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Corporação Musical Villa-Lobos celebra chegada do outono com concerto virtual

Indaiatuba, por Kleber Patricio

Foto: Eliandro Figueira.

Com o concerto virtual Chegada do Outono, a Corporação Musical Villa-Lobos celebra a estação que faz um convite à renovação da vida e ao amadurecimento. Neste clima, traz um repertório variado e com grandes sucessos, que serão executados com a formação completa de banda sinfônica. O concerto será exibido no sábado (27), às 20h, pelo canal oficial da CMVL no YouTube e conta com apoio da Secretaria Municipal de Cultura.

“Neste clima ouviremos Celebration and Dance, de James Swearigen, uma obra brilhante e altamente significativa”, destaca o maestro Samuel Nascimento de Lima, que comanda o concerto junto com o maestro-assistente, Tiago Morandi Roscani. “Abrimos com uma fanfarra ousada e atrevida, uma peça repleta de emoção. O trabalho incorpora temas memoráveis em uma ampla variedade de estilos musicais. A excelente escrita de percussão o torna ideal para festivais ou concertos. São nossas boas-vindas a esta estação que se inicia”.

Em seguida, uma seleção de músicas imortalizadas por norte-americano Louis Armstrong, com Summertime e It Ain’t Necessarily So, da ópera Porgy & Bess, de George Gershwin, terminando com When the Saints Go Marching In, uma das canções mais conhecidas e alegres em todo o mundo. “Por volta da virada do século passado, esta música começou a ser tocada por muitas bandas de jazz de Nova Orleans. Ocupou lugar de destaque no repertório ritualizado com que se acompanhavam os funerais naquela cidade”, lembra Samuel. “A melodia surgiu quando os enlutados deixavam a tristeza de lado para celebrar a vida, que deve continuar. A autoria desta obra permanece objeto de pesquisa, mas chegou a ser atribuída a James M. Black por conta de uma canção sua publicada em 1896, mas isto seria assunto para outra ocasião”.

O arranjo desta seleção é do clarinetista, compositor e maestro holandês Johannes Wilhelmus “Willy” Hautvast, solista da Banda da Marinha Real Holandesa de 1951 a 1974, com mais de 250 peças arranjadas e diversos prêmios conquistados.

Bossa Nova | A terceira peça que será executada pela Banda Sinfônica da Corporação Musical Villa-Lobos de Indaiatuba é Soul BossaNova, composição instrumental muito popular na década de 60, composta em 1962 pelo músico, compositor e produtor musical Quincy Jones em seu álbum Big Band Bossa Nova pela Mercury Records. “Algumas curiosidades acerca deste trabalho: Jones confessou que escreveu a música em vinte minutos e o instrumento responsável pelo ‘riso’ nos primeiros compassos é a nossa velha amiga cuíca”, conta o maestro. “Esta canção foi tema do filme Um Assaltante Bem Trapalhão (1969), de Woody Allen; tema (não oficial) da seleção brasileira na Copa do Mundo de 1998 e serviu como base para a faixa Number One Spot, de Ludacris, que integra a trilha sonora da comédia Austin Powers – Um Agente Nada Discreto (1998)”. 

Sambas | Fechando o concerto virtual, é a vez da Seleção de Sambas, com arranjo do maestro e compositor brasileiro Luiz Arruda Paes. “Destacaremos os sambas O Orvalho Vem Caindo, uma composição de Noel Rosa em parceria com Kid Pepe, eternizada em 1933 na voz de Almirante; depois Se Acaso Você Chegasse, de Lupicínio Rodrigues em parceria com Felisberto Martins, gravada por Cyro Monteiro em 1938”, ressalta Samuel.

“Logo após embarcaremos no famoso Trem das Onze, composição de Adoniran Barbosa imortalizada pelos Demônios da Garoa”, continua o maestro. “Fechando essa maravilhosa seleção chega O Apito do Samba, uma composição de Luiz Bandeira em parceria com Luiz Antônio, tema de futebol nos cinejornais de Carlos Niemeyer. Desejamos a todos os amigos e amantes da boa música instrumental um bom concerto”.

