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Festival Fado traz a São Paulo shows de António Zambujo e Raquel Tavares

São Paulo, por Kleber Patricio

António Zambujo e Raquel Tavares se apresentam em São Paulo no próximo dia 19. Fotos: divulgação.

Um evento multicultural que celebra o melhor da tradição portuguesa em homenagem aos 50 anos da Revolução dos Cravos, o Festival Fado volta ao Brasil este mês trazendo música, cinema, exposição e conferências. O evento passa por três cidades brasileiras (Rio, São Paulo e Brasília), com o tema O Fado e a Liberdade. A programação inclui shows dos cantores António Zambujo e Raquel Tavares, duas das maiores vozes da música contemporânea portuguesa.

Em São Paulo, serão duas noites de festival. A programação começa no dia 18 de novembro no Teatro Arthur Rubinstein. Às 19h30, o fadista Rodrigo Costa Félix vai ministrar a conferência O Fado e a Liberdade, mostrando a interseção entre a música e a luta pela democracia em Portugal. Em seguida, será exibido o filme O Cônsul de Bordéus (de Francisco Manso e João Correa), no mesmo local. O filme narra a história de Aristides de Sousa Mendes, cônsul de Portugal em Bordéus, na França, durante a Segunda Guerra Mundial. Ele desobedeceu às ordens de Salazar e concedeu vistos de entrada em Portugal a 30 mil refugiados.

No dia 19, Zambujo e Raquel Tavares sobem ao palco do Teatro Sabesp Frei Caneca, às 21h. Zambujo já é conhecido dos brasileiros desde 2008, quando começou a fazer carreira no país. Cantor, compositor e instrumentista, lançou recentemente o álbum Prenda Minha em parceria com o violonista Yamandu Costa. O setlist de Zambujo inclui canções como Sagitário, Lambreta, Zorro, Quando tu passas por mim, Foi Deus, Valsa de um pavão ciumento e Romance de Cordel.

Já Raquel Tavares tem uma longa carreira de sucesso como cantora e atriz. Fã de música brasileira, já gravou um álbum só com canções de Roberto Carlos. “Antes de ouvir falar em fado, eu já escutava Roberto Carlos. Tenho os discos dele na minha memória”, diz. No show, Raquel interpreta canções como Hei-de beijar-te, Lisboa, Mouraria, Sou tua, Sombras da Madrugada, Limão, Meu Corpo e Foi Deus.

O Festival Fado é considerado hoje a maior mostra do gênero em nível internacional. Desde sua estreia, em Madri, já marcou presença em 18 grandes cidades da Europa, África, América Latina e Ásia. O Festival Fado conta com o apoio da Presidência da República Portuguesa, do Ministério do Turismo de Portugal, do Consulado Geral de Portugal, da Fundação Luso-Brasileira, de Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, da Lisboa Cultura EGEAC e do Museu do Fado. O evento é uma produção da Alto e Bom Som Produções e Everything is New.

Sobre António Zambujo

António Zambujo é um dos maiores representantes da música, da língua e da cultura portuguesa da atualidade em nível nacional e internacional e há alguns anos segue quase que em uma turnê mundial ininterrupta. Ele construiu sólida carreira musical ao traçar um caminho único que se situa entre o Fado e o Cante Alentejano sem ficar preso a um único gênero.

Zambujo assumiu a influência da música brasileira de forma inequívoca ao lançar um disco em homenagem a Chico Buarque, em 2016 – Até Pensei que Fosse Minha – que lhe rendeu uma indicação ao Grammy Latino na categoria Música Popular Brasileira. Recentemente, apresentou-se ao lado do violonista Yamandu Costa. Em 2018, batizou seu último álbum de gravações originais de Do Avesso (Of the Flip Side). Aqui, reinventou-se mais uma vez, ampliando o leque da sua linguagem musical ao trazer a Orquestra Sinfonietta de Lisboa e três dos mais talentosos músicos e produtores portugueses: Nuno Rafael, Filipe Melo e João Moreira.

