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1º Festival de Verão de Campos do Jordão inicia venda de ingressos on-line

Campos do Jordão, por Kleber Patricio

João Bosco se apresenta no festival no dia 28 de janeiro. Foto: Marcos Hermes.

A Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo informa que começou na sexta-feira (7) a venda de ingressos do 1º Festival de Verão Campos do Jordão – público pode adquirir pelo site. O evento terá duração de três semanas, de 22/1 a 13/2, e 54 apresentações musicais divididas em dois eixos: Música Popular e Música Erudita. A proposta é ampliar ainda mais o alcance do festival, considerado o maior e mais importante da América Latina, e explorar novas linguagens e formatos musicais. O evento marca também a inauguração do auditório do Parque Capivari, com capacidade para 700 pessoas e 110 músicos e palco com 250m², além de backstage de 50m² e um camarim com 35m².  O novo espaço irá abrigar a abertura e o encerramento do evento. As atrações continuam no Palácio Boa Vista e no Auditório Claudio Santoro.

O festival terá 26 concertos gratuitos e 22 apresentações on line, exibidos no YouTube do evento e também na plataforma #CulturaEmCasa. “Sentimo-nos honrados em proporcionar ao público de São Paulo e do Brasil, o 1ª Festival de Verão de Campos do Jordão”, afirma o secretário de Cultura e Economia Criativa do Governo de São Paulo Sérgio Sá Leitão. “Uma atração deste porte e peso vai movimentar o turismo da cidade, com geração de renda e emprego”.

O eixo de Música Popular tem curadoria da cantora paulistana Mônica Salmaso, reconhecida como uma das grandes intérpretes da MPB. Nomes como Paula Lima (que abre o evento ao lado da SP Big Band, dia 22/1), João Bosco, Sujeito a Guincho, Mestrinho, Guinga, João Camarero, Cristóvão Bastos, Thiago Amud, Dori Caymmi e André Mehmari (com participação da própria Mônica Salmaso) estão entre as apresentações programadas para o Auditório Claudio Santoro e o Parque Capivari. “Decidi propor um formato diferente, de formação de repertório mais do que de aulas de instrumentos”, diz Mônica Salmaso. “Serão formados dois grupos, uma Big Band e um Ensemble, que trabalharão arranjos de compositores diferentes”.

Arrigo Barnabé. Foto: Gal Oppido.

A cantora, compositora e instrumentista carioca Clarice Assad, radicada em Chicago (EUA) e um dos grandes expoentes da música de concerto, é a responsável pelo eixo de Música Contemporânea do Festival. Entre as atrações escaladas por ela, estão a cantora indiana Varijashree Venugopal, o norte-americano Derek Bermel (compositor convidado desta edição) com o Trio Arquè, os conjuntos Percorso Ensemble, Desvio, Martelo e São Paulo Chamber Soloists, o violonista Fabio Zanon e Arrigo Barnabé, que apresenta um show comemorativo de seus 70 anos de idade. “Nosso objetivo este ano é promover uma conversa entre diversas áreas da música instrumental, popular e clássica contemporânea com foco em inclusão e diversidade e mostrar como o nosso campo das artes é vibrante e rico”, afirma Clarice Assad.

A SP Big Band e o Percorso Ensemble serão os grupos residentes desta primeira edição do Festival, com atuação distribuída entre concertos, aulas e masterclasses.

Depois do sucesso das transmissões ao vivo inauguradas no 51º Festival de Inverno, em julho de 2021, a edição de Verão seguirá com os concertos exibidos no YouTube do evento e também na plataforma #CulturaEmCasa. Serão ao todo 22 apresentações on line que poderão ser acompanhadas gratuitamente pelos canais digitais.

Dori Caymmi. Foto: Myriam Vilas Boas.

