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Monitorada na Mata Atlântica, onça-parda Tikún ajuda a entender o comportamento da espécie no bioma

Legado das Águas, por Kleber Patricio

A onça-parda ou puma, também conhecida no Brasil por suçuarana e leão-baio. Foto: Otávio Souza Junior.

Pequenos passeios, parada para um descanso e até marcação de território – esses são os flagras do Tikún, macho de onça-parda monitorado no Legado das Águas, maior reserva privada de Mata Atlântica do país, pelas câmeras do Onçafari, projeto dedicado ao estudo e conservação da vida selvagem. A instalação das câmeras faz parte da parceria entre Onçafari e o Legado das Águas que visa realizar o levantamento populacional de onças-pardas e pintadas na Reserva para ações de proteção desses felinos na Mata Atlântica.

Os registros do Tikún foram feitos na campanha (período de tempo entre a instalação da câmera e retirada para coleta das imagens) de outubro a dezembro de 2020 realizada pelo Onçafari no Legado das Águas, que também registrou, em números absolutos, mais de 1.500 animais, divididos em 30 espécies, entre mamíferos, aves, insetos, répteis e anfíbios. A quantidade de avistamentos pelas câmeras demonstra a efetividade da parceria e a qualidade da floresta do Legado das Águas como refúgio e abrigo seguro para as espécies animais.

Monitorar e diferenciar onças-pardas (Puma concolor) é uma tarefa desafiadora. Isso porque, diferentemente das onças-pintadas (Panthera onca) – que são identificadas por suas rosetas –, os pesquisadores individualizam as pardas por marcas físicas, como cicatrizes, por exemplo. A característica que permite que Tikún seja acompanhado é uma fratura na ponta da cauda – o que deu origem ao seu nome, que significa quebrado, em tupi-guarani.

Imagem de Tikún captada por uma das câmeras do Onçafari. Foto: divulgação.

De acordo com Victória Pinheiro, bióloga do Onçafari responsável pelo projeto no Legado das Águas, as imagens mostram um animal adulto saudável. “Os vídeos mostram o Tikún descansando, passeando pela floresta e marcando território, que é quando espalham urina ou fezes para deixar o seu odor naquele espaço. Pelo porte físico também é possível dizer que a sua saúde está em dia”, diz.

Ao que tudo indica, o Tikún está gostando do momento de fama, já que foi registrado em quatro pontos distintos onde as câmeras estão instaladas. A frequência dos registros é essencial para fornecer informações importantes sobre a espécie, que é pouco estudada na Mata Atlântica. “É impossível dizer quando um animal será registrado novamente, ainda mais uma onça-parda, que ocupa um território amplo, percorrendo grandes distâncias e não necessariamente os mesmos lugares. Mas os registros frequentes do Tikún podem fornecer informações importantes sobre a ocorrência da espécie e até mesmo do comportamento no bioma, já que os registros o mostram fazendo diferentes atividades. Esses são resultados bastante impressionantes, tanto pela frequência quanto pela quantidade”, completa a bióloga.

Vamos espiar? | Confira momentos registrados nos vídeos abaixo:

https://www.grupoprinter.com.br/conteudo/KUB3d3MBMRVOTpIJVO6nrWs7hGVRQcl464LpCsVa

https://www.grupoprinter.com.br/conteudo/2mKoh4ur8UYC3iSurybHb1fowHWPUq1U1YDMUGXB.

Características | Com exceção da cauda, Tikún é como todos os outros indivíduos da sua espécie. A onça-parda é o segundo maior felino do Brasil, que pode ser encontrado em diversos biomas brasileiros, além do Canadá até a região meridional da cordilheira do Andes. Porém, mesmo com a ampla distribuição, é ameaçada de extinção em algumas localidades.

É uma espécie “topo de cadeia” e “bioindicadora” – isso significa que as florestas em que elas estão presentes são ambientes saudáveis, abrigando animais e vegetais que são essenciais para o bom funcionamento dos ecossistemas, que produzem água, regulam o clima e protegem o solo.

As onças-pardas também têm duas características bem interessantes: diferentemente dos outros grandes felinos, como a onça-pintada, elas não esturram ou rugem. Sua vocalização (som que produz para se comunicar) é similar a um miado. Além disso, suas patas traseiras são, proporcionalmente, as maiores entre os felinos, o que as fazem ser ágeis, possibilitando pulos mais altos e uma habilidade extrema para subir em árvores.

