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Arte & Cultura

Campinas

Centro Cultural Casarão será palco do Festival Arreuní! 2024

por Kleber Patrício

O Festival Arreuní! 2024 trará músicos, cantadores e compositores ao Centro Cultural Casarão, em Barão Geraldo, Campinas (SP) para uma série de apresentações a partir de 5 de maio (domingo), às 15h, com entrada gratuita. A proposta é divulgar as diferentes vertentes da música tradicional brasileira, reunindo artistas de culturas distintas para compartilhar a diversidade e […]

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Selo SESC lança álbum com canções de Jorge Salomão

São Paulo, por Kleber Patricio

Jorge Salomão em foto de Renan Abreu.

Jorge Salomão (1946-2020) viveu entre as artes e, por transitar entre o teatro, a poesia, a performance e a música, costumava dizer que era malabarista. Seu pensamento original, espirituoso e apaixonado marcou seu modo de criar – e de viver. Poéticas é o primeiro álbum com suas músicas reunidas e será lançado em meados de agosto pela gravadora do SESC São Paulo. Mas no próximo dia 9 de julho, o Selo SESC apresenta o single Pseudoblues, que poderá ser ouvido em todas as plataformas. O Selo SESC também oferece o conteúdo gratuitamente. Confira aqui.

O disco foi gravado ao longo do ano de 2019 e início de 2020. Jorge Salomão acompanhou o processo de escolhas das canções, dos artistas envolvidos e chegou a ouvir as gravações antes de vir a falecer, em 7 de março do ano passado, aos 73 anos. Na observação de Luiz Nogueira, diretor artístico do álbum, essa seleção foi feita por afinidades e as 14 faixas fazem um passeio por antigos sucessos.

Pseudoblues, na voz de Mônica Salmaso, faixa escolhida para abrir o lançamento do disco, foi lançada inicialmente por Marina Lima no álbum Virgem, de 1987. “A gravação conhecidíssima desta canção, cantada pela Marina, é muito forte na minha lembrança, mas a sonoridade linda que o Webster Santos trouxe para o arranjo, somada à participação do Edu Ribeiro, que gravou ao vivo comigo, me ajudaram a encontrar a minha forma de cantá-la”, afirma Mônica.

Embora com alguns traços comuns nos timbres, as duas cantoras têm trajetórias diferentes e as duas versões mostram esse caminho. Também revelam a elasticidade do poeta, capaz de ir do rock à música popular brasileira com facilidade.

Na direção e produção musical de Mario Gil, os arranjos e harmonias de Poéticas procuraram dar mais liberdade aos cantores. Ele trouxe ainda outros dois arranjadores Webster Santos e Cezinha Oliveira para que as letras trafegassem entre as várias vertentes que Jorge Salomão passeava como letrista.

Monica Salmaso durante a gravação do single. Foto: Tomada Produções.

Poéticas | É o primeiro disco que reúne suas composições. Em conversas durante a gravação, Jorge Salomão dizia que era o momento de “exercitar a linguagem” e, apesar da situação do País, era importante estar atento e criar. Ele também lembrava que escrevia e declamava em voz alta suas letras para perder o rigor da imagem do poeta e deixar suas criações mais perto das pessoas. Poéticas ele desejava assim: elaborado musicalmente e acessível aos ouvintes.

Além de Mônica Salmaso, o disco traz as vozes de Almério, Renato Braz, Áurea Martins, Zélia Duncan, Jussara Silveira, Zeca Baleiro, Wanderléa, Dani Black, Khrystal, Chico Chico, Patrícia Mellodi e Frejat.

O disco também reuniu um time grande de músicos. Mario Gil, além de diretor, produtor, violonista, dividiu os arranjos Webster Santos (guitarra e slides) e Cezinha Oliveira (violão e baixo elétrico). Pariticiparam os músicos Sizão Machado (baixo elétrico), Guilherme Ribeiro (sanfona e piano), Daniel Allain (Flauta), Guello (Percussão), Marcelo Mariano (baixo elétrico), Edu Ribeiro (bateria), Vana Bock (cello), Daniel Alcântara (Trompete) e Daniel Alcântara (Flugel).