Programação pedagógica | No Módulo Pedagógico, o 1º Festival de Verão receberá ao todo 70 alunos de 16 a 30 anos, divididos em três modalidades: Instrumento, Canto Popular e Composição. Também serão oferecidas seis masterclasses na cidade de Campos do Jordão, aonde os bolsistas irão se hospedar e estudar. As aulas para os estudantes selecionados serão divididas entre os cursos de Big Band, Ensemble Popular e Ensemble Contemporâneo. O músico e professor Daniel D’Alcantara é o responsável pela Coordenação Pedagógica de Música Popular Instrumental e Ricardo Bologna,  timpanista Solista da Osesp e regente, fica a cargo da Coordenação Pedagógica de Música Erudita Contemporânea.

Dentre os professores desta edição, destacam-se no eixo Contemporâneo integrantes da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp), como Peter Pas (viola), Pedro Gadelha (contrabaixo), Rubén Zúñiga (percussão) e Liuba Klevtsova (harpa); o violonista Fabio Zanon e o pianista Horácio Gouveia, entre outros. No eixo dedicado às Big Bands e ao Ensemble Popular, nomes como Nelson Ayres (regência), Nailor Proveta (clarinete/saxofone), Tatiana Parra (canto), Paulo Malheiros (trombone), Toninho Carrasqueira (flauta) e Vanessa Moreno (canto).

Sobre o Festival de Verão e Inverno de Campos do Jordão | Criado em 1970 pelos maestros Eleazar de Carvalho, Camargo Guarnieri e Souza Lima, o Festival de Verão e Inverno de Campos do Jordão Dr. Luís Arrobas Martins foi inspirado no Festival de Tanglewood, nos EUA, e combina uma programação de música de concerto e um trabalho pedagógico amplo e qualificado.

Renato Borguetti. Foto: Marcos Borguetti.

Realização | O 1º Festival de Verão de Campos do Jordão é um programa do Governo do Estado de São Paulo realizado por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado e pela Fundação Osesp. Tem direção executiva de Marcelo Lopes, direção artística de Arthur Nestrovski e coordenação artístico-pedagógica de Daniel D’Alcantara (Música Popular Instrumental) e Ricardo Bologna (Música Erudita Contemporânea). Esta edição conta com o patrocínio da Baden Baden, Instituto Cultural Vale e Sabesp, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

Amigos do Festival | Desde 2013, a Fundação Osesp conta com a colaboração de uma rede de estabelecimentos comerciais da cidade de Campos do Jordão, que contribui para a divulgação de informações sobre a programação de concertos. Estes estabelecimentos recebem um selo que os identifica como Amigos do Festival e mostra engajamento com um dos mais tradicionais projetos culturais da cidade.

Acesse a programação completa do festival aqui.

Serviço:

1º Festival de Verão de Campos do Jordão

Data: 22 de janeiro a 13 de fevereiro

Locais:

Auditório Claudio Santoro – Av. Dr. Luís Arrobas Martins, 1.880, Alto da Boa Vista, Campos do Jordão, SP. Tel. (12) 3662-2334. 820 lugares. Gratuito (de segunda a quarta); entre R$50,00 e R$100,00 (de quinta a domingo).

Venda de ingressos:

Pelo telefone (11) 3777-9721, de segunda a sexta, das 12h às 18h; na Praça do Capivari, diariamente, das 10h às 18h (a partir de 11/jan); no dia de cada apresentação, 3h antes do início e pelo site.

Retirada de ingressos gratuitos no mesmo link a partir de 10 dias antes de cada apresentação ou no dia do evento, na bilheteria do Auditório ou do Palácio Boa Vista. Limitado a 4 (Auditório) e a 2 ingressos por pessoa (Palácio) e à capacidade dos locais.

Parque Capivari – R. Eng. Diogo José de Carvalho, 1.291, Capivari, Campos do Jordão, SP. Tel. (12) 3663-6463. 700 lugares. Gratuito. Entrada livre.

Palácio Boa Vista – R. Adhemar de Barros, 3.001, Vila Alto da Boa Vista, Campos do Jordão, SP. Tel. (12) 3662.1122. 100 lugares. Gratuito (concertos das 11h e 16h); R$100,00 (concertos das 21h).