Uma informação importante a ser frisada é que esse animal tem medo da presença humana. “Não somos vistos como presas. A maioria dos animais que fazem parte da cadeia alimentar das onças-pardas têm olhos na lateral do crânio e utilizam as quatro patas para se locomover, ou seja, muito diferente de nós. Essas características, entre outros fatores, fazem com que elas tenham medo de nós. Ataques a humanos, sejam de onças-pardas ou pintadas, são extremamente raros. O animal precisa ser submetido a uma situação de muito estresse, quando se sente acuado”, esclarece Victória.

Tikún poderá ser acompanhado pelas redes sociais do Legado das Águas, basta buscar @legadodasaguas no Facebook ou Instagram.

Sobre o Legado das Águas – Reserva Votorantim | O Legado das Águas, maior reserva privada de Mata Atlântica do país, com extensão aproximada à cidade de Curitiba (PR), é um dos ativos ambientais da Votorantim. Localizada na região do Vale do Ribeira, no sul do Estado de São Paulo, a área foi adquirida a partir da década de 1940 e conservada desde então pela Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), que manteve sua floresta e rica biodiversidade local com o objetivo de contribuir para a manutenção da bacia hídrica do Rio Juquiá, onde a companhia possui sete usinas hidrelétricas. Em 2012, o Legado das Águas foi transformado em um polo de pesquisas científicas, estudos acadêmicos e desenvolvimento de projetos de valorização da biodiversidade, em parceria com o Governo do Estado de São Paulo. Hoje, o Legado das Águas é administrado pela empresa Reservas Votorantim, criada para estabelecer um novo modelo de área protegida privada, cujas atividades geram benefícios sociais, ambientais e econômicos de maneira sustentável.

Sobre o Onçafari | O Onçafari atua no Pantanal, Cerrado, Amazônia e Mata Atlântica com o objetivo de promover a conservação do meio ambiente e contribuir com o desenvolvimento socioeconômico das regiões em que está inserido por meio do ecoturismo e de estudos científicos. O projeto é focado na preservação da biodiversidade em diversos biomas brasileiros, com ênfase em onças-pintadas e lobos-guarás.

“Leopoldina, Independência e Morte” volta à cena em espetáculo online gravado fora do teatro

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: Alexandre Leal.

Um ano depois de interromper sua quinta temporada no teatro por conta do início da pandemia, Leopoldina, Independência e Morte volta com nova linguagem para apresentações online com estreia no Dia internacional da Mulher, 8/3, às 20h30. As sessões são gratuitas (contribuição voluntária) e acontecem em três horários de terça (9) a sexta (12) – 10h30, 15h30 e 20h30. A grade de horários foi pensada visando possibilitar a escolas incluírem a atividade no âmbito do estudo da História do Brasil, feminismo e audiovisual, por exemplo. Será disponibilizada uma revista digital com material de apoio com informações extras e um glossário.

No final de semana, dias 13 e 14/3, as apresentações acontecem em dois horários, 15h30 e 20h30, totalizando 17 apresentações no YouTube e  Facebook com interpretação em Libras no Facebook e opção de legenda no YouTube.

A nova versão do espetáculo foi viabilizada por meio da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc (Lei 14.017/20 do Governo Federal) e através do ProAC (Programa de Ação Cultural) do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa.

Idealizado por Marcos Damigo, o projeto nasceu em 2017 com experimentos abertos ao público no Museu do Ipiranga e, além das temporadas em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo

Foto: Otávio Maciel Gonçalves.

Horizonte, a peça foi veiculada pela TV Brasil no programa Curta Temporada e publicada em livro pela Editora Giostri. Ao todo, o espetáculo já teve mais de 10 mil espectadores desde sua estreia no CCBB São Paulo, em 2018.

A obra retrata uma imperatriz Leopoldina ainda desconhecida por grande parte dos brasileiros – culta e preparada, foi além do papel que lhe cabia em seu tempo histórico. Primeira mulher a se tornar chefe de Estado do Brasil, teve importância decisiva no processo de independência. Engravidou nove vezes e morreu aos 29 anos.

Para a reestreia via internet, o autor e diretor Marcos Damigo apresenta uma releitura com Sara Antunes como Leopoldina (na foto de Otávio Maciel Gonçalves), Plínio Soares no papel de Bonifácio e Ana Eliza Colomar trazendo a música para o centro da cena com flauta transversal e violoncelo. “Além de simplesmente veicular uma versão gravada da peça, optamos por investigar esse lugar estranho, que não é nem teatro nem cinema. Se por um lado não temos o calor humano da presença que tanto alimentou este trabalho desde o primeiro encontro com o público, em 2017, temos agora outros recursos para nos auxiliar”, diz Damigo. “As cenas acontecem em espaços que dialogam com o texto. A natureza, tão cara a Leopoldina, passa a ser quase um personagem na primeira cena, gravada no Parque Estadual da Cantareira. O delírio da terceira cena ganha concretude com a possibilidade da edição de imagens e do uso de efeitos sonoros e visuais”, conclui.

