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Lazer & Gastronomia

Indaiatuba

Cinco restaurantes de luxo no mundo com hortas próprias e menu “do campo para a mesa”

por Kleber Patrício

Em um mundo cada vez mais consciente da importância da procedência dos alimentos, a culinária ‘farm to table’ tem ganhado destaque, unindo ingredientes frescos e sazonais diretamente do campo para a mesa. Nessa jornada gastronômica, os sabores autênticos se encontram com a excelência culinária, resultando em experiências únicas e memoráveis. Confira aqui 5 sugestões no […]

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Arquitetura e patrimônio cultural são temas da programação da Casa das Rosas

São Paulo, por Kleber Patricio

Fotos: André Hoff.

O museu Casa das Rosas preparou uma série de atividades para o mês de abril que abordam a arquitetura do casarão, a história da cidade e da Avenida Paulista, além de questões gerais sobre patrimônios históricos. São diversos cursos, palestras e oficinas gratuitas e as pessoas interessadas não precisam ter conhecimento prévio sobre os temas. A instituição integra a Rede de Museus-Casas Literários de São Paulo, equipamento da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo e gerenciado pela Poiesis.

Nos dias 1, 8 e 15 de abril, das 10h às 13h, a Casa das Rosas realizará o curso “O cinema entre o documento e o monumento”, com Paulo Pastorelo, arquiteto e urbanista formado pela FAU/USP e Mestre em Estudos Cinematográficos e Audiovisuais pela Universidade de Paris 3 – Sorbonne Nouvelle. A formação pretende abordar o uso do cinema como registro e documentação histórica. Os interessados já podem se inscrever neste link.

Complementando o curso de cinema, no dia 15 de abril será apresentada uma sessão ao ar livre dos episódios ‘Mausoléu’, ‘Vestígio’ e ‘Restauro’ da série “Monumentos” (2002), realizada pelo SESC TV em parceria com a historiadora Lucília S. Siqueira e coprodução da Ebisu Filmes e Loma Filmes. Após a exibição, o público poderá participar de um bate-papo com o diretor Paulo Pastorelo. A atividade será realizada no jardim do museu e não há necessidade de inscrição.

A fim de trazer temas acerca da teoria e da prática de um projeto de restauro arquitetônico, acontecerá nos dias 5, 12, 19 e 26 de abril, das 19h às 21h, a oficina “Restauração Arquitetônica: projetos e debates teóricos recentes”. A atividade será ministrada por Cristiane Gonçalves, mestre e doutora pela FAU-USP, pós-doutora em História pela Unifesp, com atuação em projetos de arquitetura, restauração e patrimônio cultural. Para se inscrever, clique aqui.

Com o objetivo de resgatar a história da Avenida Paulista, local onde a Casa das Rosas está inserida e que conta muito sobre a cidade de São Paulo, no dia 11 de abril, das 19h às 21h, haverá a atividade “O engenheiro, o comércio e a avenida: entre a memória da Casa das Rosas e a construção”. A palestra, ministrada por Carlos Moura, historiador com pesquisas voltadas para história urbana, domesticidade, habitação e patrimônio cultural, será acessível na Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). Inscrições neste link.

E finalizando a programação do mês voltada ao patrimônio e arquitetura, no dia 26 de abril, das 19h às 21h, acontecerá a palestra “Diálogos transnacionais e habitação: a história da Avenida Paulista”, com Michele Dias, doutoranda em História pela Unicamp voltada à História Urbana e História da Habitação. Os interessados podem se inscrever aqui.

Acompanhe a agenda completa no site da Casa das Rosas.

Serviço:  

Curso “O cinema entre o documento e o monumento”

Com Paulo Pastorelo

Sábados, 1, 8 e 15 de abril, das 10h às 13h

A atividade será realizada presencialmente, no jardim da Casa das Rosas.

Inscrição aqui – Prazo: 1/4

Vagas: 30.

Sessão de cinema “O cinema entre o documento e o monumento”: Exibição da série “Monumentos”

Com Paulo Pastorelo

Sábado, 15 de abril, das 19h às 21h

A atividade será realizada presencialmente, no jardim da Casa das Rosas. Não há necessidade de inscrição.

