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38º Panorama da Arte Brasileira: Mil graus do MAM está em cartaz até janeiro no MAC USP

São Paulo, por Kleber Patricio

Vista do 38º Panorama da Arte Brasileira: Mil graus. Foto: Estúdio em Obra.

O Museu de Arte Moderna de São Paulo está apresentando o 38º Panorama da Arte Brasileira: Mil graus, exposição com curadoria de Germano Dushá e Thiago de Paula Souza e curadoria-adjunta de Ariana Nuala cujo título evoca a ideia de um ‘calor-limite’ onde tudo se transforma, fazendo referência às condições climáticas e metafísicas intensas que desafiam e conduzem a processos inevitáveis de transmutação. Nesta edição, a mostra bienal do MAM apresenta 34 artistas de 16 estados brasileiros. Acesse aqui mais informações sobre a lista de artistas.

Em função da reforma da marquise do Parque Ibirapuera no trecho em que o MAM está sediado, esta edição do Panorama será apresentada no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, instituição parceira e que divide uma mesma origem com o MAM. A exposição vai ocupar partes do térreo e o terceiro andar do MAC USP com mais de 130 obras, sendo 79 inéditas, realizadas para o 38º Panorama. “Faz alguns anos que o MAM tem estabelecido parcerias com as instituições do eixo cultural do Parque Ibirapuera. Realizar o 38º Panorama da Arte Brasileira do MAM no MAC, além de uma aproximação histórica entre as duas instituições, é um momento de integração e soma de esforços em benefício da arte”, comentam Elizabeth Machado e Cauê Alves, respectivamente presidente e curador-chefe do MAM.

[à esquerda] obras de José Adário, [ao centro, suspenso] Noara Quintana, Gengiva de fogo, da série Sonhos na era do fogo, 2024. Melissa de Oliveira, Sucessagem, 2024 e Aqueci.

Para José Lira, diretor do MAC USP, “é com grande satisfação que o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo abre suas portas ao 38o Panorama da Arte Brasileira, realizado pelo Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM). Parcerias institucionais para realização de exposições, eventos e acordos de cooperação sempre fizeram parte da história do MAC USP, e, desde 2018, quando da coincidência entre os 55 anos do MAC e os 70 anos do MAM, a aproximação entre os dois museus se intensificou.”

Mil graus

A proposta curatorial do 38º Panorama da Arte Brasileira é elaborar criticamente a realidade atual do Brasil sob a noção de calor-limite — conceito que alude à uma temperatura em que tudo derrete, desmancha e se transforma. O projeto busca traçar um horizonte multidimensional da produção artística contemporânea brasileira estabelecendo pontos de contato e contraste entre diversas pesquisas e práticas que, em comum, compartilham uma alta intensidade energética.

A pesquisa da curadoria foi norteada a partir de cinco eixos temáticos: Ecologia geral, Territórios originários, Chumbo tropical, Corpo-aparelhagem e Transes e travessias. Os eixos não funcionam como núcleo ou segmentos da exposição, mas sim como fios condutores que instigam reflexões e leituras traçando possíveis relações entre os trabalhos a partir dessas perspectivas.

[à esquerda] Solange Pessoa, sem título, 2019-24. Paulo Nimer Pjota, Carta marinha com salamandra, 2024. Antonio Tarsis [no centro], Acender o silêncio, 2024. Vista do 38º Pan.

Em Ecologia geral, são destacadas noções ecológicas e práticas ambientais ampliadas que se orientam por uma visão de interconectividade total. Já em Territórios originários, estão narrativas e vivências de povos originários, quilombolas e outros modos de vida fora da matriz uniformizante do capital capazes de refletir visões alternativas sobre a invenção e a atual conjuntura do Brasil. Chumbo tropical, por sua vez, trará leituras críticas que subvertem imaginários e representações do Brasil colocando em xeque aspectos centrais da identidade nacional.

Corpo-aparelhagem é a linha que busca evidenciar intervenções experimentais e reflexões sobre a contínua transmutação corpórea dos seres e das coisas, com seus hibridismos e suas inter-relações, enquanto Transes e travessias aborda conhecimentos transcendentais, práticas espirituais e experiências extáticas que canalizam os mistérios vitais.

As obras

O corpo formado por 34 artistas e coletivos apresenta obras que abordam questões ecológicas, históricas, sociopolíticas, tecnológicas e espirituais e utilizam tanto tecnologia avançada quanto materiais orgânicos, como o barro.

[detalhe da obra] Adriano Amaral, Sem título, 2024, no 38º Panorama da Arte Brasileira Mil graus. Foto: Estúdio em Obra.

Advânio Lessa construiu uma série inédita de esculturas que aludem a uma rede formada por diferentes polos e conectadas em diferentes espaços: o MAC USP, o Museu Afro Brasil Emanuel Araujo, o Caserê e a UMAPAZ. Adriano Amaral criou uma instalação comissionada para o térreo do MAC USP, a obra Cabeça-d’água (2024), uma estrutura arquitetônica, espécie de cápsula octogonal que traz em suas paredes peças inéditas da série Pinturas protéticas (2022).

Ana Clara Tito apresenta uma instalação comissionada que ocupa o piso do campo expositivo com uma composição de peças em diferentes escalas, como uma ecologia rizomática. Com a obra comissionada Ascendendo o silêncio (2024), Antonio Tarsis toma o centro de uma das alas do campo expositivo.

Davi Pontes apresenta um trabalho comissionado no qual segue elaborações anteriores, envolvendo a criação de um repertório em conjunto com uma dupla de performers. Um registro documental inédito do centro espiritual e das obras de Dona Romana, líder espiritual da Serra de Natividade, uma das cidades mais antigas do Tocantins, será exibido em larga escala no campo expositivo.

[detalhe da obra] Advânio Lessa, Energia, 2015-2024, no MAC USP. 38º Panorama da Arte Brasileira Mil graus. Foto: Estúdio em Obra.

Com duas obras inéditas, frutos de processos anteriores, mas que culminaram em projetos comissionados para o 38º Panorama, Frederico Filippi aborda a colisão e o atrito como ferramentas conceituais para reelaborar criticamente o imaginário social do Brasil e da América do Sul sob as marcas indeléveis do capitalismo avançado. Gabriel Massan apresenta um novo desdobramento de sua obra Baile do terror (2022-2024), no qual traça um paralelo entre a escalada de tensões e violências em âmbito global e os traumas da ‘guerra às drogas’ no eixo Rio-São Paulo.

