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Centro de Estudos do Museu Republicano recebe exposição sobre mulheres homenageadas em placas de rua na cidade de Itu

Itu, por Kleber Patricio

Foto: divulgação.

A exposição sobre placas de rua em homenagem a mulheres que fazem parte da história da cidade, inaugurada pelo Museu Republicano de Itu em colaboração com a Secretaria Municipal de Cultura, em março de 2020 (momento em que a pandemia de Covid-19 foi oficialmente anunciada no país), agora está em cartaz no Centro de Estudos do Museu Republicano de Itu.

A exposição destaca mães, filhas, jornalistas, professoras, comerciantes, esposas, cidadãs, religiosas e outras grandes mulheres que atuaram na cidade e que agora dão nomes às ruas nos bairros periféricos e centrais da cidade. “Certamente, deixaram legados importantíssimos para a história da cidade e de muito orgulho para a população ituana”, diz a Profa. Dra. Maria Aparecida de Menezes Borrego, supervisora do Museu Republicano de Itu.

A exposição pode ser visitada de segunda à sexta-feira, das 8h às 17h. O Centro de Estudos do Museu Republicano de Itu está situado à rua Barão do Itaim, 140.

Confira algumas das homenageadas:

Praça Nhá Chica Messias – Vila Santa Terezinha | Nascida no Bairro da Tapera Grande, Francisca das Chagas Fernandes (1876-193) ofereceu significativos serviços à cidade no combate à gripe espanhola em 1918 e, no decorrer da Revolução Constitucionalista de 1932, participou como praça e compôs o 3° Batalhão de Caçadores Voluntários, organizado em Itu. A praça foi criada pelo Decreto n°177, de 1969.

Rua Irmã Maria Jacinta da Silva – Jardim Faculdade | Madre Maria Jacintha da Silva (1891-1978) foi professora no Colégio Nossa Senhora do Patrocínio e na Escola Normal do mesmo estabelecimento. Além disso, fundou a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Nossa Senhora do Patrocínio, precursora do ensino superior na região. A rua foi criada pelo Decreto n° 1524, de 1983.

Rua Virgínia Martini Gazzola – Vila Padre Bento | Virgínia Martini Gazzola (1880-1930) atuou como obstetra na Santa Casa de Itu e auxiliou nos partos caseiros de pessoas menos favorecidas. Ela teve seis filhos com o seu marido, Luiz Gazzola, e participava da Irmandade Nossa Senhora da Boa Morte. Em 2006, no centro da cidade, foi inaugurado o Centro de Capacitação Profissional “Virgínia Martini Gazzola” em sua homenagem.

Museu Republicano

O Museu Republicano “Convenção de Itu” foi inaugurado pelo presidente do Estado de São Paulo, Washington Luis Pereira de Sousa, a 18 de abril de 1923 e, desde então, subordinou-se administrativamente ao Museu Paulista que, em 1934, tornou-se Instituto complementar da recém-criada Universidade de São Paulo e a ela se integrou em 1963.

É uma instituição científica, cultural e educacional especializada no campo da História e da Cultura Material da sociedade brasileira com ênfase no período entre a segunda metade do século XIX e a primeira metade do século XX, tendo como núcleo central de estudos o período de configuração do regime republicano no Brasil.

Encontra-se instalado em sobrado histórico em Itu, erguido nas décadas iniciais do século XIX e que se tornou residência da família Almeida Prado. Foi nesse local que se realizou, em 18 de abril de 1873, uma reunião de políticos e proprietários de fazendas de café para discutir as circunstâncias do país e que, posteriormente, se transformou na famosa Convenção Republicana de Itu, marco originário da campanha republicana e da fundação do Partido Republicano Paulista.

(Fonte: Ex-Libris Comunicação Integrada)

Excesso de horas na frente da TV e comportamento sedentário afetam o sono de idosos

Brasil, por Kleber Patricio

Foto: Glenn Carstens-Peters/Unsplash.

