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Arte & Cultura

Campinas

Centro Cultural Casarão será palco do Festival Arreuní! 2024

por Kleber Patrício

O Festival Arreuní! 2024 trará músicos, cantadores e compositores ao Centro Cultural Casarão, em Barão Geraldo, Campinas (SP) para uma série de apresentações a partir de 5 de maio (domingo), às 15h, com entrada gratuita. A proposta é divulgar as diferentes vertentes da música tradicional brasileira, reunindo artistas de culturas distintas para compartilhar a diversidade e […]

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Parque Horto Florestal oferece programação gratuita em seu aniversário de 127 anos

São Paulo, por Kleber Patricio

Imagem: Parque Estadual Alberto Löfgren – Horto Florestal/Urbia.

Com o intuito de comemorar os 127 anos do Parque Estadual Alberto Löfgren – Horto Florestal, a Urbia, administradora do espaço, realizará uma série de atividades gratuitas para os visitantes, nos dias 10, 11 e 12 de fevereiro. Entre as ações programadas estão: Urbiatour pelo Parque, aulas de aero fight, yoga, de zumba, de canto, danças diversas e uma caminhada histórica sobre a importância do Horto Florestal para a conservação ambiental do Estado de São Paulo.

Confira a agenda completa:

Urbiatour pelo Parque

O Urbiatour consiste em uma visita guiada por educadores ambientais da Urbia. Durante a programação de aniversário do Parque, os guias organizaram temáticas diferentes para cada dia do passeio. Na sexta-feira (10), os educadores abordarão os aspectos ecossistêmicos da fauna e da flora, além de destacar as principais curiosidades do Horto Florestal com seus 127 anos de história. A atividade está programada para dois horários, às 10h30 e às 14h30.

No sábado (11), os educadores ambientais irão apresentar destaques do acervo botânico do Horto Florestal, como o Arboreto dos Pinheiros-do-Brejo, que remete a história da criação do Parque. Neste dia, o passeio também será realizado às 10h30 e às 14h30.

Já no domingo (12), durante o tour, os visitantes terão a oportunidade de passar por algumas colônias de diferentes espécies de abelhas nativas, além de conhecer curiosidades e características de cada espécie e a importância delas para a polinização da flora e para o meio ambiente. A visita será realizada às 14h30.

Vale ressaltar que em todas as datas do Urbiatour, o percurso será realizado a pé e terá duração de 1h30 de passeio.

Aula de aero fight

O professor Rogério Lessa realizará uma aula de aero fight na Tenda do Horto Florestal para os frequentadores do Parque. A atividade, que acontecerá no sábado (11), das 8h30 às 9h30, consiste em misturar movimentos de artes marciais junto com exercícios aeróbicos, como a dança. A modalidade é formada por sequências coreografadas dos movimentos, que melhora a resistência cardiovascular e neuromuscular, aprimora agilidade e a coordenação motora, além de aliviar o estresse e proporcionar um alto gasto calórico. Recomenda-se o uso de roupas leves e tênis para que a aula seja realizada de forma confortável.

Aula de yoga

A instrutora Sandra Ladwig conduzirá uma aula de yoga na Tenda do Horto Florestal para os visitantes. A atividade está programada para sábado (11), das 9h30 às 10h30, e prevê o ensino de técnicas para fortalecer o corpo e a mente de forma interligada, além de exercícios de respiração, postura e meditação. Para participar, é recomendado o uso de roupas leves e que permitam a mobilidade do corpo. Também é necessário levar tapete próprio para a prática da modalidade.

Aula de zumba

No sábado (11), das 10h30 às 12h30, a professora Ana Luiza realizará uma aula de zumba na Tenda do Horto Florestal. Misturando movimentos aeróbicos com ritmos e coreografias latinas, como a salsa, mambo, merengue e reggaeton, a zumba melhora o condicionamento físico de forma geral, com maior destaque para o treino cardiovascular e a região dos membros inferiores. Para a prática da modalidade, indica-se o uso de roupas confortáveis e tênis. No domingo (12), também haverá aula da zumba, porém com o professor Luiz Cândido. O horário da atividade é das 10h às 12h, na Tenda do Parque.