Ivan Campos apresenta a obra que marcou sua trajetória como seu projeto mais desafiador: uma pintura sem título (2008 – 2010) de sete metros horizontais que levou um ano para ser concluída e traz os principais aspectos de sua obra. Em tons de verde e azul, o artista dá vida a uma selva intrincada onde tudo está em movimento.

Falecido durante a concepção do 38º Panorama, Jayme Fygura é o único artista não vivo a compor a exposição e sua participação é uma homenagem à sua trajetória e à sua obra, que combina a pintura com a tradição da escultura em metal, da poesia marginal, do rock e das denúncias de opressões cotidianas.

[detalhe da obra] Frederico Filippi, Moquém – Carnes de caça, 2023 – 24, no 38º Panorama da Arte Brasileira Mil graus. Foto: Estúdio em Obra.

A colaboração entre Jonas Van e Juno B. resultou na videoinstalação imersiva Visage (2024), uma experiência ambiental envolvente que combina esculturas e mobiliários feitos com peças automobilísticas, luz, som e vídeo. José Adário dos Santos traz ao 38º Panorama um conjunto de esculturas que se referem a divindades e entidades das religiões de matriz africana, como Ogum Oniré, Oxossi Odé, Agué, Padilha e Exu, e Joseca Mokahesi Yanomami apresenta dez obras inéditas.

Lais Amaral participa com duas pinturas da série Como um zumbido estrelar, um pássaro no fundo do ouvido, Sem título I e Sem título II, ambas de 2024, enquanto Labō e Rafaela Kennedy apresentam uma série de fotografias em que mergulham no entrelaçamento entre fenômenos naturais e cenários urbanos do Norte do Brasil.

Lucas Arruda exibe uma série de pinturas que sugerem um espaço entre o real e o imaginário, com paisagens que caminham entre o figurativo e o abstrato. Com uma obra comissionada, Marcus Deusdedit desdobra sua investigação sobre a edição de objetos, reformulando um equipamento de exercício físico para discutir questões sociais e políticas.

[detalhe da obra] Frederico Filippi, Moquém – Carnes de caça, 2023 – 24, no 38º Panorama da Arte Brasileira Mil graus. Foto: Ruy Teixeira.

Marina Woisky apresenta uma instalação formada por uma série de peças inéditas, nas quais toma como ponto de partida as ilustrações científicas e representações idealizadas, que combinam diferentes eras e regiões para demonstrar o movimento ou a evolução da vida biológica na superfície terrestre.

Maria Lira Marques leva uma série com mais de dez desenhos sobre pedras e Marlene Almeida apresenta duas obras com dinâmicas distintas: Derrame (2024), uma instalação inédita feita com recortes de algodão cru tingidos com pigmentos originários do basalto e rocha vulcânica, e Tempo voraz II (2012), obra em que a artista reflete sobre questões existenciais diante da fugacidade da vida. O grupo MEXA traz, em apresentação única, a peça inédita no Brasil A Última Ceia (2024).

Mestre Nado, como ficou conhecido Aguinaldo da Silva, apresenta três obras inéditas, esculturas de grande escala — raras na sua produção — que parecem espécies de torres de sopro remetendo a instrumentos como a gaita de foles. Melissa de Oliveira apresenta duas obras ligadas a suas vivências no universo do ‘grau’. As imagens, produzidas com conhecidos e familiares, retratam a prática de empinar moto em manobras exibicionistas e arriscadas.

[detalhe da obra] Gabriel Massan, Baile de terror, 2024, no 38º Panorama da Arte Brasileira Mil graus. Foto: Estúdio em Obra.

Noara Quintana exibe duas obras inéditas comissionadas para o 38º Panorama. A primeira, Satélite esqueleto âmbar (2024), da série Futuro fóssil, configura uma reprodução de um objeto espacial gravitando sobre o campo expositivo. Na segunda obra, intitulada Gengiva de fogo (2024), uma grande massa rubra e disforme paira sobre nossas cabeças. Rafael RG apresenta duas obras comissionadas que se conectam e se complementam em suas naturezas: uma objetual e outra performática. Em uma delas, De quando o céu e o chão eram a mesma coisa (2024), o artista resgata grafias imemoriais inspiradas na observação do céu.

Rebeca Carapiá apresenta uma grande peça comissionada para a exposição que remete tanto a uma escrita urbana quanto a códigos de outros tempos. Solange Pessoa traz à exposição uma constelação de quase uma dúzia de esculturas de pedra-sabão e um conjunto composto por três peças de cerâmica e lã (2019-2024), que remetem a fragmentos de rochas escuras, que guardam a potência de tempos imemoriais.

O povo Akroá Gamella, em colaboração com Gê Viana e Thiago Martins de Melo, participa sob o nome de Rop Cateh – Alma pintada em Terra de Encantaria dos Akroá Gamella e exibe um grande painel multimídia que expressa a identidade e espiritualidade articuladas pela comunidade. Com um conjunto de vinte esferas cerâmicas com marcações gráficas feitas com óxido de ferro, Sallisa Rosa dá vida a seu exercício contínuo de vínculos com a terra e os territórios.

[detalhe da obra] Ivan Campos, Rebanhos do céu, 2008, no 38º Panorama da Arte Brasileira Mil graus. Foto: Estúdio em Obra.

Paulo Nimer Pjota apresenta uma obra inédita, em cinco telas, na qual cria um mar de chamas atravessado por raios de sol difusos em que animais e seres fantásticos se misturam a lendas e elementos da natureza-morta de diferentes culturas. Paulo Pires participa com quatro obras que denotam seu estilo e, simultaneamente, a versatilidade de suas composições. Entre os trabalhos, estão a escultura de grande formato Os desejos da pedra (2023 -2024) e O namoro da pedra (2021).

A Tropa do Gurilouko, uma turma de ‘bate-bolas’ criada em 2023 no bairro carioca de Campo Grande, marca sua presença no 38º Panorama por meio da indumentária criada para o Carnaval de 2024 e de uma saída do grupo por São Paulo, nas imediações do MAC USP e do Parque Ibirapuera.

Zahỳ Tentehar apresenta sua pesquisa mais recente por meio da videoperformance Ureipy (Máquina Ancestral) (2023) e Zimar, como é chamado Eusimar Meireles Gomes, apresenta uma série de máscaras oriundas de sua ligação com a Bumba meu boi — manifestação cultural de maior importância na região onde vive, a Baixada Maranhense.

