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Com 48h de imersão e 48min de performance, projeto ‘48h_48min’ acontece em São Paulo

São Paulo, por Kleber Patricio

Com 48 horas prévias de imersão e quatro performances de 48 minutos cada, nos dias 17, 18, 24 e 25 de abril acontecem as transmissões ao vivo da exposição performática 48h_48min: Isadora, o Oráculo e as incertezas. Serão dois blocos de 48 min por dia, às 16h48 e às 20h48, transmitidos pelo Instagram e pelo YouTube, com os nove artistas criando e interagindo com o público por meio de materiais visuais – vídeos, músicas, textos, fotografias e performance –, enviados pelas redes sociais. Tudo à mercê da profecia do I-Ching e a aleatoriedade de Isadora – programa de manipulação de imagens e sons que atua de maneira randômica.

Cada um dos artistas convida ainda um participante de fora – não necessariamente um artista – para ocupar o seu lugar em uma das performances, seja pela sede do projeto (Casa Amélia, em São Paulo) ou online direto de seus espaços. A ideia é abrir possibilidades para realidades e narrativas distintas, afetar e ser afetado dentro da diversidade, alargando assim os horizontes de ação e criação.

E o projeto já começou. O público é convidado a criar ou documentar a partir das mesmas influências que os artistas do núcleo, entrando para a galeria da exposição e servindo como inspiração ou mote para as 48 horas de imersão. Os trabalhos pré-gravados são automatizados e embaralhados no programa Isadora, a artista artificial do projeto. E o resultado final será documentado e disponibilizado no site do projeto. As interações entre o público e os artistas (via hashtag #48_48) abrem um horizonte infinito de possibilidades e conexões.

O músico, compositor, produtor musical e artista visual Pablo Casella.

A participação do público pretende flertar com o ‘hackeamento’ da superficialidade virtual, tentando ressignificar a atuação nas redes e sem uma curadoria. “Como criar conexão real no espaço não físico? Como criar presença relevante dentro da distância física? Produzindo arte colaborativa e promovendo interações livres ao redor de um centro gravitacional bastante vasto”, comenta Pablo Casella.

Convocatória | Os integrantes do projeto selecionarão ainda oito artistas ou coletivos de artistas brasileiros – especialmente pessoas emergentes com marcadores sociais não privilegiados ou que abordem questões identitárias, de gênero e raciais – que sejam de fora de São Paulo para participar. Os interessados poderão se inscrever entre 6 e 12 de abril pelo link http://projeto48.com/editalexpresso/. No dia 20, os selecionados serão avisados e vão receber uma verba bruta de mil reais e compor a programação da live de encerramento.

Por que 48 horas? | A partir de dispositivos e limitações, a ideia principal é vivenciar momentos de inspiração em possibilidades do tempo real, do agora. Com o pouco tempo de produção, os trabalhos tendem a seguir uma ‘correnteza do inconsciente’, em que elementos passeiam e são processados de forma bastante intuitiva, dando lugar aos rascunhos e às improvisações. A reflexão se volta ao risco, ao acaso e à autenticidade do momento presente.

O artista visual Ivan Padovani. Foto: Ale Ruaro.

“O mundo vive hoje uma tempestade sem precedentes. Crise pandêmica, econômica, ambiental, corrosão dos sistemas democráticos e, principalmente, a síndrome da incerteza. Enquanto somos bombardeados por especulações e teorias diversas. Ao mesmo tempo, estamos todos isolados frente às telas de computadores e smartphones. Essa fotografia do mundo atual define os elementos desse projeto”, explica Pablo.

Como tudo começou | O projeto nasceu em 2019, quando sete artistas ocuparam a Casa da Luz, no centro de São Paulo, por 48 horas para criar uma exposição performática e documental de 48 min, refletindo sobre o entorno e o interno. Cada artista recebia sua ‘profecia’ em forma de uma tiragem do I Ching (O livro das mutações – oráculo milenar da cultura chinesa), como primeira fonte de inspiração.