Sinopse | O espetáculo recria três momentos da vida da arquiduquesa austríaca que viveu no Brasil no século XIX, entre 1817 e 1826: recém-chegada da Áustria, ela relata a uma interlocutora estrangeira suas primeiras impressões sobre o Brasil; num segundo momento, Leopoldina, agora imperatriz, e José Bonifácio, seu principal aliado, analisam o complexo processo de independência após um acerto de contas e, por fim, num delírio que consumiu seus últimos dias, ela relaciona sua vida, sua época e os projetos em disputa naquele momento com os dias de hoje.

Foto: Alexandre Leal.

A origem do espetáculo | “O ensaio publicado pela escritora e psicanalista Maria Rita Kehl no livro Cartas de uma Imperatriz (Estação Liberdade) foi o estopim para encontrar o recorte de uma história tão rica e interessante, enfatizando a transformação da princesa europeia em estadista consciente de seu tempo histórico. Queremos também mostrar para o público de hoje o projeto de um país que, infelizmente, fracassou com a sua morte e o exílio de Bonifácio. Falar deste sonho de quando o Brasil se tornava uma nação independente é importante para nós, principalmente neste momento em que parecemos ter que negociar pressupostos muito básicos dos entendimentos sobre a vida em sociedade”, conta o autor e diretor Marcos Damigo.

Esta montagem é um sonho acalentado por Damigo há vinte anos. Suas inspirações para jogar luz sobre o legado da primeira mulher a se tornar chefe de Estado do Brasil (em duas situações ela governou o Brasil como regente interina: setembro de 1822, quando a independência foi proclamada, e no final de 1826, já em seu leito de morte), surgiram de um mergulho profundo na história de Leopoldina publicada em biografias, artigos e cartas – trechos das correspondências estão no texto no espetáculo. Falas de Bonifácio também foram extraídas de escritos do primeiro brasileiro a ocupar o cargo de Ministro de Estado. O historiador Paulo Rezzutti, autor do livro D. Leopoldina, a história não contada (Editora Leya), prestou consultoria histórica para a peça.

Sobre a imperatriz Leopoldina | Descendente dos Habsburgos, a família mais poderosa do início do século XIX, Carolina Josefa Leopoldina Francisca Fernanda de Habsburgo-Lorena nasceu em Viena, capital da Áustria, em 22 de janeiro de 1797. Era filha do imperador Francisco I da Áustria e de Maria Teresa da Sicília. Foi a primeira imperatriz brasileira e ficou conhecida popularmente como D. Maria Leopoldina. Deixou sua terra natal rumo ao Brasil para casar-se com Dom Pedro I, em um matrimônio arranjado típico daquela época.

Leopoldina chegou ao Brasil com 19 anos, morreu aos 29 e engravidou nove vezes. Articuladora e estrategista, foi responsável por ações cruciais para a política da época, mas seu grande feito como estadista não foi reconhecido até os dias atuais: enquanto regente interina durante viagem de Dom Pedro a São Paulo, ela reúne os ministros e decide pela independência do Brasil no dia 2 de setembro de 1822. Na peça, ela clama pela autoria do momento histórico e questiona a escolha do dia 7 de setembro para sua celebração.

Gostava de teatro e literatura e falava vários idiomas, além de ser botânica e mineralogista. Segundo Maria Rita Kehl, “D. Pedro continuava dependendo de Leopoldina; ela o orientava politicamente, comunicava-se com representantes de países estrangeiros com mais desenvoltura, falava mais línguas e era mais culta do que ele. Mas Pedro vingava-se da superioridade da esposa desmoralizando-a como mulher”. Conforme a paixão de D. Pedro por Domitila se tornava pública e ela ficava cada vez mais poderosa, Leopoldina e o projeto político que representava foram perdendo força. Morreu após um aborto, deixando cinco filhos, entre eles o sucessor do trono, Dom Pedro II.