Há muitos mundos dentro do universo de António Zambujo e, ao vivo, quer se apresente apenas acompanhado pela sua guitarra ou rodeado pelos seus músicos, há a certeza de que é um cantor e um músico de excelência com uma capacidade única de cativar o público. Em 2024, retorna ao Festival Fado para mais um concerto único e imperdível.

Sobre Raquel Tavares

A premiada Raquel Tavares é uma das vozes mais importantes do fado contemporâneo. Nascida em Lisboa no dia 11 de janeiro de 1985, desde os 10 anos já convivia com os muitos caminhos e espaços do Fado. Aos 12 anos, o seu futuro já se adivinhava quando venceu a Grande Noite do Fado, iniciativa da Casa da Imprensa.

Com apenas 14 anos, lançou o seu primeiro álbum, Porque canto o Fado e, poucos anos após, apresentou novo disco, Raquel Tavares, produzido por Jorge Fernando, que lhe garantiu o prêmio revelação Prémios Amália Rodrigues pela Fundação Amália Rodrigues. Em 2008 e já com toda a escola das grandes casas de Fado de Lisboa (Café Luso, Senhor Vinho, Arcadas do Faia, Adega Mesquita, Adega Machado, Casa de Linhares Bacalhau De Molho) lançou Bairro, produzido por Diogo Clemente. Seu terceiro álbum foi considerado pela crítica um dos melhores álbuns de Fado da história. Após oito anos, a cantora lançou o álbum Raquel, em 2016. O trabalho reuniu um conjunto de grandes canções e grandes fados que lhe valeram um disco de ouro.

A paixão pelas músicas de Roberto Carlos traduziu-se no convite da Sony Music Portugal e Brasil para gravar um álbum em homenagem ao Rei. O resultado foi um disco de platina e uma extensa turnê dentro e fora de Portugal. Após longa pausa na carreira, no início de 2020 foi convidada a participar como atriz em duas novelas exibidas em horário nobre no canal de TV #1 em Portugal (SIC TV) e numa série de humor na RTP1.

Pela primeira vez, se aventurou no mundo das dublagens de filmes de animação (Mr. Link e O Gato das Botas) e investiu numa das suas grandes paixões para além da música: a dança. Quatro anos depois, a saudade dos palcos falou mais alto e Raquel aceitou o desafio do Festival Internacional do Fado, onde já se apresentou em edições anteriores ao lado de nomes como Carlos do Carmo e Camané, entre outros.

Serviço:

Shows | Festival Fado – António Zambujo e Raquel Tavares

São Paulo

Data: 19 de novembro | Horário: 21h (abertura da casa às 20h)

Local: Teatro Sabesp Frei Caneca (R. Frei Caneca, 569 – Consolação, São Paulo – SP)

Ingressos aqui.

(Com Gabriel Oliven/Lupa Comunicação

Emesp Tom Jobim abre inscrições para cursos gratuitos de música e seleção de bolsistas de grupos artísticos

São Paulo, por Kleber Patricio

Revirada Musical da Emesp Tom Jobim. Foto: Heloísa Bortz.

Com mais de 200 habilitações e cursos gratuitos de canto e instrumentos musicais, tanto no âmbito popular quanto no erudito, a Escola de Música do Estado de São Paulo – Emesp Tom Jobim abriu o processo seletivo 2025 para cursos regulares e grupos artísticos.

As inscrições são gratuitas e estão disponíveis no site da Emesp Tom Jobim até 21/11/2024. São contemplados quatro ciclos de cursos de formação e especialização e seleção de bolsistas para a Academia de Ópera, Orquestra Jovem do Estado, Banda Sinfônica Jovem do Estado, Orquestra Jovem Tom Jobim, Orquestra Jovem do Theatro São Pedro e Coral Jovem do Estado.

Confira a seguir as diversas oportunidades para fazer parte de uma escola de ensino de música de excelência que reúne em seu corpo docente profissionais com reconhecimento global e estabelece diversas parcerias internacionais, fomentando o intercâmbio entre alunos, professores e ideias dentro da escola e proporcionando um ambiente fértil em interações pedagógicas, artísticas e profissionais. “Venha fazer parte da nossa Escola. Estude música 100% gratuitamente em uma escola onde a prática instrumental e a vivência artística caminham juntas com a pedagógica musical. Aprenda com os(as) melhores docentes e se conecte com outros músicos nos cursos de formação, especialização e cursos livres em música erudita e popular da Emesp Tom Jobim”, destaca Ana Beatriz Valente, gestora pedagógica da Emesp Tom Jobim.

