Estudo da USP, UERJ e parceiros propõe modelo conceitual que conecta consumo alimentar a desnutrição, obesidade e mudanças climáticas; pesquisa destaca papel dos padrões da alimentação na crise climática e no aumento da obesidade


Brasil
Exposição ocupará mais de 1.500 metros quadrados no terraço do Shopping Leblon, com 9 salas imersivas, centenas de itens pessoais e tecnologia de ponta.
Maior mostra já realizada para celebrar a vida e obra de um dos grandes nomes da música nacional, a exposição Cazuza Exagerado terá sua estreia nacional em 12 de junho, quando ocupará uma área de mais de 1.500 metros quadrados, montada no terraço do Shopping Leblon, no bairro onde Cazuza viveu e se tornou uma figura marcante na cena cultural carioca e de todo o país. A venda para o público em geral está disponível desde 26 de maio pelo site cazuzaexposicao.com.br.
Com inúmeros itens de um acervo pessoal preservado durante décadas por Lucinha Araújo, mãe do artista e presidente da Sociedade Viva Cazuza, a exposição será dividida em nove salas e é a maior já realizada sobre o cantor, compositor e poeta. A curadoria é assinada por Ramon Nunes Mello, que organizou os livros Meu Lance é Poesia e Protegi Teu Nome por Amor, sobre Cazuza, e a direção artística é do Caselúdico. A realização da mostra é da Hit Makers, empresa do Grupo 4ZERO4. “Cazuza nos inspira a enxergar a vida com mais coragem, irreverência e arte”, destaca Fernando Ligório, CEO do Grupo 4ZERO4. “Depois de tantas exposições dedicadas a grandes nomes e marcas internacionais, chegou a hora de exaltarmos um dos nossos maiores ícones, com a mesma estrutura, qualidade e experiência de uma grande exposição internacional.”
Apresentada pelo Ministério da Cultura e Bradesco, com patrocínio do Shopping Leblon e da Helloo, Cazuza Exagerado celebra os 40 anos de Exagerado, álbum que marcou o início da carreira solo de um dos artistas mais inquietos e geniais da música brasileira. A exposição propõe uma imersão sensorial e emocional por meio de ambientes temáticos que revisitam todas as fases da trajetória de Cazuza — da infância ao auge da fama, passando pelos anos à frente do Barão Vermelho, a carreira solo e sua atuação como cronista da geração 80. Ambientes cenográficos, recursos tecnológicos e experiências interativas criadas com inteligência artificial e hologramas completam a jornada.
Entre os destaques do acervo de itens, que em sua maioria nunca foram apresentados ao grande público, estão roupas e figurinos de palco, cartas, documentos, manuscritos de letras e poemas, objetos pessoais, desenhos e registros raros em áudio e vídeo. Alguns documentos como um álbum do bebê Agenor, uma caderneta escolar e um diário do artista, estão sendo replicados fielmente, para que o público possa manuseá-los. Fotos, bilhetes, lembretes, anotações e documentos pessoais recriam quase que cronologicamente toda a história da vida singular do artista.
A música está presente em toda a exposição e em vários momentos o público poderá ouvir as canções do artista e assistir seus vídeos. Lucinha sempre guardou todas as críticas e matérias sobre Cazuza em jornais e revistas, e tudo isso estará digitalizado e disponível para o público. Vídeos também estarão acessíveis, bem como as letras originais das canções datilografadas pelo próprio artista. Tudo cuidadosamente preservado pela família e guardado pela Sociedade Viva Cazuza.
A mostra também traz depoimentos de dezenas de artistas e profissionais, como Caetano Veloso, Caio Fernando Abreu, Frejat, Gilberto Gil, Ney Matogrosso e Fernanda Montenegro, entre muitos outros, cujos caminhos cruzaram com o do artista em algum momento ou cujas carreiras e vidas foram impactadas por ele. “Reunimos memórias, sons, imagens e emoções que estavam comigo e que agora poderão tocar novas pessoas”, afirma Lucinha Araújo. “É uma exposição feita com o coração, pensando em quem ama música e acredita na força da arte.”