FICHA TÉCNICA

Autor e diretor artístico: Marcos Damigo

Elenco: Sara Antunes e Plínio Soares

Música: Ana Eliza Colomar

Figurinos: Cássio Brasil

Cabelo e Maquiagem: Otávio Maciel Gonçalves

Assistente de direção e produção: Vítor Gabriel

Produção Audiovisual: Central SP Produções

Direção/Edição: Alexandre Leal

Direção de fotografia e câmera: Jones Kiwara

2ª câmera e fotografia still: Josemar Gouveia

Áudio: Wagner Pulga

Produção: Orlando Chavatta

Assessoria de Comunicação: Agência Fervo – Priscila Cotta, Teresa Harari e Fabiana Cardoso

Design gráfico: Ramon Jardim

Diretora de produção: Fernanda Moura

Realização: Palimpsesto Produções Artísticas.

Serviço:

YouTube com opção de legenda | Facebook com interpretação em Libras.

As apresentações não ficam no ar após a exibição.

Estreia dia 8/3, segunda: 20h30

Dia 9, terça: 10h30, 15h30 e 20h30

Dia, 10, quarta: 10h30, 15h30 e 20h30

Dia, 11, quinta: 10h30, 15h30 e 20h30

Dia 12, sexta: 10h30, 15h30 e 20h30

Dia 13, sábado: 15h30 e 20h30

Dia 14, domingo: 15h30 e 20h30

Contribuição voluntária:

Chave Pix: leopoldinaproducao@gmail.com.

FAMA Museu reabre espaço físico esta semana

Itu, por Kleber Patricio

Vista da exposição “Estudos e Anotações”, de Tarsila do Amaral. Foto: Filipe Berndt.

O FAMA Museu – Fábrica de Arte Marcos Amaro anuncia a retomada das atividades presenciais a partir de 24 de fevereiro. A reabertura do espaço físico segue orientações da Prefeitura da Estância Turística de Itu, além de medidas categóricas de proteção, saúde e higiene estabelecidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e órgãos brasileiros de Saúde Pública.

PROGRAMAÇÃO

A partir de 24 de fevereiro | Estudos e Anotações, de Tarsila do Amaral | Com curadoria de Aracy Amaral e Regina Teixeira de Barros, a exposição reúne 203 obras que estavam guardadas por mais de quatro décadas da vista do público. São desenhos raros, esboços e estudos que ajudavam na formação de seu pensamento artístico e, por vezes, serviam de base para sua obra pictórica, vertente mais conhecida e pela qual é aclamada.

Ao chegarem ao acervo da FAMA, com danos ocasionados pelo tempo e pela falta de cuidados museológicos, as obras foram submetidas a um minucioso processo de restauração.

Produzidas entre 1910 e 1940, as obras registram as várias fases da artista e apresentam temas recorrentes em sua linguagem, como as vistas de viagens que ela fez pelo Brasil afora, desde as bucólicas cidades históricas mineiras, até suas andanças pela Europa e passagem pelo deserto do Egito. “O conjunto nos comunica não só as diversas fases do trabalho de Tarsila, mas também as inúmeras atividades às quais estão relacionados seus desenhos: estudos, academias, esboços de futuras obras, paisagens urbanas ou rurais, registros de viagens, projetos de figurinos para balé, esboços de ilustrações para livros e cenas interioranas pós-década de 1940”, explica Aracy Amaral.

De 24 de fevereiro a 21 de março | Ontologias, mostra coletiva com Cabral, André Albuquerque (Kandro) e Marcos Amaro | A ciência do ser é uma parte da metafísica que trata da natureza, da realidade e existência dos seres. A ontologia é o estudo do “ser enquanto ser”, algo que o filósofo alemão Martin Heidegger denominava como “aquilo que torna possível as múltiplas existências”. A partir destas reflexões, os artistas Cabral, Kandro e Marcos Amaro trazem ao público esculturas, pinturas e desenhos que compõem a exposição Ontologias.

A proposta de Ontologias vai além de uma exposição – a ideia é, a longo prazo, ser um grupo de reflexão entre artistas diversos. Nesta primeira edição, Marcos Amaro convidou dois artistas cujas pesquisas dialogam com a sua. Juntos, Amaro, Cabral e Kandro abrem a intimidade de seus processos artísticos e trazem suas reflexões sobre a existência. Eles se voltam para dentro e retratam na matéria suas emoções; mostram ao espectador suas maneiras de agir e os motivos que sustentam seus trabalhos.

Medidas de saúde e higiene | O uso de máscaras no espaço da FAMA Museu será obrigatório e exigido para qualquer pessoa. Em caso de imprevistos com a máscara de uso individual, o museu disponibilizará máscaras descartáveis.