Cursos de formação

São 3 ciclos de cursos regulares destinados a crianças e jovens, em que cada ciclo tem duração de 3 anos. O 1º ciclo (para crianças de até 13 anos) oferece as opções de Canto erudito, Clarinete erudito, Contrabaixo acústico erudito, Eufônio, Fagote, Flauta transversal erudita, Harpa, Oboé, Percussão erudita, Piano erudito, Saxofone erudito, Trombone erudito, Trompa, Trompete erudito, Viola erudita, Violão erudito, Violino e Violoncelo.

No 2º ciclo, para jovens de até 16 anos, estão disponíveis os cursos de Acordeão, Bandolim, Bateria, Canto erudito, Canto popular, Cavaquinho, Clarinete erudito, Clarinete popular, Contrabaixo acústico erudito, Contrabaixo acústico popular, Contrabaixo elétrico, Eufônio, Fagote, Flauta transversal erudita, Flauta transversal popular, Guitarra, Harpa, Oboé, Percussão erudita, Percussão popular, Piano erudito, Piano popular, Saxofone erudito, Saxofone popular, Trombone baixo erudito, Trombone erudito, Trombone popular, Trompa, Trompete erudito, Trompete popular, Tuba, Viola caipira, Viola erudita, Violão erudito, Violão popular, Violão sete cordas, Violino e Violoncelo.

O 3º ciclo (com limite de idade de 21 anos) traz as opções de Acordeão, Bandolim, Bateria, Canto Barroco, Canto erudito, Canto popular, Cavaquinho, Clarinete erudito, Clarinete popular, Contrabaixo acústico erudito, Contrabaixo acústico popular, Contrabaixo elétrico, Cordas dedilhadas barrocas (Alaúde, Guitarra barroca e Teorba), Cravo, Eufônio, Fagote, Flauta Doce, Flauta Doce Barroca, Flauta transversal erudita, Flauta transversal popular, Guitarra, Harpa, Oboé, Percussão erudita, Percussão popular, Piano erudito, Piano popular, Saxofone erudito, Saxofone popular, Trombone baixo erudito, Trombone erudito, Trombone popular, Trompa, Trompete erudito, Trompete popular, Tuba, Viola caipira, Viola erudita, Violão erudito, Violão popular, Violão sete cordas, Violino e Violoncelo.

Cursos de especialização

Os cursos de especialização (4º ciclo) oferecem disciplinas específicas nas áreas de Prática Instrumental Avançada, Música Antiga, Composição e Regência Coral, sem limite de idade. Em Prática Instrumental Avançada, as habilitações são as seguintes: Acordeão, Bandolim, Bateria, Canto erudito, Canto popular, Cavaquinho, Clarinete erudito, Clarinete popular, Contrabaixo acústico erudito, Contrabaixo elétrico, Eufônio, Fagote, Flauta transversal erudita, Flauta transversal popular, Guitarra, Harpa, Oboé, Percussão erudita, Percussão popular, Piano erudito, Piano popular, Saxofone popular, Trombone erudito, Trombone popular, Trompa, Trompete erudito, Trompete popular, Tuba, Viola erudita, Violão erudito, Violão popular, Violão sete cordas, Violino e Violoncelo.Na especialização de Música Antiga, os cursos disponibilizados são Canto barroco, Cordas dedilhadas barrocas (Alaúde, Guitarra Barroca e Teorba), Cravo, Flauta doce barroca, Oboé barroco, Traverso, Violino barroco e Violoncelo barroco.

Revirada Musical 2024 da Emesp Tom Jobim. Foto: Robs Borges.

A especialização de Composição tem como requisitos a apresentação de currículo breve contendo os estudos e realizações musicais do(a) candidato(a) e partituras de duas composições próprias, sendo uma delas para mais de um instrumento. Já na especialização de Regência Coral, os requisitos são experiência em canto coral/repertório coral, conhecimentos básicos de regência, conhecimento básico de piano para execução de vocalizes, conhecimento de história da música, harmonia, percepção e solfejo musical.

