialogavam e disputavam os sentidos da modernidade, valorizavam a cultura popular e construíam novas formas de se verem representadas a partir de seus próprios termos”. Já o pesquisador Vinícius Natal analisa a construção histórica que resultou no privilégio de pessoas brancas no ofício de carnavalesco na cidade do Rio de Janeiro.

Política e religiosidade são temas da terceira parte do e-book, que reúne as trajetórias de três dos mais importantes cantautores negros no Brasil do século XX. A curadora Glaucea Helena de Britto assina Poéticas afro-brasileiras na obra de Heitor dos Prazeres, ensaio que aborda a potência criativa e a produção artística multifacetada de Heitor dos Prazeres, sambista, compositor e artista plástico. A partir da análise da composição Pai Benedito e da capa do álbum Macumbas & candomblés, o texto apresenta a dimensão crítica, estética e simbólica do artista, que registrou com maestria as urgências de seu tempo.

As gravações de macumbas por Mano Eloy e o modernismo negro da década de 1930, escrito pela historiadora Alessandra Tavares, expõe como experiências culturais negras estiveram presentes na indústria fonográfica desde seus primórdios, mas tiveram o seu caráter moderno desvalorizado. O texto parte de uma gravação dos pontos de Iansã e de Ogum feita por Eloy Anthero Dias e discorre como a produção de músicos negros foi amplamente secundarizada em nome do exotismo. Ainda neste núcleo, a historiadora Fernanda Epaminondas Soares discorre sobre o pioneirismo e as escolhas políticas de Getúlio Marinho da Silva frente à abertura propiciada pela indústria fonográfica para a gravação de discos do gênero musical ‘macumba’.

No último capítulo do e-book, Lideranças e invisibilidades, os textos trazem a centralidade das comunidades de terreiro e de suas respectivas lideranças na construção das culturas negras urbanas e de suas redes no Rio de Janeiro e em São Paulo na passagem da sociedade escravocrata para o mundo do pós-abolição. Em Religiosidades e (in)visibilidades de mulheres negras no processo histórico dos sambas: de Tia Ciata de Oxum a Madrinha Eunice da Lavapés, a jornalista Claudia Regina Alexandre destaca a participação criativa, os papéis de liderança e o protagonismo de mulheres negras na construção do universo do samba. O texto evidencia valores culturais negro-africanos como musicalidade, religiosidade e sociabilidade para acessar algumas memórias ocultas na literatura da música popular brasileira.

Em Nosso Sagrado, o acervo afro-carioca em diálogo com instituições: as casas de umbanda e candomblé como espaços de ensinamentos, Eduardo Possidonio, doutor em história social, aponta como não apenas os objetos de religiosidade afro-carioca presentes em acervos de instituições museológicas, mas também a produção de artistas negros dos séculos XIX e XX, servem como base para a pesquisa de compreensão para ritos e escolhas dentro dos espaços sagrados da cidade do Rio de Janeiro.

Serviço:

E-book Música e modernismos negros

Disponível para leitura e download gratuitos no site do IMS e no Issuu.

(Fonte: Com Robson Figueiredo da Silva/IMS)

Balé da Cidade de São Paulo apresenta a remontagem ‘Variação’, de David Pontes e inédita ‘o que é o coro. coro’, de Marcela Levi e Lucía Russo

São Paulo, por Kleber Patricio

Coreografia Variação. Fotos: Larissa Paz.

