“Não se combate a violência com um único modelo de enfrentamento. Cada geração exige uma abordagem diferente”, segundo advogado criminalista Davi Gebara


São Paulo
O psicoterapeuta junguiano Leonardo Torres, que lança o livro: “Contágio Psíquico: a loucura das massas e suas reverberações na mídia”. Foto: divulgação.
O que antes era chamado de histeria coletiva, possessão coletiva e outros termos, agora é aprofundado pelo psicoterapeuta junguiano Leonardo Torres em seu livro Contágio Psíquico: a loucura das massas e suas reverberações na mídia. O autor, que também é Doutor em comunicação e cultura e especialista em psicologia junguiana, parte da afirmação de que a humanidade nunca foi inteiramente lúcida. “O ser humano é o único animal que chora de felicidade; ri de ódio; diz ‘eu te amo’ sem amar; diz ‘eu não me importo’ importando-se demasiadamente”, explica.
O livro é um tratado sobre a loucura coletiva desde a Idade Média até o século XXI e que elucida, pelo viés da psicologia, antropologia e dos estudos da comunicação, fenômenos como o levante do nazifacismo, o negacionismo e outros que eclodiram recentemente. Mas não somente isso: para Leonardo Torres, trazendo estudos da Neurociência, o contágio psíquico ocorre a todo momento, variando seu nível de impacto. Por exemplo: o contágio pode ocorrer desde indivíduos bocejando até casos graves de violência, como nos linchamentos.
O autor mergulha na história da humanidade e na sua necessidade de pertencimento para entender como grupos, sociedades e nações, fisicamente ou on-line, contagiam entre si emoções, sentimentos e pensamentos, promovendo comportamentos absurdos: de danças coletivas que levam à morte, freiras miando para a lua, linchamentos em plena atualidade, desmaios coletivos e muitos outros.
“Com a paixão de quem se entrega ao seu objetivo, o autor nos oferece uma reflexão provocativa e bem construída, fruto do duro trabalho de pesquisa, aliado a uma intuição afinada. Enfim, um livro generoso que faz valer o tempo que a ele dedicamos”, comenta Malena Contrera, Doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP e líder do Grupo de Pesquisa Estudos do Imaginário pela Universidade Paulista.
Sobre o livro:
Título: Contágio Psíquico: a loucura das massas e suas reverberações na mídia
Autor: Leonardo Torres, Psicoterapeuta Junguiano, Doutor em Comunicação e Cultura e Especialista em Psicologia Junguiana
Editora: Eleva Cultural
Número de páginas: 256
Onde encontrar? Na plataforma Amazon e também no site https://www.elevacultural.com
Preço: De R$65,00 por R$55,00 (promoção de lançamento).
Foto: Brian Yurasits/Unsplash.
O plástico pós-consumo disposto nos mares inadequadamente pelo homem será abordado no 4º Congresso Brasileiro do Plástico (4CBP), que acontece no dia 8 de junho de 2021, pelo Professor do Instituto Oceanográfico da USP – Universidade de São Paulo, Alexander Turra. O evento terá a presença online de palestrantes nacionais e internacionais que contarão suas experiências sobre a matéria-prima e já está com as inscrições abertas de forma gratuita.
Para o presidente do Instituto SustenPlást, Alfredo Schmitt, “o CBP é o evento referência para a mídia, poder público e sociedade em geral que anseiam por informações corretas e científicas. Por este motivo, os conteúdos apresentados são criteriosamente escolhidos a fim de elucidar assuntos importantes, bem como mostrar as iniciativas do setor sobre os caminhos e soluções fundamentais que o plástico pode trazer”, explica.
O evento, que acontece de maneira bianual, é promovido pelo Instituto SustenPlást e tem como objetivo debater a importância e a relação da sociedade com os plásticos. As informações completas estão sendo divulgadas pelo site cbplastico.com.br.
Todos podem navegar pelos mais de 1000 itens do rico imaginário d’OSGEMEOS. Imagem: divulgação.