Academia de Ópera do Theatro São Pedro

Voltado para estudantes que tenham idade até 28 anos, a Academia de Ópera do Theatro São Pedro é um curso de especialização (4º ciclo) com duração de 2 anos contando com disciplinas práticas, individuais e coletivas. Além disso, a Academia de Ópera prevê uma programação artística junto à Orquestra Jovem do Theatro São Pedro, envolvendo montagens de ópera e recitais. Há vagas para os seguintes registros de vozes: soprano, mezzo-soprano, contralto, tenor, barítono e baixo.

Orquestra Jovem do Estado

Para a Orquestra Jovem do Estado, as bolsas são disponíveis para jovens de até 25 anos, em Clarinete/Clarone, Contrabaixo Acústico, Oboé/Corne Inglês, Fagote/Contrafagote, Flauta Transversal/Piccolo, Harpa, Percussão Erudita, Piano Erudito, Trombone Baixo Erudito, Trombone Erudito, Trompa, Trompete Erudito, Tuba, Violino, Viola Erudita e Violoncelo.

Banda Sinfônica Jovem do Estado, Orquestra Jovem Tom Jobim & Orquestra Jovem do Theatro São Pedro

Também com limite de idade de 25 anos, aqui as bolsas são paras os instrumentos: Bateria, Clarinete, Clarinete/Clarinete Baixo, Clarinete/Requinta, Contrabaixo Acústico Erudito, Contrabaixo Elétrico/Contrabaixo Acústico Popular, Eufônio, Fagote, Flauta Transversal, Flauta Transversal/Piccolo, Guitarra/Violão, Oboé, Percussão Erudita, Percussão Popular, Piano Popular, Saxofone Erudito Alto, Saxofone Erudito Barítono, Saxofone Erudito Tenor, Saxofone Popular Alto, Saxofone Popular Barítono, Saxofone Popular Tenor, Trombone Baixo Erudito, Trombone Baixo Popular e Trombo.

Coral Jovem do Estado de São Paulo | As bolsas disponíveis são para os seguintes registros de voz: soprano, contralto, tenor e baixo, destinadas a quem tem até 28 anos. Para mais informações sobre os processos seletivos, cargas horárias, requisitos e outros detalhes das atividades ofertadas pela Emesp Tom Jobim, clique aqui.

Escola de Música do Estado de São Paulo – Emesp Tom Jobim

Referência no ensino brasileiro de música, a Emesp Tom Jobim é uma escola do Governo do Estado de São Paulo gerida pela Santa Marcelina Cultura, Organização Social parceira da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo. Atende gratuitamente cerca de 2.000 alunas e alunos em seus cursos e habilitações em música popular e erudita, da teoria à prática musical. Em 2024, a Emesp Tom Jobim comemora 35 anos de atuação. A Escola tem como objetivo a formação dos futuros profissionais da música erudita e popular. Com um corpo docente altamente qualificado, a Emesp Tom Jobim vem construindo um projeto pedagógico inovador, com foco no ensino de instrumento, no convívio dos alunos com grandes mestres e nas práticas coletivas (música de câmara e prática de conjunto), além de disciplinas teóricas de apoio. Em constante diálogo com as principais instituições de formação musical do Brasil e do mundo, a Emesp Tom Jobim oferece a cada ano centenas de shows, concertos, workshops e master classes. A Emesp Tom Jobim mantém um eixo de difusão artística complementar às atividades de formação com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento de seus alunos e criar uma ponte entre o aprendizado e a profissionalização, além de fomentar a formação de público e a difusão da música em todas as modalidades. A Escola mantém os grupos artísticos: Banda Sinfônica Jovem do Estado, Coral Jovem do Estado, Orquestra Jovem do Estado e Orquestra Jovem Tom Jobim, que oferecem bolsas para as alunas e os alunos da Escola.

(Com Julian Schumacher/Santa Marcelina Cultura)

Documentário ‘Terras Prometidas’ será lançado em dezembro em cidades pelo Brasil

São Paulo, por Kleber Patricio

Fotos: Divulgação.