O Oráculo | O ‘oráculo’ é a tiragem do I Ching e norteia todo o processo. O I Ching ou ‘o livro das mutações’, é popularmente conhecido como um sistema divinatório de análise das energias presentes e consequente ‘previsão’ do futuro, mas é também utilizado como ferramenta para definir conteúdos de estruturas semióticas como cinema e literatura.

O músico e produtor Pipo Pegoraro. Foto: Laura Wrona.

No projeto, ele define o terreno comum, o mutável e o imutável, sem definir resultados e consequências.

Por se tratar de um livro milenar, sua linguagem é muitas vezes conflitante com os dias atuais. Expressões como ‘o homem superior’ e ‘feudos’ são recorrentes. Por isso, no projeto 48_48, os textos do oráculo recebem releituras e reprocessamentos, sendo desafiado pela contemporaneidade.

Isadora | ‘Isadora’ representa a aleatoriedade, o oceano de possibilidades e impossibilidades ao qual estamos sujeitos no ambiente virtual. O programa de computador vai randomicamente processar, automatizar e alterar um arquivo de imagens alimentado pelos artistas e público, tornando-se assim o ‘artista artificial’ do projeto e simbolizando a presença impactante dos algoritmos das redes no mundo como o conhecemos hoje.

A cantora e produtora musical Ligia Kamada. Foto: divulgação.

O projeto conta com o artista visual Ivan Padovani , o artista multimídia Jp Accacio, a artista visual e performer Leticia Kamada, a cantora, produtora musical e performer Ligia Kamada, o músico, compositor e artista visual Pablo Casella, o músico e produtor musical Pipo Pegoraro, o artista visual, professor e pesquisador Rodrigo Gontijo, a bailarina e musicista Tayna Ibanez e o artista visual e pesquisador Victor Leguy.

As lives têm apoio e patrocínio do Ministério do Turismo, Secretaria Especial da Cultura, Governo do Estado de São Paulo e Secretaria da Cultura e Economia Criativa de São Paulo por meio do Edital ProAC Expresso Aldir Blanc, com o objetivo de fomentar o acesso à cultura e a economia criativa.

Presença e ausência. Virtualidade, realidade e o espaço físico. Existem fronteiras?

Sobre os artistas:

Ivan Padovani – É formado em Administração pela FAAP e Pós-graduado em Fotografia pela mesma instituição. Paralelo à sua atuação como artista visual, também é professor na Escola Panamericana de Arte e coordenador do Vão, espaço independente de arte voltado para pesquisa, produção e exposições. @ivanpadovani

Jp Accacio – Artista visual, fotógrafo e videomaker que produz trabalhos em fotografia, vídeo, instalação e performance. Sua pesquisa investiga a constituição e o movimento da imagem sob o prisma da construção temporal, espacial e da narrativa e, também, as possibilidades de diálogo e coexistência entre linguagens, meios e tecnologias de diferentes períodos. @jp_accacio

Leticia Kamada – artista visual e performer. Como educadora e ativista da educação popular, ministra oficinas voltadas ao desenvolvimento do olhar e à leitura de imagens desde 1999. Há três anos, no @cursinhopopulartransformacao. Suas performances e imagens são heterotopias da dúvida e dos gestos cotidianos. @leticiakamada

Ligia Kamada – cantora e produtora musical. Vem realizando um trabalho de fruição cultural importante, além de trabalhar em grupos de fortalecimento artístico de mulheres no meio cultural da região do Vale Paraibano, como o GT Mulheres da Cultura SJC. Já foi escolhida uma das cantoras do Cena Delas, projeto do SESC. Integra as bandas Sollo Duo e Baião de Spokens e, em 2021, lança o álbum visual Povo em Pé, com as parceiras poetas Clara Baccarin, Piera Schnaider e o poeta arrudA. @ligiakamada

Pablo Casella – Músico, compositor, produtor musical e artista visual. Reside em Gent, Bélgica, desde 2008 e navega por diversos projetos multimídia. Trabalha como músico, compositor de trilhas para teatro, vídeos e curtas metragens, editor de imagens, criação artística, edição de videoclipes e no universo teatral, com composição e gravação de trilhas sonoras e vídeo-cenários. Atualmente está envolvido nos projetos de teatro Kill Joy (compositor) e Antígone na Amazônia (músico e ator) da Cia NTGent e com os grupos musicais Témé Tan, Esinam, NDUGU e Tom, Lien and Pablo. @pcasella78

