“Não se combate a violência com um único modelo de enfrentamento. Cada geração exige uma abordagem diferente”, segundo advogado criminalista Davi Gebara


São Paulo
Foto: National Cancer Institute/Unsplash.
Com vários estudos clínicos de fase III avaliando candidatos à vacina contra o vírus SARS-CoV-2, cresce a expectativa por resultados positivos e se fortalece a visão de que as vacinas deveriam ser tratadas como bem público global. No âmbito desse debate, a transparência e a coordenação da pesquisa e desenvolvimento (P&D) surgem como elementos-chave dos esforços de colaboração internacional que visam garantir a ampla disponibilização de vacinas, tratamentos e testes diagnósticos.
A emergência da Covid-19 alavancou o financiamento para a P&D global, com grande protagonismo dos governos. Porém, a análise a posteriori mostra que parte dos esforços foi desorganizada e concentrada em torno de poucas alternativas. Inúmeros pequenos estudos conduzidos de forma isolada se mostraram incapazes de gerar informação de qualidade para guiar a tomada de decisão.
No caso do Brasil, o montante público investido em P&D para Covid-19, por volta de US$100 milhões, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), ficou bastante aquém dos países desenvolvidos e da demanda da comunidade científica local. Neste momento, o orçamento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) está em seu patamar mais baixo dos últimos anos. E embora o país tenha expertise histórico no desenvolvimento e na produção de vacinas, ainda carece de uma estratégia consistente e cientificamente embasada de enfrentamento à pandemia. Nesse cenário, é crucial reivindicar melhor coordenação estratégica e, sobretudo, maior transparência acerca dos investimentos e custos envolvidos no processo de P&D e produção. Vacinas e medicamentos produzidos com recursos públicos, ainda que em parceria com a iniciativa privada, devem ser eficazes, seguros e disponibilizados à sociedade de maneira acessível.
A Covid-19, aquela que será conhecida como a primeira pandemia moderna, definirá a nossa era e moldará de forma significativa as próximas gerações. Será interessante avaliar no futuro próximo como aspectos pioneiros do combate ao coronavírus, como a agilidade no desenvolvimento de diagnósticos/tratamentos/vacinas, a expansão da telemedicina e a explosão da ciência aberta, via publicação de resultados em preprints e mídias sociais, vão impactar o setor de inovação em saúde. Por outro lado, a clara desorganização e a forma desproporcional com que a Covid-19 impacta as comunidades mais pobres mostram que velhas lacunas permanecem.
Modelos de P&D colaborativos e focados nas necessidades dos pacientes, como o da DNDi, já existem e tem se provado eficientes. Seus sucessos recentes mostram que a parceria entre governos, academia e indústria – e a desvinculação do custo de pesquisa do preço final dos medicamentos – pode acelerar o progresso da ciência e ampliar o acesso aos tratamentos.
Uma lição precisa ser aprendida: P&D robusto, colaborativo, transparente e focado nas necessidades dos pacientes não é apenas possível, mas é provavelmente a melhor estrutura para garantir que os resultados sejam gerados de forma rápida e eficiente e que os produtos sejam amplamente acessíveis a todos aqueles impactados pela pandemia.
Jadel Müller Kratz é gerente de pesquisa e desenvolvimento da Iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi) na América Latina.
(Fonte: Agência Bori)
Desafiado pela esposa, André Scampini transformou hobby em oportunidade de empreender e comercializar uma bebida totalmente diferenciada. Fotos: divulgação.
De acordo com o relatório do Global Entrepreneurship Monitor (GEM), em 2020 o Brasil deve atingir a sua maior taxa de empreendedores iniciais ou donos de negócios com até três anos e meio de atividade. Seja por necessidade ou para realizar um sonho antigo, o fato é que muitos empresários consagrados no mercado hoje acabaram entrando no mundo dos negócios sem qualquer pretensão e transformaram um hobby em uma grande fonte de renda, como é o caso do André Scampini.