Jorge Salomão | Poeta, letrista, diretor de teatro e performer, Jorge Salomão nasceu no interior da Bahia, em 1946. Estudou Ciências Sociais e Teatro em Salvador e, entre 1967 e 1969, também dirigiu peças como O macaco da vizinha, de Joaquim Manuel de Macedo, A boa alma de Setchuan, de Bertolt Brecht, e alguns shows.

Em 1969, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde sua presença foi marcante na cena cultural da cidade. Trabalhou na revista Navilouca, criada por Waly Salomão, seu irmão, e Torquato Neto. Dirigiu o show Luiz Gonzaga Volta Pra Curtir, em 1972, que apresentou o músico pernambucano às novas gerações. Também produziu capas de discos e publicou os livros Mosaical (1996), O olho do tempo (1997), Campo da Amerika (1998), Sonoro (1999), Alguns poemas e + alguns (2016) e 7 em 1 (2020).

Como letrista, conquistou alguns grandes sucessos com algumas canções como Noite, na voz de Zizi Possi, e Pseudoblues, com Marina Lima. Foi parceiro de Frejat, Adriana Calcanhoto e Nico Rezende, entre outros.

Ficha técnica

Pseudoblues – Nico Rezende | Jorge Salomão

Voz: Mônica Salmaso

Guitarra e slides: Webster Santos

Baixo elétrico: Marcelo Mariano

Bateria: Edu Ribeiro

Arranjo: Webster Santos.

Serviço:

Selo SESC lança o single Pseudoblues, de Nico Rezende e Jorge Salomão

No SESC Digital e nas demais plataformas de streaming.

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Dirigido por Bernardo Barreto, filme “O Buscador” estreia em julho nos cinemas do Brasil

São Paulo, por Kleber Patricio

Frame do filme. Fotos: Tom Silveira.

Com mais de 20 filmes estrelados internacionalmente, entre curtas e longas, séries e novelas, o ator e cineasta brasileiro Bernardo Barreto iniciou sua carreira em 2006 com o personagem Cauã, protagonista de Malhação em 2007. A paixão pelo cinema e o desejo de levar narrativas autorais para as telas, o desenvolveu como roteirista, diretor e produtor através de sua produtora de cinema que opera tanto em Nova York, como no Brasil, onde vive atualmente.

Agora, tem um novo marco em sua carreira com a direção do filme O Buscador (The Seeker), produzido pela sua Berny Filmes com distribuição pela O2 Play. A partir do dia 29 de julho, o filme ganha estreia nos cinemas das praças do Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Porto Alegre e Recife.

O longa retrata a história da jovem Isabella (Mariana Molina), filha de um poderoso político que cresceu cercada de luxo e que se apaixona por Giovanni (Pierre Santos), um líder de uma comunidade sustentável que prega o amor livre. Isabela abandona sua vida de conforto para construir uma vida diferente e, após quatro anos longe de casa, tenta uma reaproximação com a família, descobrindo que seu pai está envolvido em um dos maiores escândalos de corrupção do Brasil. Impactada pela situação, ela decide enfrentar os fantasmas de seu passado. Para assistir ao trailer, clique aqui.

Poster do filme.

Bernardo aborda os temas que afligem o país em uma sequência de cenas com um propósito crítico. Grandes nomes do cinema brasileiro dão vida aos personagens: Monique Alfradique (Sabrina), Débora Duboc (Rita), Thiago (Bruno Ferrari), Max (Erom Cordeiro), Afonso (Mário Hermeto), Adriana (Aline Fanju) e Otávio (Luiz Felipe Mello).

Gravada em plano-sequência, a obra tem o Brasil presente como cenário e revela uma intrínseca realidade social, política e ideológica. O Buscador tramita na complexidade dos aspectos em uma escala cenográfica sintética e reflexiva. Mais realista, sem cortes: “Eu morava em NY, na época, e o Brasil estava completamente dividido entre esquerda e direita. O impeachment da Dilma, a lava jato e muita briga. No meio dessa guerra, eu estava cada vez mais voltado para a meditação. E comecei a escrever um filme simples sobre amor e como somos corrompidos desde a infância, dentro de casa. Acabei optando por fazer todo o miolo do filme em um plano-sequência de 1h15 para buscar mais realismo. Quando ganhamos o inesperado prêmio de melhor filme no Tallinn Black Nights Film Festival, lembro do silêncio da plateia quando disse sobre essa técnica”, comenta Bernardo.