Aula de canto

Para os amantes de música, a professora Lydia Godau realizará no sábado (11), das 14h às 15h, uma aula de canto, também na Tenda do Horto Florestal. Trazendo muitos benefícios aos seus praticantes, a aula de canto ajuda na capacidade de respiração, além do desenvolvimento social, cognitivo, entre outros. Durante a atividade, a instrutora apresentará as principais técnicas vocais aos participantes.

Aula de dança circular

Finalizando a agenda do sábado (11), a professora Vera Alvares realizará, das 15h às 16h30, uma aula de dança circular na Tenda do Parque. Durante a atividade, os participantes farão danças coletivas, que têm como finalidade a integração do grupo e o fortalecimento de valores como empatia, compreensão e sentimento de pertencimento. Nesse tipo de dança, as pessoas são dispostas em círculos e realizam coreografias juntas.

Aula de dançaterapia

No domingo (12), das 9h às 10h, o Parque Horto Florestal contará com uma aula de dançaterapia realizada pelos instrutores Victor Santos e Andréa Spada. Conhecida por ser uma junção da dança com a psicologia, essa modalidade funciona como uma prática terapêutica, em que os participantes são convidados a se expressar por meio da dança sem que haja uma coreografia específica. As pessoas se movimentam livremente com base em estímulos táteis e por meio do som.

Caminhada histórica sobre o Horto Florestal

Por fim, no domingo (12), das 9h às 12h, a Urbia realizará gratuitamente uma caminhada que trará um recorte histórico do Horto Florestal e sua importância para a conservação ambiental do Estado de São Paulo. O passeio será feito em parceria com o IPA (Instituto de Pesquisas Ambientais), vinculado à SEMIL (Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística). O ponto de encontro do grupo para início da caminhada será na Portaria 1 do Horto Florestal.

Transporte público

Quem optar pelo transporte público poderá pegar uma das linhas de ônibus que partem do Terminal Santana e Parada Inglesa, as alternativas são: 2020/10 Metrô Parada Inglesa–Horto Florestal (ponto final); 1018/10 Metrô Santana–Vila Rosa; e 1775/10 Metrô Santana–Vila Albertina.

(Fonte: Urbia Parques)

Estreia da temporada de óperas com “Così Fan Tutte”, de Mozart, e Orquestra Sinfônica Municipal interpretando Mahler são destaques na programação do Municipal em março

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: Rafael Salvador.

No mês de março, o Theatro Municipal de São Paulo lança uma programação que vai da tradição, com a estreia da ópera “Così Fan Tutte” (Assim Fazem Todas): A Escola dos Amantes”, até a inovação e o ecletismo, com o evento “O Espetacular Encontro Entre o Baile de Favela, a Música Eletrônica e a Música Clássica no Municipal” e o “Rima Falada”. Destaque no mês para os corpos artísticos: a casa apresenta a Orquestra Sinfônica Municipal em obras complexas de compositores grandiosos, o Quarteto de Cordas com duas programações, a primeira de Beethoven e a segunda uma homenagem a Silvia Góes, e Coral Paulistano apresenta a Misa Criolla. Além disso, a Praça das Artes recebe o inédito “Samba de Sexta apresenta Comunidade do Samba da Vela” e o encerramento da imperdível exposição “Presente! – Presenças Negras no Theatro Municipal de São Paulo”.

Em março, a Orquestra Sinfônica Municipal retorna com duas obras disruptivas de grandes compositores: Mahler e Prokofiev. O concerto, intitulado “Trágicas – 6ª de Mahler e 2º de Prokofiev”, será apresentado na sexta-feira (3/3), às 20h, e sábado (4/3), às 17h, com regência de Roberto Minczuk. A Sinfonia nº 6 em lá menor, de Gustav Mahler, é conhecida como ‘Trágica’ devido a seu caráter especialmente severo, rica em contrastes e rupturas. Já a obra de Prokofiev “Sinfonia em ré menor, opus 40”, trata-se de um trabalho de caráter inusitado, que em sua estreia gerou protestos e polêmicas. A apresentação terá um total de 135 minutos e ingressos de R$12 a R$32.