Um grupo de pesquisadoras da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) publicou na revista “Cadernos de Saúde Pública” na quinta (9), um estudo que associa o comportamento sedentário com histórico de problemas de sono em idosos brasileiros. Partindo da prévia hipótese das sabidas alterações de sono na terceira idade, as estudiosas buscaram entender essa relação e inspirar a proposição de orientações sobre a necessidade de redução do sedentarismo nos idosos.

Para o estudo, foram avaliados dados de 43.554 idosos participantes da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), de 2019. Foram observados aspectos como o tempo assistindo televisão, atividades de lazer (como acesso a dispositivos móveis e computadores) e tempo sedentário total (televisão + lazer). Como resultados, os idosos que relataram permanecer mais de seis horas diárias vendo TV e mais de três horas em comportamento sedentário tiveram mais chances de ter problemas no sono. As autoras observaram que os idosos que passam mais de três horas do dia em comportamento sedentário têm 13% mais chances de ter problemas no sono.

“A questão do comportamento sedentário é uma área relativamente recente de estudos. O prévio interesse em observar os processos da senescência e o crescente aumento do número de idosos na nossa população motivou a realização do nosso trabalho. Com o envelhecimento, é comum a ocorrência de mudanças no padrão de sono, tais como o tempo, o sono fragmentado e a quantidade de sono não REM, fundamental para a restauração física e manutenção da qualidade de vida”, aponta Núbia Carelli, coordenadora do Laboratório de Envelhecimento, Recursos e Reumatologia (LERER) da UFSC e coautora do artigo.

Evidências já demonstram que os problemas de sono estão associados a depressão, declínio cognitivo e aumento do índice de Massa Corporal (IMC). No entanto, as autoras perceberam que, apesar de ainda ser uma característica de atividade sedentária, usar dispositivos móveis ou computadores demonstrou ser menos danoso ao sono dos idosos que o consumo de mídia televisiva. Segundo Núbia, o estudo revelou que o uso de computadores e de smartphones não se mostrou associado ao histórico de problemas no sono.

“Acredita-se que a luz branca das telas de computador compreende toda a gama de luz de comprimento de onda curta (azul) e longa (vermelha), as quais não parecem suprimir a produção de melatonina, se utilizadas durante o dia. No comportamento sedentário de lazer, devido ao uso de dispositivos móveis, deve haver o mesmo gasto energético de exercícios leves, pois o indivíduo pode se mover e se levantar com mais frequência do que quando está assistindo à televisão”, explica.

De acordo com as pesquisadoras, o conhecimento da relação sono e comportamento sedentário entre idosos aponta para a implementação de estratégias para a redução do tempo sedentário. Essa medida é particularmente importante no cenário atual, uma vez que a prevalência de histórico de problemas no sono pode aumentar nos próximos anos devido à pandemia de Covid-19.

(Fonte: Agência Bori)

Peça “Alaska” faz curta-temporada no Centro Cultural São Paulo

São Paulo, por Kleber Patricio

Fotos: André Nicolau.

Escrita pela dramaturga estadunidense Cindy Lou Johnson, o drama “Alaska” ganha montagem inédita no Brasil sob direção de Rodrigo Pandolfo, que também está em cena ao lado de Louise D’Tuani. O espetáculo entra em cartaz no Centro Cultural São Paulo (Espaço Ademar Guerra) dia 10 de março, quinta-feira, 21h, em uma temporada curta até 27 de março de 2022.

A peça se passa no estado do Alaska. Enquanto uma nevasca cai do lado de fora, Henry (Rodrigo Pandolfo), uma figura solitária, é surpreendido por uma insistente batida na porta de sua cabana. Trata-se de uma visita desconhecida: Rosannah Deluce (Louise D’Tuani), uma jovem vestida de noiva que, após dirigir ininterruptamente por semanas, entra e se instala no local.