Projeto expográfico

Nesta edição em que, pela primeira vez, o Panorama da Arte Brasileira acontece fora da sede do MAM, o projeto expográfico assinado pelo arquiteto Alberto Rheingantz foi repensado e adaptado para os espaços do MAC USP. O objetivo foi assimilar tanto os conceitos curatoriais quanto as questões visuais e formais das obras em exposição. A adaptação envolveu o desafio de conectar os pavimentos do MAC que recebem o 38º Panorama – parte do térreo e todo o terceiro andar – espaços não contíguos, o que levou à adoção de três partidos expográficos principais.

[detalhe da obra] Sallisa Rosa, sem título, 2023. 38º Panorama da Arte Brasileira Mil graus, do Museu de Arte Moderna de São Paulo. Foto: André Teixeira.

O primeiro partido é a ocupação espelhada entre as alas A e B do edifício com elementos que se complementam em cada uma. O segundo é o uso de painéis metálicos como base estrutural, permitindo variações de combinações e materiais em suas superfícies. Por fim, o terceiro partido envolve a instalação de obras comissionadas em locais estratégicos, incluindo sob a marquise de entrada e em áreas específicas do museu.

Para ampliar suas formas de uso e flexionar as possibilidades de exibição das obras bidimensionais, foi definida uma cartela de materiais para as superfícies expositivas e foram consideradas opções para estruturas complementares aos painéis principais, desempenhando a função de ‘próteses’ que transformam sua configuração original. Há, também, dispositivos expográficos e mobiliários feitos com metal e madeira desenhados para atender diversas demandas específicas.

Programação pública | Tradicionalmente, o Panorama da Arte Brasileira promove uma série de atividades abertas ao público. São ativações de obras e apresentações de performances, conversas com curadores, visitas mediadas com educadores do MAM e outras ações educativas. A agenda é divulgada mensalmente no site e redes sociais do MAM.

Projetos especiais

A proposta do 38º Panorama da Arte Brasileira envolve uma série de projetos especiais, são desdobramentos da conceituação de Mil graus em diferentes plataformas e linguagens.

O ambiente 3D, que estará acessível de forma gratuita a partir de 18 de novembro, visa ampliar o alcance da mostra e criar um espaço de experimentação curatorial. A ideia não é reproduzir no digital os espaços da exposição física, mas sim trazer um espaço imaginado pelos curadores e proporcionar uma experiência imersiva, que desafia a percepção da materialidade e reflete criticamente sobre a integração das infraestruturas digitais no que entendemos como ‘mundo real’. Composta por obras digitais e representações tridimensionais de criações físicas de alguns dos artistas participantes, reúne vídeos, objetos 3D e sons que formam um espaço de interação. Os visitantes podem navegar livremente, explorando novos imaginários e conexões que questionam as convenções tradicionais de produção e interpretação de imagens no campo artístico. A proposta também reflete o dinamismo e a criatividade cibernética do Brasil contemporâneo.

Disponível nos principais tocadores, o podcast Mil graus apresenta, em seis episódios, os temas abordados no 38º Panorama da Arte Brasileira e contar a história de alguns dos coletivos e artistas que integram esta edição da mostra bienal do MAM. O objetivo é apresentar histórias e discussões sobre arte com temas atuais, mostrando como elas refletem questões sociais, políticas e culturais da contemporaneidade.

Em uma série de cinco episódios disponível nas redes sociais do MAM, o público pode conhecer mais a prática artística e o ateliê de Advânio Lessa, Adriano Amaral, Marina Woisky, Marlene Almeida e Zimar. A série revela conexões singulares entre os processos e os territórios em que cada um dos artistas vive e trabalha.

Em uma colaboração inédita com a Hang Loose, o MAM lança uma linha de produtos do 38º Panorama. Saiba mais aqui. Mais detalhes sobre cada projeto serão divulgados em breve.

Artistas

Adriano Amaral (SP) Marlene Almeida (PB)

Advânio Lessa (MG) Melissa de Oliveira (RJ)

Ana Clara Tito (RJ) Mestre Nado (PE)

Antonio Tarsis (BA) MEXA (SP)

Davi Pontes (RJ) Noara Quintana (SC)

Dona Romana (TO) Paulo Nimer Pjota (SP)

Frederico Filippi (SP) Paulo Pires (MT)

Gabriel Massan (RJ) Rafael RG (SP)

Ivan Campos (AC) Rebeca Carapiá (BA)

Jayme Fygura (BA) Rop Cateh – Alma pintada em

Jonas Van & Juno B. (CE) Terra de Encantaria dos

José Adário dos Santos (BA) Akroá Gamella (em

Joseca Mokahesi Yanomami (RR) colaboração com Gê Viana

Labō (PA) & Rafaela Kennedy (AM) e Thiago Martins de Melo) (MA)

Laís Amaral (RJ) Sallisa Rosa (GO)

Lucas Arruda (SP) Solange Pessoa (MG)

Marcus Deusdedit (MG) Tropa do Gurilouko (RJ)

Maria Lira Marques (MG) Zahỳ Tentehar (MA)

Marina Woisky (SP) Zimar (MA)

Sobre o Panorama da Arte Brasileira do MAM São Paulo | A série de mostras Panorama da Arte Brasileira foi iniciada em 1969 e coincidiu com a instalação do MAM São Paulo em sua sede na marquise do Parque do Ibirapuera. As primeiras edições do Panorama marcaram a história do museu por terem contribuído direta e efetivamente na formação de seu acervo de arte contemporânea. Ao longo das 37 mostras já realizadas, o Panorama do MAM buscou estabelecer diálogos produtivos com diferentes noções sobre a produção artística brasileira, nossa história, cultura e sociedade. Realizado a cada dois anos, sempre produz novas reflexões acerca dos debates mais urgentes da contemporaneidade brasileira.

Sobre o MAM São Paulo

Fundado em 1948, o Museu de Arte Moderna de São Paulo é uma sociedade civil de interesse público, sem fins lucrativos. Sua coleção conta com mais de cinco mil obras produzidas pelos mais representativos nomes da arte moderna e contemporânea, principalmente brasileira. Tanto o acervo quanto as exposições privilegiam o experimentalismo, abrindo-se para a pluralidade da produção artística mundial e a diversidade de interesses das sociedades contemporâneas. O MAM tem uma ampla grade de atividades que inclui cursos, seminários, palestras, performances, espetáculos musicais, sessões de vídeo e práticas artísticas. O conteúdo das exposições e das atividades é acessível a todos os públicos por meio de visitas mediadas em libras, audiodescrição das obras e videoguias em Libras. O acervo de livros, periódicos, documentos e material audiovisual é formado por 65 mil títulos. O intercâmbio com bibliotecas de museus de vários países mantém o acervo vivo.