Para os amantes do canto coral, na quinta-feira (16/3), às 20h, sob a regência de Maíra Ferreira, o Coral Paulistano apresenta a “Misa Criolla”, clássico do compositor argentino Ariel Ramírez. Abrindo a noite, serão apresentadas as obras “Amestsetan”, de Javier Busto, e “Choros no. 3 ‘Pica-Pau’”, de Heitor Villa-Lobos. Em seguida, o Coral iniciará a obra principal, “Misa Criolla”, composta em 1964. A obra mistura o folclore latino-americano às tradições católicas e da música sacra do continente, sendo inspirada e dedicada a duas religiosas alemãs, as irmãs Elizabeth e Regina Brückner, que ajudaram com alimentos os prisioneiros de um campo de concentração durante o nazismo. A obra ganhou muita popularidade a partir da interpretação de Mercedes Sosa, um dos maiores nomes da música latino-americana e expoente da Nueva Canción argentina. A apresentação terá duração de 45 minutos com ingressos de R$12 a R$32.

O vão da Praça das Artes será palco da programação inédita “Samba de Sexta”, que nesta primeira edição apresenta a Comunidade Samba da Vela, na sexta-feira (10/3), às 19h. No ano 2000, o grupo nasceu em São Paulo fundado pelos sambistas Chapinha, Paquera, Magnu Sousa e Maurilio de Oliveira, tendo o samba como expressão principal, mas abriga e incentiva artistas dos mais variados segmentos da cultura nacional e internacional. Várias personalidades dos mais variados segmentos da arte brasileira e internacional já marcaram presença ao lado do grupo musical, como Gero Camilo, Victor Mendes, Denise Fraga, Titãs, Ira, Sepultura, Flea (Red Hot Chili Peppers), EMICIDA, Diogo Nogueira, Leci Brandão, Fabiana Cozza e Criolo, entre outros. A apresentação é gratuita e tem duração de 90 minutos.

Em uma programação trimestral, também inédita, que faz parte de uma série de ações que visam democratizar e ampliar o acesso de artistas, linguagens artísticas e público ao Theatro Municipal, será apresentado o projeto “Rima Falada”, no sábado, dia 11 de março, às 17h, no Salão Nobre. O projeto irá trazer ao Theatro importantes nomes do Hip-Hop nacional, propondo uma apresentação no espaço do Salão Nobre. No primeiro encontro, Evandro Fioti, responsável pelo Lab Fantasma e um dos principais nomes do mercado musical brasileiro. O evento gratuito e terá cerca de 60 minutos de duração, com entrada feita por ordem de chegada.

No mês de março, o Quarteto de Cordas apresentará duas programações diferentes. A primeira será “Quarteto toca Beethoven – A Leveza e o Caos”, na quinta-feira, dia 16 de março, às 20h, na Sala do Conservatório da Praça das Artes, com Quarteto Op. 18, n° 2 e Quarteto Op. 59, Razumovsky n° 2, que dará início a série de Ludwig Van Beethoven da temporada 2023. O evento terá duração de 60 minutos e custará R$32 (inteira). Já a segunda obra apresentada pelo Quarteto de Cordas, “A Arte de Silvia Góes”, é uma homenagem à pianista brasileira responsável por composições clássicas e com uma forte presença na música popular brasileira ao lado de nomes como Dominguinhos, Hermeto Pascoal e Toquinho, com o qual se apresentou de 1990 a 2015. A homenagem será realizada na quinta-feira, dia 30 de março, às 20h. Os ingressos custam R$32 (inteira).

Será realizado na escadaria externa o evento “O Espetacular Encontro Entre o Baile de Favela, a Música Eletrônica e a Música Clássica no Municipal”. No sábado, dia 18 de março, às 19h30, o Theatro promove um encontro que convida o público a participar de um espetáculo extra-sensorial e imersivo que traz o vídeo mapping e suas nuances como ferramenta condutora principal. Na experiência, imagens reativas serão projetadas sobre a fachada do Theatro Municipal de São Paulo, com a música eletrônica, suas vertentes e sua ancestralidade se fundindo com a música erudita. Artistas e produtores trarão à tona uma nova experiência sonora e audiovisual para uma noite memorável. O evento é gratuito.