A Pinacoteca de São Paulo divulga a aguardada experiência virtual em 360º da mega exposição OSGEMEOS: Segredos. O tour, gratuito e disponível no site do museu em 19 de abril, garante a todos no Brasil e exterior a possibilidade de navegar pelos mais de 1000 itens do rico imaginário dos irmãos Gustavo e Otávio Pandolfo e 10 espaços dedicados à mostra (7 salas expositivas, octógono, hall e pátio).
O tour online também representa a possibilidade de acesso a uma das exposições mais concorridas do país. Além da visita virtual, o site do museu também traz uma entrevista exclusiva com o curador da mostra e diretor-geral da Pinacoteca, Jochen Volz, que comenta sobre os êxitos e desafios do processo de montagem.
Outros materiais complementares já estavam disponíveis para o público antes deste lançamento, como a visita guiada conduzida pelos próprios artistas para o público escolar, alunos e professores. Lançada em 21 de janeiro, já foi vista por mais de 32 mil pessoas nos canais da Pinacoteca. Veja aqui.
OSGEMEOS: Segredos | Liderando a retomada das atividades culturais em São Paulo após sete meses de fechamento, a mostra foi inaugurada em 15 de outubro de 2020 e, desde então, é um sucesso de público e crítica. Operando com restrições de atendimento e adotando todos os protocolos de higiene e segurança devido à pandemia, mais de 90 mil pessoas já visitaram presencialmente OSGEMEOS: Segredos até março deste ano, quando o museu foi fechado para atender as determinações do Plano São Paulo para combate da Covid-19.
A mostra tem patrocínio de Bradesco, Samsung, Grupo Boticário, IRB Brasil RE, Iguatemi São Paulo, GOL Linhas Aéreas, escritório Mattos Filho, Allergan, Cielo, Comgás e Havaianas. Este tour foi realizado com o apoio da Bloomberg, empresa líder em tecnologia financeira global, por meio de seu programa de filantropia corporativa e sem uso de leis de incentivo.
Serviço:
Tour Virtual OSGEMEOS: Segredos e entrevista com Jochen Volz
Site da Pinacoteca de São Paulo: http://www.pinacoteca.org.br/tourvirtualosgemeos/.
Fotos: divulgação.
Ópera sempre sugere um espetáculo grandioso num palco, com orquestra, cantores, cenários e iluminação. Mas com a pandemia, que obrigou o distanciamento social, os artistas tiveram que se reinventar. Foi o que fez o coletivo Ocupação Lírica de Teatro Itinerante que, proibido de circular pelo Estado, encarou o desafio de adaptar seu projeto ao formato digital com a gravação para as plataformas virtuais da ópera cômica La Serva Padrona, de J. B. Pergolesi. A montagem estreia no sábado, 24 de abril, no Youtube da companhia e segue em temporada até 30 de abril, sempre às 20h, com acesso gratuito.
O diretor artístico da companhia, Felipe Venâncio, responsável pela nova concepção, conta que redesenhou a ópera para a nova versão. “A ideia era gravar tudo no palco, com cenário mais reduzido para facilitar a circulação. Mas, com o avanço dos casos de Covid-19, achamos arriscado juntar numa sala os músicos, regente, cantores e diretor e então redesenhei a ópera. A proposta é a mesma, mas mudou o jeito de fazer e a cenografia virou digital”, informa. “E como o cenário é bem específico, de rococó barroco, a montagem acabou se transformando num desenho animado com pessoas reais”. Nesse processo, além do rococó barroco e da Commedia dell’arte, a adaptação introduziu referências de filmes de animação como Roger Rabbit, Pipa-Pau, desenhos como Looney Tunes e até jogos de videogame, como Street Fighter.
“Sentimos a necessidade de flertar com novas linguagens, musicais, teatrais e mídias. Além de ressignificar o repertório antigo tradicional operístico e de experimentar coisas novas de compositores contemporâneos”, afirma Venâncio. A gravação foi feita com fundo e móveis cobertos de verde para permitir depois a interferência gráfica da designer de animação.
A montagem mistura a música barroca do século 18 com a Commedia Dell’arte por meio das visualidades e da interpretação. “Pretendemos, dessa maneira, revisitar os aspectos populares dessa arte nomeada como erudita”, diz o diretor. O espetáculo traz a ópera completa em idioma original, instrumentação reduzida e com tradução em libras em todas as apresentações.