Oficina “Restauração arquitetônica: projetos e debates teóricos recentes”

Com Cristiane Gonçalves

Quarta-feira, 5, 12, 19 e 26 de abril de 2023, das 19h às 21h

A atividade será realizada por meio da plataforma Zoom.

Inscrição aqui – Prazo: 5/4

Vagas: 300.

Palestra “O engenheiro, o comércio e a avenida: entre a memória da Casa das Rosas e a construção” com Carlos Moura

Terça-feira, 11 de abril de 2023, das 19h às 21h

A atividade será realizada por meio da plataforma Zoom.

Inscrição aqui – Prazo: 11/4

Vagas: 300.

Palestra “Diálogos transnacionais e habitação: a história da Avenida Paulista” com Michele Dias

Quarta-feira, 26 de abril de 2023, das 19h às 21h

A atividade será realizada por meio da plataforma Zoom.

Inscrição aqui – Prazo: 26/4

Vagas: 300.

A Casa das Rosas está passando por restauro. O telefone atual para contato é do Anexo da Casa Guilherme de Almeida: 11 3673-1883 | 3803-8525 ou pelo e-mail disponível no site.

Jardim do museu aberto de segunda a domingo, das 7h às 22h.

Avenida Paulista, 37 – Bela Vista, São Paulo – SP

Programação gratuita.

(Fonte: Poiesis)

1º Encontro de Contadores de Histórias de Indaiatuba começa no dia 5/4

Indaiatuba, por Kleber Patricio

Grupo Manuí comanda Oficina Gratuita de Formação Inicial de Contadores de Histórias. Foto: Fernando Almeida.

Com um total de 25 atividades gratuitas, tem início na quarta-feira, 5 de abril, a primeira edição do Encontro de Contadores de Histórias de Indaiatuba. Sob a curadoria de Marina Costa, pedagoga e contadora de histórias, o evento foi contemplado pelo ProAC – Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo a partir do Edital 25/2022 de Literatura: Produção e Realização de Projeto de Incentivo à Leitura e conta com apoio da Prefeitura de Indaiatuba por meio da Secretaria Municipal de Cultura.

Além de muita contação de histórias, há espaço para rodas de conversas sobre a tradição, aulas com pesquisadores, apresentações de grupos de cultura popular e tradicional, espetáculos artísticos e mediação de leituras, além de oficinas com profissionais de diversas formações e idades.

Mafuane Oliveira, finalista do Prêmio Jabuti 2022, é uma das convidadas do evento. Foto: Paulo Oliveira.

“Um evento dedicado à narração de histórias tem uma importância fundamental em muitos âmbitos da sociedade contemporânea. As artes narrativas costumam ser consideradas equivocadamente como de menor importância. Um encontro como esse vem alargar o horizonte tão estreito em que em geral essa arte é enquadrada promovendo novas descobertas que guiem as ações de educadores, narradores, famílias e pessoas que atuam nos mais diversos locais: de hospitais a abrigos, com refugiados a outros segmentos em situações de risco”, destaca a educadora Regina Machado, referência no universo da narração oral.

Autora do livro “Acordais: Fundamentos Teóricos-poéticos da Arte de Contar Histórias”, Regina foi escolhida para abrir a programação do Encontro com a aula magna “Narrativas Orais de Histórias: o Poder das Palavras nos Contos Tradicionais”, que acontece quarta-feira, 5 de abril, às 19h, no Auditório da UniMAX, com a presença de intérprete de Libras.

Importância da narração oral

Qual a importância da narração oral para a nossa cultura? Marina Costa esclarece: “Aprendi que a arte de narrar é uma paisagem que pode ser apreciada de diferentes janelas. A janela por meio da qual gosto de olhar para a contação de histórias é a janela da ancestralidade. Contemplo o contar histórias como uma maneira de mantermos vivas a transmissão de saberes das diferentes culturas que compõem o nosso país, especialmente as culturas dos povos da floresta, africanas e afro-brasileiras. Assim, quando falamos de contação de histórias, estamos falando de identidade”.