Venda de ingressos:

Pelo telefone (11) 3777-9721, de segunda a sexta, das 12h às 18h; na Praça do Capivari, diariamente, das 10h às 18h (em data a ser anunciada); no dia de cada apresentação, 3h antes do início; e pelo site.

Retirada de ingressos gratuitos no mesmo link a partir de 10 dias antes de cada apresentação ou no dia do evento, na bilheteria do Auditório ou do Palácio Boa Vista. Limitado a 4 (Auditório) e a 2 ingressos por pessoa (Palácio) e à capacidade dos locais.

(Fonte: Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo)

Bioficção apresenta história de vida de Miguel de Cervantes contada por ele mesmo

São Paulo, por Kleber Patricio

Fotos: divulgação.

Um projeto de pesquisa intensa e audaciosa que levou 12 anos para ser publicado – este é Eu, Miguel de Cervantes: Memórias, que mistura investigação biográfica com a literatura refinada da escritora e roteirista Maria Gessy Sales. Esta bioficção parte de verdades históricas, possíveis e poéticas contadas em primeira pessoa que cumprem, ao mesmo tempo, o papel de divertir e informar.

A escritora criou a narrativa fictícia a partir dos achados dos restos mortais de Cervantes no subsolo do Convento das Trinitárias Descalças, em Madri. O enredo, então, foi construído como se as memórias recentes do romancista tivessem sido encontradas na escavação. É considerado um dos mais importantes escritores do Ocidente, ao lado de Dante, Shakespeare e Goethe.

Gessy revela que o célebre autor de Dom Quixote nasceu em uma família de fidalgos e se sentia privilegiado por fazer parte de um país poderoso. Porém, o curso normal da vida foi bruscamente interrompido quando ele se viu forçado a fugir da Espanha. A narrativa recria a juventude e o começo da vida adulta do espanhol. Em Eu, Miguel de Cervantes: Memórias, o leitor percebe que a vida do escritor é muito mais rica de aventuras, desenganos e superações do que a do próprio personagem que o consagrou: Dom Quixote.

Além de escritora, Gessy é roteirista premiada de cinema e teatro. A convite do escritor e amigo Ziraldo, roteirizou com ele os filmes O Menino Maluquinho e Uma professora muito Maluquinha. Ela revela que por toda a vida dedicou-se à literatura e à escrita e, por causa de uma pesquisa sobre Dom Quixote, passou a se interessar por Cervantes, desejo agora refletido na obra. “Fiquei deslumbrada com sua vida de perigos e aventuras e quis dividir com um maior número de pessoas meu encantamento”, confessa Gessy. Mais do que entender a obra de Cervantes, este romance com fundo histórico aproxima o leitor da vida do escritor.

Ficha Técnica

Título: Eu, Miguel de Cervantes: memórias

Autora: Maria Gessy de Sales

ASIN: B09FX4J77V

Formato: eBook

Páginas: 233

Preço: R$9,90

Link de venda: https://amzn.to/3q7Q9u2.

A autora Maria Gessy de Sales.

Sobre a autora | Maria Gessy de Sales formou-se em línguas neolatinas pela PUC/RJ.  É roteirista, junto com o amigo Ziraldo, do premiado filme O Menino Maluquinho e Uma Professora Muito Maluquinha. Autora do libreto da Ópera O Menino Maluquinho, Teatro Municipal do Rio de Janeiro, temporada de 2015. É roteirista premiada de séries de documentários literários e culturais durante mais de três décadas em que atuou com roteirista da TVE/RJ. Atuou como freelance escrevendo documentários para FBL Produções. A série Artistas Plásticos Brasileiros foi transmitida pelo canal Arte 1 e ainda hoje pode ser vista pelo Curta. Nas décadas de 1970 e 1980, escreveu duas coleções de livros didáticos de Língua e Literatura Portuguesa pelas editoras Brasil e Ática.

Instagram: @mariagessysales

Facebook: @mariagessy.sales.