Já a trilha sonora escolhida para o filme não poderia ser outra: a canção de Pramit Almeida Coração de um Buscador contextualizou a mensagem do filme com uma letra sagaz e alto astral que dão o toque final à trama.

Por sua destacada atuação como diretor em O Buscador, que, além de dirigir, também roteirizou e coproduziu, Bernardo Barreto conquistou o prêmio Especial do Júri do Tallinn Black Nights Film Festival 2019 (Festival de Cinema PÖFF 2019). Também conquistou o prêmio de melhor diretor artístico no Festival de Cinema Independente de Montreal, visionário festival canadense, e cresceu em popularidade entre os talentos do cinema independente de todo o mundo. Com elenco, ganhou prêmio de melhor ator e atriz coadjuvante com Erom Cordeiro e Débora Duboc no Festival CinePE.

O ator e cineasta Bernardo Barreto.

Ator e cineasta Bernardo Barreto | O ator e cineasta Bernardo Barreto também conquista espaço como cineasta por meio da Berny Filmes, sua própria produtora de cinema, que opera internacionalmente. A produtora assina curtas-metragens, como a coprodução do documentário Cidade de Deus – 10 anos depois, lançado mundialmente no Netflix, e a produção da série dramática Meus Dias de Rock, disponível no Globoplay, que além de produzida, também foi escrita e protagonizada pelo cineasta. Segue em pós-produção dos filmes Epitaph e Invisible, filmado em Nova Iorque e dirigido pelo renomado Heitor Dália, ambos ainda a serem lançados mundialmente. (https://bernardobarreto.com/)

Panificação artesanal: San Francisco Baking Institute ganha filial no Brasil

Curitiba, por Kleber Patricio

Marcelo Vosnika e Eduardo Freire Feliz assinam contrato da primeira filial do San Francisco Baking Institute no Brasil, com a presença virtual do fundador da escola, Michel Suas. Foto: divulgação.

De forma a suprir a demanda da panificação artesanal, os sócios Eduardo Freire Feliz e Marcelo Vosnika se uniram a Michel Suas, fundador do San Francisco Baking Institute, para abrir a primeira filial da escola norte-americana no Brasil. O contrato foi assinado em maio e a escola, que será dedicada à panificação artesanal, viennoiserie e pâtisserie, tem previsão de abertura ainda no segundo semestre de 2021. “Além da fermentação natural, que sempre foi minha paixão dentro da panificação, a oferta de cursos também vai incluir outras abordagens, como a panificação clássica, massas folheadas, croissant, brioches etc. A expectativa é grande e para nós será um prazer contribuir para a história da panificação na América Latina”, finaliza Eduardo.

O melhor dos dois mundos | Por ser berço de grandes profissionais da área e polo da indústria do trigo, além do protagonismo no movimento de panificação artesanal no país, não foi à toa que Curitiba foi escolhida para receber o Instituto. O charmoso espaço gastronômico, localizado no Petit Batel, junto ao Lucca Cafés Especiais, será o destino de muitos entusiastas. O endereço, com estrutura desenvolvida especialmente para atender os mais altos critérios da panificação, receberá grupos para aulas teóricas e práticas. O objetivo é ensinar a metodologia exclusiva do San Francisco Baking Institute, trazendo o que há de melhor aos profissionais do Brasil e América Latina. “O amor e dedicação de grandes profissionais da panificação e o desenvolvimento de uma cadeia sustentável do trigo foram alguns dos motivos que me chamaram a atenção e destacaram a liderança da região no movimento da panificação artesanal na América Latina”, declarou Michel Suas, após visita a Curitiba e região em 2019.

A sociedade realizada entre o ícone da panificação internacional, seu ex-aluno Eduardo Freire Feliz, padeiro e sócio proprietário do Lucca Cafés Especiais, e Marcelo Vosnika, presidente e sócio da Moageira Irati, tem como objetivo disseminar o conhecimento da panificação artesanal e da fermentação natural na América Latina.

