Projeto inédito feito com mulheres cis e trans une arte, sustentabilidade e economia circular para fortalecer a autonomia feminina


Cerquilho
[Imagem:Teatro São Pedro, SP, 01.jpg|thumb|180px|Legenda]/Dornicke.
O Theatro São Pedro encerra a temporada lírica com a estreia em dezembro da ópera O Senhor Bruschino, de Gioachino Rossini (1792-1868) e libreto de Giuseppe Maria Foppa (1760-1845). A récita do dia 9 de dezembro, quinta-feira, será transmitida ao vivo pelo canal de YouTube do Theatro São Pedro. Com encenação e iluminação de Caetano Vilela, a montagem terá direção musical de Cláudio Cruz, que vai comandar a Orquestra do Theatro São Pedro, corpo artístico do Governo do Estado de São Paulo. O figurino é de Gabriel Villela, que assina também o visagismo e a cenografia de Duda Arruk.
Saulo Javan interpreta Bruschino (pai) e Savio Sperandio é Gaudenzio. Completam o elenco Lina Mendes (Sofia), Daniel Umbelino, Florville (amante de Sofia). Fernanda Nagashima, Mariana (criada), Gustavo Lassen, Filiberto (hospedeiro), Fellipe Oliveira, delegado de polícia e Eduardo Gutiérrez, Bruschino (filho).
O Senhor Bruschino | Chamada de farsa lúdica em um ato, O Senhor Bruschino estreou em 27 de janeiro de 1813, em Veneza, e foi a última de cinco óperas cômicas que o compositor italiano escreveu para o Teatro de San Moisè. Quebrando com o estereótipo da ópera italiana, O Senhor Bruschino abandonou o disfarce e a argumentação e usou música e técnicas interessantes para descrever a realidade em que as pessoas alternam entre a angústia e a alegria. A abertura causou escândalo na estreia, pois Rossini pede que os segundos violinos batam com o arco nas estantes de partitura. Na Itália, a ópera foi reapresentada apenas uma vez no século XIX. E, em 1857, conheceu algum sucesso numa adaptação de Jacques Offenbach no Théâtre des Bouffes Parisiens, em Paris.
Bilheteria: os ingressos custam R$80 a R$10 (meia) e devem ser adquiridos exclusivamente pelo site.
Serviço:
O Senhor Bruschino
De Gioachino Rossini
Libreto de Giuseppe Maria Foppa
ORQUESTRA DO THEATRO SÃO PEDRO
Cláudio Cruz, direção musical
Caetano Vilela, encenação e iluminação
Duda Arruk, cenografia
Gabriel Villela, figurino e visagismo
Elenco:
Saulo Javan, Bruschino (pai)
Savio Sperandio, Gaudenzio (tutor)
Lina Mendes, Sofia
Daniel Umbelino, Florville (amante de Sofia)
Fernanda Nagashima, Mariana (criada)
Gustavo Lassen, Filiberto (hospedeiro)
Fellipe Oliveira, Delegado de Polícia
Eduardo Gutiérrez, Bruschino (filho)
Ensaio aberto: 2 de dezembro, quinta-feira, 19h
Entrada gratuita
Retirada duas antes do início do espetáculo na bilheteria digital
Récitas: 3, 4, 5, 8, 9, 10, 11 e 12 de dezembro
Quarta a sábado às 20h, domingo às 17h
Local: Theatro São Pedro
Endereço: Rua Barra Funda, 171 – Barra Funda, São Paulo/SP
Ingressos: R$80 (inteira) a R$10 (meia)
Plateia: R$80/ R$40 (meia)
1º Balcão: R$50/ R$25 (meia)
2º Balcão: R$20/R$10 (meia)
Classificação Indicativa: Livre.
(Fonte: Assessoria de imprensa | Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de SP)
Ana e Leila: As Bandidas. Foto: divulgação.
Já que ninguém me tira para dançar é um longa inédito, realizado originalmente em U-Matic, e depois restaurado. Entrevistas e gravações novas juntaram-se às originais, de 1982, digitalizadas recentemente. Finalizado em HDTV, o filme resgata a participação de Leila Diniz na cultura moderna, artista que se posicionou pela liberdade das mulheres durante os anos mais duros da ditadura militar. Realizado pela diretora e atriz Ana Maria Magalhães, que foi amiga de Leila, Já que ninguém me tira para dançar é o registro de um período e mostra imagens de filmes, fotos e cenas ficcionais vividos pela atriz Leila Diniz, revelando seu modo libertário de ser e agir numa época que inspirou avanços culturais e comportamentais no mundo inteiro. A famosa entrevista de Leila ao Pasquim, em 1969, despertou indignação dos militares e o desprezo das feministas, que a achavam apenas vulgar.