La Serva Padrona conta a história de um rico solteirão e uma empregada que sonha em se tornar patroa e trama para se casar com o patrão. Escrita por Giovanni Battista Pergolesi em 1733, a ópera bufa faz uma inversão irônica de valores ao apresentar um patrão, Uberto, que é oprimido pela sua criada Serpina a tal ponto que pensa em arranjar uma esposa para se livrar dela. Serpina, então, convence o outro criado, Vespone, a dar um golpe no patrão para ela se tornar a patroa de fato. A trama mostra a esperteza das pessoas do povo triunfando sobre a avareza da burguesia, em uma divertida sátira social.
Venâncio conta que este espetáculo havia sido montado em 2019 com a Orquestra Sinfônica de Indaiatuba, os cantores do Ópera Estúdio Unicamp (OEU) e ele como diretor convidado. Esta nova versão remota foi gravada com equipe reduzida, em separado com cada integrante, apenas com a presença do diretor, e editada durante o isolamento social. “Aproveitamos para acrescentar novas referências e buscar uma linguagem que se situasse mais como ópera digital, teatro digital ou videoteatro”, explica Venâncio. O acompanhamento musical é feito por um quarteto de cordas e um cravista. A produção foi contemplada pelo Programa de Ação Cultural (ProAC) do governo do Estado, com recursos da Lei Aldir Blanc.
Segundo Venâncio, a proposta da Ocupação Lírica é fomentar a cultura local, formar público, estimular e colaborar com a formação de jovens cantores/atores e apresentar a produção do interior paulista. Ele cita que esse gênero de espetáculo ainda é pouco difundido fora dos grandes centros.
O coletivo | A Ocupação Lírica de Teatro Itinerante é composta por Leandro Cavini, Lara Ramos, Presto Kowask e Felipe Venâncio. Os dois primeiros formados em Música e os dois últimos, em Artes Cênicas pela Unicamp. Os quatro já haviam trabalhado juntos em outros espetáculos como parte do Ópera Estúdio Unicamp e, após a apresentação da segunda temporada de Gianni Schicchi, de Puccini, em 2019, resolveram formar a Ocupação. As principais expectativas eram a possibilidade de pesquisar novas linguagens e abordagens dentro do gênero e realizar circulações pelo interior do estado de São Paulo.
Em 2020, o grupo tinha um projeto audacioso de circulação pelo Estado de duas óperas bufas produzidas em parceria com o Ópera Estúdio Unicamp (OEU). Com o fechamento dos teatros, foi preciso buscar alternativas dentro do universo virtual. “Como nossos próprios meios de criação estavam bastante limitados, recorremos a três espetáculos que havíamos montado ainda como parte do OEU”, diz Venâncio. Primeiro, foi feita uma versão compacta, de 15 minutos, da opereta O Morcego, de Strauss, rebatizada de O Morcego na quarentena — um brinde virtual. Depois, o grupo enviou a gravação de Gianni Schicchi feita com a Orquestra Sinfônica da Unicamp, em 2019, para o festival Arte como Respiro, do Itaú Cultural. E agora, como Ocupação Lírica de Teatro Itinerante, estreia seu primeiro projeto solo, a nova roupagem de La Serva Padrona, de Pergolesi.
Curiosidades
– La Serva Padrona fez muito sucesso em sua época e é considerada um dos primeiros grandes exemplos de ópera bufa (cômica). Escrita inicialmente como um intermezzo – uma peça leve para ser apresentada durante os intervalos de uma ópera mais longa e séria –, a obra logo ganhou sua independência e passou a ser apresentada de modo autônomo.