A exposição
As nove salas da mostra foram concebidas para criar uma narrativa visual e sonora da vida de Cazuza. A exposição percorre diferentes momentos da vida e da carreira de Cazuza. Na Sala 1, intitulada Agenor Caju, o visitante entra em contato com o ambiente familiar, os primeiros anos escolares e os encontros iniciais com o teatro e o circo — experiências que moldaram a personalidade inquieta do artista desde cedo.
Na sequência, a Sala 2, Maior Abandonado, mergulha nos anos iniciais da trajetória musical, destacando sua atuação como vocalista do Barão Vermelho. Registros de shows, imagens de bastidores e materiais originais dos três álbuns gravados com a banda ajudam a compor o retrato de um período de efervescência criativa e descobertas.
A fase solo é abordada na Sala 3, Eu Sou Manchete Popular / Álbuns Solo, por meio de uma cenografia interativa que projeta críticas, matérias e imagens raras preservadas ao longo das décadas. A ambientação sonora e visual dá corpo à transformação de Cazuza em um artista de voz própria e presença intensa na mídia.
Momentos emblemáticos da relação do cantor com a televisão ganham destaque na Sala 4, Viva o Chacrinha, Viva o Palhaço. Nela, o clima irreverente de suas participações no programa do Velho Guerreiro é recriado com luzes e elementos cênicos, incluindo a presença de projeções que aproximam o artista e o apresentador do público em uma interação inesperada.
A Sala 5, Cazuza por Toda Parte, amplia essa dimensão midiática em um ambiente audiovisual que sincroniza trilhas e imagens em painéis e monitores. O efeito é o de um fluxo contínuo de memórias, como se o visitante transitasse pelas múltiplas camadas da presença cultural de Cazuza ao longo do tempo.
A exposição também aborda os últimos anos de vida do artista com sensibilidade. A Sala 6, Caravana do Delírio, recria a famosa veraneio preta com a qual Cazuza cruzava o Rio de Janeiro ao lado dos amigos. Projeções ao volante e réplicas dos álbuns de família criam uma atmosfera intimista e comovente.
Já a Sala 7, Camarim / O Tempo Não Para, reconstrói o camarim do último show no Canecão e propõe uma imersão no repertório do disco ao vivo que marcou sua maturidade artística. A cenografia evoca a força das apresentações finais, revelando um artista consciente do tempo e de sua urgência.
No trecho final do percurso, a Sala 8, Na Mídia, na Novidade Média, traz vitrines de filmes em que teve participações e fachadas icônicas da vida carioca que eram frequentadas por Cazuza — como a Galeria Alaska e a Pizzaria Guanabara. Esses espaços são recriados com projeções de vídeos, novelas e clipes, contextualizando sua presença marcante na cultura pop nacional.
Fechando a experiência, a Sala 9, Eu Ando Muito Bem Acompanhado, simula um dos lugares mais frequentados por Cazuza e sua turma, o salão da icônica Pizzaria Guanabara, onde o público pode interagir com personagens reais da vida de Cazuza. Sentados nas mesas, o público escolhe o personagem com quem quer “conversar” e através de depoimentos em vídeo interage com os amigos e parceiros como Ney Matogrosso, Gilberto Gil, Frejat, Bebel Gilberto e Sandra de Sá, revelando camadas afetivas de sua trajetória. “Cada sala foi pensada para provocar emoção, como se o público caminhasse pelos bastidores da vida e da obra de Cazuza”, resume Ramon Nunes Mello, curador da mostra.
A exposição também conta com uma loja oficial, onde o público poderá adquirir produtos inspirados na obra e na imagem de Cazuza, como vinis dos álbuns Burguesia, O Tempo Não Para, Ideologia e Por Aí…, pins, camisetas, azulejos decorativos e outros itens exclusivos.
