“Não se combate a violência com um único modelo de enfrentamento. Cada geração exige uma abordagem diferente”, segundo advogado criminalista Davi Gebara


São Paulo
Grupo Batakerê está entre os destaques nacionais do festival. Foto: divulgação.
Em 23 de abril, entra no ar a 8ª edição do Dança à Deriva, encontro latino-americano de dança, performance e ativismo que tem como objetivo consolidar a rede de artistas, produtores e articuladores culturais que vem sendo criada desde a sua primeira edição, em 2012. Coordenado pela produtora e gestora de projetos culturais Solange Borelli, desde o início o encontro já recebeu mais de 85 coletivos artísticos de Brasil, Argentina, Bolívia, Colômbia, Chile, Costa Rica, Equador, Peru, México, Paraguai, Uruguai e Venezuela.
Para esta edição, foram mais de 300 inscrições de obras dentro das seguintes categorias: vídeo dança, vídeo arte, vídeo documentário e registro de obras. Desse total, 47 trabalhos foram selecionados e serão exibidos de 21 a 30 de abril pelo canal do YouTube do Dança à Deriva.
Os países que integram a programação no Dança à Deriva 2021 são Brasil, Chile, Bolívia, Panamá, México, Colômbia, Equador, Argentina, Paraguai, Uruguai, Costa Rica e Índia.
Destaque para a presença do Colectivo Carretel, da Colômbia, que investiga as possibilidades do corpo como ente comunicador e relacional frente a entornos determinados, cotidianos, artísticos e coletivos. O coletivo participou das três primeiras edições de Dança à Deriva e, nas demais edições, sempre estiveram presentes alguns de seus componentes. Solange diz que Coletivo Carretel foi e continua sendo uma inspiração para o Dança à Deriva; portanto, abrirá o encontro.
Outro destaque fica para o trabalho de Kailas Sreekumar, artista indiano que participa pela primeira vez do Dança à Deriva, além das presenças de artistas brasileiros que residem em outros países e buscam participar deste encontro em parceria. “Nesta edição, teremos parcerias entre artistas do Brasil/Espanha, Brasil/França/Portugal, Brasil/França/Alemanha. Neste sentido, amplia-se o diálogo entre as nações por meio das linguagens artísticas, rompendo as fronteiras da Latino América”.
“O Dança à Deriva parte da premissa de reunir artistas da América Latina para se conhecerem e se reconhecerem em seus trabalhos, projetos e ideias. Algo muito necessário, porque sabemos da fragilidade das nossas relações. Pouco se sabe dos países que integram esse continente tão diverso e adverso. Brasil, especialmente, e as razões são inúmeras. Muitas delas emergem nas obras que são apresentadas em quase todas as edições de Dança à Deriva, quando trazem temáticas que expõem nossas histórias, ancestralidades e subjetividades”, afirma Solange, que ainda completa: “Venho percebendo, ao longo dessas edições, que há um imaginário sobre a América Latina que aos poucos vai se desconstruindo, à medida em que nos predispomos a dialogar entre nós sobre isso que fazemos e acreditamos. É uma tarefa árdua, reconheço, mas necessária. Não é novidade pra ninguém a condição precária do nosso setor, a fragilidade institucional da Latino América, a desigualdade e a centralização na distribuição de recursos financeiros, bem como a hierarquização de um sistema que privilegia uma classe e uma subjetividade hegemônica (branca, cis e burguesa). São essas questões que em geral vêm à tona quando nos reunimos. Portanto, a dança ou a performance é apenas um pretexto para que se coloquem nas nossas rodas de conversa questões bem mais complexas”, diz Borelli.
“Vestígio”, de Elena Filomeno, faz parte do Dança à Deriva. Foto: divulgação.