Autêntica e espontânea, Leila Diniz foi porta-voz de uma geração censurada. Conquistou corações e mentes sob o signo do amor e ao mesmo tempo gerou hostilidade dos defensores da moral e dos bons costumes, principalmente após posar de biquíni para uma revista aos oito meses de gravidez. Leila falava abertamente sobre tudo, incluindo sua sexualidade. Como as rebeldes Janis Joplin e Amy Winehouse, Leila Diniz morreu aos 27 anos, em um acidente de avião na Índia, quando voltava de um festival de cinema na Austrália, onde recebeu o prêmio de melhor atriz.
Já que ninguém me tira para dançar tem coprodução do Metrópoles e apoio do Instituto Itaú Cultural.
Sinopse | Remasterizado a partir de sua versão original e inédita, o documentário é o registro de uma época e, acima de tudo, faz um resgate da participação na cultura brasileira da revolucionária atriz Leila Diniz (1945-1972), cinquenta anos após o seu desaparecimento.
Ana Maria Magalhães | Nasceu no Rio de Janeiro em 1950. Trabalhou como atriz em mais de 25 filmes, entre eles Como Era Gostoso o Meu Francês (1970), de Nelson Pereira dos Santos, Lucio Flávio, Passageiro da Agonia, de Hector Bavenco, Os Sete Gatinhos, de Neville D’Almeida, O Estranho Caso de Angélica, de Manoel de Oliveira e A Idade da Terra (1980), de Glauber Rocha. Depois de participações na televisão, passou à direção, com os curtas Assaltaram a Gramática (1984), Spray Jet (1985), O Bebê (1987), Mangueira Amanhã (1992) e um segmento do filme Erotique (1994), além dos longas Lara (2002), Reidy, a Construção da Utopia (2009) e Mangueira em 2 Tempos (2020).
Depoimento da diretora Ana Maria Magalhães | “Dez anos após o desaparecimento de Leila fui convidada a dirigir um documentário sobre ela, a minha melhor amiga. Relutei porque não tinha o distanciamento necessário. Por outro lado, tinha consciência da importância de transmitir o legado de Leila, sabia que seus amigos poderiam expor cada uma de suas facetas, e aceitei a missão porque eu conhecia muito bem o seu modo de pensar, agir e se relacionar. E até aqui, este é o único documentário que existe sobre ela.
Foto: Orlando Brito.
Os depoimentos foram colhidos quando a lembrança de Leila ainda estava fresca na memória dos diretores de cinema, atores, jornalistas e familiares. Entretanto, assim que iniciamos as filmagens, o Centro Cultural Cândido Mendes, que idealizou o projeto para ser exibido na Mostra Leila Diniz – Dez anos depois, desistiu de produzi-lo porque o seu plano de investimento não funcionou como esperava. Havia apenas um investidor: a atriz Sonia Braga.
Mas as filmagens iam bem e eu decidi produzi-lo com meus próprios recursos. A instituição concordou em nos repassar o saldo do valor do investimento que obtivera. Contei com a ajuda de Walter Salles, que emprestou a câmera para o fotógrafo José Guerra – o Guerrinha –, e de Marcelo Machado e Fernando Meirelles, que montaram o documentário em sua produtora Olhar Eletrônico, em São Paulo.
O filme mostra o modo de ser e viver dos artistas e das jovens brasileiras nos anos 60, plenos de entusiasmo e ingenuidade. As novas gerações não sabem quem foi Leila, atriz que valorizou a verdade, a liberdade e o amor porque acreditava que as pessoas podem realizar as suas melhores potencialidades e não as piores.
Foto: divulgação.
O Brasil vive hoje tamanho retrocesso em relação às liberdades femininas, que as mulheres têm saído às ruas das principais cidades para protestar. E não é um revival dos anos 60. Mas a assombrosa perspectiva do fundamentalismo evangélico dos anos 2000, com o apoio de setores do Congresso e de parte da sociedade brasileira.
Leila esteve à frente das mudanças sociais do seu tempo e a preservação de sua memória e divulgação de seu pensamento e ações são fundamentais para a manutenção dos avanços que fizemos graças a ela, uma atriz de cinema”.
Coordenação de Restauro – Fábio Fraccarolli | Ao tempo em que trabalhou na principal instituição oficial brasileira de preservação de filmes, a Cinemateca Brasileira, ele viu o documentário e procurou a diretora Ana Maria Magalhães para conversar sobre o que poderia ser feito.