(Fonte: LC Agência de Comunicação)

Oficina Cultural Oswald de Andrade recebe mostras Surrealista e Modernista de Cinema

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: André Hoff.

Em janeiro, a Oficina Cultural Oswald de Andrade será o local certo para quem quiser aproveitar um bom filme. Os amantes do cinema poderão assistir gratuitamente, no Cineclube da Oswald de Andrade, filmes que dialogam com os movimentos surrealista e modernista. No dia 15 de janeiro terá início a Mostra Surrealista de Cinema, coordenada por Gilka Verana, que reúne obras que exploram o inconsciente, o choque e o sonho na realidade concreta. Os filmes serão transmitidos no Cineclube da Oficina Cultural sempre aos sábados, a partir das 16h. Os interessados precisam retirar os ingressos com uma hora de antecedência. A atividade tem lotação máxima de 30 lugares.

O primeiro filme da Mostra, que será exibido no dia 15, é As Pequenas Margaridas (1966), dirigido por Vera Chytilová, que utilizou efeitos especiais avançados para a época. A obra surrealista conta a história de duas garotas chamadas Marie que decidem se adequar ao mundo como ele está: sendo depravadas. Assim, ambas partem em uma série de encontros forjados e travessuras, desconstruindo o mundo ao seu redor.

No dia 22 será a vez do filme A Montanha Sagrada (1973), de Alejandro Jodorowsky, que apresenta a história de Ladrão, uma figura similar a Jesus. Ele perambula por estranhos cenários repletos de símbolos religiosos e pagãos. Em determinado momento, surge um guia espiritual que o apresenta a sete pessoas, cada uma representando um planeta do sistema solar. O grupo segue para a Montanha Sagrada. A ideia é ocupar o lugar dos deuses imortais que lá vivem e dominam o mundo. A obra é indicada para maiores de 18 anos.

Cartaz do filme “As pequenas margaridas”. Direção: Vera Chytilová. Imagem: divulgação.

O último dia da Mostra, 3 de fevereiro, será marcado pelo filme La Danza de La Realidad (2013), de Alejandro Jodorowsky. A produção é uma cinebiografia de Alexandro Jodorowsky que explora as aventuras e as buscas da sua vida. Nascido no Chile em 1929, na pequena cidade de Tocopilla, Jodorowsky teve uma educação rígida e violenta. Apesar dos fatos serem reais, a ficção ganha vida com um universo poético que reinventa a sua história.

A Mostra Surrealista de Cinema integra a temporada do espetáculo As Mamas de Tirésias, que, de 15 de janeiro a 12 de fevereiro, terá apresentações na área externa da Oficina Cultural Oswald de Andrade. O espetáculo, dirigido por André Capuano, reúne três atrizes que mergulham no drama surrealista de Guillaume Apollinaire para contar a história de Teresa, que amarra seu ex-marido, se veste com suas roupas, sai de casa lutando por liberdade e inicia uma campanha em Zanzibar contra a procriação. Seu ex-marido, em resposta, gera sozinho, num só dia, 40.050 crianças que assumem formas macabras.

Outro movimento que servirá de inspiração para uma Mostra de obras cinematográficas é o Modernismo. Na Mostra Luz Moderna: Leituras Cinematográficas da Literatura Brasileira, coordenada por Rudá K. Andrade, historiador e neto de Oswald de Andrade, serão apresentados filmes e vídeos que dialogam com obras e referências da literatura modernista. A seleção oferece uma perspectiva antropofágica da experiência cinematográfica brasileira em busca de suas raízes literárias. As obras serão exibidas sempre às quartas-feiras, a partir das 18h30.

A Mostra, que também ocupará o Cineclube da Oficina Cultural, começa no dia 19 de janeiro com a exibição do filme O Homem do Pau Brasil (1981), de Joaquim Pedro de Andrade, que apresenta a trajetória do escritor Oswald de Andrade, ícone do modernismo brasileiro, sendo interpretado por um ator e uma atriz.