Pipo Pegoraro – Com três indicações como produtor ao Grammy Latino, Pipo Pegoraro é músico e produtor musical com quatro álbuns autorais lançados. Nos últimos anos, focou seu trabalho na produção musical, colaborando na criação de trabalhos de artistas como Xênia França, Serena Assumpção, Aláfia, Filipe Catto, Beto Montag e Dani Nega, entre outros. @pipopegoraro

Rodrigo Gontijo – Artista, pesquisador e professor na Universidade Estadual de Maringá. É Bacharel em Comunicação e Multimeios pela PUC-SP, Mestre e Doutor em Multimeios pelo Instituto de Artes da Unicamp. Já publicou diversos artigos e capítulos de livros sobre cinema experimental e expandido. Desenvolve projetos de live cinema, instalações, filme-ensaio e documentários. @rodzgontijo

Tayna Ibanez – Bailarina e musicista, artista interdisciplinar nascida e criada num bairro periférico de São Paulo. Formada em Artes Cênicas pela Escola Livre de Teatro de Santo André, acumula vivências e pesquisa em Dança Contemporânea, performance e improvisação cênica. Desenvolve o projeto autoral Fêmea. @tayna.ibanez

Victor Leguy – Artista e pesquisador. Bacharel em Desenho Industrial/ Artes Visuais (Mackenzie/São Paulo, 2003), formado no curso de Relações e Linguagens Históricas (USP/São Paulo, 2005/06). Através de processos híbridos de produção, aborda questões relacionadas ao espaço público, a construção da história coletiva, do convívio e cultura visual em contextos socioculturais e políticos específicos. @victorleguy

Serviço:

48h_48min: Isadora, o Oráculo e as incertezas

Datas: 17, 18, 24 e 25 de abril de 2021

Horários: Às 16h48 e 20h48

Como acessar: Instagram e YouTube.

Festival Hercule Florence apresenta exposição de fotógrafo português

Campinas, por Kleber Patricio

O Atelier de Saint Jacques. Foto: Fernando Lemos/Acervo Instituto Moreira Salles.

Em razão da prorrogação das restrições da Fase Vermelha do Plano SP, a exposição Mais a Mais ou Menos do Festival Hercule Florence, em Campinas, com fotografias de Fernando Lemos (Acervo Instituto Moreira Salles) e curadoria de Rosely Nakagawa, será revelada para o público por meio de uma live nesta sexta-feira (9), às 18h. A apresentação contará, ainda, com a participação de Thyago Nogueira, curador de fotografia do Instituto Moreira Salles, onde foi incorporado o acervo do artista.

Fernando Lemos faleceu em dezembro de 2019 e esta é a primeira mostra que reúne a sua obra fotográfica após a sua morte. “Fernando Lemos, nascido em Lisboa em maio de 1926, construiu uma trajetória artística exuberante, estruturada na libertação, subversão, provocação e contestação das regras. Carregado pela mãe, ainda menino ia ao mercado e às feiras, lendo em voz alta os jornais usados para embrulhar peixes. Na adolescência, trabalhou em uma litografia, depois como desenhista e, então, em agências de publicidade. Em 1949, comprou uma máquina fotográfica Flexaret e começou a fotografar. Sua primeira exposição surrealista ampliou a visão de arte portuguesa em pleno período de repressão do governo de Salazar, na década de 1940”, conta Rosely Nakagawa, curadora do evento.

A primeira exposição no Rio de Janeiro provocou sua mudança definitiva para o Brasil pouco antes do golpe militar de 1964. “Sempre explorando processos gráficos e fotográficos, ancorado no fazer artístico, construiu uma linguagem própria, recorrendo à inversão, à fragmentação, à solarização e a sobreposições. Sua obra é marcada pela imagem construída, visando um efeito de revelação, ocultação, incisão, encenação, invenção e assinalada pela participação das mãos como ferramenta de construção de um diálogo entre o trabalho e o sonho”, completa Rosely.