Magno Farias, de São Paulo, participa da Grande Roda de Histórias do Encontro. Foto: divulgação.

Ao longo da extensa programação, passarão pelo Encontro de Contadores de Histórias artistas, trupes, companhias e pesquisadores de diversas partes do Brasil, inclusive de Indaiatuba e outras cidades da Região Metropolitana de Campinas (RMC). Destaque para a cantora Mariana Per e o Grupo Manuí, além dos contadores Mafuane Oliveira e Zé Bocca.

Arte-educadora, pesquisadora e contadora de histórias, Mafuane Oliveira, finalista do Prêmio Jabuti 2022 com o livro “Mesma Nova História”, não revela qual história contará durante o Encontro, mas dá dicas. “Tenho um instrumento mágico, o Chaveiroeiro, que é formado por chaves que guardam histórias do mundo inteiro. Não sou eu que escolho as histórias, quem escolhe a história é o momento, é o público que me empresta seus ouvidos generosos. O que posso adiantar é que certamente será uma história afro-brasileira ou de origem africana ligada à tradição ou a países que apresentem elementos culturais de povos Bantu”.

Zé Bocca, ator e contador, estará presente em dois momentos do Encontro. No primeiro, com causos recolhidos da tradição caipira. No segundo, com a história “O Bicho Mais Poderoso do Mundo”, versão autoral de um conto da cultura africana, publicada em livro. As duas apresentações serão acompanhadas pelo músico Marcos Boi.

Marina Costa é curadora de Do Corpo ao Conto: I Encontro de Contadores de Histórias de Indaiatuba. Foto: Kimberly Christie.

“A história é sempre de quem ouve. Nós, contadores, somos apenas canais de transmissão. Nossa missão é que a narrativa chegue da melhor forma possível a cada pessoa, que a entenderá a partir do seu repertório e da sua cultura. Para que isso aconteça, usamos a palavra, a expressão e o universo lúdico. Acredito nessa troca e nessa força”, pontua Zé Bocca.

PROGRAMAÇÃO

5 de abril, às 19h

Aula Magna com Profª Draª Regina Machado

Tema: Narrativas Orais de Histórias: “O Poder das Palavras nos Contos Tradicionais”

Local: Auditório da UniMAX

Endereço: Avenida 9 de Dezembro, 460, Jardim Pedroso

6 de abril, às 19h

“Oralidade e Memória” com Profº Drº Antônio Filogênio Júnior e Profª Draª Waldete Tristão

Local: Auditório da UniMAX

14 de abril, às 10h

Roda de História com Cia Valamandana, Marina Costa e Afonso Torres

Local: Centro PcD

Endereço: Rua da Caixa D’Água, 162 – Santa Cruz

16 de abril, às 10h

Mediação de Leitura com Coletivo Baobá (Indaiatuba)

Local: Casarão Pau Preto

Endereço: Rua Pedro Gonçalves, 477, Centro

16 de abril, às 16h

Roda de Histórias com Débora Kikuti, Marina Costa e Ulisses Junior

Local: Tenda no Parque Ecológico (ao lado da Concha Acústica)

16 de abril, às 17h

“Boca Cheia de Histórias” com Zé Bocca e Marcos Boi

Local: Tenda no Parque Ecológico

17 de abril, às 14h

Contação de História com Marina Costa

Evento fechado para as Escolas Municipais de Indaiatuba

17 de abril, às 19h

Oficina Gratuita de Formação Inicial de Contadores de Histórias, com Marina Costa

Local: Centro Cultural Wanderley Peres

Endereço: Praça Dom Pedro II, s/nº, Centro

18 de abril, às 14h

Contação de História com Ulisses Júnior

Evento fechado para as Escolas Municipais de Indaiatuba

18 de abril, às 19h

Oficina Gratuita de Formação Inicial de Contadores de Histórias, com Ulisses Júnior