Localizado no Parque Ibirapuera, a mais importante área verde de São Paulo, o edifício do MAM foi adaptado por Lina Bo Bardi e conta, além das salas de exposição, com ateliê, biblioteca, auditório, restaurante e uma loja onde os visitantes encontram produtos de design, livros de arte e uma linha de objetos com a marca MAM. Os espaços do museu se integram visualmente ao Jardim de Esculturas, projetado por Roberto Burle Marx e Haruyoshi Ono para abriga obras da coleção. Todas as dependências são acessíveis a visitantes com necessidades especiais.

Serviço:

38º Panorama da Arte Brasileira: Mil graus

Curadoria: Germano Dushá, Thiago de Paula Souza

Curadoria-adjunta: Ariana Nuala

Período expositivo: 5 de outubro de 2024 a 26 de janeiro de 2025

Realização: Museu de Arte Moderna de São Paulo

Exibição em: Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, MAC USP

Locais: térreo e terceiro andar

Funcionamento: terça a domingo, das 10h às 21h

Gratuito

Mais informações em mam.org.br/38panorama | comunicacao@mam.org.br.

(Com Anne Tavares/MAM São Paulo)

Galatea em novembro: ‘Francisco Galeno: o Piauí é aqui – o Piauí não é aqui’ e ‘Bahia Afrofuturista: Bauer Sá e Gilberto Filho’

São Paulo, por Kleber Patricio

Francisco Galeno (1957) – Kafofa, c. 2021.

A Galatea encerra o calendário de 2024 ocupando seus dois espaços em São Paulo com exposições que celebram a produção artística nordestina: Francisco Galeno: o Piauí é aqui — o Piauí não é aqui, na Oscar Freire, e Bahia afrofuturista: Bauer Sá e Gilberto Filho, no espaço da Padre João Manuel.

A primeira, com abertura marcada para o dia 12 de novembro, na Oscar Freire, apresenta um conjunto de 44 obras do artista Francisco Galeno, que ao longo de sua carreira explorou múltiplas técnicas, como a pintura e escultura em madeira, além da ressignificação de objetos do cotidiano. E, no dia 27 de novembro, na sede da Padre João Manuel, a Galeria traz de seu programa de Salvador a mostra Bahia afrofuturista: Bauer Sá e Gilberto Filho, com a iniciativa de inverter a dinâmica de itinerância de exposições do eixo sudestino, que normalmente partem de São Paulo para outras regiões do Brasil.

Francisco Galeno (1957) – Mato verde [Green Grass], c. 2021.

Com texto crítico do pesquisador e curador Leno Veras, a primeira mostra apresenta trabalhos de Francisco Galeno (Parnaíba, PI, 1957). Produzindo há mais de quatro décadas, o artista construiu o seu vocabulário visual a partir do cruzamento entre as vivências da sua infância no Delta do Parnaíba, no Piauí, e o imaginário modernista de Brasília, para onde a sua família se mudou quando ele tinha 8 anos. Em 1969, instalaram-se em Brazlândia, cidade nos arredores da capital federal, lugar em que Galeno se iniciou enquanto artista e mantém ateliê até hoje. Atualmente, ele vive e trabalha entre Brazlândia e Parnaíba, onde também possui ateliê.

As obras de Galeno conjugam tanto o interesse geométrico que aprendeu em Brasília, com as linhas da arquitetura e as obras de mestres como Alfredo Volpi, Athos Bulcão e Rubem Valentim, quanto um caráter lírico e lúdico ao trazer símbolos da sua infância, dos brinquedos e dos objetos que o cercavam, como as bolas de gude e de futebol, os carretéis da sua mãe rendeira e os anzóis e a madeira do seu pai pescador e marceneiro.

No texto crítico escrito para a exposição, o curador Leno Veras comenta: “Para além de suas temáticas figurativas, nas quais amalgamam-se objetos emergentes do desenho industrial — com forte presença no cotidiano das populações interioranas, como a lamparina (que, em uma de suas obras, desconstrói como que em um projeto técnico ao revés) — e artefatos concebidos por manufatura familiar, como os brinquedos de madeira, suas representações arquitetônico-urbanísticas também dão a ver que o pensamento construtivo é uma linha constante de sua expressão plástica, encontrado, inclusive, na forma concreta que assumem seus assemblages ao emular mobiliários familiares, tal qual gaveteiros de memórias, e histórias que transbordam de seu território originário para um novo quadro, quadrado fincado em meio ao mapa: a capital federal — a moderna Brasília.”

Francisco Galeno, 1957 – Sem título [Untitled], c. 2021.

Tomás Toledo, sócio-fundador da Galetea, destaca alguns aspectos fundamentais da mostra: “Galeno é um artista que trabalha muito com o universo da cultura popular, dos artesãos, dos brinquedos manufaturados, dos objetos do cotidiano de quando era criança — como a lamparina de querosene —, das pinturas presentes em feiras de rua, além de beber de uma geometria vernacular também explorada por artistas como Montez Magno, que mostramos recentemente. A sua pintura é tanto lírica quanto organizada pelo rigor construtivista e pela geometria da arte popular nordestina.”

Bahia afrofuturista: Bauer Sá e Gilberto Filho marca a estreia dos artistas baianos em São Paulo em uma individual que conta com dois núcleos expositivos distintos: no primeiro, um conjunto de 30 fotografias de Bauer Sá, produzidas entre os anos 1990 e 2000, que exploram a ancestralidade afro-brasileira por meio de temáticas raciais e divindades africanas; no segundo, a primeira exposição individual de Gilberto Filho, apresentando esculturas em madeira que datam desde 1992 até o presente e retratam cidades utópicas e modernas nascidas da imaginação do artista.

A mostra, que conta com curadoria de Tomás Toledo e Alana Silveira, esteve em cartaz na Galatea Salvador no período de julho a setembro de 2024. Tanto Bauer Sá quanto Gilberto Filho também fizeram parte da exposição Cais, que inaugurou a sede em Salvador.

Bauer Sá 1950, Djambê Abalê, da série Nós, por exemplo [Djambê Abalê, from the series Nós, por exemplo], Década de 1990 [1990s]. Crédito: Cortesia Bauer Sá e Galatea.