Sobre as escolhas para compor a programação | Para que Dança à Deriva trouxesse a pluralidade e um retrato mais realista da produção latino-americana, compôs-se uma curadoria formada por nove artistas, a maioria deles já familiarizada com as dinâmicas desse encontro por terem participado de edições anteriores. São eles: Sylvia Fernandez (Bolívia), Luís Rubio (México), Nelson Martinez (Colômbia), Valéria CanoBravi (Brasil), Gloria Morel (Paraguai), Sofia Lans (Uruguai), Eliana Jimenez (Colômbia), Nicolas Cotet (Chile) e Rui Moreira (Brasil), com a direção geral de Solange Borelli.
O grupo, chamado Poetas Conspiradores, se debruçou sobre as mais de 300 propostas recebidas tendo como eixo curatorial selecionar obras, artistas e coletivos que enveredam por uma poética onde, no discurso dramatúrgico, ficam evidenciadas as interfaces com outras expressões – circo, teatro, literatura, cinema, artes e as novas tecnologias, oportunizando a troca mútua de experiências entre artistas de origens e formações distintas. “Neste sentido, não nos interessou dizer o que é bom ou não, o que ver e o que não ver, o que está bem feito e o que não está. Mas, sim, aceitar a provocação que cada obra nos propõe e também a curiosidade de conversar com o criador ou com o coletivo para saber mais das suas próprias regras, de seus contextos, das suas indagações, além de aprofundar essas questões em conversatórios que ocorrerão todas as tardes durante o encontro e que chamamos de Ponto de Fuga“, conta a criadora do Dança à Deriva.
A programação terá 47 espetáculos e três documentários, que serão liberados diariamente para serem vistos em blocos pelo site www.dancaaderiva.com a partir de 24 de abril, nas primeiras horas do dia. À noite, os encontros ocorrem em duas sessões, às 19h e às 21h30, para conversar com os artistas e coletivos sobre suas obras e suas inquietações.
Carolina Moron apresenta “La Fracasada de la Zona Norte” no festival. Foto: divulgação.
Entre os destaques nacionais, está o Grupo Batakerê, coletivo da cidade Zona Leste de São Paulo que atua com danças e cultura popular e mantém uma ligação muito profunda com o local onde estão sediados, na periferia. Fazem uma interlocução com a comunidade para a construção das suas danças. Eles apresentam duas obras, sendo uma delas um documentário que traz a história de militância desse coletivo e será apresentado no penúltimo dia do festival, 29 de abril, quando se comemora o Dia Internacional da Dança.
No mesmo dia, o público pode conferir também o documentário da Compañia Danza Contemporânea, da Argentina, que também apresenta dois trabalhos. Um deles é um documentário que narra a luta dos artistas da dança de Buenos Aires buscando garantir direitos laborais como salários, contratações e condições dignas de trabalho, entre outros, ressaltando a fragilidade e precarização a qual o profissional da dança está exposto.
O coletivo enNingúnlugar, da cidade de Queretaro, México, também apresenta um documentário sobre como pensam e se organizam enquanto coletivo e criadores de redes e plataformas colaborativas.
O encontro também desenvolverá laboratórios de criação práticos e online contando com a presença dos seguintes artistas: Cláudia Nwabasili e Roges Doglas (Brasil), Brigitte Potente (Colômbia), Agostina Sario (Argentina) e Luiz Moreno Zamorano (Chile). Além disso, no mesmo dia das exibições, no período da tarde, acontecem encontros entre artistas que traz a proposta de realizar diálogos abertos tendo como provocação o tema: Cavar Trilhas Subterrâneas ou Construir Pontes sobre Abismos. Trata-se de encontros abertos a toda a comunidade artística.
O projeto é realizado com recursos da Lei Aldir Blanc, pelo Governo Federal e, pelo Governo do Estado de São Paulo, por meio do Programa de Ação Cultural da Secretaria de Cultura e Economia Criativa.
A programação completa pode ser encontrada neste link.
Serviço:
Dança à Deriva 2021
De 23 a 30 de abril
Espetáculos, documentários, oficinas e debates
Programação completa no site www.dancaaderiva.com e informações sobre reserva de convites.