Local: Centro Cultural Wanderley Peres

19 de abril, às 14h

Contação de História com Débora Kikuti

Evento fechado para as Escolas Municipais de Indaiatuba

19 de abril, às 19h

Oficina Gratuita de Formação Inicial de Contadores de Histórias, com Débora Kikuti

Local: Centro Cultural Wanderley Peres

20 de abril, às 13h

A mulher que se casou com Iauarete de Kaká Wera, com Grupo Manuí

Local: Sala Acrisio de Camargo (CIAEI)

Evento fechado para as Escolas Municipais de Indaiatuba

20 de abril, às 19h

Oficina Gratuita de Formação Inicial de Contadores de Histórias, com Grupo Manuí

Local: Centro Cultural Wanderley Peres

21 de abril, às 15h

Contação de História: “Brasileirinho”, com Mabel Zattera e Rafael Meira

Local: Tenda do Parque Ecológico

21 de abril, às 16h

Contação de História: “Tirando São João de Casa”, com Inaiá Araújo

Local: Tenda do Parque Ecológico

21 de abril, às 16h30

Vivência de Xequerê ‘Da Cabaça aos sons do Xequerê’, com Inaiá Araújo

Local: Tenda do Parque Ecológico

22 de abril, às 10h

Mediação de Leitura com Elisandra Camilo

Local: Biblioteca Municipal (Casa da Memória)

Endereço: Rua das Primaveras, 450

22 de abril, às 13h

Oficina “Memória da Palavra”, com Juliana Correia (Rio de Janeiro)

Local: Casarão Pau Preto

22 de abril, às 14h30

Oficina de Dança Afro com Renata Oliveira (Campinas)

Local: Casarão Pau Preto

22 de abril, às 16h

Grande Roda de Histórias com Elisandra Camilo (Campinas), Inaiá Araujo (São Paulo), Juliana Correa (Rio de Janeiro), Mafuane Oliveira (São Paulo), Magno Farias (São Paulo) e Mariana Per (São Paulo)

Local: Casarão Pau Preto

22 de abril, às 18h30

Roda de Jongo com Grupo de Jongo Filhos da Semente

Mestra Jociara Sousa

Local: Casarão Pau Preto

23 de abril, às 15h

Roda de Histórias com Antônio Leitão e Tati Mendes

Local: Tenda do Parque Ecológico

24 de abril, às 13h

“Histórias para Ouvidos Pequenos”, com Zé Bocca e Marcos Boi

Local: Sala Acrisio de Camargo (CIAEI)

Evento fechado para as Escolas Municipais de Indaiatuba

24 de abril, às 19h

“Da Boca pra Fora na Ponta de Língua”, aula espetáculo com Zé Bocca

Local: Centro Cultural Wanderley Peres.

(Fonte: Prefeitura de Indaiatuba)

Abril Verde alerta para riscos da inatividade física

Rio de Janeiro, por Kleber Patricio

Foto: Welcome to All ! ツ/Pixabay .

Globalmente, quase 500 milhões de novos casos de doenças evitáveis ocorrerão entre 2020 e 2030, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). A inatividade física, o tabagismo, a má alimentação e o excesso de álcool, juntos, são responsáveis pela maioria dessas mortes. No Brasil, o problema é grave. Aqui, estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que 40,3% dos adultos são sedentários.

Buscando conscientizar a população e incentivar a reversão desse quadro, o Conselho Federal de Educação Física (Confef) promove, pelo segundo ano, a campanha Abril Verde: Mês de Combate ao Sedentarismo – aproveitando o Dia Mundial da Atividade Física (6 de abril) e o Dia Mundial da Saúde (7 de abril). Para atingir este objetivo, durante toda a campanha, o órgão irá informar sobre os riscos de se manter inativo e conscientizar sobre os problemas causados na saúde individual, pública, na sociedade e na economia.

O Abril Verde nasceu da percepção de que é preciso fomentar o debate. De acordo com o presidente do Confef, Claudio Boschi, a campanha visa munir a sociedade de informações. “A inatividade física traz diversos prejuízos à saúde humana e combatê-la é papel de todos. Por meio do Abril Verde, pretendemos divulgar amplamente os prejuízos causados pelo sedentarismo”, explica.