– La Serva Padrona foi o estopim da Querela dos Bufões, em agosto de 1752, quando a trupe itinerante italiana de Eustachio Bambini a apresentou em Paris, na Académie Royale de Musique, futura Ópera de Paris. Ali foi travada uma guerra entre os aristocratas, que defendiam a tradição lírica francesa, e os intelectuais, que defendiam o estilo buffo italiano. A polêmica ultrapassou o terreno da música e levou a uma discussão de ideias estéticas, culturais, filosóficas e até políticas. Os aristocratas defendiam a complexidade da harmonia e ornamentação da música francesa e combatiam o que consideravam música de entretenimento, enquanto os intelectuais atacavam a retórica dos temas mitológicos que pouco diziam ao público burguês emergente e defendiam a simplicidade e naturalidade da ópera italiana. Tudo isso provocado pelo sucesso de La Serva Padrona.
FICHA TÉCNICA
Felipe Venâncio – Direção Cênica, Concepção e Gestor de Produção
Presto Kowask – Desenho e Operação de Iluminação e Gestor de Produção
Isabela Siscari – Direção Musical
Leandro Cavini – Cantor-ator
Helen Tormina – Cantora-atriz
Gabriel Pangonis – Ator
Lara Ramos – Produtora Executiva
Gabriela Madureira – Edição de Vídeo e Designer de animação
Tiago Amarante – Assessor de Mídias Sociais
Willian Donizetti – Captador e Editor de Áudio
Heitor Coelho – Assistente de Direção Cênica
Alvaro Peterlevitz – Violinista – violino I
Alfredo Rezende – Violinista – violino II
Jonas Goes – Violista
Fábio Belluco – Violoncelista
Osny Fonseca – Cravista.
Serviço:
La Serva Padrona, de Pergolesi
De 24 a 30/4, às 20h
No Youtube da companhia: https://linktr.ee/ocupacaolirica.
Acesso gratuito. Todas as apresentações terão interpretação em libras.
Encontros convidam participantes a conhecerem a importância do CCBB SP na revitalização da área central da cidade. Foto: divulgação.
Para celebrar o aniversário de 20 anos do Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo, o Programa CCBB Educativo – Arte e Educação realiza duas visitas especiais e virtuais que convidam o público a dialogar sobre o centro histórico, o contexto de formação da capital paulista (triângulo histórico) e como um centro cultural pode valorizar o passado ao mesmo tempo em que promove ações no presente. Os encontros acontecem no dia 21 de abril, quarta-feira, às 13h e às 16h30. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo site.
O edifício do CCBB São Paulo, construído em 1808, com o propósito da criação do Banco do Brasil, está localizado na esquina da Rua Álvares Penteado com a Rua da Quitanda, no coração da cidade. A instalação e manutenção do CCBB em um prédio em pleno Centro histórico da capital paulistana refletem a preocupação com a revitalização da área, que abriga um inestimável patrimônio arquitetônico fundamental para a preservação da memória da principal metrópole da América Latina.
Nesses encontros virtuais, o público será convidado a refletir sobre a importância do CCBB São Paulo para a revitalização da área central da cidade com a sua modernização urbana e investimentos na cultura. Entre as curiosidades, os navegantes poderão conhecer o vitral do 3º andar, que permite uma visão geral do prédio e de seus detalhes; os balcões, que eram usados para atendimento aos clientes do banco, foram adaptados e agora podem ser vistos na livraria, na cafeteria e na bilheteria.
Já no subsolo, está o cofre fabricado na França no início do século passado que tem seu interior e portas inteiramente preservados. No térreo, o átrio central conserva o piso original e mosaico feito com técnica italiana. A insígnia do BB pode ser vista também no gradil de ferro fundido do mezanino e do 1º andar. No início do século XX, o acesso ao cofre do subsolo era feito exclusivamente pelo “elevador pantográfico”. “Esta é uma programação incrível para educadores e escolas, pois é uma oportunidade de conhecer mais sobre a rica história do CCBB, que se conecta com a história do banco e seu desenvolvimento, desde o início das atividades do Banco do Brasil. Em 2001 foram iniciadas as atividades do Centro Cultural Banco do Brasil em São Paulo, com o objetivo de formar novos públicos, democratizar o acesso e contribuir para a promoção, divulgação e incentivo da cultura”, comemora Cláudio Mattos, gerente geral do CCBB São Paulo.
Redes sociais CCBB São Paulo: Facebook: ccbbsp | Twitter/ @ccbb_sp | Instagram/ccbbsp.