Foto: Martin Sanchez/Unsplash.
A pandemia de Covid-19 já é considerada a maior crise global do último século e pesquisadores do mundo todo têm quantificado o seu impacto e analisado como diferentes políticas públicas alteram os efeitos da pandemia em cada nação. Esse é um dos principais objetivos do livro Coronavirus Politics (Políticas do Coronavírus, em tradução livre), que analisa as decisões políticas de países dos cinco continentes — incluindo o Brasil. A obra, que foi lançada nesta quinta (22), foi organizada e liderada pela professora Elize Massard da Fonseca, da FGV Eaesp, com apoio da Fapesp, em conjunto com dois professores da Escola de Saúde Pública da Universidade de Michigan, Scott Greer e Elizabeth King. O trio coordenou colaborações de mais de 60 autores. O resultado é um retrato amplo, inédito e aprofundado de como diferentes países responderam à mesma situação de saúde pública em 2020.
Entre os principais achados está o entendimento de que, na maioria dos países estudados, as políticas de saúde adotadas – como o distanciamento social, o uso de máscara e o estabelecimento de lockdowns – estiveram dissociadas de políticas sociais que permitissem que as pessoas de fato ficassem em casa, o que dificultou que a população conseguisse cumprir com tais intervenções para a contenção do espalhamento do vírus.
Variações de respostas à pandemia | De acordo com os coordenadores da obra, houve grande variação internacional de resposta à Covid-19, levando a trágicos resultados em países EUA, Brasil, Espanha e Índia. Enquanto isso, Vietnã, Alemanha, Coreia do Sul e Noruega tiveram melhores resultados no enfrentamento da pandemia. China e Vietnã, por exemplo, fecharam 2020 com poucos casos da doença, enquanto Alemanha e Canadá observaram persistência na propagação do vírus e constantes mudanças de protocolos do seu enfrentamento.
Além disso, líderes considerados controversos, como Donald Trump (EUA), Jair Bolsonaro (Brasil), Sebastián Pinera (Chile) e Boris Johnson (Reino Unido), agiram de forma autoritária (e até excêntrica) na resposta à Covid-19 por conta dos poderes constitucionais que têm para tal em seus países. “O presidencialismo e os governos autoritários, em geral, garantem a esses líderes instrumentos poderosos, o que nas mãos de um negacionista-populista pode ter efeitos devastadores para a resposta à Covid-19”, ressalta Fonseca.
O esforço comparado do livro Coronavírus Politics também permite observar e compreender quais variáveis importaram (ou não) na resposta dos diversos países a uma crise que foi comum a todas as nações do planeta, que vão desde a capacidade do sistema de saúde, regimes de governo e políticas sociais de auxílio aos mais afetados.
Os casos analisados sugerem que as capacidades estatais importam menos na forma como os países estabeleceram suas políticas de saúde em 2020. “Diversos governos poderiam ter respondido melhor à pandemia. Nações desenvolvidas como Itália, Reino Unido e Espanha, que têm expertise em saúde pública, tiveram suas capacidades estatais anuladas em detrimento de ações políticas”, comenta Fonseca, que reforça que as capacidades estatais são necessárias para responder à pandemia, mas precisam ser utilizadas de forma que possam de fato conter o avanço da epidemia.
O caso brasileiro | A análise brasileira mostra que o controle da pandemia poderia ter dado certo, já que havia a capacidade de resposta do Sistema Único de Saúde. Apesar disso, o país falhou em responder e conter a pandemia, especialmente por conta da falta de coordenação entre os poderes federais, estaduais e municipais. “O Executivo tem poderes constitucionais fortes, como nomear ministros da saúde, emitir decretos, vetar decisões de congressos, e usou esses poderes para avançar uma agenda de diminuir a importância da pandemia, propor soluções controversas e usar a cadeia de rádio, TV e as mídias sociais para criticar a Organização Mundial da Saúde (OMS)”, observa Fonseca.