‘Terras Prometidas – a Herança da Baronesa e do Barão de Hirsch’ é um documentário brasileiro que relata a incrível jornada de imigração vivida pela comunidade judaica do leste da Europa em direção às Américas no final do século XIX até início do século XX financiada por um casal de filantropos, até então, desconhecido da história.

O documentário resgata a história da Baronesa e do Barão de Hirsch e seu projeto visionário de libertar os primeiros imigrantes judeus que fugiam da miséria e da perseguição sofrida durante o Império Czarista, em busca de uma vida de liberdade em novas e desconhecidas terras prometidas.

Em formato de road movie, um descendente de uma das primeiras famílias que chegaram à colônia agrícola de Philippson, no Rio Grande do Sul, em 1904, embarca em uma jornada de descobertas e decide fazer um filme. Com uma mochila nas costas, ele refaz os passos de seus ancestrais 120 anos depois, ouvindo depoimentos, visitando locais históricos e investigando arquivos enquanto conecta o passado ao presente para desvendar o legado duradouro do Barão e da Baronesa de Hirsch e seu impacto para as novas gerações.

Sobre a história

Maurice de Hirsch (1831–1896) foi um judeu alemão que fez parte do nascimento da economia moderna na Europa. Casou-se com Clara Bischoffshein e, juntos, construíram fortuna e empreenderam uma enorme missão filantrópica. Por meio da participação na construção da icônica Orient Express, ao conectar Ocidente e Oriente, tomaram conhecimento da extrema miséria e perseguições sofridas pelos judeus na Europa Oriental durante o Império Czarista no final do século XIX.

Marcados pela morte precoce de seu único filho, Lucien, o casal decidiu eleger os judeus deserdados do mundo como seus herdeiros, se tornando responsáveis por um dos planos mais audaciosos de toda a história.

Em 1892, o Barão de Hirsch fundou a ICA – Jewish Colonization Association, considerada até 1978 a maior fundação filantrópica do mundo, que colocou em prática seu plano de comprar terras em países livres, sem histórico de antissemitismo, para instalar comunidades judaicas e financiar emigrações em massa. Desta forma, ao lado da esposa Clara, viabilizou a emigração de milhares de famílias da Rússia para estabelecimentos agrícolas inicialmente na Argentina, depois no Brasil, Canadá, EUA, entre outros países, se tornando conhecido como o ‘Moisés das Américas’.

A Herança dos Hirsches no Brasil

O Barão de Hirsch acreditava que oferecendo aos judeus perseguidos ferramentas para trabalhar na terra e estudo, estaria “libertando-os e transformando-os em cidadãos completos capazes de enriquecer a humanidade de uma maneira nova e preciosa”.

Em 1904, por meio da ICA, começava a chegada de judeus em uma nova Terra Prometida: o Brasil. Após quase 2 meses de viagem, desembarcaram em terras brasileiras as 11 primeiras famílias russas para viver em Philippson, no Rio Grande do Sul. A colônia de Quatro Irmãos, no mesmo Estado, foi fundada em 1912 e chegou a contar com mais de 350 famílias. Desta forma, este ano comemoram-se os 120 anos da Imigração Judaica no Brasil.

Buscando resgatar a memória desta ancestralidade e compreender a herança deixada pelos Hirsches e por estes imigrantes para as novas gerações, o documentário traz o depoimento de historiadores, especialistas e descendentes que ainda hoje são impactados pela força da generosidade e responsabilidade comunitária deste projeto, que mobilizou grande parte do mundo e permitiu que estas famílias pudessem também contribuir social, cultural e economicamente para o desenvolvimento de suas novas Terras Prometidas.

Sobre o filme

O documentário foi idealizado por Léo Steinbruch, descendente que parte em busca de resgatar esta história, com produção executiva de Viviane Lessa, direção de Olindo Estevam e roteiro de Sérgio Mello e Olindo Estevam, com apoio da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), patrocínio da CSN – Companhia Siderúrgica Nacional, realização da ViaViva – Projetos Inspiradores, Paiol Filmes, Ministério da Cultura e Governo Federal.

