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Jundiaí e região ganham polo cervejeiro

Jundiaí, por Kleber Patricio

Foto: Meritt Thomas/Unsplash.

Disseminar a cultura cervejeira, propor diálogos, unificar vozes, organizar projetos e informações com o intuito de consolidar e desenvolver ainda mais o setor cervejeiro na região, facilitar iniciativas, valorizar o “beba local” e apoiar o turismo cervejeiro nas cidades participantes, além de gerar emprego e renda – todos esses simbolizam alguns dos propósitos do recém-fundado Polo Cervejeiro de Jundiaí e Região, formado por cervejarias, brewpubs, taphouses e bares.  O projeto foi inspirado nos Polos Cervejeiros de Ribeirão Preto e de Campinas.

O vice-presidente do projeto, Victor Marinho, sócio e mestre-cervejeiro da Cervejaria Dádiva, conta que o objetivo é fortalecer todo o comércio local especializado em cervejas artesanais e valorizar os pequenos produtores e comerciantes locais, destacando as produções regionais e trazendo público para as cidades com empresas participantes.

Segundo Victor, essa organização permitirá saber quantas cervejarias, ciganas ou com plantas próprias, e quantos estabelecimentos que comercializam cervejas artesanais existem na região, bem como medir sua capacidade para receber novos projetos, mapear os pontos mais fortes e as fragilidades dos produtores, preencher lacunas conforme as necessidades, unificar objetivos em prol de melhores caminhos para todos os envolvidos e criar campanhas que fortaleçam as marcas locais. “Queremos ainda unificar as nossas vozes para cobrarmos das autoridades competentes as melhorias que precisam ser implementadas nos municípios, ajudando em regulamentações, desburocratizações e na promoção de eventos em prol da cultura cervejeira”, afirma Victor.

O Polo Cervejeiro de Jundiaí e Região já tem 31 participantes, entre eles a Cervejaria Dádiva, o bar Yellow Malte, a Estação Brew Shop e o produtor de lúpulos Jarinu. Para ser um integrante do projeto, os pequenos produtores e donos de pequenos comércios locais que comercializam cervejas artesanais precisam entrar em contato via e-mail polocervejeirojr@gmail.com. Para mais informações, acompanhe o Polo Cervejeiro nas redes sociais: @polocervejeirojr.

Açaí: como a genética pode ajudar na qualidade dos seus produtos

Belém, por Kleber Patricio

Foto: Fábio Martins/Embrapa Amapá.

A comercialização dos frutos do açaí faz parte do cotidiano de comunidades tradicionais no estado do Pará. Em 2020, cerca de 92% da produção teve como origem as florestas ribeirinhas no entorno de Belém e outros municípios do estuário amazônico. Esta palmeira, por meio dos seus frutos e do palmito, representa o sustento alimentar e a renda de diversas pessoas na região norte do Brasil, com alcance, inclusive, no mercado internacional.

Um problema que ainda persiste é a mistura dos frutos do açaí, da espécie tipo, com os frutos de outras etnovariedades; ou seja, denominações locais de açaí por apresentarem algumas características morfológicas do fruto – cor, tamanho, consistência, rendimento e sabor da polpa – semelhantes à espécie tipo, enquanto outras são completamente diferentes em sua morfologia floral, como coloração, tamanho e quantidade de flores. De fato, existem 118 espécies do gênero Euterpe no mundo todo e, no Brasil, ocorrem inúmeras espécies distribuídas de norte a sul. A E.oleracea, conhecida como açaizeiro, uaçaí, açaí do Pará e açaí da mata, ocorre espontaneamente nos estados do Pará, Amapá, Tocantins e Maranhão principalmente em florestas alagadas.

Então, como reconhecer a identidade dos frutos de açaí comercializados? Para responder essa pergunta, o Museu Goeldi trabalha em parceria com a Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) desde 2016. A pesquisa Identificação genética de amostras de açaí comercializadas no mercado brasileiro utilizando a técnica de DNA barcoding mostrou quem é quem dos açaís comercializados, inclusive entre as outras espécies, como E. precatoria e E.edulis, parentes geneticamente próximos de E.oleracea.

Foram analisadas 50 amostras comerciais com o código de barras do DNA, método eficiente para detectar adulterantes à base de plantas. Os resultados da pesquisa mostraram que 88,6% dos produtos derivados do suco de açaí foram originários de E.oleracea, enquanto 11,4% produtos continham misturas de espécies e foram considerados adulterados, trazendo preocupações quanto à correta identificação de espécies em alimentos e em relação à ocorrência de propaganda enganosa em produtos rotulados de açaí.

Com esse trabalho, foi possível caracterizar com rapidez, eficiência e biossegurança a procedência do material genético da espécie Euterpe oleracea Mart – o que abre portas para que outras matérias-primas possam ser autenticadas. Isso é importante para o contexto da Amazônia, já que produtos como os frutos do açaí, do cacau, da castanha do Pará, látex e resina, entre outros, sustentam a cadeia produtiva florestal. A partir do cuidado com a valoração e qualidade desses subprodutos, novos paradigmas podem ser estabelecidos nos mercados nacional e internacional. Assim, com bioempreendedorismo, as populações tradicionais envolvidas com essas culturas podem continuar a preservar e conservar a floresta amazônica.