O Balé da Cidade de São Paulo estreia sua terceira temporada na sala de espetáculos do Theatro Municipal de São Paulo. O grupo, marcado pela sua relevância na dança contemporânea e inovação artística, apresenta a remontagem ‘Variação’, de Davi Pontes e coreografia inédita ‘o que é o coro. coro’, de Marcela Levi e Lucía Russo. As apresentações acontecem de 23, 24, 25, 26, 27, 29, 30 e 31 de outubro e os ingressos variam de R$10 a R$87.

o que é o coro. coro: uma metáfora para o corpo

A coreografia o que é o coro. coro parte do conceito de coro já explorada nas peças Natureza Monstruosa (2011), Mordedores (2015) e Deixa Arder (2017) da dupla Marcela Levi e Lucía Russo. Antes da palavra ‘coreografia’ surgir no século XVII, a dança era vista como uma arte coral, registrada no tratado francês Orchesographie, de 1589. Levi e Russo resgatam esse princípio, mostrando como o ‘coro’ é uma metáfora para o corpo, visto como suporte de múltiplas existências e influências. Para elas, o coro é turbilhão e cacofonia, e sua ‘des-orquesografia’ propõe poesia e vida.

A carioca Marcela Levi e a argentina radicada no Rio de Janeiro Lucía Russo fundaram, em 2010, a Improvável Produções. Marcela e Lucía apostam em um projeto de autoria compartilhada, em uma direção artística que aponta para um regime de sentido aberto em que diferentes posições inventivas se entrecruzam em um processo que acolhe linhas desviantes, dissenso e diferenças internas como força crítica construtiva.

Marcela Levi foi artista residente e convidada em instituições ao redor do mundo e seus projetos têm sido apresentados em vários festivais e centros de arte no Brasil, na Europa e na América Latina. Já Lucía Russo estudou psicologia na Universidade de Buenos Aires e dança contemporânea no EDDC (Holanda) e no Centro Cultural Rojas (Argentina). Se move entre a criação artística, os processos de transmissão e intercâmbio e a gestão cultural. Desde os anos 2000 mergulha na prática continuada da direção.

Variação: 31 bailarinos em cena e inúmeras releituras

Variação explora a relação entre movimento e emoção, convidando o espectador a uma jornada sensorial por meio de uma linguagem coreográfica contemporânea. Com uma trilha sonora envolvente e um elenco talentoso, a obra busca dialogar com a pluralidade das vivências humanas, traduzindo-as em dança de forma única e cativante.

Com 31 bailarinos em cena se revezando em uma plataforma, eles executam imagens de seus arquivos pessoais que se repetem e se recombinam, desafiando formas de viajar no tempo e a linearidade. Um jogo que brinca e questiona, aponta e esgarça os limites e perigos de uma história única.

Davi Pontes graduou-se em Artes pela Universidade Federal Fluminense e é Mestre em Artes pela mesma instituição. Foi premiado no ImPulsTanz – Young Choreographers’ Award 2022 e no Artlink Award – 100 artists from around the world, em 2022. Foi destaque como artista da 35ª Bienal de São Paulo de 2023.

David Pontes, conhecido por sua habilidade em unir técnica e criatividade, afirma: “Essa coreografia é um convite à reflexão sobre as diferentes camadas da experiência humana. Cada movimento é uma variação de sentimentos e espero que o público se sinta tocado e inspirado.”

Serviço:

Balé da Cidade de São Paulo

23 OUT, quarta-feira, 20h

24 OUT, quinta-feira, 20h

25 OUT, sexta-feira, 20h

26 OUT, sábado, 17h

27 OUT, domingo, 17h

29 OUT, terça-feira, 20h

30 OUT, quarta-feira, 20h

31 OUT, quinta-feira, 20h

Sala de Espetáculos – Theatro Municipal de São Paulo

Ingressos de R$12,00 a R$87,00 (inteira)

Classificação indicativa – 18 anos

Duração total: Aproximadamente 18 minutos (com intervalo)

Variação

Davi Pontes, coreografia e concepção

Iara Izidoro, assistência

Podeserdesligado, trilha sonora

Julliana Araújo, designer de moda

Alanis Machado, assistente de moda

Mirella Brandi, desenho de luz

Elenco: Alyne Mach, Ana Beatriz Nunes, Ariany Dâmaso, Bruno Rodrigues, Camila Ribeiro, Carolina Martinelli, Cleber Fantinatti, Erika Ishimaru, Fabiana Ikehara, Fabio Pinheiro, Grecia Catarina, Harry Gavlar, Isabela Maylart, Jessica Fadul, Leonardo Hoehne Polato, Leonardo Muniz, Leonardo Silveira, Luiz Crepaldi, Luiz Oliveira, Manuel Gomes, Marcel Anselmé, Márcio Filho, Marina Giunti, Marisa Bucoff, Odu Ofá, Rebeca Ferreira, Renata Bardazzi, Reneé Weinstrof, Victor Hugo Vila Nova, Victoria Oggiam e Yasser Díaz.