Na entrada, todos devem passar pela medição de temperatura e pessoas que apresentarem temperatura acima de 37,2ºC terão acesso restringido e serão instruídas a procurar orientações médicas. Também serão disponibilizados dispositivos de álcool em gel em pontos diversos do Museu e guarda-volumes gratuito e limitado. O Museu conta com o apoio de um brigadista, disponível caso haja necessidade de atendimento.

Funcionamento | Neste início, o horário de funcionamento será reduzido, de quarta a sábado, das 11h às 17h e, aos domingos e feriados, das 10h às 16h. O limite de capacidade de visitantes dentro da exposição Estudos e Anotações, de Tarsila do Amaral, é de 15 pessoas e da mostra Ontologias, de Marcos Amaro, Cabral e Kandro, de 12 pessoas. O tempo sugerido de visitação estará localizado nas entradas das salas. Para evitar aglomerações, recomenda-se o distanciamento social de pelo menos 2 metros e atenção às sinalizações nos espaços do museu.

Os ingressos serão disponibilizados no site do Museu (famamuseu.org/) e visitas acontecem mediante hora marcada. Em caso de impossibilidade da realização do agendamento online, o visitante poderá fazê-lo presencialmente, considerando a capacidade máxima permitida. O ingresso para visitação à FAMA Museu é gratuito, salvo a atual exposição Estudos e Anotações, de Tarsila do Amaral, cujo valor é de R$10,00 a inteira, R$5,00 a meia para estudantes, professores, educadores e moradores de Itu e gratuidade para menores de 10 anos e maiores de 60 anos com comprovante, pessoas com deficiência intelectual, sensorial, motora e autistas com acompanhantes, museólogos registrados no Corem e membros ICOM Brasil.

Pessoas com mais de 60 anos de idade ou com deficiência, mulheres grávidas e pessoas com crianças de colo têm acesso preferencial à recepção e salas expositivas. O museu oferece cadeiras de roda, conforme a necessidade do público.

Serviço:

Reabertura da FAMA Museu – Fábrica de Arte Marcos Amaro

24 de fevereiro, quarta-feira, a partir das 11h

Endereço: Rua Padre Bartolomeu Tadeu, 9 – Vila São Francisco – Itu/SP

Funcionamento: de quarta-feira a domingo, das 11h às 17h

Entrada gratuita

Exposição Estudos e Anotações, de Tarsila do Amaral

Inteira R$10,00

Estudantes/professores/educadores: R$5,00 (necessário documento de comprovação) –  Residentes em Itu: R$5,00

Gratuidade

Menores de 10 anos com comprovante

Maiores de 60 anos com comprovante

Pessoas com deficiência intelectual, sensorial, motora e autistas com acompanhantes

Museólogos registrados no Corem

Membros ICOM Brasil

Entrada gratuita às quartas-feiras.

2ª edição do Sarau Viva Nordeste encerra fevereiro com cinema, música e literatura

Campinas, por Kleber Patricio

Bolero Freak. Foto: Camila Sánchez.

Com um elenco que reúne mais de 50 artistas – sediados principalmente em Campinas/SP –, o Sarau Viva Nordeste – 2ª edição, que acontece até 27 de março, encerra sua programação de fevereiro de forma bem eclética, com apresentações voltadas a música, cinema e literatura. Os eventos são gratuitos, com transmissões no canal do Youtube e no Facebook.

Na quinta-feira (25), às 19h30, o foco é o cinema, com uma roda de conversa sobre animação nordestina com a escritora e roteirista Alba Liberato, da Bahia e a animadora Marila Cantuária, de Pernambuco. O evento terá mediação do co-diretor do Núcleo de Cinema de Animação de Campinas, o cineasta Maurício Squarisi, que há mais de 45 anos se dedica à produção cinematográfica de animação do Brasil. Nascida em Salvador, Alba Liberato leva para suas obras o requinte do pensamento erudito com a beleza essencial da cultura popular. Entre seus trabalhos estão os roteiros para os longas de animação Boi Aruá e Ritos de Passagem, além do curta-metragem animado Amarilis, dirigidos por Chico Liberato. Já Marila Cantuária representa uma nova geração do mercado audiovisual. Desde 2010 trabalha como roteirista, diretora de animação, fotógrafa, ilustradora, editora e oficineira. É co-fundadora do selo de animação Produções Ordinária.

Dani Almeida e Janice Castro, criadoras do Sarau Viva Nordeste. Foto: Fabiana Ribeiro.