A plataforma Trigo de Origem, projeto desenvolvido em conjunto entre a Moageira Irati e Eduardo Freire Feliz, tem como base a conexão genuína de todos os elos da cadeia do trigo, tornando-os protagonistas desde a pesquisa da semente e agregando produtores, moagem e padeiros. Agora aliados à etapa de ensino, estabelecem um ecossistema inédito no mundo.

Campo e indústria, ensino de qualidade e padaria artesanal com foco na melhor experiência do consumidor podem ser vistos juntos em um só empreendimento. “O SFBI é uma ferramenta para solidificar o movimento que iniciou com tanta força organicamente no Brasil. Um espaço de geração e troca de conhecimento para qualquer pessoa interessada no assunto”, ressalta Vosnika.

Segundo dados da BuyCo, uma plataforma de intermediação de negócios, a panificação está entre os seis maiores segmentos da indústria do Brasil, com participação de 36% na indústria de produtos alimentares e 920 mil funcionários empregados de forma direta na panificação.

Segundo dados da ABIP (Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria), desde 2018 é crescente a busca por produtos de panificação diferenciados, como os oferecidos pela panificação artesanal. Esse movimento trouxe à tona a falta de mão de obra especializada para as padarias no Brasil, que, segundo dados do Sebrae somam mais de 63,2 mil negócios no país, com faturamento anual próximo de R$95,08 bilhões.

Sobre o San Francisco Baking Institute | O SFBI foi fundado em 1996 por Michel Suas. Nascido na França, Michel Suas é reconhecido internacionalmente como um especialista da indústria e líder de pensamento e é um forte defensor do uso da educação para promover a apreciação e a arte da panificação artesanal.

O instituto oferece uma experiência de aprendizagem única, fornecendo instrutores que são especialistas em suas áreas e dando aos alunos a oportunidade de experiência prática no “mundo real” com os mais recentes equipamentos e tecnologia de panificação, mantendo a ênfase nas técnicas e valores da panificação artesanal.

Saxofonista Eramir Neto se apresenta terça (13) no #EmCasaComSESC

São Paulo, por Kleber Patricio

Crédito da foto: Fernando Medeiros.

Terça-feira é dia de música instrumental na programação Música #EmCasaComSESC – e do Instrumental SESC Brasil. No dia 13/7, o saxofonista Eramir Neto se apresenta do Teatro Anchieta, no SESC Consolação, para mostrar composições de Meniere (2020), seu primeiro disco solo. O repertório traz a fusão da música instrumental com a eletrônica numa grande variedade de sons, modulações e efeitos, em obras autorais como Xp, 5+1, Bananada e London’s Night. Durante o show, Eramir divide o palco com os também saxofonistas Tais Cavalcanti (Jazzmin’s), Bio Bonato (Nomade Orquestra) e Juliene Belingeri (Orquestra Jabaquara) e com a clarinetista Vaisy Alencar.

O álbum é resultado de uma pesquisa em tecnologia na criação musical iniciada em 2007 por Eramir, quando começou a utilizar equipamentos eletrônicos para modificar os sons de seus instrumentos. A organicidade do saxofone “puro” foi modificada com processadores de efeito, controladores, sintetizadores e diversos programas de composição para música eletrônica na criação de Meniere.

Foto: Bruno Diniz.

Eramir Neto é músico profissional há 13 anos. Tocou e gravou com diversos artistas, como Inezita Barroso, Anitta, Rael, Projota, IZA, Nômade Orquestra, Samuca e a Selva, Black Mantra, Don Carlos e The Pioneers. Frequentou o curso profissionalizante de Música na Fundação das Artes de São Caetano do Sul (FASCS) e a Goldsmiths University of London. Em 2012, com seu trabalho solo, realizou uma street tour de sete meses em Londres, além de tocar em clubs como Miabella Soho e Mcqueens Shoreditch. Ministra oficinas sobre tecnologia na criação musical desde 2013. Teve passagens pelo teatro e por estúdios, onde foi indicado a alguns prêmios como Festival de Guaçuí 2008, na categoria melhor trilha sonora pelo espetáculo Terra, da Cia. da M.A.T.I.L.D.E. Em 2005 e 2006, foi indicado na Categoria melhor CD de Reggae (Banda Liberte-se) e Música Instrumental (Banalizando), respectivamente, no festival Dynamite de Música Independente (antigo prêmio TIM). Em 2002 ganhou o prêmio do instituto IAV com o single Play The Electro Jazz em parceria com o DJ Alexandre Savino e o trombonista Rafael Torres na categoria “Novos Artistas – Melhor Música do Ano”. Desde 2018, vem se dedicando também a improvisação livre e integrando projetos com a SPIO Orquestra, Guilherme “Big” Peluci e Vertice.

