Projeto inédito feito com mulheres cis e trans une arte, sustentabilidade e economia circular para fortalecer a autonomia feminina


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O Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. Foto: Ciete Silvério/A2img.
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou nesta segunda-feira (6) um investimento total de R$40 milhões para ampliação do Museu da Diversidade Sexual e entrega de dois novos museus para o próximo ano na capital. O Museu da Diversidade Sexual – primeiro equipamento cultural da América Latina dedicado à comunidade LGBTQI+ – terá o espaço e a capacidade ampliados. Além disso, o Governo de SP vai criar o Museu das Favelas e o das Culturas Indígenas, que se somarão aos outros 21 em atividade em todo estado.
O Museu da Diversidade Sexual receberá investimento de R$9 milhões para as obras de ampliação, que vão resultar em um espaço cinco vezes maior do que o atual. Com o projeto de extensão, a área na Estação República do Metrô, no coração da capital, aumentará de 100 m² para 540 m² e o novo espaço subirá também para a superfície. A expansão permitirá a realização de exposições multimídia de longa duração, exposições temporárias e eventos, um Centro de Referência e outro de Empreendedorismo, café e loja.
O Museu da Diversidade Sexual foi criado em 2012 e, no ano de 2020, durante a pandemia, quando as instituições culturais tiveram de migrar para o mundo virtual, foi o segundo mais procurado, com 2,3 milhões de acessos, atrás apenas da Pinacoteca. As novas atrações vão fomentar ainda mais a missão do espaço de promover o resgate histórico, a transformação social e o desenvolvimento pleno do segmento, garantir visibilidade e reforçar a potência e o protagonismo da comunidade LGBTQI+. O início da implantação será em janeiro e a inauguração está marcada para julho de 2022.
Museu das Favelas | O Museu das Favelas nasce com a missão de articular, preservar e comunicar as potências das favelas paulistas e brasileiras: histórias e memórias de resistência e resiliência das comunidades, patrimônios culturais, produções artísticas, intelectuais, tecnológicas e científicas. A unidade contará com a parceria da Central Única das Favelas (CUFA) e tem investimento previsto de R$15 milhões.
Localizado no Palácio de Campos Elíseos, na região central de São Paulo, o equipamento contará com uma área de 8.208 m², que será dividida em espaços para exposição multimídia interativa de longa duração, exposições temporárias, Centro de Referência (biblioteca digital, auditório, pesquisas, estudos e conferências), Centro de Empreendedorismo (coworking, formação e capacitação, aceleração de startups), eventos, café e loja (comércio de produtos produzidos pelos próprios colaboradores). A abertura será em junho de 2022.
Museu das Culturas Indígenas | Primeiro museu feito e conduzido por indígenas no estado de São Paulo, o Museu das Culturas Indígenas será uma vitrine da força criativa das comunidades. Instalado no Complexo Baby Barioni, ao lado do Parque Água da Branca, o edifício terá sete andares, com 200 m² cada, totalizando 1.400 m² de área total. Haverá espaço para exposições de longa e curta duração, centros de pesquisa e referência, auditório, administrativo e reserva técnica.
Com investimento de R$14 milhões, o equipamento contará com a parceria do Instituto Maracá e de diversas lideranças indígenas, que estão participando de sua concepção e se manterão presentes após a inauguração. A abertura está programada para março de 2022, com uma exposição inaugural em homenagem a Jaider Esbell (1979-2021), artista brasileiro e um ativista dos direitos indígenas que foi destaque da 34ª Bienal de São Paulo e faleceu precocemente, aos 42 anos, no mês passado. “São museus que invertem a perspectiva com que as comunidades vêm sendo tratadas em nosso país. Onde a sociedade enxerga carência, nós enxergamos potência”, disse o secretário de Cultura e Economia Criativa, Sérgio Sá Leitão.
Rede de museus | O Governo de SP possui um total de 20 museus em atividade – 16 na capital e quatro no interior e no litoral – e os novos anúncios fazem parte do plano de expansão da rede. No total, há oito projetos já realizados ou em curso e mais 13 em fase de execução. A ampliação do Museu da Diversidade Sexual e criação dos novos museus reforça o compromisso de São Paulo com a promoção da cultura e preservação da memória.
Os três equipamentos receberão investimentos públicos e privados e estão em processo de convocação pública para administração dos espaços, sob o modelo de gestão por organizações sociais de cultura. A criação e ampliação dos museus têm curadoria de Marcello Dantas, museólogo e documentarista com mais de 30 anos de carreira. É de Dantas, por exemplo, a concepção do Museu da Língua Portuguesa.