REPERTÓRIO

1 – Celebration and Dance – Composição: James Swearingen – Regência: maestro Samuel N. Lima

2 – Louis Armstrong: Revival Selection – Arranjo: Willy Hautvast – Regência: maestro Tiago Roscani

3 – Soul BossaNova – Composição: Quincy Jones – Arranjo: Masoto Myokoin – Regência: maestro Tiago Roscani

4 – Seleção de Sambas (O Orvalho Vem Caindo, Se Acaso Você Chegasse, Trem das Onze e O Apito do Samba) – Arranjo: maestro Luiz Arruda Paes – Regência: maestro Samuel N. Lima

Serviço:

Concerto Virtual Chegada do Outono com Corporação Musical Villa-Lobos

Regência: Samuel Nascimento de Lima e Tiago Morandi Roscani

Data: 27 de março

Horário: 20 horas

Local: www.youtube.com/channel/UC8l5Ahye1jz8qbFWuqRGO1g.

Sinfônica de Indaiatuba faz concerto virtual em homenagem às mulheres

Indaiatuba, por Kleber Patricio

Foto: arquivo-Giuliano Miranda.

A Orquestra Sinfônica de Indaiatuba faz uma homenagem às mulheres em concerto virtual que acontece neste domingo (28), a partir das 20 horas, com exibição pelo canal oficial da Orquestra no YouTube. No repertório, grandes clássicos da MPB interpretados por quatro jovens cantoras que tem se destacado no cenário musical brasileiro. São elas: Anna Setton, Ive Greice, Taïs Reganelli e a indaiatubana Juliana Alves. No repertório, músicas marcantes de grandes compositores da nossa MPB como Milton Nascimento, Lô Borges, Dorival Caymmi, Tom Jobim, Caetano Veloso, Gilberto Gil e Toquinho.

Canções como Panis et Circenses, Tarde em Itapuã, Eu Sei que Vou Te Amar, Clube da Esquina nº 2 e outras obras imortais serão revisitadas nas vozes das cantoras com arranjos de Emanuel Massaro e direção artística do maestro Paulo de Paula. O programa contará ainda com a participação especial da escritora indaiatubana Márcia Barbieri, recitando trechos de suas obras ao longo do concerto.

Todo o concerto foi gravado à distância, respeitando os protocolos de saúde, e será exibido no canal da Orquestra em youtube.com/orquestrasinfonicadeindaiatuba.

Na estreia, é possível interagir em tempo real com a Orquestra e demais espectadores por meio de chat disponível no próprio canal. A realização é da Secretaria Municipal de Cultura, em parceria com a Associação Mantenedora da Orquestra de Indaiatuba.

PARTICIPAÇÕES ESPECIAIS

Ive Greice | Cantora e compositora, participou de concertos com artistas como Ivan Lins, Márcio Montarroyos, Jorge Vercilo e Dudu Falcão. Gravou o seu primeiro álbum, Ao Som de Greice Ive, com releituras de grandes sucessos da Música Popular Brasileira e duas músicas inéditas, que viriam a ser conhecidas do público (Coisas que Eu Sei e Seu Olhar).

Pouco depois, Ive emplacou dois sucessos em novelas globais: Até Você Passar, que fez parte da trilha sonora da novela Passione, e Seu Olhar, que foi tema do casal protagonista em temporada da série Malhação, também da Rede Globo.

Como intérprete, se destaca por sua personalidade vocal e presença forte e sensual. Fatores que chamaram a atenção de Madonna, quando a viu cantando informalmente numa casa de fado em Lisboa, em 2016, ano em que Ive fez algumas apresentações pelo norte de Portugal. A rainha da música pop chegou a convidá-la para uma performance na sua festa de réveillon em Nova York.

Em 2021, Ive prepara um salto na carreira com temas novos, uma espreitadela à música eletrônica, criando uma sonoridade muito forte com o qual se identifica. Serão certamente temas que refletem as vivências da artista em terras lusitanas e das influências do “som da nova Lisboa”, devido ao cruzamento sonoro entre Portugal, África e Brasil, que colocou a capital portuguesa na linha da frente da cena musical mundial.

Anna Setton | Paulistana, cantora e compositora, em 2018 lançou seu primeiro disco, Anna Setton, produzido por Swami Jr. O álbum traz ao público pela primeira vez sua voz enquanto compositora, além de uma parceria de Edu Sangirardi com Toquinho e Paulo César Pinheiro. O show circulou pelo Brasil e exterior, em países como Portugal, França, Alemanha, Inglaterra, Austrália, Coreia e Japão.

Cantou ao lado de grandes instrumentistas, com quem passeou pelo repertório do Jazz, MPB e Bossa Nova. Como intérprete gravou com nomes como Toquinho, com quem excursionou por cinco anos pelo Brasil e exterior. Participou também do último projeto dirigido por Zuza Homem de Mello, Copacabana – Um Mergulho nos Amores Fracassados, além de shows ao lado de João Bosco, Paulinho da Viola, Martinho da Vila e Mônica Salmaso.