O texto crítico é assinado pelo artista e curador Ayrson Heráclito, reconhecido por seu trabalho que aborda a cultura afro-brasileira e suas conexões históricas, e pelo escritor e historiador Beto Heráclito. Eles destacam que os trabalhos de Bauer e Gilberto, de naturezas distintas, dão a ver diferentes facetas do conceito de afrofuturismo: “A exposição Bahia Afrofuturista: Bauer Sá e Gilberto Filho, ao promover o diálogo entre dois artistas negros com poéticas distintas, busca apresentar diferentes abordagens dessa nova estética, comprometida com o ativismo negro. As linguagens eleitas pelos artistas — a fotografia e a escultura — servem como estratégia para experimentação de conceitos como a corporeidade e a espacialidade em perspectiva afirmativa e afrocentrada”.

Tomás Toledo comenta, ainda, que  a abertura da individual de Francisco Galeno e a itinerância da exposição Bahia afrofuturista: Bauer Sá e Gilberto Filho em São Paulo refletem um dos pilares do programa da galeria: “As duas exposições que abrirão neste mês na Galatea em São Paulo, a do Galeno e a Bahia afrofuturista, são desdobramentos da chegada da Galatea em Salvador, fomentando o trânsito de conhecimentos, práticas, vozes e artistas do Nordeste para o Sudeste a partir das pesquisas desenvolvidas na capital baiana.”

Sobre Francisco Galeno

Francisco Galeno (Parnaíba, PI, 1957) nasceu na região do Delta do Parnaíba, no Piauí. Em 1965, desembarcou com a família em Brasília após seu pai começar a trabalhar na empresa de engenharia e construção Serveng Civilsan. Em 1969, se instalaram em Brazlândia, cidade nos arredores da capital federal onde Galeno se iniciou enquanto artista e mantém ateliê até hoje. O talento para a arte foi transmitido de geração em geração na sua família, que era composta por artesãos. O bisavô era mestre carpina, nome dado a quem produz canoas, e o avô, vaqueiro, produzia peças de couro, como gibão, arreios e selas para montaria. A mãe era costureira e rendeira e seu pai foi pescador e fabricava canoas.

Desde muito jovem Galeno se interessou pela expressão artística, estudando música e teatro antes de se concentrar no campo das artes visuais, começando pela pintura e expandido para obras tridimensionais. Em 1977, frequentou o ateliê-escola do pintor Moreira Azevedo, artista português radicado em Brasília. Em 1978, realizou um curso livre de pintura com Maria Pacca no Centro de Criatividade da Fundação Cultural do DF sob a direção de Luiz Áquila. Mas, para além dos estudos formais, o artista reivindica o aprendizado advindo do contato com os artesãos que o cercavam, com a paisagem e os objetos da sua infância e com a cidade de Brasília. Foi essa mescla que possibilitou o alcance de uma autenticidade no seu trabalho: carretéis, anzóis, pipas e latas de sardinha ora são depurados em linhas e formas geométricas para entrar na sua pintura, ora são apropriados em sua condição de objeto, sendo rearranjados de forma lírica e lúdica para compor uma obra escultórica.

Bauer Sá 1950, White Shoe, da série Nós, por exemplo [White Shoe, from the series Nós, por exemplo], Década de 1990 [1990s]. Crédito: Cortesia Bauer Sá e Galatea.

Desde 2012, Francisco Galeno mantém residência e ateliê em Paranaíba, dividindo-se entre sua cidade natal e Brazlândia. Produzindo continuamente há mais de quatro décadas, em seu currículo somam-se exposições nacionais e internacionais, tais como Brasília, a arte da democracia (Coletiva, FGV Arte, Rio de Janeiro, 2024); Galeno, uma nova direção – Estripulias (Individual, Museu Nacional dos Correios, Brasília, 2014); Monumental — Arte na Marina da Glória (Coletiva, Rio de Janeiro, 2016); Francisco Galeno (Individual, Galerie Debret, Paris, 2002) e Viva Brasil Viva (Coletiva, Liljevalchs Konsthall, Estocolmo, 1991), entre outras. Em 2009, Galeno finalizou, a convite do Iphan, o painel que ocupa o altar da Igrejinha Nossa Senhora de Fátima, em Brasília, onde outrora houve uma pintura de Volpi apagada pelo militares na década de 1960. Suas obras fazem parte de diversas coleções permanentes, tais como: Museu de Arte de Brasília – MAB, Brasília; Palácio do Itamaraty, Brasília; Museu de Arte Contemporânea – MAC Niterói, Rio de Janeiro; e Museu Nacional de Belas Artes – MNBA, Rio de Janeiro.

Sobre Bauer Sá

Bauer Sá nasceu em Salvador, em 1950, cidade em que vive e toma como laboratório de criação para sua produção em fotografia. Formou-se artisticamente a partir da convivência com o seu pai, Armando Sá — um grande pioneiro da fotografia negra baiana — e dos mais de 10 anos em que trabalhou em seu estúdio e laboratório, exercitando tanto o olhar quanto a prática da revelação fotográfica. Desde 1975, atua como fotógrafo documental e jornalístico colaborando com veículos nacionais e internacionais. Seu trabalho autoral, com uma assinatura estética bastante singular, é uma das grandes facetas da fotografia baiana contemporânea e figura em acervos como Coleção Pirelli/MASP de Fotografia, Museu Afro Brasil, Museu da Fotografia Fortaleza, Museu de Arte Moderna da Bahia e Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira.

As fotografias de Bauer Sá são composições conceituais e poéticas que articulam em imagens a ancestralidade e a cultura afro-brasileira, com grande enfoque para as divindades africanas e para temas sociais incontornáveis entre as populações negras, como o racismo. São imagens meticulosamente construídas e moldadas por meio de cenas ensaiadas e dirigidas em que ora um homem, ora uma mulher, sempre negros, interagem com objetos e elementos da natureza, comunicando-se com o espectador por meio de olhares e poses dramatizadas pela luz e sombra da fotografia analógica branca e preta.

Retrato Bauer Sá. Crédito: Sergio Benutti.