Muitos líderes optaram pela estratégia de transferir a culpa para outros agentes – como a OMS, a China ou governos subnacionais (como estados e municípios) – chamando para si o crédito por medidas mais populares – como o auxílio emergencial ofertado nos EUA e no Brasil. “Essa estratégia prejudica a coordenação de políticas públicas, que são essenciais na resposta a epidemias de doenças infectocontagiosas”, explica Fonseca. Por outro lado, a pesquisadora destaca que o modelo federalista permitiu uma capacidade de resposta autônoma dos estados. “A situação só não foi pior porque os governadores agiram, ainda que de forma descoordenada”, conclui.
Com o lançamento da obra, a expectativa dos organizadores é promover discussões de âmbito global para compreender quais as variáveis institucionais e políticas que explicam as decisões de políticas públicas de saúde dos países na resposta à pandemia do Covid-19, de forma a nos preparar para lidar com as próximas crises e pandemias que podem surgir no horizonte.
As análises de Coronavírus Politics se restringem às decisões tomadas na primeira onda da pandemia, encerrando as análises por volta de setembro de 2020, mas os pesquisadores continuam de olho no tema. “Já estamos nos preparando para lançar um segundo livro que continua as discussões desse primeiro volume, dessa vez com foco na aprovação das vacinas contra a Covid-19”, revela Fonseca.
(Fonte: Agência Bori)
Periferia em Belo Horizonte. Foto: divulgação.
Rocinha (RJ), Valéria (BA), comunidade do Sol Nascente (DF), Paraisópolis (SP), México 70 (Baixada Santista), Aglomerado da Serra (MG), Casa Amarela (PE), Baixadas da Estrada Nova Jurunas (PA), Cidade de Deus (AM) e outras das 6.329 favelas, assentamentos e regiões periféricas do Brasil serão alguns dos possíveis cenários do Olhar Periférico Festival de Cinema. Até o dia 15 de junho, o Festival está com inscrições abertas para cineastas da periferia de todo o território nacional pelo site https://filmfreeway.com/OlharPerifericoFestivaldeCinema1.
Serão quatro mostras competitivas de curtas-metragens de até 25 minutos produzidos a partir de 2019. Entre elas: Mostra Olhar Feminino, Mostra Olhar Diversidade, Mostra Olhar Jovem e Mostra Todos os Olhares – com curtas-metragens dirigidos respectivamente por mulheres, LGBTQIA+, jovens de até 29 anos e adultos.
Curtas feitos por produtores audiovisuais devem mapear a periferia de todo o Brasil. Santos (SP). Foto: divulgação.
A ideia é mostrar a periferia de todo o território nacional pelo olhar de cineastas que moram ou atuam nesse contexto social e conhecem de perto essa realidade, democratizando a sétima arte e revelando talentos.
De acordo com os diretores Monica Trigo e Eduardo Santana, o Olhar Periférico Festival de Cinema quer trazer a visão e o mapeamento das principais produções cinematográficas dos últimos anos do País. “A periferia sempre foi um lugar pulsante com todas as vertentes culturais; o samba e o funk vieram dos morros do Rio de Janeiro, o rap nasceu na zona sul de São Paulo. A periferia lança moda das roupas e acessórios ao bronzeado na laje. Existe uma energia criativa nos saraus, nos slams e nos eventos literários das periferias de todo país e uma quantidade gigantesca de filmes feitos por pessoas das ocupações, das quebradas, dos guetos, das favelas e comunidades dos Brasis, desta federação continental”, diz Monica Trigo.
Raio-X do Brasil | O Festival tem como inspiração a música Fim de Semana No Parque, dos Racionais MC’s. “Nos inspiramos na frase que diz: você está entrando no mundo da informação, autoconhecimento, denúncia e diversão. Esse é o raio-x do Brasil , seja bem-vindo!”, conta o diretor do Festival, Eduardo Santana. Segundo Santana, o Olhar Periférico Festival de Cinema vai mostrar produtores audiovisuais da periferia contando as próprias histórias nas telas e as divulgando ao mundo.