o que é o coro. coro (estreia)

Marcela Levi e Lucía Russo, concepção, direção e desenho de som

Martim Gueller, cocriação do desenho de som e pianista convidado

Lucas Fonseca, assistente de coreografia

Laura Salerno, desenho de luz

Camila Schmidt, cenografia

Levi e Russo em colaboração com João Victor Cavalcante, figurino

André Omote, sonorização

Performance e cocriação: Alyne Mach, Ana Beatriz Nunes, Ariany Dâmaso, Bruno Rodrigues, Camila Ribeiro, Carolina Martinelli, Cleber Fantinatti, Erika Ishimaru, Fabiana Ikehara, Fabio Pinheiro, Fernanda Bueno, Grecia Catarina, Harry Gavlar, Isabela Maylart, Jessica Fadul, Leonardo Hoehne Polato, Leonardo Muniz, Leonardo Silveira, Luiz Crepaldi, Luiz Oliveira, Manuel Gomes, Marcel Anselmé, Márcio Filho, Marina Giunti, Marisa Bucoff, Odu Ofá, Rebeca Ferreira, Renata Bardazzi, Reneé Weinstrof, Victor Hugo Vila Nova, Victoria Oggiam e Yasser Díaz.

Mais informações disponíveis no site.

(Fonte: Com Leticia Santos/Theatro Municipal)

Firma Casa celebra 30 anos com exposição que marca sua trajetória

São Paulo, por Kleber Patricio

Fotos: Marina Malheiros.

A Firma Casa, referência em design autoral no Brasil, completa 30 anos de história em grande estilo. Para celebrar essa trajetória de sucesso, a loja promove uma exposição especial que relembra momentos marcantes e apresenta peças icônicas que marcaram gerações.

Com curadoria de Sonia Diniz Bernardini, reconhecida por seu olhar apurado e capacidade de antecipar tendências, a exposição conta com uma cenografia exclusiva, assinada por Felippe Crescenti, que transporta os visitantes por uma jornada repleta de design, arte e história. Um marco para o design brasileiro.

Desde sua fundação em 1994, a Firma Casa se destacou por apoiar designers brasileiros e valorizar o design autoral. A loja foi uma das primeiras a acreditar no talento dos irmãos Campana e a contribuir para a consolidação do design brasileiro no cenário internacional.

“Celebrar 30 anos da Firma Casa é olhar para uma trajetória que sempre buscou peças que falam por si mesmas. Cada item que trouxemos reflete nossa curadoria cuidadosa e a vontade de oferecer algo que vá além da função – queremos que o design toque, inspire e transforme os ambientes. São três décadas acompanhando as mudanças do mercado e, mais importante, os desejos e sonhos dos nossos clientes”, afirma Sonia Diniz Bernardini.

Exposição imperdível

A exposição, que acontece até o dia 11 de novembro, apresenta uma seleção de peças que marcaram época, além de lançamentos exclusivos e projetos especiais. Os visitantes poderão conferir móveis, objetos de decoração entre outros, que representam a essência da Firma Casa: design atemporal, qualidade e originalidade.

Serviço:

Exposição 30 Anos da Firma Casa

Data: até 11 de novembro de 2024 | Horário comercial

Local: Alameda Gabriel Monteiro da Silva, 1847 – São Paulo/SP.

(Fonte: New image +id comunicação)

Instituto Argonauta realiza soltura de pinguins-de-magalhães e lobo-marinho-sul-americano reabilitados

Litoral Norte de São Paulo, por Kleber Patricio

Soltura do lobo-marinho. Fotos: Instituto Argonauta.