Natural de Vitória (ES), André trabalhava na área da Tecnologia da Informação, porém, tinha interesse em conhecer melhor o universo das cervejas artesanais. “Decidi começar um curso, mas apenas como hobby, não tinha qualquer intenção de investir na área”, afirma Scampini. Depois de um período, André parou com as produções caseiras. Certo dia, enquanto olhava suas redes sociais, encontrou um anúncio que chamou sua atenção: “aprenda como fazer o seu próprio destilado em casa”.
O curso em questão era o Mestre dos Destilados, que ensina, por meio de aulas virtuais, como criar qualquer bebida em casa, além de informações sobre o universo dos destilados. “Entrei no site e achei interessante a possibilidade de aprender, em casa, como produzir diversas bebidas, já que eu não conhecia absolutamente nada sobre destilados”, afirma o empresário.
Desafio com sabor de chocolate
O pai de sua esposa é produtor de cacau da região de Linhares (ES). Certo dia, a esposa de André resolveu lançar um desafio e disse se ele conseguia agregar ainda mais valor ao chocolate e cacau produzido pela família. Foi então que Scampini resolveu colocar em prática tudo o que aprendeu no curso de destilados e teve uma ideia ousada: criar uma aguardente de cacau.
O grande desafio foi que, por ser algo ainda pouco explorado, não existiam referências de produção. “Depois de vários estudos e testes, consegui encontrar a receita ideal a fim de deixar a bebida mais aromática e saborosa. Após abrir a empresa, entrar com o pedido de patente e o registro da marca junto ao INPI, fiz uma parceria com uma destilaria do Espírito Santo e vou lançar a bebida no mercado ainda esse ano”, ressalta Scampini.
O curso online e as produções caseiras, que até então eram apenas um hobby, possibilitaram que André participasse de várias feiras e eventos nacionais durante o ano de 2019, inclusive três feiras na Alemanha, e amostras também foram enviadas para alguns países, tais como EUA, Suíça, Portugal e Bélgica. O empresário também já está pensando na possibilidade de exportar sua ideia.
Compromisso ambiental e social
A aguardente, batizada de Cacahuatl, nasceu da necessidade de se aproveitar melhor o fruto do cacau. Considerando-se que seu cultivo se destina à obtenção da amêndoa, o restante do fruto não era aproveitado. Com isso, surgiu a ideia de se produzir uma aguardente inteiramente feita do cacau.
Para conseguir uma matéria-prima de qualidade, o local não poderia ser outro se não Linhares. Recentemente, o município conquistou a Indicação Geográfica (IG) da amêndoa do cacau, qualificando-se para fornecer essa matéria-prima para grandes indústrias de chocolate, nacionais e internacionais.
O cacau em Linhares é cultivado em dois sistemas: “Cabruca” e “SAF”. “Cabruca” (palavra de origem indígena) é um sistema no qual o cacau é cultivado à sombra das grandes árvores da mata nativa, ou seja, não apenas a floresta original é mantida intacta, como na verdade é usada para cultivar o cacaueiro, mantendo vivas e preservadas árvores centenárias.
“SAF” é a sigla para “Sistema Agro-Florestal”, onde o cacau é cultivado juntamente com outras culturas, tais como coqueirais, seringueiras etc. e demais cultivos que resultem em grandes árvores que façam sombra para o cacaueiro. Assim, duas culturas ocupam o mesmo espaço, racionalizando o uso da área e evitando desmatamento desnecessário.
Na parte social, a produção da aguardente cria oportunidades de renda para o produtor de cacau e de trabalho para a população rural, sendo que esta última pode obter a matéria-prima da aguardente e vende-la para a produção da bebida. “Mais trabalho, mais renda, mais oportunidades de ganho para o homem e a mulher do campo”, finaliza Scampini.
Sobre o Mestre dos Destilados
O curso Mestre Dos Destilados, ministrado pelos especialistas Leandro Dias, João Almeida e Arnaldo Ribeiro, é o único no Brasil que ensina como fazer cachaça, rum, vodca, aguardente e outros destilados em casa, de uma maneira rápida e fácil. Este curso utiliza-se dos conceitos de home distilling, onde os equipamentos são de proporções domésticas, mas possuem a mesma tecnologia daqueles utilizados em grandes destilarias – ou seja, agora é possível fazer um destilado de excelente qualidade, em casa, sem precisar pagar uma fortuna em equipamentos nem mesmo possuir conhecimentos técnicos avançados para tanto.