(Fonte: Assessoria de Imprensa | Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo)
Casa das Rosas é uma das instituições que fazem parte da Paulista Cultural. Foto: André Hoff.
As instituições da Paulista Cultural, iniciativa pioneira que celebra o potencial artístico e turístico da Avenida Paulista, realizam uma homenagem ao aniversário de 130 anos da avenida, celebrado nesta quarta-feira, 8 de dezembro. Uma série de atividades (presenciais e on-line) programadas entre os dias 8 e 12 de dezembro celebram o aniversário. A Paulista Cultural reúne sete instituições: Casa das Rosas, Centro Cultural Fiesp, IMS Paulista, Itaú Cultural, Japan House São Paulo, MASP e SESC Avenida Paulista.
Inaugurada no dia 8 de dezembro de 1891 por iniciativa do engenheiro Joaquim Eugênio de Lima, a via está localizada no limite entre as zonas Centro-Sul, Central e Oeste, em uma das regiões mais elevadas da cidade, chamada de Espigão da Paulista. A avenida revela sua importância não só como polo econômico, mas também cultural e de entretenimento para todos os públicos: é nela que está localizado o maior corredor cultural de São Paulo. Ao andar pelos seus quase três quilômetros de extensão (percorridos em 3.818 passos), o público pode visitar sete grandes centros culturais e museus:
– Casa das Rosas, número 37
– Japan House São Paulo, número 52
– SESC Avenida Paulista, número 119
– Itaú Cultural, número 149
– Centro Cultural Fiesp, número 1313
– MASP, número 1578
– IMS Paulista, número 2424.
A programação da Paulista Cultural em homenagem ao aniversário de 130 anos da avenida começa no dia 8/12 (quarta-feira) e vai até o dia 12/12 (domingo). Confira a programação aqui.
Serviço:
Paulista Cultural: 130 anos da Avenida Paulista
De 8/12 a 12/12/2021
Gratuito
Evento on-line e presencial
Veja a programação completa em paulistacultural.com.br.
(Fonte: Suporte Comunica)
Foto: divulgação.
Para comemorar o 22º aniversário do Museu da Energia de Itu, a unidade aproveita o projeto Museu e Portas Abertas para oferecer uma programação gratuita, presencial e acessível para todos os públicos.
A iniciativa acontece desde 2014 – até então, com atividades apenas na unidade Museu da Energia de São Paulo. Em 2020, foi idealizado para acontecer nos polos de Itu e Salesópolis.
A iniciativa tem como objetivo celebrar as ações realizadas durante o ano com atividades culturais gratuitas para os visitantes, a comunidade do entorno e as instituições parceiras.
As inscrições estão abertas e podem ser realizadas aqui – algumas delas com vagas limitadas. Clique aqui para conferir a programação completa.
Serviço:
Museu da Energia de Portas Abertas
Data: 10/12 e 11/12/2021
Horários: 10/12 das 19h às 21h e, 11/12, das 8h às 16h30
Endereço: Rua Paula Souza, 669, Centro, Itu/SP
Mais informações: (11) 4022-6832 ou (11) 94805-4429 – Whatsapp.
Foto: Caio Mattos.
Sobre o Museu da Energia de Itu | Um casarão histórico na cidade de Itu guarda um pedaço importante da história – é uma das unidades do Museu da Energia, instituição ligada à Fundação Energia e Saneamento onde é possível viajar no tempo não só pela arquitetura do espaço, mas pelo acervo, que mostra como a energia elétrica impactou a vida das pessoas.
(Fonte: Betini Comunicação)
Fachada do hotel. Fotos: Getty Images.
A Bvlgari Hotels & Resorts tem o prazer de anunciar que o Bvlgari Hotel Paris, localizado no coração da cidade, na Avenida George V, está agora oficialmente aberto. No dia 1º de dezembro, uma brilhante recepção e jantar para sessenta convidados – oferecido pelo CEO da Bvlgari, Jean-Christophe Babin, e pelo gerente geral do hotel, Sylvain F. Ercoli – foi realizado no Il Ristorante – Niko Romito do hotel para celebrar este novo e importante marco. Entre os convidados deste evento privado, estavam a modelo e cantora Carla Bruni, a modelo Tina Kunakey, os atores e embaixadores da Bulgari François Civil e Adèle Exarchopoulos, Léa Seydoux e a modelo e filantropa Natalia Vodianova. A celebração começou com a revelação de uma obra de arte específica do famoso artista Yan Pei Ming criada exclusivamente para o hotel: um retrato pintado a óleo do ícone do cinema italiano Monica Vitti usando um colar de alta joalheria da Bvlgari. A nova obra de arte foi apresentada pelo CEO da Bvlgari Jean-Christophe Babin e pelo artista Yan Pei Ming e agora está pendurada no saguão do hotel acima da famosa estrela de oito pontas com a assinatura da Maison embutida no chão.