Todas as informações do Festival estão no site www.festivalherculeflorence.com.br.

Serviço:

Exposição Virtual Mais a Mais ou Menos – Festival Hercule Florence

Data: Sexta-feira (9/4)

Horário: 18h

Curadoria: Rosely Nakagawa e Thyago Nogueira

Onde: Festival Hercule Florence – YouTube

Sobre o Festival | Criado em 2007, o Festival Hercule Florence tem como matriz a invenção isolada da fotografia no Brasil, feita em Campinas, em 1833, por Hercule Florence, considerado o pai da fotografia. Esse fato desencadeou na cidade atitudes fotográficas no percurso dos séculos. Dessa cultura fotográfica, nasceram os grupos de fotografia e o festival, a partir da criação da Semana Hercule Florence. Mais de 120 mil pessoas e 80 fotógrafos brasileiros e estrangeiros já participaram do evento ao longo dos anos.

Este ano, o XII Festival Hercule Florence é um dos projetos fomentados com recursos da Lei Aldir Blanc – Edital ProAC Expresso LAB Nº 40/2020 por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa de São Paulo.

Mostra nacional de teatro apresenta 52 espetáculos gratuitos on-line

Hortolândia, por Kleber Patricio

Monólogo “Gandhi – A Ética Inspiradora” acontece no dia 9 às 20h. Foto: divulgação.

A 6ª Mostra Nacional de Teatro NaLona, que acontecerá de 9 a 24 de abril no formato on-line, contará neste ano com duas modalidades: live (ao vivo pela internet) e gravado. Segundo a City Web e Casa de Joana, organizadores da Mostra, a programação terá 52 espetáculos de 31 grupos ou companhias de 27 cidades, com previsão de público de 12 mil pessoas.

Entre a programação adulta, recebe destaque o monólogo Gandhi – A Ética Inspiradora, interpretado pelo ator João Signorelli. “A força desse personagem revela o crescente movimento – não apenas no ambiente corporativo, mas da sociedade em geral – pela introdução de princípios ético-filosóficos nas relações humanas”, explica Juraci Moreira, produtor cultural da Mostra. A apresentação, que ocorre nesta quinta-feira, 9, às 20h, já passou por quase todos os estados brasileiros, além de países como Índia, Inglaterra, Suíça, Alemanha, Portugal, Moçambique e Áustria. “O espetáculo é atual não apenas pelo tema, mas principalmente pelo que o país e o mundo passam com a falta de empatia, solidariedade e comunicação não violenta”, completa o produtor.

Já a programação infantil conta com diversas apresentações, entre elas a do clássico A História da Cigarra e a Formiga, da Cia de Teatro São Genésio, em diversos dias e horários, iniciando suas apresentações também no dia 9, às 16h. No elenco estão os atores Airton Silva, Giliard Sartori e Rita Oliveira.

Entre as oficinas e workshops, a Mostra traz um curso rápido de iluminação cênica para teatro e dança. As aulas, direcionadas ao público maior de 16 anos, mas não exclusivo para atores e técnicos de artes, ocorrem no dia 12 e 13, às 14h, pelo Youtube. As apresentações pela internet contarão, ainda, com um chapéu virtual, por meio de um link, para que o público possa colaborar com o cachê e manutenção dos grupos e coletivos teatrais. Todas as informações estão no site http://www.nalona.com.br.

A Mostra | A Mostra NaLona reúne, em suas edições, grupos do Brasil e exterior que apresentam um panorama do que se produz no universo das artes cênicas. Com trocas de experiências, debates, cursos e espetáculos, é um festival de referência. Mais de 240 espetáculos passaram por suas cinco edições anteriores, com público de mais de 40 mil expectadores.

A mostra foi viabilizada por meio da Lei Aldir Blanc, do Governo Federal, com o apoio do Governo do Estado de São Paulo/Secretaria de Cultura e Economia Criativa, através do projeto ProAC Expresso LAB 40/2020 – Produção de Festivais. A mostra também conta com o apoio da Prefeitura de Hortolândia através da Secretaria de Cultura.