Foto: divulgação/TV Cultura.
Nesta quinta-feira (8/10), a TV Cultura homenageia Zuza Homem de Mello, falecido no domingo (4/10), com uma reapresentação especial do programa Roda Viva. Produtor musical, musicólogo e jornalista, ele dedicou grande parte de sua vida à pesquisa e à divulgação do que há de melhor na música popular e no jazz. A entrevista vai ao ar às 23h15.
Zuza estudou na Juilliard School of Music, em Nova Iorque e na School of Jazz, em Tanglewood, Massachusetts. Além disso, foi engenheiro de som da TV Record na fase dos festivais, atuou como crítico musical no jornal O Estado de S. Paulo, produziu discos, shows e programas, como Jazz Brasil na TV Cultura.
O programa, exibido originalmente em 10 de junho de 2019, conta com bancada composta por Humberto Werneck, escritor e jornalista; Yacoff Sarkovas, consultor empresarial e CEO da Sarkovas Consultoria; Patricia Palumbo, jornalista e apresentadora do programa de rádio Vozes do Brasil; Eric Klug, diretor-executivo dos museus do Futebol e da Língua Portuguesa e Sérgio Molina, compositor e coordenador-geral de música da faculdade Santa Marcelina. A apresentação é de Ricardo Lessa e a edição conta também com desenhos do cartunista Paulo Caruso.
Realização: Fundação Padre Anchieta, Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo e Governo Federal – Lei de Incentivo à Cultura.
Tiê-sangue, ave típica da Mata Atlântica. Imagem de Dave Eslinger por Pixabay.
Mudanças provocadas pela pandemia de Covid-19 em áreas urbanas e rurais ocasionaram redução da poluição e dos ruídos em algumas regiões. Uma consequência positiva é a volta de animais silvestres a locais dos quais eles haviam sido afugentados. Esta movimentação pode ser observada entre espécies de aves, cujo dia é celebrado em 5 de outubro. Nos primeiros meses da quarentena, por exemplo, foram avistados patos silvestres em uma fonte em Roma e nos canais de Veneza, na Itália. Na Índia, um pavão foi flagrado circulando pelas ruas. Os registros foram noticiados por veículos de imprensa de diferentes países. Em bairros de cidades brasileiras, moradores passaram a avistar pássaros mais frequentemente, o que pôde ser observado em diversas postagens em redes sociais digitais.
Conforme explica Cristina Maria Pereira Fotin, membro da Comissão Técnica de Médicos-veterinários de Animais Selvagens do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), essa circulação ocorre porque os animais procuram ambientes que ofereçam condições mais favoráveis, como abrigo seguro e alimento. De acordo com a médica-veterinária, a sociedade pode contribuir ainda mais para que haja a presença das aves ao preservar árvores frutíferas que atraem pássaros e outros animais silvestres. “É fundamental manter a flora existente, fomentar programas de plantio e o consumo consciente para a redução da produção de lixo e resíduos.”
Cristina alerta, entretanto, quanto à importância de não oferecer alimentos ou água para atrair as aves, uma vez que esta prática pode provocar desequilíbrios na dieta de espécies e, ainda, atrair animais com potencial de transmissão de doenças, como ratos e mosquitos, entre outros.
Planejamento urbano e controle de queimadas são cruciais
Tucano: ave tem sido avistada com mais frequência em cidades do interior paulista. Imagem de Jose Eduardo Camargo por Pixabay.
Para a médica-veterinária Hélia Maria Piedade, que faz parte da Comissão Técnica de Animais Selvagens do CRMV-SP, a arborização urbana, incluindo espécies de plantas benéficas para alimentar e abrigar aves, deve fazer parte do planejamento das cidades. “São fundamentais, ainda, medidas para manter os gatos domésticos restritos dentro das residências”, sinaliza Hélia, sobre uma ação de fomento à guarda-responsável que também reduz as chances de os felinos, com seu comportamento predador natural, atacarem aves jovens e ninhos.