O grupo Bolero Freak agita a noite de sexta-feira (26) com um show às 19h30. Na palestra-espetáculo Nordeste Cult, o grupo explora a multiplicidade artística com música, teatro, circo e poesia pulsando em um ritmo alegre – ora debochado, ora provocativo, político e sempre visceral. A banda nasceu em 2017, em São Paulo, com o desejo de criar um espetáculo em homenagem aos 50 anos do disco antológico Tropicália ou Panis et Circenses. De lá para cá, a Bolero Freak já acumula importantes conquistas, como a premiação no 1° Concurso de Música de Rua do Pátio Metrô São Bento – Toca Aí,  participação em festivais como Nômade, Festival Pinheiros, Festival Internacional de Circo e até experiência no teatro, como banda residente e parte do elenco na peça O Rei da Vela, remontagem histórica de 2018 dirigida por Hugo Possolo, da Cia. dos Parlapatões.

Ler é Uma Viagem é o nome do próximo Grande Sarau, que acontece no sábado (27), a partir das 14h, celebrando a literatura. Dentre os convidados, estão Moreira de Acopiara, Katia Fonseca, Luciano Braga e Suzana Montauriol. A literatura de cordel, que desde 2018 é reconhecida como patrimônio cultural imaterial do Brasil, estará bem representada. Nascido no Ceará, Moreira de Acopiara é poeta e dramaturgo, autor de 26 livros e mais de 200 folhetos de cordel. Escritor de literatura de cordel, contos e poesia, Luciano Braga também é professor de arte, com especialização em Educação de Jovens e Adultos, Educação Especial, História e Cultura africana. Já a atriz, autora teatral, jornalista e ativista na área de Direitos Humanos Katia Fonseca traz para o Sarau O Poder da Palavra uma apresentação sobre a vida e a obra de Torquato Neto, escritor, poeta, letrista e jornalista piauiense. Completando o elenco, Suzana Montauriol é psicopedagoga, escritora, poeta, cantora, atriz e contadora de histórias há 35 anos. Idealizadora do primeiro curso no Brasil de educação com ênfase em contação de histórias, pela Univida/Facibra, ela se apresenta ao lado do músico Carlos Rezendes.

O Grande Sarau conta ainda com dois quadros fixos: É mermo, Cabra?!, com Miro Cena apresentando histórias e causos do Nordeste; e Mão Molenga, com narrativas animadas com os bonecos mamulengos de Denna Sossai.

Suzana Montauriol. Foto: divulgação.

Oficinas culturais gratuitas | Atração à parte no Sarau Viva Nordeste – 2ª edição, as oficinas culturais também são gratuitas, mas é preciso fazer uma inscrição antecipada pelo site www.sarauvivanordeste.com.br para garantir a participação.

Na oficina Capas de Cordéis, que começa no dia 8 de março, os participantes poderão conhecer técnicas da xilogravura, gravura com isopor, argila e colagem para o desenvolvimento de capas de cordéis com a utilização de materiais que normalmente seriam descartados. O encontro do cordel com a xilogravura pretende oferecer aos participantes um mergulho poético, artístico e literário pela cultura regional nordestina e suas manifestações artísticas populares, a partir da produção de cordéis, retratados em versos, rimas, métricas e xilogravuras. A oficina de Música Popular Nordestina propõe apresentar aos participantes os folguedos e suas estruturas melódicas, harmonias, características e instrumentação, com práticas voltadas à mistura do tradicional com o popular. As três oficinas têm acompanhamento de intérpretes de libras e, encerrando a programação, haverá ainda uma oficina de Construção de Bonecos com Sucata.

Sobre o Sarau Viva Nordeste | Ao longo dos meses de fevereiro e março de 2021, o Sarau Viva Nordeste – 2ª edição, festival virtual de homenagem à cultura nordestina, abre espaço para diversas apresentações de artistas sediados no estado de São Paulo, especialmente em Campinas/SP. São vários formatos: os ‘saraus aperitivos’ são uma espécie de pocket show virtual, que acontecem à noite, durante a semana; as rodas de conversa trazem à tona diálogos com coletivos e movimentos que têm o Nordeste como referência em seus fazeres artísticos. Com edições semanais, as palestras espetáculos querem despertar no público a sensação de estar em uma grande plateia, como num teatro, casa de show ou centro cultural. Os sábados são reservados para os Grandes Saraus, com mais de três horas de duração, reunindo numa mesma tarde diferentes artistas e variadas performances. Todos os eventos são transmitidos ao vivo pelas redes sociais.