Casa de Francisca inicia campanha para sobreviver ao período de pandemia

São Paulo, por Kleber Patricio

Crédito da foto: Pedro N. Prata.

Fundada em 2006, a Casa de Francisca foi — por 10 anos, enquanto ocupava um imóvel no bairro dos Jardins — carinhosamente conhecida como “a menor casa de shows de São Paulo”. Sua relevância e o seu alcance para a cena e produção musical do país, contudo, sempre foram inversamente proporcionais aos 44 lugares de que dispunha para as apresentações. Em 2017, mudou de residência e foi para o Centro da cidade, no Palacete Tereza Toledo Lara, local conhecido como a antiga esquina musical de São Paulo.

Após um ano de pandemia, a Casa de Francisca se encontra em um dos momentos mais delicados da sua história. Para permanecer de portas abertas e seguir como um dos palcos mais importantes do Brasil, o espaço lança a campanha Avante Francisca!. Trata-se de um programa mensal de mantenedores, que poderão participar decisivamente na retomada da Casa de Francisca. A iniciativa está disponível no site Apoia.se (acesse aqui). Os assinantes terão retribuições e benefícios (confira a lista no fim do texto).

Foto: Life by Lufe.

“Nesse momento de tragédia no mundo, o Brasil é protagonista com a incompetência de seus governantes que politizam a vacina e assistem ao aumento de mortes, das variantes do vírus e do colapso do sistema de saúde. O setor cultural, responsável pelo alimento espiritual e por uma das maiores riquezas do país e o setor de eventos, bares e restaurantes são uns dos setores mais atingidos pela pandemia e carecem de ações emergenciais e significativas do setor público”, explica Rubens Amatto, fundador da Casa de Francisca.

Desde que a Casa anunciou um possível fim das atividades, a classe artística demonstrou inúmeras manifestações de apoio e carinho. Habitués do palco da Francisca, Emicida e Criolo foram alguns deles. “Em todas as vezes que fui ali eu não pensava que estava em uma casa de shows. O Rubens conseguiu criar um templo da arte contemporânea que se encontra com os artistas de antes, na companhia da alma dos que já se foram e, assim, sonhamos com o futuro”, diz Emicida. O rapper paulistano complementa: “O fechamento da Casa de Francisca seria uma punhalada violenta no coração de todo aquele que tem esperança por aqui, sendo artista ou não. Sem memória e sem esperança, o ser humano é só um punhado de areia seca de onde nada pode nascer”.

 

Com média de 250 shows por ano, a Casa de Francisca já realizou mais de 3500 shows ao longo dos seus 15 anos de trajetória e foi reconhecida inúmeras vezes. Foi vencedora do prêmio APCA 2018 (Associação Paulista de Críticos de Arte) na categoria “projeto especial em música”; também foi uma das três finalistas ao Prêmio Bravo! de Cultura 2018 (ao lado do SESC-SP e Instituto Moreira Salles) e ainda foi finalista ao Prêmio do Governo do Estado 2018.

Além do programa de mantenedores mensais, há ainda uma maneira de colaborar pontualmente, o que pode ser feito pelo Catarse (acesse aqui).

Confira as possibilidades de assinaturas mensais, os benefícios e acesse o link de colaboração aqui:

Placa / Menção: agradecimento especial no site e placa na entrada da casa;

Playlist: playlist exclusiva no Spotify com série de shows gravados ao vivo na Casa de Francisca, além de discos mais tocados na casa durante os últimos anos;

Assembleia: encontro on-line mensal com equipe da Casa de Francisca mantenedores e artistas convidados para discussão de pautas contemporâneas e rumos da Casa;

Cursos: cursos on-line gravados com dicas de preparo de pratos, drinks e curadoria da casa;

Cine-Live: acesso ao acervo das cinelives publicadas no canal cine.casadefrancisca.art.br

Compra Antecipada*: preferência de compra antecipada em cota voltada para mantenedores nos shows presenciais.