Curtas feitos por realizadores periféricos de todo o território nacional podem participar do Festival. Rio de Janeiro – Rocinha. Foto: divulgação.
Festival acontece em julho | O Olhar Periférico Festival de Cinema acontece de 19 a 25 de julho e será transmitido em plataforma de streaming. Também haverá debates e bate-papos nas redes sociais do Festival. Os melhores filmes em cada categoria (Mostras Olhar Feminino, Diversidade, Jovem e Todos os Olhares) serão escolhidos por um júri técnico composto por profissionais do audiovisual e receberão o Troféu Olhar Periférico.
O Festival é uma realização da Fly Cow Produções por meio da Lei Aldir Blanc e com patrocínio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, Governo do Estado de São Paulo, Secretaria Especial de Cultura, Ministério do Turismo e Governo Federal.
Serviço:
Inscrições abertas para o Olhar Periférico Festival de Cinema
Data: Até 15 de junho de 2021
Inscrições gratuitas e regulamento: https://filmfreeway.com/OlharPerifericoFestivaldeCinema1
Site: www.olharperifericofestival.com
Instagram: @olharperifericofestival
Facebook: https://www.facebook.com/Olhar-Perif%C3%A9rico-Festival-de-Cinema-106747368149523
Festival acontece de 19 a 25 de julho de 2021.
Foto: divulgação.
Crianças hospitalizadas e isoladas em casa terão a oportunidade de participar gratuitamente de aulas online de interpretação com a atriz Claudia Ohana. Serão duas ocasiões: na próxima sexta-feira, dia 23 de abril, das 10h às 12h e na segunda-feira, dia 26, das 15h às 17h.
Durante a aula, ela realizará atividades voltadas à conscientização do corpo, relaxamento, música e mímica, além de muita improvisação. A iniciativa é promovida pela Associação Viva e Deixe Viver (Viva), organização da sociedade civil que congrega 1,3 mil voluntários responsáveis por contar histórias em 86 hospitais do País.
Para participar, basta acessar a sala do Viva On na plataforma Google Meet nos dias e horários marcados, por meio do link http://meet.google.com/erc-kxqm-dfo. Nesta sala acontecem sempre, de segunda à sexta-feira, das 10h às 12h e das 15h às 17h e, aos sábados, das 10h às 12h, contações de histórias pelos voluntários da Viva para a plateia que ali estiver. O acesso é livre e gratuito.
Esta será a segunda vez que a atriz realiza a iniciativa. A primeira aula aconteceu em 2020 e foi um sucesso, com dezenas de crianças participando. A atriz destaca que as atividades podem ser realizadas também por crianças em leitos ou impossibilitadas de caminhar. “Também aproveitarei o momento para contar um pouco de minha trajetória profissional e sobre o nosso papel como atriz”, ressalta.
Viva Personas | Claudia Ohana participou também do projeto Viva Personas, contando a história Flicts, do cartunista Ziraldo. O Viva Personas convidou personalidades de várias áreas para contar uma história às crianças internadas ou isoladas em casa. Flicts marcou a estreia do autor na literatura infantil e conta a história de uma cor que não encontra o seu lugar no mundo. Todos os vídeos estão disponíveis no site Bisbilhoteca Viva (http://www.bisbilhotecaviva.org.br). Recentemente, a Associação Viva e Deixe Viver ampliou o escopo do projeto, convidando todas as pessoas a participarem e contarem histórias. Para conhecer mais e participar acesse – http://hwww.vivaedeixeviver.org.br/novas-personas.
O mais recente papel de Claudia Ohana na TV foi em 2019 com a personagem Janice, da novela Verão 90, da Rede Globo. No mesmo ano, também estava em cartaz com Vamp – o Musical.