Segundo Pandolfo, trata-se de uma peça sobre cura. Sobre dois personagens que estão congelados pelos seus traumas a ponto de procurarem alguma forma de isolamento que os prive de viver em sociedade.  Ambos estão feridos pela cruel montanha russa da vida, fugindo de relacionamentos, compromissos, responsabilidades e, se possível, de qualquer outro contato humano. Eles se veem presos no mesmo espaço-tempo, longe de tudo e de todos, sendo obrigados a conviver com suas verdades para, quem sabe assim, alcançarem essa possível cura.

“Neste lugar solitário e gelado, eles vão se desvendando e se aproximando. Eles se afetam, numa relação de atração e repulsa”, conta Pandolfo. O diretor reforça que a relação do casal se passa em um tempo-espaço que não fica bem definido, podendo também servir como metáfora para esse encontro profundo que pode resultar na salvação do casal.

O cenário da peça exibe um chão coberto de neve, um tronco de madeira, um fogão e um baú. É neste lugar fumacento, quase onírico, que Henry e Rosannah acessam memórias, lembranças e também confusões sobre os motivos pelos quais foram traumatizados. “No texto há referências sobre um apagão branco, sobre a queda da neve, sobre um céu da mesma cor que o chão, dando a impressão de que as personagens voam, mas que ao mesmo tempo são atingidas pela gravidade e caem no chão gelado. Esse apagão branco pode ser lido como a paralisação em que eles se encontram”, diz Pandolfo.

O artista conta que é essa é primeira vez que dirige e atua num mesmo espetáculo. “A experiência está sendo ótima, mas também muito desafiadora – para ter essa visão do todo, me envolvo em dois tipos de ensaio: o ensaio para direção e outro para atuação”, conclui.

Sobre Rodrigo Pandolfo

Rodrigo Pandolfo é ator e diretor com formação técnica em Artes Cênicas pela CAL (Casa de Artes de Laranjeiras) e Graduado em Artes Dramáticas pela UniverCidade, na cidade do Rio de Janeiro.

No teatro, como ator, esteve em “Pi – Panorâmica Insana”, dirigido por Bia Lessa, “Concerto para João”, dirigido por Cassio Scapin, “Céus”, dirigido por Aderbal Freire Filho, “Galileu Galilei”, dirigido por Cibele Forjaz. “R&J, de Shakespeare ”, dirigido por João Fonseca, com o qual foi indicado ao Prêmio APTR e ganhou o Prêmio Ítalo Rossi de Melhor Ator, e “O Despertar da Primavera – O Musical”, dirigido por Charles Moeller e Cláudio Botelho, com o qual foi indicado aos Prêmios Shell e Arte Qualidade Brasil de Melhor Ator e ganhou o Prêmio APTR de Melhor Ator Coadjuvante. Também atuou em “Cine-Teatro Limite”, dirigido por Pedro Brício e Sergio Módena, com o qual foi indicado aos Prêmios Shell e APTR de Melhor Ator. Como diretor, assinou o espetáculo “A Moça da Cidade” e foi assistente de direção de “As Bruxas de Salém”, com direção de Antônio Abujamra e João Fonseca.

No cinema, integrou o elenco de “Chacrinha – O Velho Guerreiro”, “João, O Maestro”, “Minha Mãe é uma Peça 1, 2 e 3”, “Elis – O Filme”, “Faroeste Caboclo” e “O Concurso”. Em televisão, seus últimos trabalhos foram as séries “Verdades Secretas II”, “Vítimas Digitais”, da GNT, “Samantha”, da Netflix, “Rua Augusta”, da TNT, “Prata da Casa”, da Fox, “A Menina sem Qualidades”, da MTV, “Junto e Misturado”, da Tv Globo e as novelas: “Geração Brasil” e “Cheias de Charme”.