No dia 7 de outubro, a equipe do PMP-BS, executado pelo Instituto Argonauta no litoral Norte de SP, celebrou uma etapa importante nas suas ações de reabilitação de fauna marinha com a soltura de oito pinguins-de-magalhães (Spheniscus magellanicus) e um lobo-marinho-sul-americano (Arctocephalus australis), resgatados em praias do Litoral Norte de São Paulo. Os animais passaram por um processo intensivo de reabilitação, nos recintos do CRD em Ubatuba/SP do Instituto Argonauta, sendo realizadas avaliações clínicas veterinárias, exames complementares, tratamento médico especializado, alimentação controlada e protocolos de bem-estar animal visando à recuperação de condições físicas ideais para sobrevivência no meio ambiente.

Antes da soltura foram realizados todos os procedimentos necessários para verificar se estavam aptos ao retorno ao meio ambiente natural. De acordo com a médica veterinária, responsável técnica do Instituto Argonauta, MSc. Raquel Beneton Ferioli, uma bateria de exames e procedimentos foi realizada para essa verificação. “Para ambas as espécies, os animais devem estar nadando ativamente no recinto e manifestar comportamento normal para a espécie, durante todo o período de avaliação. Para os pinguins, além disso, eles devem apresentar impermeabilização total da plumagem e se alimentar espontaneamente no recinto. Exames clínicos e laboratoriais são realizados para atestar a saúde de cada um dos pinguins. Com isso, clinicamente os pacientes estão liberados para soltura”, detalhou.

A soltura foi realizada a aproximadamente 115 km da costa, com o apoio do Laboratório Multiusuário de Monitoramento Oceânico por Satélite – MOceanS do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE, responsável pelo mapeamento da posição da Corrente do Brasil. “O lugar escolhido envolve algumas especificidades como a latitude e longitude. Elas são previamente estudadas com o apoio do INPE para que os pinguins encontrem a Corrente Marinha do Brasil com maior facilidade, o que auxiliará no retorno dos animais ao seu habitat”, explica Hugo Gallo Neto, oceanógrafo e presidente do Instituto Argonauta. Contando também com o a empresa Mineral Engenharia e Meio Ambiente, responsável por fornecer a embarcação necessária para o transporte dos animais.

Soltura dos pinguins.

Antes da soltura, os animais são marcados para que seja possível identificá-los caso sejam encontrados novamente. O lobo-marinho recebeu um microchip, uma anilha, e feita a descoloração do pelo (uma outra forma de marcação para essa espécie). Já os pinguins receberam um microchip, cada um. “Os registros de identificação dos animais são importantes no caso de um eventual encalhe, para que outras instituições que trabalham com resgate de fauna marinha possam identificar a origem da soltura, por exemplo. Também podem ser utilizados por pesquisadores que atuem nas colônias da espécie ou em outras áreas e aumentar o conhecimento sobre os deslocamentos que os animais realizam”, comenta a bióloga Carla Beatriz Barbosa, coordenadora do PMP-BS no Trecho 10 do Instituto Argonauta.

Mais do que uma simples devolução à natureza, a soltura desses animais visa contribuir para a manutenção do equilíbrio ecológico, ampliar o conhecimento sobre os animais marinhos e fortalecer os esforços de conservação marinha do Instituto Argonauta.

Temporada 2024
A temporada dos pinguins-de-magalhães na região teve início em maio deste ano, mas o pico esperado ocorreu entre os meses de julho e agosto. Do total de 371 pinguins atendidos pelo PMP-BS/Instituto Argonauta em diversas praias do litoral norte de São Paulo, aproximadamente 16% chegaram vivos, sendo que destes, a maioria morreu nas primeiras horas do resgate. Ao contrário do que muitos imaginam, essa espécie de pinguim não é polar e, por isso, não está adaptada a baixas temperaturas. Durante a sua jornada migratória, os pinguins-de-magalhães enfrentam diversos desafios e, por esse motivo, muitos indivíduos acabam chegando à região debilitados ou mesmo sem vida.