Fabio restaurou filmes como O Bandido da Luz Vermelha, Os trabalhos de Mauricio de Sousa, Deus e o Diabo na Terra do Sol, Terra em Transe e A Idade da Terra.
Já que ninguém me tira para dançar
Depoimentos: Albino Pinheiro * Betty Faria * Carlos Leite* Chico Nelson * Claudio Marzo * Domingos de Oliveira * Eli Diniz * Hugo Carvana * José Carlos De Oliveira * Luciana De Moraes * Luiz Carlos Lacerda * Luiz Eduardo Prado * Marcelo Cerqueira * Marieta Severo * Maria Gladys * Martha Alencar * Nelson Sargento * Nelson Pereira dos Santos * Paulo Cezar Saraceni * Paulo José * Tarso De Castro.
Elenco: Lídia Brondi, Louise Cardoso e Ligia Diniz como Leila
Participação Especial: Nina de Pádua, Antonio Pitanga * Lita Cerqueira * Neném * Cristina Aché * Beatriz Moura Costa * Pardal * Juanita Dias Costa * Gilda Guilhon * Daniela * Luiz Sergio Lima e Silva
Locução depoimento Chico Nelson: Hugo Carvana
Equipe da Remasterização | 2021
Roteiro, Produção e Direção: Ana Maria Magalhães
Produtor Associado: Lino Meireles
Restauração de Imagens de Vídeo: Fabio Fraccarolli
Direção de fotografia: Jacques Cheuiche, abc
Texto e Locução Ana Maria Magalhães
Pesquisa: Garimpo/Rita Marques e Ana Maria Magalhães
Montagem: Paula Sancier
Música: Fernando Moura
Produção de finalização Ade Muri
Edição de som e Mixagem Vânius Marques
Equipe Original | 1982
Roteiro, Produção e Direção: Ana Maria Magalhães
Fotografia e Câmera: José Guerra (In Memoriam)
Som: Jorge Saldanha
Assistente de Direção: Juanita Dias Costa
Assistente de Produção: Neném
Pesquisa: Ana Maria Magalhães/ Neném
Trailer: acesse aqui
54ª Festival de Brasília do Cinema Brasileiro – Abertura 7 de dezembro, às 20h, pelo Canal InnSaei TV (acesse aqui).
(Fonte: Trombone Comunica)
Foto: BS Fotografias.
Especialista em megaproduções e eventos, o grupo naSala inaugura, em dezembro, a Cidade de Natal, com patrocínio da Cemig. A partir de 4/12, o Palácio das Mangabeiras se tornará um novo ponto turístico em BH, encantando milhares de visitantes com a magia do Natal. Entre as atrações confirmadas estão a Orquestra de Câmara Inhotim, com participação do Maestro João Carlos Martins, e uma programação acessível a todas as famílias.
O circuito com atividades artísticas terá tudo que o Natal tem direito: Papai e Mamãe Noel, fotos, música, trenzinho, comida gostosa e muitas luzes. A programação fixa conta com oficinas de arte e reciclagem Casa Ideia, Casa do Papai Noel, Fábrica de Brinquedos, espaço kids, lojinhas Verde que te Quero Verde e Hogar, doces de Natal da Douce Enfance, carrinhos de pipoca, algodão doce e churros e restaurante O Italiano.
Foto: http://www.otubaraomartelo.com.
Já a agenda de atrações terá Orquestra de Câmara Inhotim com maestro João Carlos Martins e um repertório especial de Natal, contação de histórias com o Circo Marcos Frota, O Tubarão Martelo e os Habitantes do Fundo do Mar e muito mais.
Segundo Kiko Gravatá, diretor da naSala, além de fomentar o turismo e a cultura em BH, a Cidade de Natal terá atividades interativas focadas na experiência de um convívio social e familiar saudável. “As pessoas estão precisando, mais do que nunca, de um contato com mais afeto, alegria e que desperte novamente a luz dentro de cada um. E nada melhor do que a magia do Natal para reunir esse sentimento de esperança e renovação”, afirma.
A organização do evento prevê receber cerca de 40 mil pessoas até o dia 23/12. A visitação acontece de quarta a domingo e é gratuita às quartas, exceto feriados. De quinta a domingo, as entradas custam R$25 (meia) e R$50 (inteira). Os ingressos podem ser adquiridos pela Sympla.
Orquestra de Câmara Inhotim se apresentará no evento. Foto: Acervo Inhotim.
Viés social | Além das quartas-feiras com entrada gratuita, a Cidade de Natal conta com parcerias com entidades sem fins lucrativos. O objetivo é tornar a atração acessível a crianças assistidas por projetos socioeducativos.