Terras Prometidas – a Herança da Baronesa e do Barão de Hirsch será lançado em novembro de 2024 através de uma agenda de exibições especiais e estará disponível para o público por meio de plataformas de streaming e canais de TV em 2025. Instituições culturais, educacionais e sociais interessadas em realizar sessões direcionadas do filme podem entrar em contato com a produção.

Trailer: Trailer Doc Terras Prometidas

Mais informações: https://terrasprometidas.com.br/

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Recursos 

– Legendas: inglês, espanhol, francês

– Acessibilidade: libras, audiodescrição, legenda descritiva

Estes recursos poderão ser acessados através do aplicativo PINGPLAY a partir da exibição em qualquer plataforma.

Agenda de exibições

Dia 18/11 – 19h – Cine Belas Artes – São Paulo

Dia 26/11 – 20h – Cinemateca Capitólio – Porto Alegre

Dia 27/11 – Em Santa Maria

Dia 28/11 – Em Erechim

Dia 30/11 – 20h – Comunidade Israelita do Paraná Curitiba

Dia 3/12 – 19h – Museu de Imagem e Som – MIS São Paulo

Dia 8/12 – 16h – Unibes Cultural São Paulo

Breve datas em Brasília, Rio de Janeiro, Belém, Manaus e Florianópolis.

(Com Sérgio Lerrer/Press Manager Mail)

Angostura celebra 200 anos com competição global de coquetelaria

Trinidad e Tobago, por Kleber Patricio

Foto: Divulgação.

Para comemorar seus 200 anos, a Angostura, importante marca de bitter e rum de Trinidade e Tobago, lançou uma competição de coquetelaria que desafia bartenders de todo o mundo a criar o melhor drink Swizzle utilizando o rum e os bitters premium da marca. O concurso é destinado a profissionais, que devem atender a alguns pré-requisitos e se inscrever no site oficial.

Para que a bebida seja válida na competição, deve ser inovadora e cumprir os critérios específicos, como conter, pelo menos, 30 ml de Rum Angostura e um dos bitters (laranja, cacau ou clássico) e ter um máximo de 75 ml de bebida alcoólica com 40% ABV (80 graus) antes da diluição. Além disso, o drink pode ter até 6 ingredientes, excluindo o gelo.

Após o envio do formulário, os participantes deverão fornecer detalhes sobre sua criação, incluindo o nome do coquetel, a receita e o método de preparo. A pontuação será atribuída com base nas seguintes etapas: 30 pontos – Apelo de acordo com a descrição, 30 pontos – Estética, 30 pontos – História e 10 pontos – Bônus de sustentabilidade.

Os resultados serão divulgados até o início de janeiro de 2025 e o Brasil terá um ganhador que competirá na etapa regional na Cidade do México em fevereiro de 2025. Os vencedores de cada regional se enfrentarão na grande final internacional em Trindade e Tobago, no Caribe, em maio de 2025. Os prêmios finais são U$10.000,00 e a oportunidade de representar as marcas da casa da marca por dois anos.
Período de inscrição: 28 de outubro até 30 de novembro

Site para inscrição: www.angosturaglobalcocktailchallenge.com (consultar regras e regulamento no site).

(Com Marina Zimmermann/Press Pass Comunicação & Marketing)

‘Burle Marx Tapeceiro’: Livro apresenta faceta pouco conhecida do consagrado paisagista-artista

São Paulo, por Kleber Patricio

Tapeçaria Itamaraty, 1965-67. Foto: Graça Seligman.

Para além do paisagismo que o consagrou, há um segmento ainda pouco conhecido da multifacetada atividade de Roberto Burle Marx, que é a profícua produção de tapeçarias. ‘Burle Marx Tapeceiro’, livro escrito pelo arquiteto e historiador de arquitetura e artes visuais Guilherme Mazza Dourado, a ser lançado em novembro na Arte132 Galeria pela Luste Editores, explora esse perfil do consagrado artista e paisagista.