Ocoa – Cineclube Luz Moderna – Leituras Cinematográficas da Literatura Brasileira. Imagem: divulgação.

Em fevereiro será exibido o curta Herói Póstumo da Província (1973), de Rudá de Andrade, que resgata a vida e a memória de Oswald de Andrade, seu pai. E a primeira parte da Mostra será encerrada no dia 9 de fevereiro com o filme Como era gostoso o meu francês (1971), de Nelson Pereira dos Santos. O filme narra um Brasil de 1594, onde um aventureiro francês fica prisioneiro dos Tupinambás. Enquanto aguarda para ser executado, o estrangeiro aprende os hábitos dos índios e se une a uma indígena que tenta ajudá-lo a fugir.

Serviço:

Oficina Cultural Oswald de Andrade

Mostra Surrealista de Cinema

Coordenação: Gilka Verana

15, 22/01 e 5/2 – sábados – 16h

Público: interessados em geral.

30 lugares | Retirar ingressos com uma hora de antecedência.

Duração: Ver a duração de cada filme.

Classificação etária: Ver a classificação de cada filme.

Local: Oficina Cultural Oswald de Andrade | Rua Três Rios, 363 – Bom Retiro – São Paulo/SP

PROGRAMAÇÃO

Dia 15/1: As Pequenas Margaridas (Tchecoslováquia, 1966, Comédia, Drama, 1h14min)

Direção: Vera Chytilová

Classificação indicativa: 16 anos.

Dia 22/1: A Montanha Sagrada (EUA, México, 1973, Aventura, Fantasia, Drama, 1h54min)

Direção: Alejandro Jodorowsky

Classificação indicativa: 18 anos.

Dia 5/2: La Danza De La Realidad (França, Chile, 2013, ficção, 2h10min)

Direção: Alejandro Jodorowsky

Classificação indicativa: 16 anos

Espetáculo: As Mamas de Tirésias

Produção e idealização: Gilka Verana

15/1 a 12/2 – sábados – 11h às 15h

Público: Interessados em geral a partir de 16 anos.

20 lugares | Retirar ingressos com uma hora de antecedência.

Duração: 160 minutos

Área externa da Oficina Cultural Oswald de Andrade

Local: Oficina Cultural Oswald de Andrade | Rua Três Rios, 363 – Bom Retiro – São Paulo/SP

Cineclube: Luz Moderna – Leituras Cinematográficas da Literatura Brasileira

Coordenação: Rudá K. Andrade

19/1 a 9/2 – quartas-feiras – 18h30 às 21h30

Público: Interessados em geral a partir de 16 anos.

30 lugares | Retirar ingressos com uma hora de antecedência.

Local: Oficina Cultural Oswald de Andrade – Rua Três Rios, 363 – Bom Retiro – São Paulo/SP

PROGRAMAÇÃO

Dia 19/1: O Homem do Pau Brasil (Brasil, 1981, Comédia, 1h52min)

Direção: Joaquim Pedro de Andrade

Classificação indicativa: 16 anos

Dia 3/2: Herói Póstumo da Província (Brasil, 1973, Curta-metragem, 15min)

Direção: Rudá K. Andrade

Classificação indicativa: não informado.

Dia 9/2: Como Era Gostoso o Meu Francês (Brasil, 1971, Comédia/Humor ácido, 1h24min)

Direção: Nelson Pereira dos Santos

Classificação indicativa: 10 anos.

Oficina Cultural Oswald de Andrade

Rua Três Rios, 363 – Bom Retiro – São Paulo/SP

Telefone: (11) 3222-2662

Horário de funcionamento: de segunda a sexta-feira das 10h às 21h00, aos sábados das 11h às 18h. Pessoas que desejam visitar exposições e grupos artísticos que precisam ocupar espaços para ensaios devem agendar antecipadamente pelo site, onde também encontram informações sobre as medidas sanitárias para combater a proliferação de Covid-19; ou agendar pelo WhatsApp (11) 94343-9338

Para os contatos de e-mail – clique aqui.