Protocolo contra Covid-19 | As ações estão sendo programadas de forma a descentralizar o fluxo de público, evitando aglomerações. A lotação será de mil pessoas simultaneamente. O uso de máscaras de proteção é obrigatório e haverá aferição de temperatura na entrada. O espaço terá totens de álcool em gel, tapetes de sanitização e higienização de ambientes após cada atividade coletiva.
Serviço:
Funcionamento: quarta a sexta, das 14h às 22h. Sábados, domingos e feriados das 11h às 22h
Preços: R$25 (meia) e R$50 (inteira) *Entrada gratuita às quartas-feiras (exceto feriados), com patrocínio da Cemig
Vendas e retiradas gratuitas: Clique aqui
Endereço: Palácio das Mangabeiras – R. Prof. Djalma Guimarães, 157 – Belo Horizonte/MG.
Agenda
4/12 – 18h: concerto João Carlos Martins e Orquestra de Câmara Inhotim
5/12 – 18h: concerto João Carlos Martins e Orquestra de Câmara Inhotim
11/12 – 18h: Marcos Frota – O Circo em Busca da Alma do Natal
12/12 – 11h: Marcos Frota – O Circo em Busca da Alma do Natal
18/12 – Tubarão Martelo no Natal
19/12 – Tubarão Martelo no Natal
22/12 – Orquestra de Câmara Inhotim
23/12 – Orquestra de Câmara Inhotim
Programação sujeita a atualizações
Mais informações: (31) 3286-4705 e @cidadenatalbh (Instagram).
(Fonte: Assessoria de Imprensa | NaSala)
Fotos: divulgação.
A Casa 1, o Acervo Bajubá, o Museu da Diversidade Sexual, a Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, o Grupo de Incentivo à Vida e o Pela Vidda SP lançam o projeto Memorial Incompleto da Epidemia de AIDS, uma iniciativa aberta, coletiva e sem fins lucrativos. O principal objetivo deste primeiro momento é recolher depoimentos que irão compor uma rede de relatos que serão compartilhados publicamente em uma colcha de retalhos inspirada no Projeto Nomes, surgido nos Estados Unidos em meados dos anos 1980. Os depoimentos também serão difundidos no formato de pequenos áudios. Para tanto, o projeto inicia agora uma convocatória pública para que amigas, amigos, familiares e pessoas que queiram compartilhar suas lembranças sobre as vítimas da epidemia da AIDS no Brasil enviem uma proposta de retalho que formará a colcha e também áudios anônimos com duração de 3 a 10 minutos. Ao final do projeto, os áudios e imagens dos retalhos serão disponibilizados anonimamente no site do projeto e a colcha será apresentada nos espaços parceiros em exposições abertas ao público.
Quem pode participar? | Todo mundo pode participar. O memorial tem como propósito celebrar as memórias de pessoas vítimas da epidemia da AIDS e pode ser feita por familiares, amigas e amigos e pessoas que queiram compartilhar essas lembranças.
Como participar? | Os áudios, que serão anônimos, devem conter de 3 a 10 minutos. A ideia é que sejam divulgados sem edição. Para o retalho, é possível criar um rascunho em papel e mandar uma foto para a equipe do projeto, que confeccionará o material conforme o esquema e a disponibilidade de materiais. Quem se interessar também pode fazer e enviar: os tecidos e técnicas podem ser variados, desde que seja mantido o tamanho do retalho (50 x 50 cm). A sugestão é que seja feito em um tecido mais grosso para garantir a durabilidade da colcha na circulação. Também é possível fazer o próprio retalho conforme agendamento prévio no Galpão Casa 1 (Rua Adoniran Barbosa, 151 – Bela Vista).
Para onde enviar? | Os envios, dúvidas, agendamento de coleta de áudios ou criação dos retalhos podem ser feitos pelo e-mail educativo@casaum.org e pelo WhatsApp (11) 91013-6994.
Os pontos de referência do projeto ficam no centro de São Paulo, no Galpão da Casa 1 (Rua Adoniran Barbosa, 151 – Bela Vista) e no Museu da Diversidade Sexual (Estação República do Metrô – R. do Arouche, 24 – República).