Sobre o autor | Mário Augusto Gonçalves Jardim é engenheiro florestal, doutor em ciências biológicas e pesquisador titular do Museu Paraense Emilio Goeldi.

(Fonte: Agência Bori)

Estudo inédito cria índice para avaliar se cidades estão adaptadas às mudanças climáticas

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: Jonas Pacheco/Unsplash.

As cidades brasileiras estão prontas para se adaptar às mudanças climáticas? Motivados por essa pergunta, cientistas da Universidade de São Paulo (USP) criaram um índice que mede o potencial de adaptação dos nossos centros urbanos aos impactos das mudanças do clima. O índice, chamado de Índice de Adaptação Urbana (UAI, na sigla em inglês) está descrito em artigo publicado na edição de maio da revista científica Climatic Change.

Desenvolvido pelos pesquisadores do projeto CiAdapta, que estuda as interações entre transições climáticas, cidades e processos decisórios, o UAI busca avaliar a presença ou ausência de estruturas legais e regulatórias de apoio a intervenções urbanas ligadas à adaptação climática. Ao todo, são 26 indicadores associados a cinco conjuntos de políticas públicas municipais de apoio a intervenções urbanas: habitação, mobilidade urbana, agricultura sustentável, gestão ambiental e gestão de riscos climáticos. Na elaboração do índice foram levados em conta dois aspectos: as projeções climáticas para o Brasil, que incluem aumento de temperatura, ondas de calor e frequência de secas e enchentes, e o sistema de governança do país, que entrega aos municípios a responsabilidade do planejamento de sustentabilidade urbana.

A partir de dados públicos do censo brasileiro, a pesquisa aplicou o índice e avaliou a atual capacidade adaptativa dos 645 municípios do Estado de São Paulo – uma amostra que representa 21% da população do país e que concentra 32,4% do PIB do Brasil. Mais da metade dos municípios paulistas apresenta baixa capacidade de adaptação às mudanças climáticas, tendo baixas avaliações no Índice de Adaptação Urbana. No entanto, os municípios próximos ou em regiões metropolitanas, onde a maioria da população vive, têm as maiores pontuações, indicando um maior potencial de adaptação climática.

Para Gabriela Marques Di Giulio, da USP, coautora do estudo, o Índice de Adaptação Urbana inova ao utilizar dados públicos censitários para produzir informação sobre o nível de adaptação das cidades. “O uso de dados públicos facilita a atualização do UAI de forma dinâmica, e faz com que ele seja útil para acompanhar as mudanças e processos de transição das cidades”, comenta. Os indicadores propostos no UAI podem ser usados em cidades de todo o país.

Outro ponto importante ressaltado pela pesquisadora é o fato do índice gerar debate público sobre a questão das mudanças climáticas. “Ao avaliar as diferenças e semelhanças entre a capacidade atual das cidades (ou a falta dela) para lidar com os impactos e os riscos das mudanças climáticas, este índice pode estimular o debate entre as cidades para que criem políticas públicas que alinhem adaptação à sustentabilidade urbana”. Di Giulio reconhece que, embora melhorias nos níveis de renda, educação e saúde sejam importantes para reduzir vulnerabilidades às mudanças climáticas, é preciso também considerar as capacidades específicas de cada cidade para enfrentar esse contexto, como planos de contingência, política de uso de solo urbano e mapeamento de áreas de risco.

O próximo desafio do grupo do Projeto CiAdapta, segundo Di Giulio, é aplicar o UAI e, também, produzir outros índices sobre mudanças climáticas com métricas robustas para serem utilizados pelas cidades brasileiras. “A ideia é que esses índices estejam conectados às especificidades da realidade brasileira, sejam facilmente usados, que reflitam a capacidade adaptativa das nossas cidades”, finaliza.

(Fonte: Agência Bori)

Programa Tramas Culturais discute “Mulheres e Big Bands: presença, visibilidade e estereótipos”

São Paulo, por Kleber Patricio

Lis de Carvalho e Paula Valente, idealizadoras da Big Band Jazzmin’s, ministram o encontro. Foto: Paulo Rapoport Popó.

No dia 27 de maio, das 17h às 18h30, a Casa Museu Ema Klabin promove o programa Tramas Culturais com o tema Mulheres e Big Bands: presença, visibilidade e estereótipos. O encontro será orientado por Lis de Carvalho e Paula Valente, idealizadoras e fundadoras da Big Band Jazzmin’s, uma big band feminina formada por 17 instrumentistas.

As musicistas irão falar sobre o desenvolvimento dessas formações ao longo da história, além de suas trajetórias em importantes grupos musicais no Brasil. O evento acontece pela plataforma zoom e as inscrições já estão abertas no site da Casa Museu: https://emaklabin.org.br. “Ainda que se note uma grande presença de mulheres cantoras e intérpretes em formações musicais, o mesmo não ocorre quando falamos de mulheres instrumentistas ou até mesmo compositoras. As Big Bands sempre pareceram um espaço estritamente masculino e são raras as formações mistas ou até exclusivamente femininas”, salientam Lis de Carvalho e Paula Valente.