Acessibilidade: rampa de acesso para cadeirantes.

Programação gratuita. Parte da agenda é mantida de forma virtual. Saiba mais no hotsite +Cultura. Para conferir o que está disponível presencialmente, acesse o site do programa Oficinas Culturais.

(Fonte: Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo | Assessoria de Imprensa)

SESC Pompeia recebe peça “Com os Bolsos Cheios de Pão”

São Paulo, por Kleber Patricio

Fotos: Keiny Andrade.

Com os Bolsos Cheios de Pão, texto do romeno naturalizado francês Matei Visniec escrito no início dos anos 1980, quando o país ainda vivia sob o governo autoritário, trata da história de dois homens – o Homem de Bengala e o Homem de Chapéu – diante de um poço, onde um cachorro foi jogado por desconhecidos. Eles argumentam, pensam, discordam, mas não tomam nenhuma atitude efetiva. A peça, com direção de Vinicius Torres Machado e atuação de Edgar Castro e Donizeti Mazonas, estreia dia 14 de janeiro, às 20h, no Espaço Cênico do SESC Pompeia. A temporada segue até o dia 6 de fevereiro.

“O diálogo em torno do poço eternamente amistoso, absurdo, argumentativo, tranquilizador transforma-se em fábula política, social, humana. As falas circundam a ação da mesma forma como os dois personagens circundam o poço. Estes criam diversas possibilidades de ação que constantemente se desfazem sob a pressão da argumentação”, revela o diretor sobre a ação dos personagens.  Em cena, em cima do poço, os dois homens, apesar da indignação que manifestam, não socorrem o animal, emaranhados que estão em embates verbais e disputas personalistas.

Para o diretor, essa situação ficcional de Visniec nos remete ao atual cenário político e social brasileiro. “Confrontados com a miséria, a todo momento nos deparamos com a urgência da ação. É assim que os argumentos absurdos e o mundo às avessas que a peça nos apresenta podem nos ajudar a observar o nosso próprio poço sob a luz do meio-dia. A luz a pino que deixa ver seu fundo, com todos os desafios que a necessária ação exigirá. Precisaremos de uma corda? De uma escada?”, completa o diretor.

Fotos: Keiny Andrade.

Cenário e luz | A montagem também carrega a simplicidade e crueza do texto. Um monolito circular, metálico e de cerca de um metro e meio de altura é o poço e o cenário de todo o espetáculo, criado por Eliseu Weide. É nesse diminuto espaço que toda a ação se passa.

A iluminação, criada por Wagner Antonio para a encenação, sugere alguns deslocamentos para o público: no início, vemos apenas os dois personagens em pequenos movimentos; no desenrolar da peça, a iluminação revela uma surpresa e a situação limite dos personagens.

Sobre a peça e o autor | A peça nasceu de uma história real. No começo dos anos 1980, o autor era professor de história em uma pequena vila rural a 25 quilômetros de Bucareste. Para ir à escola, costumava pegar ônibus, metrô e trem. Nos últimos cinco quilômetros, ainda fazia o percurso de bicicleta. Um dia, passando pelo poço abandonado da vila, ficou chocado ao descobrir um cachorro vivo. Ele latiu pedindo ajuda, mas, com pressa, só teve tempo de ver que era branco. “Continuei no caminho para a escola, mas senti uma culpa terrível o dia inteiro”, escreveu o autor. À noite, soube que o cachorro havia sido salvo. “De repente, tive a revelação do escopo metafórico dessa peça: esse cachorro, era eu, esse cachorro, era todo o povo romeno trancado na ditadura a pedir inutilmente ajuda”. A peça foi escrita de uma só vez a partir desse episódio e esse sentimento.

Matei Visniec nasceu na Romênia em 1956. Formou-se em história e filosofia e publicou seus primeiros textos de poesia em 1972. Em 1987, pediu asilo político na Franca, onde vive desde então. Entre sua produção, podemos citar O último Godot, A segunda tília à esquerda, A aranha na praia, Cuidado com as velhas senhoras corroídas pela solidão, Como eu poderia ser pássaro?, Paparazzi ou a crônica de um nascer-do-sol abortado e A mulher como campo de batalha, entre outros.