Sobre a Associação Viva e Deixe Viver | Fundada em 1997 pelo paulistano Valdir Cimino, a Associação Viva e Deixe Viver (http://www.vivaedeixeviver.org.br) é uma Organização da Sociedade Civil pioneira em diversas frentes e políticas públicas. Por meio da arte de contar histórias, forma cidadãos conscientes da importância do acolhimento e de elevar o bem-estar coletivo a partir de valores humanos como empatia, ética e afeto. A entidade também é referência em educação e cultura, por meio da promoção de atividades de ensino continuado. Nesse sentido, conta com o canal Viva Eduque (http://www.vivaedeixeviver.org.br/o-que-e/), espaço criado para a difusão cultural, educacional e gestão do bem-estar para toda a sociedade. Hoje, além dos 1.357 fazedores e contadores de histórias voluntários, que visitam regularmente 86 hospitais em todo o Brasil, a Associação conta com o apoio das empresas Pfizer, Volvo, Cremer, UOL, Safran, Santa Massa e Instituto Helena Florisbal.
Foto: divulgação.
Em época de muito estresse e incertezas, nossa atenção parece se concentrar no impacto emocional que os adultos sofrem com o isolamento social, o receio do coronavírus, a perda de entes queridos e a crise econômica. Mas, para as crianças, o desafio não é menor: de uma hora para outra, toda a rotina mudou, os amigos ficaram longe, os passeios cessaram, os pais parecem mais preocupados e tristes. A imaturidade para processar tudo isso pode causar sofrimento psicológico e se refletir no comportamento. Dificuldade de se concentrar, tédio, irritação, inquietação, nervosismo, isolamento e preocupação excessiva foram os sintomas mais comuns apontados em estudo com pais de crianças entre 3 e 18 anos, quando questionados sobre as alterações emocionais dos filhos na quarentena.
“Já estamos há mais de um ano vivendo o isolamento imposto pela pandemia e tivemos que nos adaptar diante da impossibilidade de acessar algumas experiências diárias, mudar a dinâmica e atividades em nossa rotina, mas, especificamente em relação às crianças, os pais precisam estar atentos às mudanças nos padrões de comportamento”, diz a psicóloga e professora do curso de Psicologia do Centro Universitário UniMetrocamp Juliana Soares de Jesus. “Alguns sinais podem estar mais aparentes, como comer mais ou menos, dormir mais ou ter insônia, por exemplo”, destaca. “Outros surgem na forma de se expressar, como choro, isolamento, falta de diálogo e irritabilidade”, enumera.
A especialista separou sete dicas bacanas de atividades que podem ajudar a apoiar a saúde mental das crianças neste período. “São ideias que favorecem o desenvolvimento da garotada, a vivência de outras experiências e a interação em família, mas caso os sinais de que algo não vai bem persistam, é sempre indicado buscar ajuda profissional”, recomenda Juliana.
Veja as dicas:
1 – Contar histórias: ler as histórias e conversar sobre os personagens, suas ações e sentimentos auxilia a criança a entender e expressar seus próprios sentimentos.
2 – Evitar o uso excessivo de telas (computadores, TV, tablet etc.): além do cansaço mental, são necessárias atividades diversificadas para que diferentes características psicológicas sejam desenvolvidas.
3 – Propor brincadeiras para que as crianças possam experienciar conflitos, lidar com os sentimentos e ampliar o diálogo entre pais e filhos.
4 – Filtrar informações: sempre passar às crianças informações com calma, explicando devagar e com clareza, buscando não transparecer aflições, medos ou raiva, pois elas ainda estão aprendendo a compreender e expressar emoções.
5 – Produzir brinquedos com objetos existentes em casa: o trabalho manual desenvolve diferentes características motoras e psicológicas além da vivência de outras experiências – que não são possíveis neste momento devido ao isolamento.
6 – Propor encontros virtuais dos filhos com os amigos da escola: fortalecer o vínculo e a sensação de pertencimento das crianças, o que favorece a construção da identidade e personalidade.
7 – Realização de atividades físicas: correr ou (em ambientes menores) alongar-se são atividades necessárias e importantes também nessa faixa etária para a liberação de energia.