A abertura do Bvlgari Hotel Paris no coração do Triângulo Dourado da capital é um evento marcante no cenário hoteleiro parisiense, pois traz para a Cidade Luz uma experiência residencial que realça o estilo de vida italiano em harmonia com a história e a tradição local.
Sylvain F. Ercoli, gerente geral do novo Hotel Bvlgari Paris, disse: “Estou encantado de estar à frente do Bvlgari Hotel Paris e de abrir as portas desta nova gema (joia) Bulgari. Também estou ansioso para liderar uma equipe de classe mundial para oferecer os padrões impecáveis da joalheria italiana de hospitalidade”.
Jean-Christophe Babin, CEO da Bvlgari, com Carla Bruni e Natalia Vodianova.
Esta nova combinação de glamour romano com a sofisticação parisiense foi celebrada por um coquetel de recepção no lounge do hotel combinado com visitas personalizadas à excepcional Cobertura Bulgari de 400 metros quadrados com 600 metros quadrados de terraços e jardins com vista para os pontos turísticos icônicos de Paris, incluindo a majestosa e espetacularmente iluminada Torre Eiffel. Seguindo um autêntico aperitivo durante o qual Eddy, o famoso mágico italiano, entreteve os convidados com seus incríveis truques, enquanto deliciosos canapés como Bomba com Vitello Tonnato, Frittata di Pasta, e Scampo in kataifi foram servidos, os convidados se deslocaram para Il Ristorante – Niko Romito . Ali, um jantar preparado pelo chef italiano Niko Romito, que revisita a tradição gastronômica italiana com suas próprias técnicas de vanguarda, foi servido aos convidados. Tortelli al tartufo bianco e Guancia di Vitello al Barolo, foram os protagonistas do delicioso cardápio, acompanhado de algumas extraordinárias garrafas Imperiale de Sassicaia 2016.
A noite continuou na atmosfera quente e sofisticada do Bar Bvlgari, onde a luz do bar de ônix retroiluminado dá vida às paredes pintadas de preto, e os convidados foram recebidos com um concerto particular de Carla Bruni, uma das embaixadoras icônicas da Bvlgari cuja herança italiano-francesa profundamente enraizada ecoa os mesmos valores de excelência, criatividade, beleza e emoções compartilhadas da Maison.
“Estamos particularmente orgulhosos de acrescentar uma joia francesa à coleção Bvlgari Hotels & Resorts, abrindo o novo Bvlgari Hotel Paris.Após a recente abertura da principal loja Bvlgari na Place Vendome, é uma honra para nós trazer mais uma vez o melhor do design italiano, estilo de vida, cultura e hospitalidade de luxo para Paris”, disse Jean-Christophe Babin, CEO da Bvlgari.
O projeto | No coração do mundialmente famoso Triângulo Dourado de Paris, o Bulgari Hotel Paris é uma experiência projetada não apenas para os visitantes da cidade, mas também para os residentes de Paris. Rompendo com os códigos tradicionais da arquitetura parisiense, o elegante edifício do Bulgari Hotel Paris enriquece o 8º Arrondissement com seu estilo contemporâneo.
Carla Bruni.
Como todos os hotéis e resorts Bvlgari, o Bvlgari Hotel Paris foi projetado pelo estúdio de arquitetura italiano Antonio Citterio Patricia Viel. Tanto interiores quanto exteriores foram criados com a mesma atenção aos detalhes e precisão de uma joia da Bvlgari, realçando todos os códigos característicos dos estabelecimentos desenvolvidos pela casa de joalheria sediada em Roma.
O Bvlgari Hotel Paris oferece 76 quartos, dos quais 75% são suítes, com terraços e loggias. Cada um deles é projetado como um apartamento privado e requintadamente mobiliado com as marcas de móveis de luxo da mais alta qualidade.