Serviço:
Onde: Terraço do Shopping Leblon
Endereço: Av. Afrânio de Melo Franco, 290 – Leblon, Rio de Janeiro – RJ, 22430-060
Quando: a partir de 12 de junho de 2025
Classificação Etária: Livre
Horário: segunda a sábado, das 10h às 22h / domingos e feriados: das 13h às 21h
Ingressos em cazuzaexposicao.com.br
Venda geral
Preços:
De segunda a sexta-feira (dias úteis):
Meia-entrada: R$ 40,00 / Inteira: R$ 80,00
Flex: R$ 100,00*
Finais de semana e feriados:
Meia-entrada: R$ 50,00 / Inteira: R$ 100,00
Flex: R$ 120,00*
*Ingresso Flex permite acesso à experiência em qualquer horário do dia selecionado.
Observações: Clientes pessoa física dos cartões de crédito Bradesco, Bradescard, next e Digio têm desconto de 20% também durante a venda geral.
Ingresso Social: R$ 50 (válido para todos os dias, com venda somente na bilheteria).
(Com Vanessa Rosseto/Approach Comunicação)
Dando sequência ao sucesso da turnê de Batidão Tropical 2.0 pelo Brasil, a cantora Pabllo Vittar agora se prepara para cruzar continentes com seus shows. Ao todo, serão 11 datas contemplando cidades dos Estados Unidos, México, Portugal e Brasil. Seguindo a temporada 2025, Pabllo apresentará ao vivo no palco seu primeiro single do ano, ‘Fantasía’, lançado em parceria com a cantora argentina Nathy Peluso. “Estou muito feliz em levar os shows de Batidão Tropical mundo afora! Não vejo a hora de apresentar e ver de perto o público que me acompanha nesses países. Tenho certeza de que serão performances marcantes e inesquecíveis.”, afirma Pabllo.
Acompanhada por seus bailarinos, Pabllo Vittar vai interpretar com toda energia e performance sucessos do álbum “Batidão Tropical Vol. 2”, como “São Amores” e “Rubi”; do Volume 1, como “Zap Zum” e “Triste com T”, além de outros hits da carreira, como “Alibi” e “Sua Cara”, entre muitos outros.
2025 vem se apresentando um grande ano para a artista. Após a segunda edição do Bloco da Pabllo, que reuniu mais de 1 milhão de pessoas em SP, uma agenda intensa de shows no carnaval pelo Brasil, e o lançamento em abril de “Fantasía”, sua primeira música de trabalho da temporada, Pabllo anunciou ainda a estreia do projeto “Club Vittar”, uma festa em que a cantora vira DJ e fica à frente das pick-ups. As duas primeiras apresentações aconteceram em São Paulo e no Rio de Janeiro, e, agora, a artista já tem data marcada em Recife, Belo Horizonte, Goiânia e Fortaleza.
Em 2024 Pabllo lançou “Batidão Tropical Vol.2” com grande sucesso, alcançando 4,7 milhões de streams no Spotify em 24 horas e com cinco músicas do álbum no TOP 50. Em maio, a cantora foi destaque no show histórico realizado por Madonna na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. Em meio à turnê do volume 2 do Batidão Tropical, Pabllo viu seu nome ganhar as paradas musicais de todo o mundo, batendo recordes com a música “Alibi”, parceria com a irani-neerlandesa Sevdaliza e a francesa Yseult. A música rendeu um disco de platina e entrou no TOP 50 do Spotify Global, fazendo com que a artista se tornasse a primeira drag brasileira a entrar no ranking global e ser dona do terceiro maior pico de um artista brasileiro na plataforma de música. No mesmo ano, Pabllo ganhou ainda o MTV European Music Awards (EMA), uma das maiores premiações da música, na categoria “Melhor Artista Brasileiro”.