Fruto de uma extensa pesquisa do autor sobre as experiências de Burle Marx com a arte têxtil, a edição é o primeiro estudo dedicado unicamente às tapeçarias do artista, feitas principalmente em lã natural e teares manuais de alto liço (fio de metal com um elo usado para tear) por ateliês nacionais e internacionais, reconhecendo Burle Marx como um pioneiro da tapeçaria moderna brasileira e sendo, inclusive, o primeiro brasileiro a fazer uma tapeçaria moderna em Aubusson, na França.

Livro reúne a produção de tapeçarias materializadas ao longo de quatro décadas, de 1950 a 1980.

O livro nasce do desejo do autor de dar visibilidade ao domínio da arte e da técnica de Burle Marx que, até hoje, não recebeu a devida atenção. Em 2024, completam-se 30 anos da morte de Burle Marx e, em homenagem à história do paulistano pouco difundida, a publicação resgata a produção de tapeçarias materializadas pelo artista ao longo de quatro décadas, entre os anos 1950 e 1980, passando pelo início da trajetória têxtil de Burle Marx na região de Aubusson, na França — polo de ateliês de tapeçarias que teve diversos artistas convidados a se expressar por meio da técnica tecelã; entre eles, Calder, Picasso e Burle Marx —, até os registros da maior parte de sua produção, que ocorreu em São José dos Campos.

Trajetória na arte têxtil

O livro é dividido em três capítulos: ‘Ingresso na arte têxtil’; ‘Trabalhos em Brasília’ e ‘Parcerias com Clemente Gomes’. O primeiro capítulo aborda o início da trajetória do paisagista na tapeçaria, especialmente por meio do encargo comissionado em 1953 pelo empresário Ernesto Waller, no contexto de uma onda de interesse pelas tapeçarias modernas francesas, que chegaram ao Brasil em meados da década de 1940, após a atuação pioneira de Burle Marx em Aubusson, na França.

O capítulo seguinte, Trabalhos em Brasília, destaca as encomendas realizadas para os órgãos governamentais e residências oficiais da capital federal impulsionadas pelo diplomata Wladimir Murtinho, personagem fundamental na projeção internacional de Burle Marx e na contratação, em 1965, da grande tapeçaria do Palácio Itamaraty e do Congresso Nacional.

Tapeçaria do Centro Civico de Santo André, 1968-69. Foto: Cesar Barreto.

Uma das histórias exploradas neste capítulo versa sobre a tapeçaria encomendada a Burle Marx para ornamentar o Salão Negro do Congresso Nacional e que hoje integra o acervo do Museu do Senado. Medindo 4,83 de comprimento por 3,28 metros de altura, a peça foi urdida em 1973 e passou por um cuidadoso restauro em 2023, após ser danificada durante os ataques de 8 de janeiro de 2023 em Brasília.

Por fim, o último capítulo, Parcerias com Clemente Gomes, narra a relação profissional entre o artista e o empresário, que dirigiu um próspero conglomerado de empresas originado a partir da Tecelagem Parahyba. Essa parceria acarretou a criação da Indústria de Trabalhos Manuais (ITM), em São José dos Campos, no estado de São Paulo, que funcionou como ateliê para a confecção do mais extenso elenco de tapeçarias do paisagista-artesão entre a segunda metade da década de 1960 e o fim dos anos 1980.

Burle Marx Tapeceiro apresenta um panorama dos painéis têxteis, cartões de produção, maquetes, estudos e obras de referência do artista, de modo a evidenciar o papel que Burle Marx teve também na tapeçaria moderna brasileira, para além da arquitetura e paisagismo.

Sobre Guilherme Mazza Dourado

Guilherme Mazza Dourado é arquiteto e historiador de paisagismo, arquitetura e artes visuais. O pesquisador tem pós-doutorado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (2016) e doutorado (2009) e mestrado (2000) pelo Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo. Foi articulista e ensaísta da revista Projeto, além de enviado especial da publicação no Brasil e no exterior (1988-1996).

Tapeçaria do Congresso Nacional, 1973. Foto: Ricardo Movits.