Sobre Bvlgari Hotels & Resorts | Localizações únicas em harmonia com os arredores, a mistura do design tradicional com a dramática arquitetura italiana contemporânea do escritório de arquitetura Antonio Citterio Patricia Viel e um serviço superior criado com a mesma atenção à qualidade que sempre distinguiu as criações da Bvlgari – estes são os elementos-chave que caracterizam a coleção The Bvlgari Hotels & Resorts.
Para todos os hotéis, a abordagem é a mesma: o projeto dos interiores está fortemente enraizado nas tradições do lugar e uma atenção cuidadosa é dada a cada detalhe em uma homenagem ao luxo absoluto.
A coleção Bvlgari Hotels & Resorts apresenta o distinto e arrojado estilo italiano típico da Bvlgari, refletido em seu design único, sua cozinha italiana contemporânea e seus luxuosos spas. Ela transmite a excitação da marca Bvlgari, seu glamour atemporal e sua magnífica herança italiana de joalheria.
A Bvlgari Hotels & Resorts Collection começou como um conjunto inicial de três estabelecimentos em Milão, Londres e Bali, e recentemente acrescentou novos estabelecimentos em Pequim, Dubai e Xangai. O Bvlgari Hotel Paris será a sétima joia da coleção e cinco hotéis adicionais estão chegando em breve a Roma, Moscou, Tóquio, Miami e Los Angeles, entre 2022 e 2025.
Sobre a Bvlgari | Parte do Grupo LVMH, a Bvlgari foi fundada em Roma em 1884 como uma joalheria. Conhecida como a magnífica joalheria romana e mestre das gemas coloridas, a Bvlgari estabeleceu uma reputação mundial de excelência italiana e goza de renome pelo seu requintado artesanato. O sucesso internacional da empresa evoluiu para um fornecedor global e diversificado de produtos e serviços de luxo, que vão desde joias finas e relógios de alta gama até acessórios e perfumes, e com uma rede inigualável de boutiques e hotéis nas áreas de compras mais exclusivas do mundo.
Manifestada por meio de suas numerosas parcerias filantrópicas, a Bvlgari acredita profundamente em inovar o presente para um futuro sustentável através de seu compromisso com a Responsabilidade Social Corporativa e retribuir – à natureza e à comunidade. (www.bulgarihotels.com)
(Fonte: Suporte Comunicação)
Com manejo, os Paumari protegem uma área equivalente a 22 mil campos de futebol. Foto: Adriano Gambarini.
Em 12 anos, a população de pirarucu cresceu 631% nas três terras indígenas dos Paumari do rio Tapauá, no sul do Amazonas. Enquanto em 2009 foram contados 251 indivíduos, em 2021, o total foi de 1835 – isso em apenas 16 lagos monitorados no período. O aumento é fruto do manejo sustentável do pirarucu, atividade desenvolvida pelos indígenas com apoio do projeto Raízes do Purus, que conta com patrocínio da Petrobras para fortalecer a gestão sustentável e a proteção da biodiversidade em seis terras indígenas no sul e sudoeste do Amazonas, contribuindo para a conservação de mais de dois milhões de hectares de floresta.
Muito consumido na região Norte, o pirarucu está ameaçado de extinção pela pesca predatória e não é mais encontrado em diversos locais da Amazônia. Iniciativas de manejo como a dos Paumari têm papel fundamental na recuperação deste que é o maior peixe de escama de água doce do mundo, podendo chegar a três metros de comprimento e mais de 200 quilos.
Desde 1996, quando, em resposta ao quase desaparecimento da espécie, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) proibiu a captura e comercialização do pirarucu no Amazonas, sua pesca foi limitada a áreas de manejo sustentável, autorizadas pelo órgão. O método do manejo tem como pilares a organização comunitária, a vigilância territorial e o monitoramento dos estoques de pirarucu. Também são controlados o período da pesca – limitada à época de seca, entre setembro e novembro – e a quantidade e o tamanho dos peixes cuja captura é autorizada – a cada ano, as comunidades recebem a autorização do Ibama para pescar uma cota de 30% da população adulta de pirarucu, com no mínimo um metro e meio de comprimento. As regras garantem que, mesmo com a pesca, a espécie consiga recuperar e aumentar a sua população por meio da reprodução natural.
Populacao de pirarucu cresceu 631% com o manejo nas terras Paumari. Foto: Adriano Gambarini.