BATIDÃO TROPICAL TOUR
31/05 – Outloud Music Festival @ Los Angeles, USA
06/06 – Pridefest @ Milwaukee, USA
07/06 – World Pride @ Washington, USA
26/06 – Auditorio BB @ Cidade do México, MEX
28/06 – Lady Land Festival @ Brooklyn, USA
12/07 – Cute Pride Festival @ Monterrey, MEX
19/07 – Dour Festival @ Dour, BEL
26/07 – Campo Pequeno @ Lisboa, POR
03/08 – Na Praia Festival @ Brasília/DF
16/08 – Grande Vitória/ES [TBA]
20/09 – Viçosa/MG [TBA]
15/11 – Spotted Festival @ Natal/RN.
(Com Fernanda Miranda/Lupa Comunicação)
Com mais de quatro décadas de trajetória, quarteto apresenta seu 16º álbum, unindo composições inéditas e memórias afetivas da MPB, com participação especial de João Carlos Coutinho e Marcelo Costa. Foto: Alexander Landau.
O show Rasgamundo integra a série de apresentações do grupo vocal Boca Livre com repertório de seu mais recente trabalho de estúdio, lançado em 2023. Com mais de quatro décadas de carreira, o conjunto – formado por Mauricio Maestro, David Tygel, Zé Renato e Lourenço Baeta – sobe ao palco do Teatro Paulo Autran, no Sesc Pinheiros, nos dias 13 e 14 de junho, sexta e sábado, às 21h. A apresentação conta com a participação especial dos músicos João Carlos Coutinho (piano) e Marcelo Costa (bateria e percussão).
O título do álbum, inspirado em uma canção de Zé Renato e Lourenço Baeta, “Rasgamundo”, que traduz em suas palavras a ideia de deslocamento e travessia como metáforas da experiência humana e da criação artística. A música fala sobre a necessidade constante de romper barreiras, internas e externas, para encontrar novos caminhos e manter viva a força da arte. Dando o tom ao show.
Com técnica vocal refinada e lirismo característico, o Boca Livre interpreta arranjos que destacam a diversidade de timbres e a precisão harmônica do grupo. O espetáculo alterna momentos de delicadeza e vigor, valorizando as nuances de cada composição. No repertório, canções como “Rio Grande” (Zé Renato e Nando Reis), “Mesmo Se Você Não Vê” (Tim Bernardes) e “O Vento” (Rodrigo Amarante) se somam a canções marcantes da trajetória do quarteto, como “Toada” e “Ponta de Areia”, reafirmando o diálogo contínuo entre passado e presente que marca a identidade do quarteto.
Desde sua formação em 1978, o Boca Livre se consolidou como referência na MPB pela precisão vocal e qualidade dos arranjos. O quarteto se mantém vivo artisticamente, renovando seu repertório sem perder a identidade que o consagrou. O espetáculo no Sesc Pinheiros reforça essa trajetória de inovação e tradição, apresentando ao público uma síntese da evolução do grupo.
Boca Livre | Formado em 1978 no Rio de Janeiro, o grupo Boca Livre é um dos principais representantes da harmonia vocal na música brasileira. Com influências que vão do regional ao erudito, seu trabalho destaca-se por arranjos sofisticados, letras poéticas e interpretações marcantes. O grupo conquistou o Grammy Internacional de Melhor Álbum Pop Latino em 2023 com Pasieros, álbum em homenagem a Rubén Blades. Além do 31º Prêmio da Música Brasileira na categoria Melhor Grupo de MPB.
Ficha Técnica
Boca Livre
Zé Renato – Voz e violão
David Tygel – Voz e viola
Lourenço Baeta – Voz, violão e flauta
Mauricio Maestro – Voz, contrabaixo e arranjos
Músicos Convidados
João Carlos Coutinho – Piano
Marcelo Costa – Bateria e percussão
Equipe Técnica
Sonorização – Kaka (tecnico PA), Eduardo Ohata (técnico monitor)
Iluminação – Pedro Altman (criação e operação)
Técnico de palco – Moskito
Produção
Direção de Produção – Memeca Moschkovich
Produção Executiva- Guete Oliveira
Produção: Rubra Ros.