Sobre Louise D’Tuani

Louise D’Tuani é uma atriz formada em Cinema pela universidade Estácio de Sá. Na televisão, integrou os elencos de “Rock Story”, “Em Família”, “Malhação”, “Máscaras”, “Ribeirão do Tempo”, “Promessas de Amor”, “Mutantes – Caminhos do Coração”, “Luz do Sol” e “Prova de Amor”. Também participou das séries “Magnífica 70”, “Questão de Família”, “O Perrengue” e “Shippados”. No cinema, está no elenco de “Kardec” e “Velha roupa colorida”; no teatro, integrou os elencos de “O rei do mundo”, “A minha primeira vez” e “Confissões de Adolescente”.

FICHA TÉCNICA

Autor: Cindy Lou Johnson

Título Original: Brilliant Traces

Tradução: Luiza Vilela

Direção: Rodrigo Pandolfo

Elenco: Louise D’tuani e Rodrigo Pandolfo

Contrarregragem Performática: Gabs Ambròzia e Canafístula Lima

Assistente de Direção: Rael Barja

Preparação Corporal: Ana Paula Lopez

Cenografia: Miguel Pinto Guimarães

Desenho de Luz: Wagner Antonio

Figurinos: Jay Boggo

Trilha Sonora: Azullllllll

Operador de Luz: Dimitri Luppi

Operadora de Som: Jéssica Silva e Alírio Assunção

Cenotécnico: Bruno Portela

Fotografias: Patrícia Cividanes e André Nicolau

Identidade Visual: Patrícia Cividanes

Assessoria de Imprensa: Equipe D Comunicação – Berê Biachi e Canal Aberto – Márcia Marques

Produção: Corpo Rastreado – Leo Devitto

Administração: Os Satyros.

Serviço:

“Alaska”

De 10 a 27 de março de 2022, quinta a sábado, às 21 horas; e domingo, às 20h

Duração: 60 minutos

Classificação 14 anos

Local: CCSP – Centro Cultural São Paulo – Espaço Ademar Guerra – Porão – Rua Vergueiro, 1000 – Paraíso, São Paulo – SP

Entrada gratuita – Bilheteria abre 1 hora antes da sessão

70 lugares

A entrada no CCSP só será autorizada mediante uso correto de máscara e apresentação de carteirinha de vacinação contra Covid-19 atualizada.

(Fonte: Canal Aberto Assessoria de Imprensa)

Sinfônica da Unicamp comemora 40 anos

Campinas, por Kleber Patricio

Nesta quinta-feira, 10 de março, a Orquestra Sinfônica da Unicamp apresenta o concerto “Repertório Armorial”, evento gratuito com participação especial do maestro Paulo de Paula, regente do encontro. O concerto acontecerá a partir das 19h na Casa do Lago, no campus da Unicamp em Barão Geraldo, distrito de Campinas.

Paulo de Paula é diretor artístico e regente titular da Orquestra Sinfônica de Indaiatuba desde sua criação em 2014 e foi também um dos fundadores da Associação Mantenedora da Orquestra de Indaiatuba, instituição que é hoje responsável pela manutenção de uma escola de música e da Orquestra Jovem de Indaiatuba, além da própria Sinfônica.

No programa, a Orquestra apresenta algumas peças que fizeram parte do repertório da Orquestra Armorial, criada sob a liderança do violinista e compositor Cussy de Almeida ao agregar um grande número de compositores entusiastas da música nascida com o movimento Armorial na década de 70 no Recife, movimento responsável por influenciar atividades artísticas como a pintura, a literatura, a cerâmica, a dança, o teatro e a gravura.

PROGRAMA

“Sem Lei, Nem Rei” – Capiba “Lourenço da Fonseca Barbosa” (1904-1997)

I. Moderato

II. Largo-Allegro

III. Allegro

“Aboio” – Cussy de Almeida (1936-2010)

“Mandacaru” – Benny Wolkoff (1921-1995) e Henrique Annes (1946-2021)

“Chamada n° 2 (A Pedra do Reino)” – Jarbas Maciel (1933-2019)

I. Chamada (Andante energico)

II. Aboio (Andante)

III. Cavalo Marinho (Allegro)

“Incelença e Mourão” – César Guerra Peixe (1914-1993)

“Galope de Cavalhada” – José Tavares do Amorim “Guebinha” (1935-1933)

“Chegança” – Benny Wolkoff (1921-1995).