Ingressos*: ingresso gratuito mensal mediante a reserva e disponibilidade da cota voltada para mantenedores.

Cartazes*: receba cartazes impressos de shows realizados na Casa de Francisca ao longo de seus 15 anos.

Celebração!*: festa comemorativa ao retorno da Casa de Francisca.

* a partir da retomada da Casa.

III Festival Candeia acontece online de 10 a 30 de abril com acesso gratuito

São Paulo, por Kleber Patricio

Crédito das fotos: divulgação.

Dessa vez online, acontece de 10 a 30 de abril mais uma edição do Festival Candeia, evento gratuito que tem o objetivo de fomentar a cultura popular brasileira por meio de aulas, bate-papos e apresentações artísticas. Dividido em três pilares – a fim de homenagear as culturas tradicionais, as velhas guardas do samba de São Paulo e as mulheres da música independente –, o Candeia 2021 vai contar com a participação de Chico César, Alessandra Leão, Escola de Samba Vai-Vai, Jongo Dito Ribeiro e Samba do Cururuquara, entre outros grupos e artistas ativos e importantes para a cena da cultura popular no Brasil.

Oficinas | Oficinas, cursos e palestras estão na programação do Candeia; a maioria, sem necessidade de inscrição prévia. Duas delas, no entanto, têm vagas limitadas e os interessados já podem confirmar presença preenchendo os formulários dos links abaixo.

As primeiras aulas serão sobre as origens do forró, nos dias 13, 14, 20 e 21 às 19 horas, ministradas por Fernando Corrêa, que vem pesquisando acerca da dança, música e história do forró, baião e xaxado nos últimos 19 anos. As inscrições podem ser feitas aqui.

Escola de Samba Unidos do Peruche se apresenta na programação do Festival.

Dia 15 às 19 horas, está prevista uma palestra sobre Kimbundu, língua trazida para o Brasil com os povos escravizados da região de Congo e Angola e que se tornou um pilar da cultura brasileira. A proposta é mostrar a importância da língua e da cultura Kimbundu para a formação do português brasileiro e para as diversas manifestações afrodescendentes. O palestrante será Niyi Tokunbo Monazambi, formado em Letras pela Universidade de São Paulo, falante de 10 idiomas, pesquisador, professor de Kimbundu e criador do Kalunga Idiomas e Experiências, que tem ensinado o Kimbundu online para estudantes de diversas partes do mundo.

Dia 25 de abril às 16 horas será a vez da Oficina de Ilu com a compositora, cantora e percussionista Alessandra Leão. Para se inscrever, basta acessar aqui. Os interessados em dança afro podem fazer parte das aulas dos dias 26 e 28 às 19 horas, com Maurici Brasil, dançarino e percussionista, que vai abordar ritmos do candomblé como barravento, congo de ouro e ijexá. E dia 27 às 19 horas tem oficina de rabeca com o multi-instrumentista, educador e artesão Fernando Barroso, para aqueles que já conhecem o instrumento e querem aprender os primeiros acordes.

A palestra e as oficinas de rabeca e de dança acontecerão via Youtube; as demais, via Zoom. Os links serão liberados e enviados com antecedência aos inscritos pela organização do evento.

Cantora alagoana Paula da Paz apresentará o “Canto para Yabás” no dia 23 de abril.

Shows | A agenda do Festival prevê também uma série de apresentações musicais, que serão exibidas no Youtube do Festival, sempre às 20 horas.

A primeira será dia 10 de abril com o Jongo do Dito Ribeiro, comunidade reconhecida como patrimônio cultural da cidade de Campinas e que lidera inúmeras ações na luta pela preservação da cultura negra na região, como a manutenção do Centro de Referência Jongueiras e Jongueiros do Sudeste, do Centro de Documentação Edite Ribeiro Barboza e do Lab AfroHacker.

Seguindo o pilar de culturas tradicionais, se apresenta no dia seguinte o grupo tradicional de samba de bumbo Treze de Maio – Samba do Cururuquara, nome de um bairro em Santana do Parnaíba onde a manifestação começou em 1888.