Vinícius Torres Machado | Diretor e professor no Instituto de Artes da Unesp. Autor do livro A máscara no teatro moderno: do avesso da tradição à contemporaneidade, Editora Unesp. É Doutor em Artes Cênicas pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, com estágio supervisionado na Gent University – Bélgica. Iniciou seus trabalhos como ator em 1996 e, em 2001, também passou a assinar como diretor e dramaturgo dos seus projetos. Entre seus principais trabalhos dirigiu Revoltar: memórias de ilhas e revoluções, com a Cia Livre. Dirigiu e escreveu Aporia, na Escola Livre de Teatro de Santo André; dirigiu Saudade, com o grupo belga “Das Marionette”; dirigiu e escreveu Anônimo, com o grupo Peleja – BA; dirigiu a ópera Romeo et Juliette, de Charles Gounod, no Theatro São Pedro de São Paulo; dirigiu e escreveu o espetáculo A Porta, com a Cia. Troada.

Donizete Mazonas | Ator, dançarino e diretor. Formado em Artes Cênicas pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), atua na cidade de São Paulo desde 1995. Integrou o Centro de Pesquisa Teatral (CPT), coordenado por Antunes Filho de 1998 a 2002. Em 2003 fundou a Companhia da Mentira, onde atua como ator e diretor. Participou do Núcleo de Improvisação, dirigido por Zélia Monteiro, de 2006 a 2013. Juntamente com Wellington Duarte, criou o Núcleo Entretanto, em 2007, onde desenvolvem uma pesquisa voltada para dança-teatro-performance. Entre os principais trabalhos estão: Revoltar, Memórias de Ilhas e Revoluções (2017), Floema (2016), Uma Noite sem o Aspirador de Pó (2015), Um Bonde Chamado Desejo (2015), Pais e Filhos (2012) e Music-Hall (2009).

Edgar Castro | Ator, diretor e formador teatral, cursou História na Universidade Federal do Pará (1983). Desde 1995 radicado em São Paulo, trabalhou com diretores como Antunes Filho, Roberto Lage e Samir Yazbeck. Integrante de importantes coletivos como Cia do Latão, Cia Livre, Cia São Jorge de Variedades e Cia dos Inventivos, entre outros. Orientou (2000-2003) a turma de Iniciação da Oficina de Teatro do TUSP. Lecionou na ELT/Escola Livre de Teatro de Santo André de 1999 a 2011 e foi coordenador da mesma instituição de 2007 a 2009.  Coordenou o Núcleo de Pedagogia Teatral da ELT nos anos 2010 e 2011. Coordenou a Área de Teatro do CLAC/Centro Livre de Artes Cênicas, em São Bernardo do Campo (2012/2013). Foi Coordenador Geral da X Mostra Latino-Americana de Teatro de Grupo. Membro do Conselho Administrativo da Cooperativa Paulista de Teatro.

FICHA TÉCNICA

Texto: Matei Visniec

Tradução: Fábio Fonseca de Melo

Direção: Vinicius Torres Machado

Elenco: Edgar Castro e Donizeti Mazonas

Trilha Sonora: Pedro Canales

Cenário e Figurinos: Eliseu Weide

Iluminação: Wagner Antonio

Assistente de Direção: Rafael Costa e Jessica Mancini

Produção Executiva: Jota Rafaelli MoviCena Produções.

Serviço:

Com os Bolsos Cheios de Pão

De 14 de janeiro a 6 de fevereiro de 2022*

Sexta e sábado, às 20h; domingo, às 18h30

*Sessão com tradução em Libras no dia 29/1, sábado.

Local: Espaço Cênico SESC Pompeia

Ingressos: R$30,00 (inteira); R$15,00 (credencial plena: trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no SESC e dependentes; meia: estudante, servidor de escola pública, + 60 anos, aposentados e pessoas com deficiência).