O memorial incompleto da epidemia de AIDS busca retomar os objetivos que inspiraram o Projeto Nomes e outras iniciativas desde então, de ilustrar a enormidade da epidemia da AIDS, encorajar uma atitude de compaixão para as pessoas vivendo com o HIV e gerar uma forma criativa e positiva de expressão para aqueles cujas vidas foram de alguma maneira tocadas pela epidemia. Além desses objetivos, a iniciativa celebrará as respostas e ações de solidariedade e registrará as diferentes percepções sobre os impactos da epidemia da AIDS nas últimas quatro décadas no Brasil. O recolhimento de relatos contará com a colaboração, participação e o apoio de diversos grupos e indivíduos ligados ao combate da epidemia de HIV/AIDS no Brasil.
Serviço:
Memorial Incompleto da Epidemia de AIDS
Os depoimentos podem ser enviados para o e-mail educativo@casaum.org e WhatsApp (11) 91013-6994
Mais informações no site do projeto.
(Fonte: Assessoria de imprensa | Casa 1)
Foto: Cowomen/Unsplash.
Instrumento essencial para a inclusão social e econômica, ao permitir que proprietários de microempresas tenham acesso a capital de giro para desenvolver seus negócios, a concessão de microcrédito também pode contribuir para a redução da desigualdade de gênero. Pesquisa realizada pela estudante Aine Carolina Lima, de 17 anos, que cursa o 2º ano do Ensino Médio no Colégio Etapa, em São Paulo (SP), mostrou que, após conseguir crédito, o aumento do faturamento de microempreendedoras foi de 19,9%, frente a 14,6% dos homens. O estudo, que teve orientação do Insper, foi publicado no “Journal of Student Research (High School Edition)”, uma das principais revistas internacionais voltadas para alunos de iniciação científica.
Para avaliar o impacto do microcrédito na receita de microempreendedores, de modo geral, e, comparativamente, nos negócios administrados por homens e mulheres, considerou-se os dados de 8.724 microempresários e microempresárias de quatro estados do Nordeste do país — Maranhão, Ceará, Paraíba e Pernambuco — que tiveram empréstimos concedidos pela Avante, fintech especializada em microcrédito. Foram comparadas as receitas que esses microempresários e microempresárias declararam em dois momentos distintos — durante o processo de avaliação para concessão do crédito e após a conclusão do pagamento e solicitação da renovação do financiamento. Esses rendimentos, por sua vez, foram confrontados aos de 4.270 microempresários (grupo de controle) que também solicitaram crédito no mesmo período, mas não tiveram o pedido aprovado.
Todas as informações usadas no estudo foram declaradas pelos microempresários e microempresárias nas entrevistas realizadas para a concessão de crédito. Do total dos 8.724 microempresários considerados, mais de dois terços eram mulheres, proporção condizente com as estatísticas de empreendedorismo no país. Em relação aos ramos de atividade, os segmentos de cosméticos e vestuário concentraram mais mulheres, enquanto a presença masculina foi maior na área supermercadista. Quanto ao crédito concedido, o valor destinado às mulheres (R$2.737,36) foi, em média, 10,8% inferior ao dos homens (R$3.070,12). Na comparação das receitas por setor, mesmo nos segmentos em que elas representam a maioria, eles faturam mais, sendo que no mercado de vestiário, por exemplo, essa diferença foi de 20,2%.
Na análise dos rendimentos dos dois grupos, verificou-se que a concessão de crédito teve consequência positiva na receita daqueles que conseguiram o empréstimo (incremento de 6,7%) em relação ao grupo de controle (aumento de 2,6% no período). No recorte por gênero, os resultados mostraram que o aumento médio da receita das microempresárias foi 39,37% superior ao dos homens — em Pernambuco e na Paraíba essa diferença chegou a 55,98% e a 63,05%, respectivamente.
Aine conta que sempre quis trabalhar com impacto social e o estágio de seis meses que realizou na Avante, durante o 1º ano do ensino médio, possibilitou a realização da pesquisa. “Tive a oportunidade de, além de aprender estatística como em uma faculdade, conhecer o mundo do microempreendedorismo. Pensei que, com o estudo, eu poderia mostrar às pessoas a força que os microempreendedores têm, principalmente as mulheres”.
Ela considera os resultados surpreendentes. “Vimos que as mulheres, apesar de representarem a maior parte dos clientes da empresa [Avante], apresentam um faturamento significativamente mais baixo do que os homens. Mas, após receberem os empréstimos, possuem um aumento do faturamento maior do que o deles”, destaca.
“Se mais pessoas soubessem do impacto positivo que o microcrédito tem na vida dos empreendedores, muitos projetos e políticas públicas poderiam ser implantados”, completa a estudante, que pretende estudar engenharia nos Estados Unidos. Atualmente ela está desenvolvendo um aplicativo para ajudar microempreendedores a controlarem suas vendas.
(Fonte: Agência Bori)