Além de incentivar a reflexão sobre o sedentarismo, é importante explorar marcadores sociais que limitam – e até inviabilizam – o acesso de certos grupos ao estilo de vida ativo: classe social, gênero, escolaridade, entre outros. O Confef acredita que chamar a atenção para esses recortes sociais é fundamental para o desenvolvimento de políticas públicas eficazes no fomento da atividade física.

Essas barreiras adoecem – literalmente. Por si só, o sedentarismo é considerado uma doença. O remédio? Não há outro: atividade física. Se praticada de maneira regular e sob orientação do profissional de Educação Física, é fator de prevenção e controle de doenças não transmissíveis (como as cardiovasculares, diabetes tipo 2 e vários tipos de cânceres) e beneficia ainda a saúde mental, prevenindo o declínio cognitivo, depressão e ansiedade.

E se a intenção for analisar o aspecto financeiro do país, levar uma vida ativa reduz custos com internações e medicamentos em longo prazo. Na esfera pública, a inatividade física causa gastos de até R$300 milhões ao SUS somente com internações, de acordo com estudo realizado pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Vale lembrar que exercitar-se estimula ainda a adoção de novos hábitos saudáveis, como a melhora da qualidade do sono e da alimentação.

É notório: o sedentarismo é um problema de interesse público que não pode ser ignorado. Por isso, o Confef conta com cada cidadão para ajudar a divulgar essa ideia. Faça sua parte: acesse nossas mídias sociais (@confef), compartilhe publicações e dialogue sobre o assunto. Promova ações na sua academia, no seu condomínio, na sua família. E jamais se esqueça de ser o exemplo. Calce os tênis e busque um Profissional de Educação Física, porque ficar parado não é uma opção.

(Fonte: Conselho Federal de Educação Física)

Show “Bitita – As composições de Carolina Maria de Jesus” chega em abril ao SESC Pompeia

São Paulo, por Kleber Patricio

Apresentação do show Bitita no Sesc São Carlos. Foto: Mariane Camargo Soares.

O Selo SESC traz o show “Bitita – As composições de Carolina Maria de Jesus” para a capital, em duas apresentações no SESC Pompeia. Nos dias 8 e 9 de abril, os intérpretes Girlei Miranda, Mestre Nico, Nega Duda e Sthe Araujo nos vocais, junto a Xeina Barros, Maurício Badé, Cauê Silva nas percussões, sobem ao palco para celebrar a obra de Carolina Maria de Jesus. O show ainda inclui as participações especiais Lello Bezerra (guitarra), Henrique Araujo (cavaquinho) e Allan Abbadia (trombone). O projeto, lançado no SESC Digital e nas demais plataformas de streaming em 3 de março, é uma reedição do álbum “Quarto de Despejo”, divulgado em 1961 com o mesmo nome do livro que, no ano anterior, tornara Carolina uma escritora conhecida no Brasil e em vários países.

‘Bitita’ foi idealizado no contexto da curadoria da exposição “Carolina Maria de Jesus: um Brasil para os brasileiros”, realizada originalmente pelo Instituto Moreira Salles com itinerância no SESC Sorocaba e no SESC Rio Preto. Nascida em 1914 na cidade de Sacramento (MG), Carolina Maria de Jesus, apelidada carinhosamente de Bitita na infância, viu suas composições musicais serem reunidas em disco pela gravadora RCA Vitor em 1961. Na época, os arranjos foram feitos pelo maestro Francisco Moraes, a direção artística foi de Júlio Nagib e teve a participação do grupo Titulares do Ritmo, além da voz da própria Carolina.

Com um repertório baseado no álbum, Sthe Araujo, responsável pela direção artística e pela produção musical do projeto, também prepara mais algumas surpresas para as apresentações no SESC Pompeia. Além disso, o show conta com um figurino especial para os músicos, assinado por Luccas Morais e Renan Soares com imagens de Carolina Maria de Jesus, reforçando a importância dessa figura tão significativa para a história da população negra no Brasil.