Esta nova edição do Sarau Viva Nordeste foi selecionada pelo Edital ProAc Expresso Lei Aldir Blanc 40/2020 e tem produção da Diálogos Produções Culturais. O projeto nasceu do encontro da cordelista pernambucana, arte educadora e jornalista Dani Almeida com a produtora cultural campineira Janice Castro. Engajada em diversas atividades nos espaços culturais de Campinas, a dupla decidiu fortalecer o espaço para a cultura nordestina a partir da sua região.

Serviço:

Sarau Viva Nordeste – 2ª Edição

Até 27 de março de 2021

Programação completa: www.sarauvivanordeste.com.br

Transmissão: Youtube e Facebook

Próximos eventos de fevereiro:

25/2 – (5ªf) – 19h30 – Roda de Conversa: A mulher nordestina no cinema, com Mulheres Nordestinas na 7ª Arte

26/2 – (6ª) – 19h30 – Palestra Espetáculo: Nordeste Cult, com o Grupo Bolero Freak

27/2 – (sáb) – 14h – Grande Sarau Ler é uma Viagem, com Moreira de Acopiara, Katia Fonseca, Luciano Braga e Suzana Montauriol

Programação de março:

4/3 – (5ª) – 19h30 – Sarau Aperitivo: Canções poderosas para mulheres arretadas, com Vanessa Oliveira

5/3 – (6ª) – 19h30 – Palestra Espetáculo: Mulheres em ação na arte do cordel, com o coletivo feminino Teodoras do Cordel

6/3 – (sáb) – 14h – Grande Sarau: Força Feminina Nordestina, com Bill Dias (música e poesia), Maria Cândida (contação de histórias), Trio Maria Lua (forró pé-de serra), Tin Tin Alves e Luciano Braga (teatro e poesia)

8 a 11/3 –  das 14h às 15h – Oficina Capas de Cordéis, com Nireuda Longobardi (necessária inscrição prévia pelo site www.sarauvivanordeste.com.br) – Evento com tradução em Libras

11/3 (5ª) – 19h30 – Palestra Espetáculo: Afronordestinas, com o Grupo La Cantante de La Trinidad e Sus Hijos

12/3 (6ªf) – 19h30 – Roda de Conversa: Cordéis Femininos nas Bibliotecas, com o coletivo feminino Teodoras do Cordel

15/3 a 18/3 – das 10h às 11h – Oficina: Encontro do cordel com a xilogravura, com Marco Haurélio e Lucélia Borges (necessária inscrição prévia pelo site www.sarauvivanordeste.com.br) – Evento com tradução em Libras

18/3 (5ªf) – 19h30 – Sarau Aperitivo: Fadices e Bruxarias nas Terras do Cangaço, com Suzana Montauriol e Carlos Rezendes

19/3 (6ªf) – 19h30 – Palestra Espetáculo: No ritmo do Coco, com o Grupo Coco Yiawarete

20/3 (sáb) – 14h – Grande Sarau: Nordeste do faz e conta e encanta, com Cleusa Santo (contação de histórias), Samuel de Monteiro (cordel), Juliana Firmo (teatro) e Aldy Carvalho (música regional)

22 a 25/3 – das 14h às 15h – Oficina: Música Nordestina, com Gilber Souto Maior (necessária inscrição prévia pelo site www.sarauvivanordeste.com.br) – Evento com tradução em Libras

23 a 26/3 – das 10h às 11h – Oficina: Construção de Bonecos com Sucata, com Grumaluc – Teatro de Bonecos (necessária inscrição prévia pelo site www.sarauvivanordeste.com.br)

25/3 (5ª) – 19h30 – Sarau Aperitivo: Comidas nordestinas, com chef Marcelo Reis e a cantora Ilcéi Mirian

26/3 (6ª) – 19h30 – Palestra Espetáculo: Encantos Circenses Nordestinos, com o Grupo Último Tipo

27/3 (sáb) – 14h – Grande Sarau: Nordeste Circense, com Palhaço Custelinha (performance circense), Edimaria e Miro Cena (música e contação de histórias), Varneci Nascimento (cordéis divertidos)  e Ana Person (música).

Documentário sobre HIV e Aids é disponibilizado para escolas e abre debate para jovens sobre a infecção no Brasil

Brasil, por Kleber Patricio

Depois de passar pelos cinemas de 19 capitais, estar disponível na íntegra no Netflix e ter sua exibição feita no Canal Brasil, o documentário Carta para Além dos Muros ganha uma nova versão: #PrecisamosFalarSobreIsso – Carta para Além dos Muros. Em parceria com o Videocamp, plataforma online que reúne filmes com potencial de impacto, por meio do apoio institucional da Unesco e da Unaids Brasil, patrocínio da Gilead Sciences Brasil e da Ítaca, a nova versão tem o objetivo de ampliar o acesso ao documentário, que narra a trajetória da epidemia que escancarou ignorância e preconceitos em relação ao HIV e a AIDS no Brasil.