A Congada de Santa Efigênia fecha a programação deste tema no dia 22. Fundada em Mogi das Cruzes, tem sua liderança passada de geração em geração desde 1984. Hoje está sob o comando de Gislaine Afonso, reconhecida em Brasília como a primeira capitã de congadas do país.

As escolas de samba de São Paulo mostram o seu trabalho nos dias 16 (Camisa Verde e Branco), 17 (Vai-Vai) e 18 (Peruche), todas muito tradicionais e com anos de história.

Dia 23 de abril está programado o show da cantora alagoana Paula da Paz, que com sua banda feminina apresentará o Canto para Yabás com música, poesia, dança e contos.

Ana Flor de Carvalho mostra ao público dia 24 o seu atual projeto solo e autoral, com canções entoadas por sua voz árida e potente e fluindo de momentos rock n roll e urbanos a outros, caipiras e idílicos.

Dia 25, Alessandra Leão canta faixas do Macumbas e Catimbós, oitavo álbum da artista, indicado ao Latin Grammy 2019. O encerramento do festival fica a cargo do cantor e compositor paraibano Chico César, que se apresenta no dia 30 de abril. Com mais de nove trabalhos já gravados, sua carreira tem repercussão internacional e a maioria de suas canções são poesias profundas e encantadoras.

Rodas de conversa | Três rodas de conversa completam a programação da terceira edição do Candeia. Sempre às 16 horas.

Primeiro uma, dia 10, com a presença de representantes de três comunidades tradicionais que estarão no festival: Mestra Laine, da Congada de Santa Efigênia, Alessandra Ribeiro, liderança do Jongo Dito Ribeiro, e João Mário, integrante do Samba do Cururuquara. A proposta é conversar sobre a história de resistência e perpetuação das culturas tradicionais no estado de São Paulo, falando sobre estratégias para manutenção dos seus espaços e saberes, articulações, transformações históricas e sobre o enfrentamento dessas comunidades à situação da pandemia. A mediação será de Ricardo Souza, cientista social, percussionista, pesquisador e brincante das culturas tradicionais e integrante da comunidade tradicional de terreiro Redandá.

Comandada por alguns expoentes da velha guarda das escolas de samba de São Paulo, como Seu Carlão do Peruche, último cardeal do samba ainda vivo, Maria Helena e Dicá, embaixadores do samba e integrantes da Rosas de Ouro, Toinho Melodia, da Unidos de Vila Maria, Seu Dadinho, do Camisa Verde e Branco, e Thobias, da Vai-Vai, a segunda roda de conversa será dia 18 sobre a história desses mestres e de suas escolas, as características peculiares do samba paulistano e as transformações no carnaval da cidade ao longo das décadas. A mediação será do historiador André Santos, mestre em história pela Universidade de São Paulo e pesquisador do samba paulistano.

A última roda de conversa acontece dia 24 e contará com a participação da DJ Iasmin, que é também estilista, ritmista e colecionadora de vinil, Alessandra Leão, Paula da Paz, da percussionista, cantora e pesquisadora Verônica Borges e mediação da cantora e compositora Camila Trindade. A ideia é discutir a presença feminina na música brasileira, avaliando os desafios e as estratégias para ampliação e protagonismo das mulheres no mercado musical e artístico brasileiro, além de conversar sobre as estratégias e projetos diante do cenário de Covid-19.

Serviço:

III Festival Candeia

De 10 a 30 de abril no Youtube, Instagram ou Zoom

Confira a programação completa aqui

Classificação Indicativa: Livre

Acesso gratuito

Mais sobre a Candeia Cultura e Educação | A Candeia – Cultura e Educação, fundada em 2017, é uma articuladora de projetos, serviços e produtos voltados para cultura brasileira e educação. Produção de eventos, ações, shows, artistas, oficinas, cursos e formações na cidade de São Paulo. O objetivo é promover ações culturais e educativas que fortaleçam a valorização do patrimônio cultural e artístico brasileiro fomentando a diversidade, o pensamento crítico, a tolerância, o respeito à alteridade e aos saberes tradicionais.