Entre outros livros impressos, é organizador de ‘Folha em Movimento. Cartas de Burle Marx’ (Luste Editores, 2022), autor de ‘Belle Époque dos Jardins’ (Ed. Senac SP, 2011) e de ‘Modernidade Verde. Jardins de Burle Marx’ (Ed. Senac SP/Edusp, 2009), os três laureados com o 1º Prêmio na categoria de Trabalhos Escritos Publicados do Prêmio Design do Museu da Casa Brasileira, nas edições de 2009, 2011 e 2022, e o segundo também finalista na categoria de Arquitetura e Urbanismo do 54º Prêmio Jabuti, em 2012, e coautor de ‘Oswaldo Arthur Bratke. A arte de bem projetar e construir’ (PW Editores, 2012).

Sobre a Luste Editores

A Luste Editores é um Atelier Editorial & Multimídia com 14 anos de atuação no mercado editorial brasileiro, especializado em publicações especiais que abrangem temas diversos. Com um forte compromisso em fomentar a arte, a cultura e o trabalho de artistas contemporâneos, a Luste desenvolve projetos criativos autorais e sob medida, destacando-se em colaborações com grandes marcas, como a comemoração dos 45 anos da Ellus e dos 110 anos da marca de açúcar União.

A editora é reconhecida pela criação de livros-objeto que ajudam a consolidar novos posicionamentos de mercado, registrando e celebrando legados por meio de projetos que aliam arte e conteúdo. Cada trabalho é desenvolvido com tempo e dedicação, visando sempre a entrega de projetos de alta qualidade com um olhar atento ao valor atemporal do livro como registro do passado, presente e futuro.

Sobre a Arte132 Galeria

Fundada em 2021, por Telmo Porto, o propósito da Arte132 é expor e manter em acervo artistas brasileiros reconhecidos. Nascido em 1955, no Rio de Janeiro, Telmo viveu boa parte da vida na cidade de São Paulo. Formou-se engenheiro civil ferroviário, professor e doutor pela Escola Politécnica da USP, onde lecionou por mais de 30 anos. Exerceu a profissão de forma notável, tanto no âmbito público quanto privado, até o final de sua vida. Paralelamente à engenharia, foi amante e profundo conhecedor das artes, integrando conselhos de grandes instituições culturais, fomentando e participando ativamente da vida cultural de São Paulo.

Tapeçaria, 1980. Foto: Ding Musa.

Durante 30 anos, atuou como patrono do Museu de Arte Moderna de São Paulo [MAM-SP]. Nessa mesma instituição, exerceu o cargo de diretor administrativo, entre 2019 e 2022, ajudando a consolidar uma nova fase do MAM-SP. Membro do Conselho Deliberativo do Museu de Arte de São Paulo [MASP], no período entre 2014 e 2022, participou ativamente das atividades do museu como integrante do Comitê Cultural e do Comitê de Infraestrutura. Foi também diretor no Museu Brasileiro de Escultura e Ecologia [MuBE] nos anos 2000. Ao longo de sua vida, Telmo realizou incontáveis doações de obras de arte para esses importantes museus e, principalmente, à Pinacoteca do Estado de São Paulo.

A Arte132 Galeria é fruto [e legado] dessa grande trajetória. Telmo apoiava diretamente artistas e músicos em suas produções e entendia que a arte de um país e de um período não é constituída apenas por alguns nomes definidos pelo mercado, mas por todos os artistas que desenvolveram um entendimento do mundo e do homem em determinado momento. Dessa forma, ele possuía particular interesse na produção menos conhecida dos mais reconhecidos, além da produção dos pouco consagrados pela História da Arte Brasileira, mas que demandam [e merecem] uma revisão.

Tapeçaria, 1973. Foto: Eduardo Barcellos/Fotocontexto.

Sua intenção inicial sempre foi privilegiar, mas sem exclusividade, as realizações mais autorais dos artistas, menos sujeitas às limitações materiais de execução ou de sobrevivência econômica dos autores. Nas suas palavras, “pretendemos reincluir nomes no cenário das galerias e instituições, sempre com orientação curatorial e escolhas motivadas.”

Até o momento, a casa serviu como um ponto de conexão entre vários tempos e as muitas manifestações artísticas. Das artes visuais à música, a Arte132 é um lugar de encontros, diálogos e descobertas onde todos são bem-vindos.

(Com Julio Sitto/A4&Holofote Comunicação)