Entre as exposições que participou, destacam-se 17º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte (1985, Belo Horizonte); Os Herdeiros da Noite: fragmentos do imaginário negro (Pinacoteca de São Paulo, São Paulo, 1994; Espaço Cultural 508 Sul, Brasília, 1995); A Hidden View: Images of Bahia, Brazil (Concourse Gallery – Barbican Centre, Londres, 1994); Novas Travessias: New Directions in Brazilian Photography (The Photographer’s Gallery, Londres, 1996) e Brasil + 500 — Mostra do Redescobrimento. Negro de Corpo e Alma. (Fundação Bienal, São Paulo, 2000; Casa França-Brasil, Rio de Janeiro, 2000); Réplica e Rebeldia: Artistas de Angola, Brasil, Cabo Verde e Moçambique (Museu Nacional de Arte de Maputo, Maputo, Moçambique, 2006; Centro Cultural Português, Luanda, Angola, 2006; Museu de Arte Moderna da Bahia — MAM Bahia, Salvador, 2006; Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro — Mam Rio, Rio de Janeiro, 2006; Centro Cultural Banco do Brasil — CCBB Brasília, Brasília, 2007; Palácio Cultura Ildo Lobo, Praia, Cabo Verde, 2007); Coleção Pirelli/MASP de Fotografia – 18ª edição (Museu de Arte de São Paulo — MASP, São Paulo, 2010), Axé Bahia: The Power Of Art In An Afro-Brazilian Metropolis (The Fowler Museum, Los Angeles, USA, 2018) e Histórias afro-atlânticas (Museu de Arte de São Paulo — MASP, São Paulo, 2018), entre outras. Sua obra faz parte de diversas coleções permanentes, tais como Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira — MUNCAB, Salvador; Museu de Arte Moderna da Bahia — MAM Bahia, Salvador; Museu Afro Brasil, São Paul; Coleção Pireli/MASP, São Paulo; e Museu da Fotografia, Fortaleza.

Sobre Gilberto Filho

Nascido na cidade de Cachoeira, no Recôncavo da Bahia, em 12 de novembro de 1953, Gilberto Dias Barbosa Filho é filho de Elza Oliveira Barbosa e Gilberto Dias Barbosa. A sua mãe trabalhava na fabricação de charutos, enquanto seu pai era marceneiro. Ele é casado com Zilma Nascimento Pessoa, professora; a filha do casal, Jamile Pessoa Barbosa, também é professora.

Gilberto comumente utiliza em suas esculturas madeiras como pau d’arco, sucupira, angelim e louro, que são cortadas, entalhadas e montadas com o auxílio de formões, serrotes e martelos. Os blocos resultantes harmonizam formas, cores e tamanhos que chegam a 2,5 m de altura.

Para o escultor, “a madeira conduz o processo de criação, ela revela como a obra será realizada, é um gatilho para desenvolver a criatividade”. Ele faz questão de enfatizar o papel da imaginação na construção de sua arte: “Não faço cópias de prédios, mas utilizo a imaginação e a beleza da madeira para esculpir as minhas peças”. Diz também que seu processo é lento, dura meses até finalizar uma escultura (Entrevista, 9 mar. 2022).

 Sobre a Galatea

Sob o comando dos sócios Antonia Bergamin, Conrado Mesquita e Tomás Toledo, a Galatea conta com dois espaços vizinhos na cidade de São Paulo: a unidade localizada na Rua Oscar Freire, 379 e a nova unidade localizada na Rua Padre João Manoel, 808. A galeria também tem uma sede em Salvador, na Rua Chile, 22, no centro histórico da capital baiana.

A Galatea surge a partir das diferentes e complementares trajetórias e vivências de seus sócios-fundadores: Antonia Bergamin, que foi sócia-diretora de uma galeria de grande porte em São Paulo; Conrado Mesquita, marchand e colecionador especializado em descobrir grandes obras em lugares improváveis, e Tomás Toledo, curador que contribuiu para a histórica renovação institucional do MASP, saindo em 2022 como curador-chefe.

Com foco na arte brasileira moderna e contemporânea, trabalha e comercializa tanto nomes consagrados do cenário artístico nacional quanto novos talentos da arte contemporânea, além de promover o resgate de artistas históricos. Idealizada com o propósito de valorizar as relações que dão vida à arte, a galeria surge no mercado para reinventar e aprofundar as conexões entre artistas, galeristas e colecionadores.

Serviço:

Exposição Francisco Galeno: o Piauí é aqui — o Piauí não é aqui

Local:  Galatea

Endereço: Rua Oscar Freire, 379 – Jardins, São Paulo – SP

Abertura: 12 de novembro | 18h às 21h

Período expositivo: 12 de novembro a 25 de janeiro de 2025

Horário de funcionamento: Segunda à quinta das 10h às 19h | Sexta das 10h às 18h | Sábado das 11h às 17h

Mais informações: https://www.galatea.art/

Instagram: @galatea.art.

Exposição Bahia Afrofuturista: Bauer Sá e Gilberto Filho

Local:  Galatea

Endereço: Rua Padre João Manuel, 808 – Jardins, São Paulo – SP

Abertura: 27 de novembro

Período expositivo: 27 de novembro a 25 de janeiro de 2025

Horário de funcionamento: segunda a quinta das 10h às 19h | sexta das 10h às 18h; sábado das 11h às 17h

Mais informações: https://www.galatea.art/

Instagram: @galatea.art. 

(Com Edgard Silveira/A4&Holofote Comunicação)

Itumbiara recebe exposição fotográfica criada por jovens estudantes do projeto Retratos da Terra

Itumbiara, por Kleber Patricio

Mostra fotográfica Retratos da Terra. Crédito: Marcelo.

Itumbiara, interior de Goiás, recebe, até 30 de novembro, uma mostra fotográfica com obras dos jovens que participaram do Retratos da Terra, projeto cultural idealizado pela Elo3 e realizado com a Lei Rouanet de incentivo à cultura, sob patrocínio da BP Bioenergy. A mostra ‘Prevenção do meio ambiente, sustentabilidade e energia renovável’ acontece no Instituto Federal de Goiás.

Os integrantes do Retratos da Terra participaram de uma formação de dois meses envolvendo discussões sobre protagonismo social e um contato artístico e profissionalizante sobre fotografia abordando temas importantes como a reciclagem e a sustentabilidade. As aulas teóricas e práticas foram ministradas por Karina Bacchi, Bacharel em Fotografia pelo Senac/ SP e pós-graduada em cinema, vídeo e fotografia pela faculdade de Belas Artes, além de profissionais convidados. “Mais do que um projeto fotográfico, Retratos da Terra é uma jornada de autoconhecimento e empoderamento que capacita os jovens para serem agentes de mudança em suas próprias comunidades e de suas histórias”, explica Soraya Galgane, idealizadora da iniciativa e diretora da Elo3.

Fotografia exposta no Instituto Federal de Goiás na Mostra Retratos da Terra. Crédito: Aluna Paula Raiane.

No primeiro semestre, os 27 alunos do ensino fundamental, com idades entre oito e dez anos, da Escola Prof.ª Elias Bargis Mathias, receberam aulas ministradas por Karina Bacci, fotógrafa e professora do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP), que também é curadora do projeto. A iniciativa contou ainda com a participação do fotógrafo local Beto Salgado.