Atualmente, Anna dedica-se à preparação de um novo álbum, Anna Setton Voz e Violão, que é também fruto da intensa atividade musical impulsionada pelas apresentações virtuais durante a pandemia. O álbum, que será lançado em maio de 2021, apresentará regravações e reinvenções de músicas já consolidadas no cancioneiro popular, além de canções autorais.

Taïs Reganelli | Iniciou sua carreira artística aos 9 anos de idade ao lado do irmão Henrique Torres, com quem formou um duo, Taïs e Henrique, por mais de 20 anos. No Brasil desde 1988, gravou quatro discos autorais, além de diversas participações em discos de outros artistas. Gravou dois discos em parceria com Henrique Torres, Talvez Até Pensando Bem (1999) e MPB e Companhias (2002), com tiragens esgotadas.

Em 2009 lançou seu primeiro disco em carreira solo, Antes que a Canção Acabe, com as participações de Dante Ozzetti e Laércio de Freitas e, mais tarde, em 2011, lançou Leve. Com este disco, foi indicada ao 23º Prêmio da Música Brasileira em 2012 nas categorias Revelação, Melhor Cantora e Melhor Álbum e venceu o Festival Nacional de Música (Arpub) em 2012, tendo a faixa Sombra Minha, tocada em todas as rádios públicas do Brasil.

Ao longo de sua carreira, foi premiada em diversos festivais brasileiros e abriu shows de Toquinho, Maria Gadú, Leila Pinheiro, Chico Anysio, Toninho Horta, Ivan Lins e Daniela Mercury. Fez turnês em diversos países da América e da Europa, passando por Nicarágua, Chile, França, Espanha, Bélgica, Holanda, Itália e Portugal.

Em 2017, iniciou uma etapa em sua carreira internacional ao se mudar para Lisboa, Portugal, onde continua a compor e a fazer shows com novas parcerias internacionais lançando os singles Vem (Além de Toda Solidão), Tanto Mar, de Chico Buarque e Como um Último Beijo.

Juliana Alves | Natural de Indaiatuba, seu primeiro contato com a música vem desde a infância, já que vem de uma família de músicos. Serjão, seu pai e maior influência, é cantor há mais de 35 anos. Seu primeiro contato com o palco foi aos 23 anos, quando se tornou vocalista da banda Bem Brasil.

Em seguida, aceitou convite para integrar o grupo Groove de Gravata e nunca mais deixou os palcos. Atualmente, faz apresentações solo em Indaiatuba e região e tem dois projetos pessoais de MPB: Dois Irmãos, com o irmão Júlio Alves, e Marias, com a cantora Lucy Campos.

Márcia Barbieri – Escritora | Nasceu em Indaiatuba, São Paulo, em 1979. Formou-se em Letras pela Unesp e é mestra em Filosofia pela Unifesp. Participou de várias antologias e tem textos nas principais revistas literárias brasileiras. Foi uma das idealizadoras do Coletivo Púcaro, do canal Pílulas Contemporâneas e do projeto Pinot Noir Literatura.

Publicou os livros de contos Anéis de Saturno (ed. independente, 2009), As Mãos Mirradas de Deus (Multifoco, 2011) e O Exílio do Eu ou a Revolução das Coisas Mortas (Appaloosa, 2018). Entre os romances, figuram Mosaico de Rancores (Terracota, 2013) lançado no Brasil e na Alemanha (Clandestino Publikationen, 2016); A Puta (Terracota, 2014/Reformatório, 2020), contemplado este ano com uma bolsa de tradução pela PEN America, organização sem fins lucrativos que trabalha para defender e celebrar a liberdade de expressão nos Estados Unidos e no mundo através do avanço da literatura e dos direitos humanos; O Enterro do Lobo Branco (Patuá, 2017), finalista como melhor romance de 2017 pelo Prêmio São Paulo de Literatura 2018 e A Casa das Aranhas (Reformatório, 2019), finalista do Prêmio Guarulhos e semifinalista do Prêmio Oceanos.

Serviço:

Concerto Virtual com Orquestra Sinfônica de Indaiatuba

Regência e direção artística: Paulo de Paula

Arranjos: Emanuel Massaro

Convidadas: Anna Setton, Ive Greice, Taïs Reganelli, Juliana Alves e Márcia Barbieri

Data: 28 de março

Horário: 20 horas

Local: youtube.com/OrquestraSinfônicadeIndaiatuba.