Retornando no mês de março, “Personagens em Busca de Um Autor”, espetáculo cênico que faz parte do projeto Teatro no Theatro, traz o Núcleo Teatro de Imersão apresentando uma tragicomédia imersiva, itinerante e interativa, na qual os espectadores são convidados a opinar sobre um espetáculo em construção, até que o ensaio é interrompido pela chegada de três personagens cujo drama não terminou de ser escrito. Durante o espetáculo, elenco e espectadores circulam por diversos ambientes do Theatro Municipal, numa experiência única por espaços raramente visitados. Adaptação de clássico do dramaturgo italiano ganhador do Nobel Luigi Pirandello, a obra será apresentada no sábado 4/3, no domingo 19/3 e na quinta-feira, 30/3. A duração é de 120 minutos e os ingressos gratuitos podem ser retirados no site com 2 dias de antecedência à sessão, a partir das 12h. Limite de 2 ingressos por CPF/pessoa.

Quando inaugurado em 1911, o Theatro Mundial de São Paulo afirmava sua vocação para ser uma grande casa de ópera e, por isso, toda abertura de temporada de óperas é aguardada com expectativa. Em 2023, a obra escolhida foi “Così Fan Tutte (Assim Fazem Todas): A Escola dos Amantes”, de Wolfgang Amadeus Mozart, que será apresentada entre os dias 24/3 e 1/4. Na trama, os jovens oficiais Guglielmo e Ferrando são apaixonados por suas respectivas noivas, as irmãs Fiordiligi e Dorabella, damas de Ferrara, e confiam nelas incondicionalmente. Mas, provocados pelo velho filósofo Don Alfonso, decidem testar a fidelidade das moças em um jogo que lança luz sobre questões como o amor romântico e a fidelidade.

A montagem de “Così Fan Tutte” terá Roberto Minczuk na direção musical, Julianna Santos na direção cênica, André Cortez na cenografia e Olintho Malaquias no figurino. Nos dias 24, 26, 29/3 e 1/4, o elenco será composto por Laura Pisani (Fiordiligi), Josy Santos (Dorabella), Anibal Mancini (Ferrando), Michel De Souza (Guglielmo), Saulo Javan (Don Alfonso) e Chiara Santoro (Despina). Já nos dias 25, 28 e 31/3, Gabriella Pace (Fiordiligi), Juliana Taino (Dorabella), Fellipe Oliveira (Guglielmo), Daniel Germano (Don Alfonso) e Carla Domingues (Despina). A apresentação tem duração de 170 minutos com intervalo e ingressos de R$12 a R$158 (inteira).

Próxima de seu encerramento, a já histórica e memorável exposição “Presente! – Presenças Negras no Theatro Municipal de São Paulo” chega ao último mês em cartaz na Praça das Artes, trazendo a iconografia e documentos sobre grandes artistas que passaram pela casa, além de depoimentos de profissionais negros do teatro, celebrando a cultura negra e grandes expoentes da arte brasileira e mundial que colaboraram na construção da história da casa. Nomes de diversas épocas, como Ella Fitzgerald, Charles Mingus, Alvin Ailey, Duke Ellington, Milton Nascimento, Abdias do Nascimento e Elizeth Cardoso compõem a mostra iconográfica. A exposição ficará disponível para visitação até o dia 29 de março, de terça-feira a sábado, das 10h às 18h.

Para mais informações sobre os espetáculos, acesse o site oficial do Theatro.

Serviço:

Theatro Municipal

Praça Ramos de Azevedo, s/nº – Sé – São Paulo, SP

Capacidade Sala de Espetáculos – 1530 pessoas

Praça das Artes

Avenida São João, 281 – Sé – São Paulo, SP

Capacidade Sala do Conservatório – 200 pessoas.

(Fonte: Theatro Municipal de São Paulo)

Descoberta de anel em localização não esperada sugere a revisão da teoria para a formação de anéis planetários no Sistema Solar

Sistema Solar, por Kleber Patricio

Anel descoberto fica ao redor do objeto transnetuniano Quaoar, fora das zonas de formação de satélites naturais e anéis que orbitam ao redor dos planetas, como o Netuno. Foto: Nasa/Unsplash.