Mais informações na página oficial do projeto no Instagram.

Serviço:

Retratos da Terra

Instituto Federal de Goiás – unidade Itumbiara

De 5 a 30 de novembro | de segunda a sexta, das 6h às 22h

Endereço: Av. Furnas, 55 – Village Imperial, Itumbiara (GO)

Gratuito.

Sobre a Elo3

Há 20 anos fazendo produções culturais engajadas na democratização do acesso à arte, a Elo3 alia-se à iniciativa privada para realizar seu propósito e ampliar seu alcance. Sempre com a colaboração de grandes artistas e profissionais e o apoio de empresas que compartilham os mesmos valores, a Elo3 oferece à sociedade projetos questionadores, inovadores e transformadores, como a Mostra 3M de Arte. Conheça mais sobre a Elo3 no nosso perfil no Instagram ou no site.
(Com Gabriel Aquino/Agência Lema)

Concerto celebra os 200 anos da 9ª Sinfonia de Beethoven e os 10 anos da Sinfônica de Indaiatuba

Indaiatuba, por Kleber Patricio

Concerto comemorativo acontece no dia 23 de novembro em Indaiatuba. Fotos: Felipe Gomes.

Celebrando uma década de existência, a Orquestra Sinfônica de Indaiatuba apresenta, no dia 23 de novembro, às 20h, a Sinfonia nº 9 de Ludwig van Beethoven com solistas e coros convidados. A apresentação acontece na Sala Acrísio de Camargo (Ciaei), em Indaiatuba (SP) e conta com direção e regência do maestro Paulo de Paula.

Conhecida também como Coral, a Nona Sinfonia de Beethoven – que completa 200 anos – é considerada uma das obras mais importantes da música ocidental, sendo a primeira sinfonia a incluir vozes em seu movimento final e defendendo liberdade, igualdade e fraternidade, valores exaltados pelo compositor por toda sua vida.

Convidados

O concerto contará com a participação de quatro solistas convidados: Thayana Roverso (soprano), Juliana Taino (mezzo-soprano), Cleyton Pulzi (tenor) e Marcelo Ferreira (barítono). Além deles, também participarão o Coro Contemporâneo de Campinas, sob regência de Ângelo Fernandes; o Collegium Vocale Campinas, com regência de Akira Kawamoto e Madrigal São Paulo, liderado por Maíra Ferreira. Com isso, serão mais de 160 músicos no palco do Ciaei.

A apresentação também marca os 20 anos da Amoji (Associação Mantenedora da Orquestra Jovem de Indaiatuba). “Além da Sinfônica, a Amoji também é mantenedora da Escola de Música da Orquestra, da Orquestra Jovem de Indaiatuba e, também, de orquestras infanto-juvenis, todas com foco em ensinar quem quer viver ou experienciar a música, arte muito benéfica do ponto de vista social”, conta o maestro Paulo de Paula, que explica como todo esse projeto é essencial para a cidade. “Temos desde o lado mais artístico, com a Orquestra Sinfônica fazendo apresentações em teatros nestes 10 anos, até o lado mais social, pedagógico e educativo, sempre com foco em atingir a comunidade de Indaiatuba”, finaliza.

Ingressos |Para apreciar o concerto é necessário trocar o ingresso por um quilo de alimento não perecível, com foco em achocolatado, doces, leite em pó, café e óleo, que serão destinados ao projeto Um Natal mais Feliz para Todos, do Funssol (Fundo Social de Solidariedade de Indaiatuba). A troca acontece a partir do dia 18 de novembro, na Secretaria da Cultura de Indaiatuba, que fica na rua das Primaveras, 210 – Jardim Pompeia, Indaiatuba (SP).

Direção e regência serão do maestro Paulo de Paula.

O concerto é uma realização do Ministério da Cultura por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do estado de São Paulo, da Prefeitura Municipal de Indaiatuba por meio da Secretaria Municipal de Cultura e tem patrocínio de John Deere, Tuberfil e Plastek. A Sala Acrísio de Camargo fica na Avenida Engenheiro Fábio Roberto Barnabé, 3665 – Jardim Regina, Indaiatuba (SP).

Sobre a Amoji | A Associação Mantenedora da Orquestra Jovem de Indaiatuba (Amoji) é responsável pela manutenção da Orquestra Sinfônica de Indaiatuba, que vem se destacando por sua intensa atuação na divulgação e popularização da música orquestral realizando, anualmente, mais de uma dezena de concertos gratuitos, com participação de músicos do município de Indaiatuba (SP) e solistas de renome. Promove também o Encontro Musical de Indaiatuba (EMIn), que disponibiliza masterclasses para estudantes de música de todo o Brasil e uma programação cultural de concertos para a comunidade.

Serviço:
Concerto: Nona Sinfonia de Beethoven
Data: 23/11 | Horário: 20h
Local: Sala Acrísio de Camargo (Ciaei)
Endereço: Avenida Engenheiro Fábio Roberto Barnabé, 3665 – Jardim Regina, Indaiatuba (SP) – mapa aqui 
Ingresso: Um alimento não perecível trocado a partir do dia 18 na Secretaria Municipal da Cultura – Rua das Primaveras, 210, Jardim Pompeia – mapa aqui. 

(Com Samanta De Martino/Armazém da Notícia)

Teatro Escola Macunaíma recebe reitor e professores do GITIS – Russian Institute of Theatre Arts para aulas no Sistema Stanislávski

São Paulo, por Kleber Patricio

Fachada do GITIS.

Para celebrar os 160 anos de nascimento de Stanislavski (1863–1938), o Teatro Escola Macunaíma e o GITIS – Russian Institute of Theatre Arts se uniram para oferecer aos artistas brasileiros a oportunidade de experimentar aulas, técnicas e métodos aplicados neste instituto russo, referência mundial em teatro, o GITIS. Entre os dias 29 de novembro e 10 de dezembro de 2024 acontecem diversas atividades no Teatro Escola Macunaíma, na unidade Barra Funda, para homenagear esse grande ator, diretor, pedagogo e escritor russo. “Stanislavski foi revolucionário porque desenvolveu uma nova forma de atuar cujo objetivo era revelar o espírito humano. Para ele, a atuação precisava mostrar a verdade interior de cada ser”, comenta Simone Shuba, professora do Teatro Escola Macunaíma.