Serviço:

Concerto “Repertório Armorial”

Data: 10 de março de 2022, às 19 horas

Local: Casa do Lago, Unicamp, Campinas

Endereço: Av. Érico Veríssimo, 1011 – Cidade Universitária, Campinas – SP

Evento gratuito aberto a todos.

(Fonte: Acessibilidade e Comunicação | Orquestra Sinfônica da Unicamp)

Galeria BASE anuncia mostra de Guilherme Almeida

São Paulo, por Kleber Patricio

“Família Guilherme Almeida”. Fotos: divulgação.

“Poeta, por que choras?

Que triste melancolia.

É que minh’alma ignora

O esplendor da alegria.

Este sorriso que em mim emana,

A minha própria alma engana.”

Carolina Maria de Jesus

A BASE abre sua agenda com a primeira individual, em circuito cultural, do artista plástico Guilherme Almeida  “Este sorriso que em mim emana”, com 35 trabalhos que incluem um recorte da série ‘Destruição dos Mercados I’, com pinturas sobre jornal, e ‘Destruição dos Mercados II e III’, com pinturas sobre tela, todos criados no período entre 2021 e 2022. A exceção fica por conta de ‘Calouros’, pintura de 2018 que abre a exposição. A curadoria é de Paulo Azeco e a coordenação artística de Daniel Maranhão.

“Basquiat”.

“Este sorriso que em mim emana”, trecho de um poema de Carolina Maria de Jesus que nomeia a exposição, não surge de forma aleatória, uma vez que o ‘sorriso’ ao qual se refere a autora sempre inspirou o artista: “Carolina é tudo que é meu trabalho. Ele é sobre isso, é o sorriso da vitória, aquele reflete e inspira as pessoas, aquele que tenta apagar mas um dia ele volta a ascender”. Suas pesquisas, que possuem como foco central sua experiência pessoal, oferecem o sorriso negro como uma arma contra os preconceitos pré-existentes arraigados na vivência diária dos povos. “Este Sorriso que Em Mim Emana é uma luz, é algo para falar sobre nós, nossa geração, a geração passada, conquistas e aprendizados”, explica o artista.

Segundo Paulo Azeco, “a exposição apresenta um paralelo interessante entre o caráter biográfico dos trabalhos e a representação de pessoas negras bastante conhecidas, vencedoras. A primeira obra da mostra –  e única anterior a série –, ajuda a compreender a prática do artista ao se valer da sua vivência para a criação do vocabulário estético. Apresenta jovens, assim como ele, transbordando alegria por entrarem na universidade pública.”

A série ‘Destruição de Mercados’, cuja pesquisa teve início em 2019, retrata diversas personalidades – Maju Coutinho, Emicida, Elza Soares, Mano Brown, Baco Exu do Blues, Basquiat, Dona Onete, Nath Finanças, Carolina Maria de Jesus, Daiane dos Santos e Viola Davis, dentre outros – que atingiram o sucesso em suas áreas de atuação e, com a sensibilidade de Guilherme Almeida, são retratados com ‘sorrisos’ preenchidos com ouro e prata. Em ‘Destruição de Mercados I’, “a série de retratos sobre jornal, a maior e principal pintura é um retrato orgulhoso de sua família, ecoando gratidão. Todos os outros são figuras que o artista considera como inspiração, os que representam que é possível sim um negro ser vitorioso e bem-sucedido em todas as áreas”, aponta o curador.

“Carolina Maria de Jesus”.