Uma pesquisa realizada por um grupo internacional formado por 59 cientistas vinculados a instituições de pesquisa de 14 países diferentes relata a descoberta de um anel ao redor do objeto transnetuniano Quaoar que mantém uma dinâmica orbital até então desconhecida. Em razão deste achado, o grupo sugere a revisão de uma teoria do Século 19 que norteia os estudos sobre a formação de anéis planetários no Sistema Solar. O estudo, liderado por pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e com participação de cientistas da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), está publicado na edição de quarta-feira (8) na revista “Nature”.

Ao descrever um anel em torno de Quaoar, o paper reforça descobertas recentes que indicam a existência de anéis ao redor de corpos celestes menores e não planetários do Sistema Solar, como aqueles já relatados no centauro Chariklo e no planeta-anão Haumea. Em Quaoar, um candidato a planeta-anão de raio estimado de 555 km, o anel circular está situado a um raio de 4.100 km do corpo central. Tal medição extrapola, e muito, os 1.780 km calculados como o Limite de Roche deste objeto transnetuniano.

Na astronomia, o Limite de Roche é a distância entre dois corpos que, em tese, define se um objeto secundário, que orbita em torno do outro, será um satélite natural, de estrutura íntegra como a Lua, ou um anel fragmentado em diversas partículas distribuídas ao longo da órbita do corpo celeste principal, como os anéis de Saturno. Para calcular tal limite, a equação de Roche, um astrônomo francês do Século 19, leva em conta, de maneira resumida, as densidades e os tamanhos dos astros envolvidos e a força de maré, relacionada à força gravitacional, para determinar as zonas de formação dos satélites naturais e dos anéis que orbitam um determinado corpo celeste.

Pela teoria, todos os objetos dentro do Limite de Roche se fragmentam pelas interações geradas pela força de maré e se tornam anéis. Por outro lado, acreditava-se até então que todos os objetos secundários fora do Limite de Roche se apresentassem em forma de satélites naturais, de luas, o que o anel de Quaoar pôs em xeque com este estudo.

No artigo, os pesquisadores escrevem que os dados colhidos por meio de observações feitas a partir de locais diferentes da Terra indicam, “provavelmente”, a necessidade de revisitar parte dos conceitos vigentes na equação proposta em 1847: “de fato, a equação se aplica a um satélite fluido que é partido perto de um planeta. Mas o processo inverso, a aglutinação de partículas em um satélite, implica mecanismos não contabilizados na equação”, escrevem os cientistas no paper, que demandou uma programação minuciosa de observações e simulações numéricas de modelos dinâmicos dos objetos em estudo.

Até esta descoberta, todos os anéis densos conhecidos do Sistema Solar, casos dos anéis de Júpiter, Saturno, Urano, Netuno, Chariklo e Haumea, repetiam o padrão descrito no Século 19, localizados relativamente próximos ao corpo central. “No caso de Quaoar, você tem um anel que está muito fora. É a primeira vez que vimos uma violação nisso do que esperamos do Limite de Roche. Geralmente, quando estamos observando e tentando encontrar anéis, nem observamos regiões tão distantes do corpo central. Havia dados de observações que o pessoal nem pensou em procurar anéis nesta região. Fomos olhar os dados anteriores e vimos que o anel já estava lá. O pessoal não tinha processado e analisado com calma para ver que tinha um anel ali”, afirma o professor Rafael Sfair, da FEG-Unesp, um dos autores do artigo, já antevendo os próximos desafios.

“A questão é: descobrimos esse anel, ele existe, está lá. Temos os dados que mostram que ele está lá. Mas por que esse material está na forma de um anel? Por que não se juntou em um satélite? Essas são as próximas questões que teremos que responder”, diz o docente.

A existência de anéis em corpos celestes menores é algo bem recente no mundo da astronomia. Até 2013, quando foram descobertos no asteroide Chariklo, os cientistas só conheciam os anéis planetários. Os achados mais recentes, em Haumea e agora em Quaoar, estão relacionados a dois dos chamados objetos transnetunianos, ou TNO (na sigla em inglês). Como o próprio nome indica, esses corpos celestes estão localizados após a órbita de Netuno, área também conhecida como Cinturão de Kuiper.