#EmCasaComSESC em 2020 | A série #EmCasaComSESC teve início em abril de 2020 com um conjunto de transmissões ao vivo das linguagens artísticas de música, teatro e dança, espetáculos para crianças e atividades do esporte que somaram 13,5 milhões de visualizações até dezembro do ano passado, no total de 434 espetáculos. Para conferir ou revisitar o acervo completo disponível, acesse: youtube.com/sescsp.

Parte das transmissões é realizada diretamente das unidades do SESC São Paulo, sem presença do público no local e seguindo todos os protocolos de segurança de prevenção à Covid-19. Além disso, as apresentações também são transmitidas da casa ou do estúdio de trabalho dos artistas, tudo em conformidade com as medidas estipuladas pelo Plano São Paulo. As transmissões acontecem de terça a domingo, às 19h, no Instagram SESC Ao Vivo e no YouTube SESC São Paulo, exceto a apresentação para crianças, aos sábados, que ocorre às 15h .

Desmatamento favorece dispersão de malária e Covid-19 na Amazônia

Amazônia, por Kleber Patricio

Foto: Marizilda Cruppe/Amazônia Real | Fotos Públicas.

A dispersão de doenças como malária e Covid-19 na Amazônia está diretamente relacionada à trajetória de desenvolvimento agrícola dos municípios e à perda de biodiversidade. É o que aponta estudo publicado na terça (13) na revista “Frontiers in Public Health” de autoria de pesquisadores do Centro de Síntese em Biodiversidade do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) de diversas instituições, como Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e outras universidades.

A pesquisa investigou a distribuição de onze doenças tropicais negligenciadas, como malária, leishmaniose, dengue e chikungunya em territórios da Amazônia com trajetórias chamadas de tecnoprodutivas e agroextrativistas a partir de uma abordagem sistêmica da epidemiologia, economia e pesquisa ambiental. As trajetórias tecnoprodutivas têm um modelo agropecuário e intensa mudança de paisagem, com promoção de grande perda da cobertura florestal. As trajetórias agroextrativistas, por outro lado, se adaptam ao bioma a partir de conhecimento local em áreas cobertas por floresta contínua.

O estudo mostra que as elevadas taxas de desmatamento e a perda de biodiversidade têm relação com a alta carga de doenças tropicais negligenciadas, como leishmaniose, doença de Chagas, dengue e malária, nas cidades da Amazônia. “A criação de gado e plantio de grãos, por outro lado, tem associação com altas taxas de desmatamento e tem se tornado trajetórias dominantes nos últimos anos”, comenta a pesquisadora Cláudia Codeço, uma das autoras do estudo.

A malária prevalece em municípios com perfil agroextrativista e com cobertura florestal; ou seja, metade do território amazônico. A dengue e chikungunya ocorrem com mais frequência em municípios de expansão urbana recente, como no limite sul da Amazônia em transição para o Cerrado. A leishmaniose cutânea prevalece em municípios com grandes rebanhos de animais onde há maiores taxas de desmatamento e perda de biodiversidade.

Já a Covid-19 se espalhou com facilidade em todos os municípios da Amazônia, pois se relaciona com o tráfego de pessoas, atingindo, depois, as comunidades rurais, ribeirinhas e que vivem nas florestas. “Esse fluxo se deu pela cadeia de contatos que envolveu os profissionais de saúde e assistentes sociais que transitam entre as regiões, assim como pelos moradores que saíram das grandes cidades rumo às áreas mais remotas”, analisa Codeço. A doença foi agravada pela desigualdade de acesso a serviços básicos de saúde e de bens e serviços que assola a região. A pesquisa abre horizontes para monitorar o potencial avanço de doenças nos municípios amazônicos.

(Fonte: Agência Bori)