Neste contexto, o controle da ocorrência de fogo em áreas verdes é outro tópico enfatizado pela médica-veterinária, cujos impactos são drásticos para toda a fauna silvestre. “Com o fogo, falta alimento, abrigo e parceiros, o que gera desequilíbrio de todo um sistema complexo das relações entre os animais, plantas e meio ambiente”, afirma a profissional.
Saiba o que fazer se encontrar uma ave ferida
É comum as pessoas encontrarem aves feridas nas ruas e estradas, em varandas e quintais das residências. Hélia orienta que a primeira medida é verificar se de fato há sinal de que a ave está machucada. “Muitas vezes está apenas desorientada ou cansada. Nestas situações, geralmente, são filhotes inexperientes”, diz a médica-veterinária, que sugere observar se há outra ave da mesma espécie por perto ou algum ninho. “Caso o local não represente risco imediato ao animal, deixe que ele descanse”, explica Hélia.
O sabiá-laranjeira, ave-símbolo do Estado de São Paulo.
Se realmente for necessário recolher o animal, Cristina explica que a ave deve ser envolvida com uma toalha e colocada em uma caixa ventilada e fechada, de forma a proporcionar sensação de segurança e diminuir o estresse. “Evite pressionar a região peitoral da ave, que controla a respiração. Do contrário, algumas espécies podem causar ferimentos com o bico ou garras na tentativa de se defender.”
Depois, é preciso levar o animal para atendimento em centros de reabilitação e fauna silvestre ou entregá-lo em um posto de polícia ou guarda ambiental para que seja direcionado a pontos de tratamento especializado – os quais, posteriormente, farão a soltura do animal em local apropriado quando a ave estiver preparada.
Hélia enfatiza a delicadeza da constituição física das aves. “Não é recomendo que pessoas não habilitadas façam algum tipo de manobra ou procedimento, tanto para preservar a ave, como para evitar que a pessoa se contamine por uma possível doença que possa ser transmitida.”
Permanecer com a ave não é permitido
Aves de vida livre são protegidas pela Lei Federal nº 9605/98, conhecida como Lei de Crimes Ambientais, que proíbe “matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente”.
Isso significa que não é permitido ao cidadão permanecer com a ave em casa. Todo animal silvestre que necessite de resgate deve ser encaminhado o mais breve possível para os locais autorizados pelo órgão ambiental competente. Confira, na tabela do link abaixo, alguns órgãos que podem receber animais resgatados no Estado de São Paulo:
http://arquivos.ambiente.sp.gov.br/fauna/2015/09/CETAS_CRAS_V4.pdf.
Gilberto Santos, de 63 anos, diz: “Não me vejo mais tendo carro. Com o mono, parece que tenho 18 anos”. Foto: divulgação.
Os cinquentões e sessentões não são mais os mesmos — eles estão cada vez mais dispostos, arrojados, saudáveis, modernos e buscando novas experiências. Os tempos mudaram. Os chamados ageless (pessoas cuja idade não se define pela cronologia) misturam-se facilmente a quarentões e trintões em bares, shoppings, restaurantes, shows, festas e, com muita frequência, é difícil até de identificar, entre eles, quem é o mais jovem ou o mais velho. Não se trata apenas de visual, jeito de se vestir ou local que frequentam. É uma questão de mentalidade e vitalidade, que mudou muito nas últimas décadas.
A turma que nasceu nos anos 50 e 60 sempre enxergou, durante sua adolescência, as pessoas dessa faixa etária como alguém “velho”. Pessoas acima de 40 anos já eram reconhecidas como idosas. “Mas o tempo passou e muita coisa mudou e, com isso, vivemos tempos mais modernos, com novas tecnologias chegando a todas as idades, novas formas de se viver e novos procedimentos”, afirma Márcio Canzian, CEO da Eletricz e diretor da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (Abve). É só reparar como os cinquentões e sessentões se vestem hoje, como fazem atividade física regularmente nas academias e parques, estudam, iniciam faculdades e cursos, viajam com frequência, fazem planos para o futuro, mudam de carreira, se reinventam.
Luis Roberto Fink, 62: “Andar de monociclo é uma terapia”.