Os estudos dos objetos transnetunianos, localizados na periferia do Sistema Solar, são extremamente desafiadores para os cientistas, especialmente dadas as distâncias a que estão localizados. Quaoar está a 43 unidades astronômicas da Terra, ou 43 vezes mais longe do Sol do que o planeta que habitamos. Atualmente, estima-se que tenha um diâmetro de cerca de 1.100 km e seja um objeto rochoso, com uma camada de gelo por fora, perfil traçado para boa parte dos TNOs conhecidos. Quaoar tem uma lua, satélite natural chamado Weywot ,com diâmetro estimado de 170 km e situado a 14.500 km de distância de seu corpo, e agora o anel recém-descoberto, possivelmente de gelo e poeira, a um raio de 4.100 km.

Ao mesmo tempo em que observar e analisar os objetos transnetunianos é uma tarefa desafiadora, é estratégica para os astrônomos, pois os TNOs podem revelar informações relacionadas ao processo de formação e evolução do Sistema Solar. “Os objetos transnetunianos são resquícios do processo de formação do Sistema Solar. Entender esses objetos ajuda a entender como foi o processo de evolução do Sistema Solar. São objetos primordiais nesse sentido”, afirma Rafael Sfair.

(Fonte: Agência Bori)

Prefeitura de Indaiatuba anuncia Campanha Páscoa Solidária 2023

Indaiatuba, por Kleber Patricio

Foto: Stefan Schweihofer/Pixabay.

O Funssol (Fundo Social de Solidariedade) de Indaiatuba inicia no dia 28 de fevereiro a Campanha Páscoa Solidária 2023. O objetivo é arrecadar uma caixa de chocolate para repassar às 20 OSCs e 13 projetos sociais do município. As pessoas que quiserem contribuir podem doar até o dia 28 de março no Funssol ou no Espaço Bem Viver.

“A campanha tem como finalidade tornar possível a páscoa das crianças que são atendidas pelas OSCs ou projetos sociais locais. Nesta época do ano, a exposição de chocolates é intensificada e muitas famílias não têm condição de comprar, por isso, a Pascoa Solidária vem para suprir a demanda das crianças inscritas que estão em situação de vulnerabilidade social. As pessoas que quiserem contribuir podem levar uma caixa de chocolate nos pontos de coletas. Nosso foco é que possamos atender as mais de três mil crianças no município”, explica a presidente do Funssol, Maria das Graças Araújo Mássimo.

Serviço:

Campanha Páscoa Solidária 2023

Pontos de coleta: Funssol – Av. Eng. Fábio Roberto Barnabé, 2800 (na Prefeitura de Indaiatuba)

Espaço Bem Viver – Av. Eng. Fábio Roberto Barnabé, 585

O que doar: Uma caixa de chocolate

Telefone: 3834-9235.

(Fonte: Prefeitura de Indaiatuba)

Museu Histórico Nacional inaugura nova exposição de longa duração sobre povos originários brasileiros

Rio de Janeiro, por Kleber Patricio

“Mbói Pytà – Ancestrais Animais” – Artistas Mayra Karvalho e Tapixi Guajajara.

Nesta quinta-feira, dia 9 de fevereiro, às 14h30, o Museu Histórico Nacional abre ao público sua nova exposição de longa duração: “Îandé – aqui estávamos, aqui estamos”, que traz um novo olhar sobre a trajetória dos povos originários brasileiros desde antes da chegada dos portugueses até os dias atuais. A exposição, que tem o patrocínio do Instituto Cultural Vale através da Lei Federal de Incentivo à Cultura, será inaugurada com a roda de conversa “Memórias e museus indígenas”, com representantes dos povos Kanindé (CE) e Yawanawá (AC), seguida de apresentação cultural. Na ocasião será realizada, ainda, uma feira de arte indígena no pátio de Minerva (térreo).

Dividida em dois eixos temáticos, “Arqueologia” e “Povos originários”, a exposição apresenta importantes objetos etnográficos – desde o tacape (arma de madeira) que pertenceu ao líder indígena Tibiriçá, no século XVI, até um colar usado em rituais contemporâneos dos Yawanawá. Obras recentes de artistas indígenas, como Denilson Baniwa, Diakara Desana, Mayra Karvalho e Tapixi Guajajara, completam a mostra, que faz uma reformulação conceitual e expográfica, após 16 anos, da exposição de longa duração sobre os povos originários brasileiros, alinhada ao tema do centenário do MHN – “Escuta, conexões e outras histórias” – e às perspectivas atuais dos povos originários.