No Mês da Mulher, catadoras de materiais recicláveis são entrevistadas pelo Cataflix

São Paulo, por Kleber Patricio

Como é ser uma trabalhadora da reciclagem no Brasil de hoje? Aproveitando que março é o mês das mulheres, a catadora-youtuber Anne entrevistou 4 catadoras de 4 regiões  diferentes do país (Amazonas, Minas Gerais, Pernambuco e Rio de Janeiro).

Além de enfrentar todas as dificuldades e injustiças do trabalho na coleta de recicláveis, essas trabalhadoras sofrem em dobro pelo simples fato de serem mulheres.  Assista o programa e confira um interessante panorama sobre a realidade das catadoras brasileiras – sejam elas autônomas ou cooperadas: as entrevistadas falam sobre vaidade, preconceitos, cuidados com o Covid e o que elas têm a dizer pra quem acha que lugar de mulher não é na reciclagem.

Esse episódio do Cataflix faz parte do CataSaúde Viraliza, um programa de capacitação online de catadoras e catadores (organizados e autônomos) durante a pandemia da Covid-19. O Whatsapp é a sala de aula e o Facebook, a biblioteca.

Os objetivos do CataSaúde Viraliza são a redução de riscos durante a pandemia e também pro mundo depois dela – além de fortalecer os laços de interação e troca de experiências com catadoras e catadores da América Latina.

Sobre o Cataflix | A reciclagem, por quem faz ela acontecer. O Cataflix é um programa quinzenal criado pelo movimento Pimp My Carroça e apresentado por catadores e que fala de tudo que tem a ver com a reciclagem e a vida dos profissionais que tiram dela seu sustento.

É um programa de catador para catador, mas é, antes de mais nada, um programa para qualquer pessoa interessada em viver um mundo com menos desperdício e poluição na natureza e mais respeito & renda pros catadores.

Sobre o Pimp My Carroça | Movimento que atua desde 2012 para tirar os catadores de materiais recicláveis da invisibilidade e aumentar sua renda por meio da arte, sensibilização, tecnologia e participação coletiva.

“Silk” é o título da nova exposição do Museo Salvatore Ferragamo

Florença, por Kleber Patricio

Fotos: divulgação/Museo Salvatore Ferragamo.

Silk é o título da nova exposição do Museo Salvatore Ferragamo. A exposição visa ilustrar, através do arquivo da maison, o longo processo criativo por trás das estampas de seda – em particular os lenços, que por sua natureza de pintura experimentam a perfeita união entre a intuição criativa e o artesanato industrial de alto nível. Fundamental para a realização do caminho da exposição, do ponto de vista curatorial para o projeto de montagem, é a forma como foram desenvolvidas inspirações e ideias por trás de cada desenho, como múltiplas colagens de diferentes referências: um mood board que permite reconstruir o itinerário criativo e cultural na origem de cada estampa de seda.

O sonho de Salvatore, fundador da empresa, era transformar sua marca de renome internacional em uma marca de moda que se vestisse da cabeça aos pés. Foi a partir dos anos 70 que este sonho se tornou realidade graças a uma de suas filhas, Fulvia, que lançou a produção contínua de acessórios de seda. A magia da seda surgiu no mundo da Ferragamo tornando-se um sinal de grande distinção da marca graças também aos temas de suas estampas de seda inspiradas pela natureza e pelos animais que povoam paisagens exóticas, selvas e savanas fantásticas.

Com suas exposições, o Museo Salvatore Ferragamo pretende promover o diálogo entre arte e moda envolvendo artistas contemporâneos. A exposição começa com uma instalação dos dois artistas chineses, Sun Yuan & Peng Yu, intitulada Were creatures born celestial?, que conceitualmente exemplifica como a Rota da Seda tem sido um terreno fértil para encontros e trocas entre Oriente e Ocidente.

Em apoio à exposição e para quebrar qualquer obstáculo à experiência da visita no local, uma visita virtual exclusiva disponível em italiano e inglês, acessível de todo o mundo, conduzirá os visitantes dentro do museu. As seções da exposição podem ser visitadas usando seus dispositivos, a qualquer momento, no museo.ferragamo.com. Um documentário sobre a exposição e muito mais, também será distribuído a partir de 29 de abril na Sky Arte.

Graças aos guias e entrevistas ao curador e a outros protagonistas, você descobrirá o andamento das seções da exposição a partir da entrada do Palazzo Spini Feroni, o palácio que também foi o tema impresso no primeiro lenço feito pela maison, mesmo antes de Ferragamo decidir criá-los e produzi-los em série – um precursor de uma aventura que começaria apenas dez anos mais tarde, em 1971, quando sua filha Fulvia ingressou na empresa.