O manejo sustentável fortaleceu a organização coletiva dos Paumari para o controle da pesca em seus territórios e impulsionou a estruturação de um sistema de vigilância comunitária eficaz na proteção dos lagos, locais de maior concentração de pirarucu. “Hoje, os Paumari têm uma excelente capacidade de gerir e proteger suas terras”, afirma Gustavo Silveira, coordenador técnico da Operação Amazônia Nativa (OPAN), instituição à frente do projeto Raízes do Purus, que, desde 2013, apoia esta iniciativa dos Paumari.
Com um sistema de vigilância consolidado que conta com sete bases flutuantes posicionadas em pontos estratégicos das terras indígenas, os Paumari conseguiram conter a pesca predatória e ilegal do pirarucu e de outras espécies nas áreas protegidas, revertendo a situação de escassez de peixes encontrada em meados dos anos 2000, quando era comum a entrada de barcos para realizar a pesca de larga escala nos territórios. O período de reprodução dos pirarucus não era respeitado e indivíduos de todas as idades, inclusive filhotes, eram pescados indiscriminadamente. “Chegou um momento em que quase não tinha mais peixe nos lagos”, lembra Germano Paumari, professor e coordenador financeiro da Associação Indígena do Povo da Água (AIPA).
Neste contexto, algumas lideranças foram apresentadas ao manejo sustentável do pirarucu, que já estava ajudando comunidades ribeirinhas do rio Solimões a recuperar e proteger a espécie, e decidiram implementar a atividade no contexto dos Paumari. “Ficamos sem pescar nos lagos destinados ao manejo durante cinco anos. Com a vigilância, a quantidade de pirarucu foi crescendo e a proposta foi conquistando mesmo aqueles que não acreditavam que ia dar certo no início”, relata Germano.
Magno Paumari posa em frente à entrada de lago protegido por base flutuante. Foto: Marina Rabello/OPAN.
Atualmente, a vigilância dos territórios envolve a maioria das famílias, que se alternam em turnos de uma semana nas bases flutuantes nos períodos de maior ocorrência de invasões. “O trabalho de proteção é importante, porque, hoje, a gente tem a nossa alimentação garantida. Sem vigilância, os invasores vão entrar e o peixe vai acabar de novo”, destaca Francisco Paumari, uma das primeiras lideranças a apostar no manejo como caminho para melhorar a qualidade de vida do povo. Além da escala de plantão nos flutuantes, as comunidades aproveitam outros deslocamentos pelos territórios para vigiar as áreas mais vulneráveis à pesca ilegal.
Quem vê a estrutura com a qual os Paumari contam hoje, não imagina as dificuldades enfrentadas no início do manejo. “A gente acampava nos barrancos na beira dos lagos e rios para vigiar. Pegava chuva de dia, de noite. Sofremos bastante. Agora temos as bases flutuantes e, se a gente passa a noite acordado, tem um lugar confortável para descansar no decorrer do dia”, comemora Francisco. As melhorias estruturais, como os dois flutuantes de vigilância adquiridos com recursos do projeto Raízes do Purus, engajaram mais pessoas no trabalho, que foi incorporado à rotina das comunidades.
Desde 2013, os Paumari realizam, uma vez por ano, a pesca da cota de pirarucu autorizada pelo Ibama e comercializam o pescado, gerando renda para as comunidades investirem na vigilância e em itens que melhoram a sua qualidade de vida, como motores de popa para as canoas – que reduzem o tempo de deslocamento nas longas distâncias amazônicas –, rádios e painéis solares.
Família durante plantão de vigilância em uma das bases flutuantes. Foto: Marina Rabello/OPAN.
Sobre o Raízes do Purus | O projeto Raízes do Purus é uma iniciativa da OPAN com patrocínio da Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental, que visa a contribuir para a conservação da biodiversidade no sudoeste e sul do Amazonas, fortalecendo iniciativas de gestão e o uso sustentável dos recursos naturais das terras indígenas Jarawara/Jamamadi/Kanamanti, Caititu, Paumari do Lago Manissuã, Paumari do Lago Paricá, Paumari do Cuniuá e Banawa, na bacia do rio Purus, e Deni e Kanamari, no rio Juruá.
Sobre a OPAN | A OPAN foi a primeira organização indigenista fundada no Brasil, em 1969. Nos últimos anos, suas equipes vêm trabalhando em parceria com povos indígenas no Amazonas e em Mato Grosso, desenvolvendo ações voltadas para a garantia dos direitos dos povos, gestão territorial e busca de alternativas de geração de renda baseadas na conservação ambiental e no fortalecimento das culturas indígenas.
(Fonte: De Propósito Comunicação de Ideias)