MÁscara Kalapalo – Anos1970 – MHN. Foto: Jaime Acioli.

“O discurso do museu sobre a história do Brasil tem sido alvo de uma reflexão crítica, especialmente neste momento em que celebramos 100 anos de existência”, diz Pedro Colares Heringer, diretor substituto do Museu Histórico Nacional. “Isso tem gerado uma revisão conceitual de nossas perspectivas. ‘Îandé’ é fruto desse esforço e da necessidade de dar protagonismo às histórias que durante muito tempo foram invisibilizadas”.

Realizada por representantes dos núcleos técnicos do museu, consultores e curadores externos, a exposição convida à reflexão sobre a nossa própria história sem deixar de lembrar que, a todo tempo, muitas outras estão sendo escritas. Somos um conjunto de experiências diversas que percorre tempos e espaços, conectados por uma teia, muitas vezes invisível, que liga ideias e sentimentos e gera conceitos e tradições – “Îandé”, em tupi, significa “nós e vocês”.

Eixos temáticos

A exposição será dividida em dois grandes eixos. O primeiro, “Arqueologia”, traz parte dos vestígios e do legado dos povos originários no Brasil. Com a colaboração de especialistas da arqueologia brasileira, o MHN se propõe a reescrever a história, iluminando e evidenciando os indígenas, suas perspectivas e discursos, por muito tempo ausentes e à margem da história oficial.

O segundo eixo, “Povos originários”, apresenta um panorama dos povos indígenas, mostrando sua diversidade, sua cultura material e objetos, como vivem hoje, os museus dedicados à causa, além de um espaço para as vozes e as lutas indígenas e a arte contemporânea. Nesse eixo, destacam-se alguns núcleos. “Os povos originários hoje” reflete sobre a diversidade de identidades, sistemas sociais e culturais, modos de viver e visões de mundo que marcam a vida contemporânea destes povos – cada vez mais protagonistas nos mais variados âmbitos da sociedade brasileira.

Tronco Kuarup Kamayura – Anos 1990 – Detalhe – MHN. Foto: Jaime Acioli.

Nessa perspectiva, “Waapówa: nosso caminho, nossa história” faz uma introdução à produção artística indígena atual, com curadoria do artista e curador indígena Denilson Baniwa. “Neste pequeno recorte vemos uma perspectiva de povos do norte-nordeste sobre sua própria trajetória. Ambos os trabalhos, a partir da visão de seus povos, afirmam uma única história: este lugar que pisamos sempre foi terra indígena”, explica.

A diversidade dos povos originários no Brasil está presente também em objetos que compõem o acervo do Museu Histórico Nacional, evidenciando usos, costumes e hábitos integrados ao cotidiano brasileiro, e questionando sobre o que estes itens dizem sobre a contemporaneidade e a história dos mais de 250 povos que vivem hoje no país.

Outra novidade é o “Espaço da meia-lua”, pensado para ser um local de promoção das vozes e das lutas indígenas, que contará com mini exposições temporárias. A primeira delas, com peças do próprio MHN, homenageia o povo Ianomâmi.

Os museus indígenas também têm lugar em “Îandé”. Em um espécie de ‘museu dentro do museu’, Alexandre Gomes, Antônia Kanindé e Suzenalson Kanindé apresentam a história do Museu Kanindé, do Ceará, e as memórias de lutas, resistências, afirmação e valorização da identidade e das suas práticas culturais.

Serviço:

Exposição “Îandé – aqui estávamos, aqui estamos”

Abertura: 9 de fevereiro de 2023, às 14h30

Museu Histórico Nacional [galeria da exposição de longa duração]

Endereço: Praça Marechal Âncora, S/N, Centro – Rio de Janeiro (RJ)

Telefone: (21) 3299-0324 – recepção

De quarta a sexta, das 10h às 17h; sábado e domingo, das 13h às 17h

Entrada franca

Patrocínio: Instituto Cultural Vale, via Lei Federal de Incentivo à Cultura

Apoio: Associação dos Amigos do MHN.

(Fonte: Midiarte Comunicação)