Com curadoria de Stefania Ricci

Expositora Judith Clark

Instalação de Sun Yuan & Peng Yu

Em colaboração com a GALLERIA CONTINUA

Exposição ‘Silk’

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Virologista da Fiocruz alerta para risco iminente de novos supervírus

Rio de Janeiro, por Kleber Patricio

Foto: divulgação/portal Fiocruz.

O virologista e chefe substituto do Laboratório de Vírus Respiratório e Sarampo da Fiocruz, Fernando do Couto Motta, debateu na noite de 23 de março, durante o Foro Inteligência, o risco iminente da chegada de novos supervírus. Ele alerta que os vírus deverão trazer cada vez mais prejuízos devido à modificação do ambiente – seja por meio do aquecimento global, da derrubada de florestas, da abertura de estradas ou da domesticação de animais silvestres. “Essas situações nos colocam em contato com novos reservatórios de parasitas e forçam os vírus a se adaptar, com a busca de novos hospedeiros como o ser humano”, explica Couto Motta.

O pesquisador acrescenta que, “para completar a tragédia”, a população mundial se tornou extremamente numerosa e reunida em centros urbanos, o que permite uma grande concentração de hospedeiros. “Nesses casos, a evolução tende a favorecer vírus de ação rápida e devastadora. A realidade em que vivemos automaticamente seleciona agentes mais virulentos”, diz o virologista. Ele acrescenta ainda que eliminar vírus é uma tarefa extremamente difícil, porque até hoje não se sabe se eles de fato têm vida.

Couto Motta chama atenção para o perigo que a facilidade com que os vírus mudam e trocam genes traz para a vida humana. Essa característica permite que eles evoluam rápido e se multipliquem em diferentes grupos. “Ninguém sabe dizer quantas doenças eles causam. O que se conhece são algumas maneiras como eles causam tanto estrago”, reforça o pesquisador.

Ao contrário de bactérias, que possuem uma batelada de pequenos órgãos para produzir energia, Couto Motta descreve os vírus como nada mais do que “um conjunto de DNA e enzimas embrulhado para presente em uma camada de proteína”. Um presente de grego, diz ele. “Para se replicar, ele precisa invadir outros seres e se apropriar dos instrumentos de que eles dispõem. Os vírus têm algumas características de seres vivos, como gerar descendentes, e não têm outras, como uma existência autônoma”, afirma o virologista.

De qualquer forma, os vírus reúnem uma enorme complexidade no minúsculo espaço que ocupam. Milhares de vezes menores que uma bactéria, só podem ser vistos com potentes microscópios eletrônicos. Não se sabe como surgiram. É provável que sejam bactérias que perderam várias organelas e a capacidade de viver por conta própria ou pedaços de células que se desprenderam. O fato é que são antigos a ponto de terem interferido na evolução de quase todas as espécies. Uma prova disso veio com o mapeamento do genoma humano, quando foram encontradas sequencias genéticas de vírus escondidas no nosso DNA.

Como a SARS e o Covid-19 provaram, atualmente é muito fácil para um parasita pegar um avião e aparecer em outro lugar do mundo. “Portanto, não fique surpreso se outras grandes epidemias se alastrarem pelo mundo mais vezes”, observa o virologista.

A saída para lidar com o problema está nas vacinas. Para Couto Motta, o programa nacional de vacinas do Brasil sempre foi um exemplo. “Somos um dos poucos países produtores de vacinas. O Brasil sempre importou tecnologia para adaptar e produzir a própria vacina, temos esse conhecimento”, finaliza.

Sobre o Foro Inteligência | O Foro Inteligência reúne o BRICS Policy Center e a Insight, com o apoio do Instituto de Relações Internacionais (IRI) da PUC-Rio e da Casa de Afonso Arinos. Com a proposta de manter um canal aberto com países como China, Rússia, Índia e África do Sul, visa apresentar palestras, cursos e seminários abordando problemas brasileiros não convencionais e que tangenciam as nações do bloco.

O BRICS Policy Center fará a ponte com os países emergentes. Pela primeira vez, assuntos brasileiros profundos, como as facções criminosas, a questão das fronteiras do país, a ameaça dos supervírus e bactérias, gargalos da industrialização da indústria brasileira e verdades e mentiras sobre o interesse do capital estrangeiro em investir no Brasil serão acessados a partir de um olhar convergente com o eixo dos demais países emergentes.