Serviço:
Boca Livre
Dias: 13 e 14 de junho, sexta e sábado às 21h.
Local: Teatro Paulo Autran
Classificação: 12 anos
Duração: 120 minutos
Ingressos: R$ 70,00 (inteira), R$ 35,00 (meia) e R$ 21,00 (credencial plena)
Vendas Online: 3/6 a partir das 17h, pelo site e pelo aplicativo Credencial Sesc SP
Vendas Presencial: 4/6 a partir das 17h, nas bilheterias da rede Sesc SP
Sesc Pinheiros
Rua Paes Leme, 195
Estacionamento com manobrista: Terça a sexta, das 7h às 21h30; sábados das 10h às 21h; Mais informações: www.sescsp.org.br.
(Com Gleice Nascimento/Assessoria de Imprensa Sesc Pinheiros)
Contradições recentes mostram como a ciência entra e sai da agenda política, como no caso da exploração de petróleo na foz do rio Amazonas. Imagem: Google Earth.
Por Sabine Righetti – Nunca exaltei políticos que supostamente saudaram a ciência na pandemia de Covid-19. Isso porque os posicionamentos políticos têm mais a ver com um território que se deseja marcar do que com a defesa do conhecimento científico em si — e isso muda conforme o contexto. Foi exatamente o que aconteceu recentemente em discussões ambientais importantes no país. Neste Dia Mundial do Meio Ambiente resolvi levantar essa discussão à luz do que estamos presenciando no Congresso Nacional.
Explico. Acabamos de ver o senador Omar Aziz (PSD-AM), que liderou a CPI da Covid, defender a construção da BR-319 no meio da floresta amazônica. Ele falou, em audiência com a participação da ministra Marina Silva — aquela audiência misógina —, em 27 de maio, que a “falta de estrada” fez com que o oxigênio não chegasse em Manaus na crise da Covid de janeiro de 2021.
É uma falácia: como o próprio Omar Aziz constatou na CPI, o Ministério da Saúde, sob Bolsonaro, soube antecipadamente que faltaria oxigênio do Amazonas por causa do crescimento de casos graves, não fez a compra e nem a distribuição necessária por avião. Se tivesse estrada, ainda assim não teria oxigênio. Ele sabe disso.
Do mesmo modo, o senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), que também apoiou a ciência na CPI da Covid — e escreveu um livro sobre isso com o também senador Humberto Costa (PT-PE), “A política contra o vírus” (Cia das Letras, 2022) —, agora defende a exploração de gás da foz do rio Amazonas. Isso contraria o consenso científico global, que prega descarbonização.
O contrassenso de Randolfe Rodrigues é gigante: não é hora de investir em mais energia fóssil (muito menos no meio da floresta!), mas sim de expandir as energias renováveis e limpas. Se isso não acontecer, não conseguiremos conter o aumento da temperatura global e a nossa própria existência estará em risco. Ele também sabe disso.
Omar Aziz e Randolfe Rodrigues foram os senadores que mais basearam suas perguntas e colocações em estudos científicos na CPI da Covid. Importante: eles mencionaram pesquisas renomadas, que dialogavam com o consenso científico, ou seja, que mostravam que o coronavírus era grave e que precisávamos de vacina. Isso foi mostrado no relatório “Evidências em debate – como as evidências científicas foram mobilizadas durante a CPI da Covid”, divulgado à imprensa pela Bori em março de 2023. Cada um deles mencionou três pesquisas em suas falas. Foi o que o autor, o jornalista Marcelo Soares, mestre em divulgação científica no Labjor-Unicamp sob a minha orientação, chamou de “ciência da oposição”.