“Na mobilidade urbana não é diferente e fica cada vez mais perceptível o crescimento deste perfil de usuário, especialmente no que se refere aos micros modais elétricos”, explica Canzian. Atualmente, basta uma volta pelas ruas e ciclovias de São Paulo para constatar que eles estão lá em seus patinetes, bikes e monociclos elétricos, em números cada vez maiores. “Para mim, o monociclo elétrico representa liberdade. E liberdade não tem idade. Quem pensa muito em idade, perde a liberdade. Me sinto com 15 anos conduzindo meu monociclo”, afirma Márcia Regina, de São José dos Campos (SP), que já pilota há sete anos. Mas Márcia é apenas um dos muitos exemplos de cinquentões e sessentões que encontraram uma espécie de “fonte da juventude” cima dos seus monos. Ela mesma é chamada de “vovó doidinha” pelos netos quando a vêem pilotando.
A Eletricz comercializa monociclos, patinetes e bicicletas elétricos, mas 80% do seu faturamento vêm do monociclo, mercado que ele já virou referência nacional. “Aqui na loja a base principal dos clientes oscila entre 25 e 45 anos. Até um ano atrás, para se ter ideia, o número de clientes acima dos 50 anos era próximo do zero. Hoje, sem dúvida, essa turma que nasceu nos anos 50 e 60 já representa perto de 20% dos nossos negócios”, revela o executivo.
Esse salto aconteceu em apenas um ano e parece ser uma tendência irreversível. De certa forma, a questão da pandemia acabou por impulsionar a adesão das pessoas mais maduras, especialmente aquelas do grupo de risco da Covid-19, já que os micros modais são uma opção mais segura de locomoção. Mas, para muitos deles, modais como o monociclo elétrico também são sinônimo de liberdade, qualidade de vida e diversão pura.
Dentista aposentado, Paulo Sperandio, de 67 anos, pilota seu monociclo há cinco anos: “Antes de andar de monociclo eu tinha várias dores pelo corpo. Não tinha vontade de sair de casa. Hoje eu me sinto uma pessoa de 35 a 40 anos. Melhorou muito minha disposição e até as dores que eu tinha pelo corpo. Uso meu mono o dia todo. Não é a idade que faz a gente não querer sair de casa. Nossa cabeça é que nos limita”.
Eles vão ao mercado, à farmácia, visitar netos e filhos, simplesmente passear e até trabalhar. Não são raros os casos de cinquentões e sessentões que trocaram o automóvel pela praticidade de se locomover diariamente em seu pequeno veículo elétrico. Outro exemplo marcante é Paulo Sperandio, de 67 anos, um dentista aposentado de São Paulo (SP), que pilota seu monociclo há cinco anos. “Antes de andar de monociclo eu tinha várias dores pelo corpo. Não tinha vontade de sair de casa. Hoje eu me sinto uma pessoa de 35 a 40 anos. Melhorou muito minha disposição e até as dores que eu tinha pelo corpo. Uso meu mono o dia todo. Não é a idade que faz a gente não querer sair de casa. Nossa cabeça é que nos limita”, acrescenta. O monociclo elétrico mudou sua vida.
Para Luis Roberto Fink, de 62 anos, que mora em Piratininga (SP), andar de monociclo é uma terapia. “Uma monoterapia, como eu chamo. Quando estou estressado, até minha mulher fala: vai andar de mono”, diz ele. “O monociclo elétrico é pura diversão. Me sinto 30 anos mais jovem quando estou pilotando o meu mono”, conclui. Gilberto Santos, de 63 anos, morador de Taboão da Serra (SP), diz que com ele foi um caso de amor à primeira vista. “Estou realmente encantado com este produto. Antes de ter o meu, quando eu vi um deles passar perto de mim pela primeira vez, eu já pensei: é isso que eu quero”, explica. Gilberto usa seu mono diariamente, a trabalho, para visitar clientes. “Não me vejo mais tendo carro. Com o mono, parece que tenho 18 anos”. “O fato é que esse público, em especial, vem se livrando das crenças limitantes atribuídas à idade cronológica e percebendo que ao mudar a forma como se locomove, ganha, entre outras coisas, algo que vai se tornando cada dia mais valioso: o tempo”, avalia Márcio Canzian.
(Fonte: Agência Press Voice)