Serviço:

Tramas Culturais: Mulheres e Big Bands: presença, visibilidade e estereótipos

Data: 27 de maio, das  17h às 18h30, pela plataforma zoom

Gratuito – quem aprecia a Casa Museu Ema Klabin pode contribuir para a manutenção das suas atividades e apoiar com uma doação voluntária no site

Classificação etária: Livre

95 vagas

Inscrição: https://emaklabin.org.br/

Acesse nas redes sociais:

Instagram: @emaklabin

Facebook:  https://www.facebook.com/fundacaoemaklabin

Twitter: https://twitter.com/emaklabin

YouTube: https://www.youtube.com/channel/UC9FBIZFjSOlRviuz_Dy1i2w.

Sobre as musicistas e palestrantes:

Paula Valente | Saxofonista e flautista, formada em Composição e Regência (Unesp), mestrado e doutorado (USP) com pesquisas voltadas ao choro e a Improvisação. Integrante da Orquestra Jazz Sinfônica do Estado de São Paulo, professora de saxofone da Emesp-Tom Jobim. Desenvolve intensa atividade didática por meio de cursos e oficinas de sax, flauta, linguagem da improvisação e música brasileira e práticas de choro. Como solista, participou do Festival Proms (2016, Londres); com a Orquestra do Estado de São Paulo, em Bari (Itália) e com a Orquestra da Cidade de Bari (2013), além de participar em vários concertos da Orquestra Jazz Sinfônica. Idealizadora da Jazzmin’s Big Band (2017), tocou com Anat Cohen na Sala São Paulo (2019) e Rio Montreux Jazz Festival (2020). Com a Big Band, foi contemplada com o Prêmio Profissionais da Música (2018).

Lis de Carvalho | Pianista, arranjadora, compositora, bacharel em piano com curso de pós-graduação em música popular, professora do curso de Piano Popular e Harmonia na Emesp (Escola de Música do Estado de São Paulo) e Famosp (Faculdade Mozarteum de São Paulo). Participou como pianista/tecladista e compositora do grupo Kali e como pianista e arranjadora do grupo vocal Tom da Terra, cujo CD Brasil Branco Negro, foi indicado ao Prêmio TIM. Tem suas composições gravadas em 8 CDs e 3 DVDs ao lado de Celso Pixinga, participação nas gravações dos CDs de Bocato, Faíska, Giba Favery , Léa Freire e Tato Mafuz, gravações de trilhas em produtoras de áudio e a vídeo aula Formas de Acompanhamento. Gravou o CD Caminho de Dentro ao lado de Célio Barros e Giba Favery. Atua como pianista da Jazzmin’s Big Band, onde é coidealizadora do grupo. Está lançando seu primeiro CD, Quando te Vejo, projeto contemplado pelo ProAC.

Inovações em governança ambiental podem tornar metrópoles da Grande SP mais sustentáveis

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: divulgação/Agência Bori.

Com o crescimento constante da população mundial e os impactos crescentes das mudanças climáticas, a discussão sobre possíveis soluções ou inovações que minimizariam o impacto humano sobre o meio ambiente têm ganhado espaço no debate público. As oportunidades de inovação para a governança ambiental da macrometrópole paulista são foco de livro organizado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), lançado na última quarta (19), 17h, pelo canal do Youtube do projeto MacroAmb. O livro Inovação para a Governança da Macrometrópole Paulista Face à Emergência Climática, organizado por Pedro Roberto Jacobi e Leandro Giatti, traz oito capítulos com artigos inéditos de pesquisas de pós-doutorado no âmbito do projeto Temático Fapesp Governança Ambiental da Macrometrópole Paulista Face às Mudanças Climáticas.

Dentre as temáticas abordadas, estão novas abordagens para lidar com as mudanças climáticas; a gestão de resíduos, água, energia e do território; o diálogo de culturas e saberes e a gestão e a governança da água e da energia. De acordo com o pesquisador e organizador do livro, Pedro Jacobi, uma das intenções da obra foi incentivar a produção científica por parte dos jovens pesquisadores. “Precisávamos de mais espaço para os pós-doutores vinculados ao projeto temático”, explica. Inclusive, os próprios pós-doutores do projeto assinam o prefácio do livro.

Apesar de apresentar oito artigos oriundos do andamento de pesquisas individuais, os resultados apresentados na obra dialogam entre si, analisando a o conjunto de metrópoles localizadas ao redor da Grande São Paulo, chamada macrometrópole paulista, e seus problemas de forma multidisciplinar. Cada um dos capítulos do livro é relacionado a um dos dilemas que as diferentes regiões da macrometrópole enfrentam. Os resultados, em conjunto, auxiliam na organização da gestão e governança dessa região paulista.

De acordo com os organizadores do livro, é preciso analisar os artigos de forma criteriosa, pois trazem resultados importantes para a área. “O conjunto de artigos traz como foco a importância de discutir, interdisciplinarmente, os avanços possíveis na macrometrópole para que a região se torne sustentável”, destaca Jacobi.

(Fonte: Agência Bori)