A programação, que também celebra os 50 anos do Teatro Escola Macunaíma, começa com o workshop O Sistema Stanislavski no Século XXI por GITIS, ministrado por três professores da instituição russa, com coordenação de Grigori Zaslavsky. As aulas, todas com tradução simultânea, acontecem entre os dias 29 de novembro e 5 de dezembro das 9h às 17h30 no Macunaíma Unidade Barra Funda. Ao longo de sete dias, os alunos participarão de muitas sessões práticas e teóricas que revelam o processo de análise ativa de Stanislavski no século XXI. “Ele individualiza a criação a partir da visão de mundo de cada um para poder chegar na verdade íntima e profunda de cada ser”, explica Simone.

Para isso, o pensador russo criou um Sistema. “Ele planejou um sistema pedagógico e artístico para ser trabalhado com estudantes, propiciando uma mudança de paradigma. Para Stanislavski, o elemento mais importante na cena é o ator, mas um ator que é também um ser humano que experiencia uma circunstância e compartilha isso com a plateia. É como se o espectador também fosse personagem”, completa. 

A Importância de Stanislavski e da GITIS para o Teatro Brasileiro

A GITIS, fundada em 1878, é a maior e mais antiga escola de teatro russa. É a única academia de teatro que treina estudantes em todas as profissões nas artes teatrais, ao mesmo tempo que oferece educação universitária tradicional em artes e humanidades. As oito faculdades da escola acolhem anualmente 1.500 estudantes russos e estrangeiros. O ensino baseia-se na busca pela harmonia entre os sistemas desenvolvidos por Constantin Stanislavski e Michel Chekhov. 

Programação aberta ao público

Os interessados pelo mundo do teatro também podem aproveitar essa programação de homenagem. Entre os dias 29 de novembro e 5 de dezembro fica em cartaz no Teatro Escola Macunaíma a exposição Stanislavski 160 AnosSerá uma atração multimídia dedicada à vida e à obra do gênio. “O público conhecerá mais a fundo esse gênio por meio de um vídeo elaborado pelo GITIS”, conta Luciano Castiel, diretor do Teatro Escola Macunaíma.

E no dia 10 de dezembro, às 20h, acontece uma palestra com o reitor do GITIS, Grigori Zaslavsky. No cargo desde 2016, ele também é professor de história do teatro na instituição. “Essa parceria entre o Macunaíma e o GITIS foi viabilizada pelo Russian Seasons, uma temporada de arte e cultura financiada pelo estado russo em todo o mundo”, afirma Castiel.  

GITIS-FEST

Há ainda outra ação relacionada a esse intercâmbio. Em 2025, o Teatro Escola Macunaíma participa da 5ª edição do GITIS-FEST, um festival internacional de peças estudantis que acontece em Moscou.  grigori “Para estar presente no evento, era preciso apresentar um espetáculo de um autor nacional que se relaciona com algum escritor russo. Passado, Presente Zenturo foi a peça da nossa escola selecionada para representar o Brasil na mostra. Trata-se de um diálogo entre As Três Irmãs (1900), de Tchekhov, e Marcha para Zenturo (2010), da Grace Passô”, diz o professor André Haidamus, diretor da montagem.

A trama acontece em 2441, durante uma festa de Ano Novo que marca o reencontro de um grupo de pessoas com laços de amizade do passado. No futuro, viver o agora é uma doença, mas tem quem ouse viver o presente. No elenco estão Angelo Marin, Caroline Felizardo, Débora Fogaça, Emma Rossi, Fernanda Mamedes, Gabriel Roberto, Gustavo Mafia, João Márcio, Julia Mendes, Lenon Bidoia, Lorenza Vilalba, Luiz Feltrin, Marcela Fonseca e Mauro Ornelas.

O espetáculo já participou do 30° Festival de Teatro de Vinhedo e está em cartaz no Teatro Escola Macunaíma desde 20 de setembro. A temporada acaba em 27 de outubro. “Ficamos muito felizes, porque o Macunaíma é a única escola técnica a participar desta edição do GITIS-FEST”, celebra Castiel.   

SOBRE O GITIS 

GITIS – Russian Institute of Theatre Arts, sediado em Moscou. Crédito: A. Savin/Wikipedia.

Fundado em 1878, o GITIS (Russian Institute of Theatre Arts) é uma lenda viva das artes cênicas. A instituição é reconhecida por sua abordagem única, que combina tradições russas com respeito aos métodos existentes para quebrar as regras e inventar novas abordagens. Os alunos são preparados para enfrentar desafios contemporâneos com produções regulares e colaborações internacionais, sendo um ponto de encontro global das artes cênicas.

SOBRE GRIGORI ZASLAVSKY

Nascido em 1967, Grigori Zaslavsky é reitor do Instituto Russo de Artes Teatrais (GITIS) desde 2016. Graduado em Estudos Teatrais, possui PhD em Filologia. Iniciou sua carreira no jornalismo cultural em 1989, trabalhando em diversos meios, como Moskovsky Komsomolets e a rádio Vesti-FM. Cofundador do Helikon-Opera, Zaslavsky é também professor de história do teatro no GITIS. Foi membro do Conselho Público do Ministério da Cultura e da Câmara Pública da Federação Russa. É Artista Honorário da Rússia (2021).

 

Serviço:
Workshop O Sistema Stanislavski no Século XXI por GITIS
Data: 29 de novembro a 5 de dezembro, das 9h às 17h30
Local: Macunaíma Unidade Barra Funda – Rua Adolfo Gordo, 238 – Santa Cecília – São Paulo – SP Próximo ao Metro Marechal Deodoro
Valores subsidiados: R$100,00 (atrizes e atores formados no Macunaíma) ou R$200,00 (atrizes e atores com DRT)
Faça sua inscrição por meio deste link: https://macunaima.online/GITIS

Pré-requisito: Necessário ter DRT
Vagas: 45
*Haverá tradução simultânea das aulas.

Exposição Stanislavski 160 Anos
Data: 29 de novembro a 5 de dezembro
Local: Macunaíma Unidade Barra Funda – Rua Adolfo Gordo, 238 – Santa Cecília – São Paulo – SP Próximo ao Metrô Marechal Deodoro
Gratuita.

Palestra do reitor do GITIS, Grigori Zaslavsky
Data: 10 de dezembro, às 20h
Local: Macunaíma Unidade Barra Funda – Rua Adolfo Gordo, 238 – Santa Cecília – São Paulo – SP Próximo ao Metrô Marechal Deodoro
Gratuita.

(Com Daniele Valério/Canal Aberto Assessoria de Imprensa)