Classificação indicativa: 14 anos.

Capacidade: 30 lugares

Duração: 70 minutos

Ingressos limitados

Bilheteria*:

Terça a sexta, das 10h às 21h30.

Sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h30.

*Venda online a partir de 11 de janeiro, terça-feira, às 14h.

Venda presencial nas unidades do SESC SP a partir de 12 de janeiro, quarta-feira, às 17h.

É necessário apresentar comprovante de vacinação contra Covid-19 das duas doses, a partir de 12 anos, e documento com foto para ingressar nas unidades do SESC no Estado de São Paulo.

(Fonte: Canal Aberto Assessoria de Imprensa)

Contexto sociocultural tem impacto direto nas ações de marcas e movimentos sociais, afirma estudo

Brasil, por Kleber Patricio

“Não Vai Ter Copa”: ativistas passaram a questionar legado do evento a partir de impactos como a intensificação da especulação imobiliária nas cidades-sede. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil.

Quando movimentos sociais se ancoram em elementos socioculturais convergentes com seus princípios, eles conseguem levar outros atores sociais, como marcas e consumidores, a atuarem de forma convergente com os seus objetivos. A estratégia foi utilizada nos protestos contrários à Copa do Mundo de 2014, quando manifestantes se apropriaram do slogan “Não vai ter Copa”, sintetizando o descontentamento geral da população. É o que aponta estudo inédito de pesquisadores da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV – EAESP), em parceria com pesquisadores da Universidad Adolfo Ibáñez (Chile), publicado em 10 de janeiro no “Journal of Marketing Management”.

Os autores identificam dois elementos principais do contexto sociocultural da Copa do Mundo de 2014 utilizados pelos movimentos sociais: a centralidade do futebol na cultura brasileira e a consolidação de uma cultura de protesto no País. Eles denominam de ancoragem o processo em que o contexto sociocultural fornece recursos que podem ser usados como referência por movimentos sociais. Os diferentes grupos críticos à realização do evento alinharam-se à ideia do futebol como uma paixão nacional cooptada por interesses de mercado.

Segundo o estudo, os movimentos sociais envolvidos nos protestos tinham o contexto sociocultural convergente com seus objetivos e tiveram habilidade para eleger elementos que levaram a um engajamento da população com a causa. Através do slogan “Não Vai Ter Copa”, os ativistas passaram a questionar o legado do evento a partir de impactos como a intensificação da especulação imobiliária nas cidades-sede.

Tais movimentos sociais colocaram em risco a reputação da Federação Internacional de Futebol (FIFA) e de marcas associadas ao evento. Para os autores, no entanto, a Copa também deixou como legado a pressão por mais transparência na indústria do futebol, a começar pela demanda das marcas patrocinadoras dos eventos esportivos pelo reposicionamento institucional da FIFA frente às acusações de corrupção.

Os autores também entendem que a mesma cultura de protestos que afetou a realização da Copa de 2014 impactou os processos políticos nos anos posteriores, como o impeachment de Dilma Rousseff em 2016 e as eleições presidenciais de 2018. Esse impacto foi verificado ainda no anúncio do Brasil como sede da Copa América 2021. A contrariedade da população com a realização do evento em plena crise sanitária provocada pela pandemia de Covid-19 levou grandes patrocinadores a esconderem suas marcas durante o torneio.

Os pesquisadores recomendam que as marcas invistam recursos para compreender o contexto sociocultural no qual operam (e pelo qual são afetadas) e busquem se ancorar em elementos culturais para além de slogans e discursos. “Me Too, Black Lives Matter, diversidade… não importa qual é a bandeira que sua marca decida apoiar, ela sempre precisa entender como o contexto sociocultural e os atores institucionais atuando nesse contexto podem ser aliados ou combatentes, podem somar ou subtrair daquilo que a marca pretende fazer”, afirma Benjamin Rosenthal, um dos autores do estudo.

(Fonte: Agência Bori)