Transporte dos pinguins.

O lobo-marinho-sul-americano, o único da espécie encontrado nessa temporada, foi resgatado em uma praia de Ilhabela após ser encontrado debilitado, apresentando sinais de desnutrição e exaustão. O resgate foi realizado pela equipe do Instituto Argonauta, que imediatamente encaminhou o animal para o CRD em Ubatuba. Durante o período de reabilitação, o lobo-marinho recebeu cuidados veterinários intensivos, incluindo hidratação, alimentação controlada e exercícios para recuperação de sua força muscular e capacidade de natação.

Risco de extinção – IUCN
De acordo com a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas (em inglês, IUCN Red List ou Red Data List), o pinguim-de-Magalhães está classificado no grupo ‘segura ou pouco preocupante’ (Least Concern – LC ), que é a categoria de risco mais baixo. Espécies abundantes e amplamente distribuídas são incluídas nesta categoria. No entanto, a espécie sofre com os impactos da interação antrópica, a exemplo de outros animais marinhos, causados pela pesca, os efeitos das mudanças climáticas e alterações no ambiente marinho.

O Instituto Argonauta reabilita pinguins desde o ano de 2012 em continuidade ao trabalho de reabilitação realizado pelo Aquário de Ubatuba desde 1996, tendo resgatado diversos pinguins-de magalhães nos anos em que os mesmos estiveram presentes na costa de nossa região. O lobo-marinho-sul-americano, classificado como ‘segura ou pouco preocupante’ – (Least Concern – LC) pela Lista Vermelha da IUCN, ainda enfrenta ameaças em seu habitat natural, como a captura acidental em atividades pesqueiras e a degradação do ambiente costeiro. Sua recuperação e retorno ao mar são importantes tanto para a manutenção da saúde da espécie quanto para o equilíbrio ecológico das regiões que esses animais habitam.

Sobre o Instituto Argonauta | O @institutoargonauta foi fundado em 1998 pela Diretoria do Aquário de Ubatuba (@aquariodeubatuba.oficial) e reconhecido em 2007 como OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público). O Instituto tem como objetivo a conservação do Meio Ambiente, em especial dos ecossistemas costeiros e marinhos. Para isso, apoia e desenvolve projetos de pesquisa, resgate e reabilitação da fauna marinha, educação ambiental e resíduos sólidos no ambiente marinho, dentre outras atividades.

Sobre o PMP-BS
O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama.Esse projeto tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, por meio do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos. O projeto é realizado desde Laguna/SC até Saquarema/RJ, sendo dividido em 15 trechos. O Instituto Argonauta monitora o Trecho 10, compreendido entre São Sebastião e Ubatuba.

Para mais informações sobre o PMP-BS, consulte www.comunicabaciadesantos.com.br. Seja um Argonauta. Venha conhecer o Museu da Vida Marinha @museudavidamarinha, na Avenida Governador Abreu Sodré, 1067 – Perequê-Açu, Ubatuba/SP, aberto diariamente.

Para acionar o serviço de resgate de mamíferos, tartarugas e aves marinhas, vivos debilitados ou mortos, entre em contato pelo telefone 0800-642-3341 (horário comercial). Também é possível baixar gratuitamente o aplicativo Argonauta, disponível para os sistemas operacionais iOS (APP Store) e Android (Play Store). No aplicativo, o internauta pode informar ocorrências de animais marinhos debilitados ou mortos em sua região, bem como informar ainda problemas ambientais nas praias, para que a equipe do Argonauta encaminhe a denúncia para os órgãos competentes.
Conheça mais sobre o trabalho em www.institutoargonauta.org,
www.facebook.com/InstitutoArgonauta e Instagram: @institutoargonauta.

(Fonte: Instituto Argonauta para a Conservação Costeira e Marinha)