Sobre o processo de criação da série, em uma primeira etapa, as pinturas são executadas sobre jornal e nas subsequentes o artista retorna às telas, suporte utilizado anteriormente quando seu tema ainda era ligado ao abstracionismo. Quando abstrato, Guilherme era ligado às formas e cores. A pintura nunca é única. As tintas lançadas sobre o suporte escolhido são em várias camadas, tinta sobreposta a tinta, cor sobreposta a cor. O artista trabalha com contrastes tanto na escolha das cores como nos materiais escolhidos: “a cor mais clara brigando com a mais escura; do suporte barato com a tinta mais valorizada e assim vou construindo”, explica.

Guilherme Almeida é um artista que se sustenta de apontamentos advindos de sua própria visualidade do mundo e das pessoas que o habitam. Suas lembranças pessoais e alguns registros fotográficos como apoio são a base de suas criações. Não há rascunho. Algumas palavras são colocadas no papel para conduzir o tema e ele começa a pintar. O processo é ágil, rápido, com mais frescor, onde o tema é lapidado através da repetição onde nascem as séries. A pintura nunca é única.

O fazer arte para Guilherme Almeida possui metas e direcionamentos. Posicionar-se antecipadamente em relação à mensagem que seu trabalho vai transmitir é de suma importância. Ele tem plena consciência de que, mesmo não sendo um posicionamento novo, é diferente do que é esperado de um artista negro nas artes visuais: “eu quero falar das nossas vidas, coisas boas e ruins, mas de uma forma que traga o meu igual para revigorar, que levante a cabeça, que destrua as amarras”.

“D. Onete”.

“A Arte Contemporânea muda conforme seu tempo. Hoje o que está em voga (e as vezes fazem parecer que é até moda) é falar sobre as minorias, questões raciais, de gênero e sociais, como diria no melhor dialeto, ‘tá na boca do povo’. O que eu estou fazendo, simplesmente, é falar sobre mim, falar do que faço parte. Meu trabalho é verdade. Não sei se servirá para sempre para a Arte…” (Guilherme Almeida)

“Guilherme entendeu desde sempre, na sua família, que apesar da forma modesta que eles viviam, é possível sonhar e é possível ser feliz. E essa exposição transborda sorrisos e vitórias mesmo quando se chocam com feridas escravocratas ainda abertas. O conjunto aqui apresentado é de força criativa e estética únicas, mas acima de tudo é um ato revolucionário.” (Paulo Azeco)

O artista – Guilherme Almeida (Salvador, BA 2000) | Vive e trabalha em Salvador, BA. Graduado em Artes Plásticas pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia (UFBA), conduz sua produção em narrativas que evidenciam a composição do corpo negro no contexto contemporâneo. Morador do bairro Uruguay, periferia de Salvador (BA), sua produção recente é influenciada pela vida urbana e pela cultura pop, em especial o hip-hop. Desenvolve pinturas e trabalhos tridimensionais em suportes não convencionais como jornal, Eucatex e outros refugos. Seu discurso urgente e firmado, no cotidiano, produz imagens nas quais o corpo está repleto de poder e autonomia. Desde 2017 já participou de várias mostras coletivas e intervenções artísticas no Brasil e no exterior.

Exposição “Este sorriso que em mim emana”

Artista: Guilherme Almeida

Curadoria: Paulo Azeco

Coordenação Artística: Daniel Maranhão

Coordenação Administrativa: Leonardo Servolo e Cássia Saad

Montagem e expografia: Harpia Design e Produções

Abertura: 12 de março – sábado – das 12 às 17h

Período: de 15 de março a 23 de abril de 2022

Horário: de terça a sexta-feira, das 11hs às 19h; sábado, das 11h às 15h

Local: Galeria BASE

Endereço: Al Franca 1030, Jardim Paulista | São Paulo, SP

Telefone: (11) 3062-6230 | WhatsApp (11) 98327-9775/(11) 98116-6261

E-mail: contato@galeriabase.com.br.

(Fonte: Balady Comunicação)