Dirigido por André Canto, o filme investiga o estigma, o preconceito e a discriminação como produtos de uma sociedade que insiste em manter marginalizadas as pessoas que vivem com HIV – até hoje, quase 40 anos depois do primeiro caso diagnosticado, situações de medo, insegurança e exclusão são recorrentes nas pessoas que vivem com HIV.

Hoje sabemos que a epidemia, apesar dos importantes avanços científicos no tratamento e na prevenção, tem crescido entre adolescentes e jovens (15 a 24 anos), como aponta o Boletim Epidemiológico de HIV/Aids de 2020 do Ministério da Saúde. Toda semana, 6.000 jovens são infectados no mundo pelo HIV. Esta vulnerabilidade entre os adolescentes é uma tendência global – este grupo é o único onde a epidemia continua avançando com um risco relativo 50% maior em relação às outras faixas etárias.

O diretor André Canto. Crédito da foto: Andreia Machado.

O documentário, o primeiro do gênero a refazer a cronologia do HIV e da AIDS no país, encabeça o projeto #PrecisamosFalarSobreIsso, que também conta com uma série documental para a TV e um livro-reportagem que relatará todo o processo de sua pesquisa e realização.

No filme, o jovem Caio conta sobre quando descobriu que vive com HIV, momento a partir do qual teve que enfrentar seus próprios fantasmas, além do preconceito da família e da sociedade. Usando o depoimento de Caio como fio condutor, o filme passa a intercalar imagens de arquivo e entrevistas com médicos, pessoas que vivem com HIV, ativistas e figuras públicas, não só para contar a história do HIV e da Aids no Brasil, mas também para investigar o processo de construção do preconceito e estigma que ainda hoje recaem sobre Caio e todas as pessoas que vivem com o vírus – que vão desde a denominação da doença como “peste gay” na época do seu surgimento, passando pela classificação estigmatizante de “grupos de risco”, até o sensacionalismo de parte da imprensa, além dos julgamentos morais e religiosos no desenrolar da epidemia.

O Dr. Dráuzio Varella encabeça a lista de pessoas que dão depoimento no filme. Além dele, o ex-ministro da Saúde José Serra, a cineasta e ex-VJ Marina Person, a mãe de Cazuza, Lucinha Araújo e os médicos Ricardo Tapajós, Márcia Rachid e Ricardo Vasconcelos expõem os motivos pelos quais a impressionante evolução na resposta médica e científica ao HIV não veio acompanhada de uma mudança de mentalidade e de preconceitos em relação à infecção.

Sobre o diretor André Canto | Cartas para além dos muros é a primeira direção de André Canto, produtor executivo especializado em documentários. Ele desenvolveu mais de vinte projetos dessa linguagem, acompanhando todos do argumento ao corte final. Trabalhou com vários dos principais cineastas brasileiros – entre eles, Di Moretti, Kátia Lund, Laís Bodanzky, Lina Chamie, Luiz Bolognesi e Ugo Giorgetti – em trabalhos documentais para cinema e TV.

Sobre o #PrecisamosFalarSobreIsso | Em 2016, André Canto iniciou a pesquisa sobre HIV e Aids que culminou no filme Carta Para Além dos Muros. O olhar crítico sobre o passado e a compreensão do processo de elaboração de valores pela sociedade sobre o HIV e Aids foram os pontos de partida para o desenvolvimento do projeto socioeducativo #PrecismosFalarSobreIsso. O projeto multilinguagens, focado em comunicação, entrega informações e ferramentas essenciais para que as pessoas possam gerenciar sua prevenção a ISTs em geral e concomitantemente desmistificar o grande tabu da Aids.

Sobre Videocamp | Videocamp é uma plataforma online que reúne filmes com potencial de impacto que podem ser exibidos por qualquer pessoa, em qualquer lugar do mundo e de forma gratuita. A missão da Videocamp é criar caminhos para democratizar o acesso à cultura e à informação, que são direitos universais. Para os realizadores, a plataforma potencializa a formação de público e atua como ferramenta de promoção dentro da estratégia de lançamento do filme.

Trailer: https://youtu.be/FhsfHXgDeQg

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