O mesmo raciocínio pode ser aplicado ao ex-governador João Doria (PSDB-SP), que viu na Coronavac uma forma de se contrapor a Bolsonaro (e talvez ganhar seu eleitorado). Ou para Luiz Henrique Mandetta (União-MS), ministro da Saúde do início do mandato de Bolsonaro, que topou fazer parte de um governo sabidamente negacionista, mas passou a defender a ciência quando isso lhe trouxe holofotes. Ele, aliás, também escreveu um livro sobre isso: “Um paciente chamado Brasil: os bastidores da luta contra o coronavírus” (Objetiva, 2020).
Quando políticos brasileiros recorrem a discursos supostamente baseados em evidências, fica claro que o compromisso não é com a ciência — é com as urnas. O posicionamento pode estar alinhado ao consenso acadêmico hoje se isso for conveniente. Depois, como vimos nas discussões ambientais recentes no país, tudo pode mudar. Cabe a nós, sociedade, cobrar embasamento científico em cada tomada de decisão.
Sobre a autora | Sabine Righetti é jornalista, pesquisadora de comunicação social da ciência e de negacionismo científico no Labjor-Unicamp e cofundadora da Bori. É autora, com Estêvão Gamba, de “Negacionismo científico e suas consequências” (Almedina, 2024).
(Fonte: Agência Bori – Os artigos de opinião publicados não refletem, necessariamente, a opinião da Agência Bori e/ou do website Kleber Patricio Online)
Espaços são limpos e ganham uma “cara nova” com a instalação de canteiros coloridos e o plantio de flores. Foto: Gabriel Beccari.
A Secretaria de Serviços Urbanos e Meio Ambiente de Indaiatuba, município da Região Metropolitana de Campinas (SP), “colore” os locais que são utilizados irregularmente pela população para o descarte de resíduos. Ele acontece em conjunto com o Programa Bairro Limpo, quando a equipe aproveita a ação de limpeza para instalar canteiros e plantar flores nos pontos que mais sofrem com descarte irregular de lixo. No local também são instalados avisos com orientações de como e onde a população pode fazer o descarte correto dos materiais. A proposta é envolver a população no projeto e trabalhar a educação ambiental de uma forma leve e assertiva. Em maio, o bairro escolhido foi o Parque Campo Bonito.
Antes e durante a ação, os agentes ambientais circulam pelo bairro e realizam um trabalho de conscientização envolvendo os moradores do entorno do ponto, abordando sobre a importância do descarte correto e alertando sobre as consequências que o lixo pode causar ao meio ambiente quando não se toma os cuidados necessários.
O secretário de Serviços Urbanos, Guilherme Magnusson, ressaltou que a limpeza urbana é essencial para se alcançar bem-estar e o desenvolvimento do município, e que a Administração Municipal está sempre buscando novas formas de contribuir ainda mais para isso. “O descarte irregular é um problema que há tempos estamos tentando combater aqui em Indaiatuba. Para isso, incentivamos a coleta seletiva com ilhas ecológicas instaladas por toda a cidade, e disponibilizamos quatro ecopontos onde a população pode levar além dos descartáveis, lixo eletrônico, móveis velhos, madeiras e até entulhos resultantes de pequenas reformas”, explicou.
Magnusson também completou que a Prefeitura realiza a Operação Cata-Bagulho, com caminhões que percorrem os bairros com data marcada, para que os munícipes possam se programar e descartar corretamente o que precisa. “Ainda temos as Mega Operações de Limpeza e o Limpa Indaiatuba, que é realizado com o Bairro Limpo. Estamos fazendo nossa parte, mas também precisamos do engajamento da população nesta causa”, explicou.
O Limpa Indaiatuba chegou para reforçar esse trabalho de limpeza urbana, mas também para estimular uma mudança de hábitos, de forma que os usuários possam enxergar a importância do descarte correto do lixo e os seus benefícios. A ideia é que a Prefeitura limpe e os munícipes cuidem para que o local continue sendo de uso da comunidade.
(Com Sirlene Virgilio Bueno/Secom/Prefeitura de Indaiatuba)