O primeiro passo do percurso de “Bitita – As composições de Carolina Maria de Jesus” foi o lançamento do single “Moamba”. Com as vozes de Nega Duda e Sthe Araujo, a composição de Carolina Maria de Jesus conta sobre as mazelas da pobreza com versos como “Eu não tenho casa / Nem comida pra comer / Ai, meu Deus, trabalho tanto / E vivo nesse miserê”. A escritora, que transformou sua vivência como moradora na favela do Canindé, em São Paulo, em arte, voltou também para a música seu olhar perspicaz sobre a pobreza, o racismo e a moradia precária. Ela criou crônicas de um cotidiano que é reconhecido até os dias atuais em inúmeras cidades brasileiras.

Escritora de sua própria história, Carolina Maria de Jesus é uma legítima intérprete do país. Alguém que não só entendeu de modo crítico os problemas do Brasil, como inclusive os viveu em seu próprio corpo. E é através de seu legado, sobretudo em palavras escritas, que tantos outros artistas interpretam e reinterpretam suas obras, tentando superar os desafios enraizados neste território.

Serviço:

Bitita – As composições de Carolina Maria de Jesus

Com Nega Duda, Girlei Miranda, Mestre Nico, Xeina Barros, Maurício Badé, Cauê Silva e Sthe Araujo. Participações especiais: Lello Bezerra, Henrique Araujo e Allan Abbadia

SESC Pompeia

Dias 8 de abril, sábado às 21h e 9 de abril, domingo, às 18h

Teatro: R. Clélia, 93 – Água Branca, São Paulo – SP

Ingressos: R$12 (Credencial Plena), R$20 (meia) e R$40 (inteira) à venda no site a partir de 28/3 e nas bilheterias a partir de 29/3.

(Fonte: Agência Lema)

Pinacoteca de São Paulo recebe mostra “Formas Vivas”, de Elisa Bracher

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: Isabella Matheus.

A Pinacoteca de São Paulo acaba de inaugurar a exposição “Elisa Bracher: formas vivas”, no 4º andar da Pinacoteca Estação. Exatos 25 anos após a primeira exibição da artista na Pinacoteca, instalações em madeira, papel e chumbo ocupam as três galerias expositivas do quarto andar do edifício propondo uma organização fluida entre questões que sempre permearam a produção de Bracher: peso, equilíbrio, composição e percurso. Com curadoria de Pollyana Quintella, os trabalhos foram desenvolvidos especialmente para esta exposição.

Desde o início dos anos 1990, Elisa Bracher explora as relações entre forma, matéria e espaço em um percurso que abrange gravuras, esculturas e desenhos que desafiam os materiais no limite de seus atributos. Em 1998, pela primeira vez a artista realizou uma mostra individual na Pinacoteca, ocasião em que expôs no pátio externo e na calçada em frente ao museu um conjunto de suas enormes toras de madeira, obras responsáveis por torná-la amplamente conhecida no cenário artístico brasileiro. Em “Elisa Bracher: Formas vivas”, o público terá acesso a uma apresentação panorâmica do trabalho de Bracher, que responde ao espaço expositivo com três grandes instalações, acompanhadas por composições musicais inéditas de Shen Ribeiro e Rodrigo Felicíssimo, desenvolvidas especialmente para a ocasião.

“‘Elisa Bracher: formas vivas’ desdobra alguns dos aspectos mais importantes da obra da artista. Primeiro, a capacidade de se engajar intimamente com os materiais e suas qualidades; depois, seu modo de lidar com o próprio corpo da instituição como matéria de trabalho. Para Bracher, não há obra antes do espaço – só há obra a partir do espaço, em resposta a ele. Por isso, muitas perguntas foram colocadas ao longo do processo. Por exemplo, quanto peso esse chão suporta? De que é feito o teto? É possível abrir as paredes e as janelas? O edifício é testado física e conceitualmente no limite de sua estrutura. Por fim, como estamos tratando de obras a um só tempo frágeis e vigorosas, é o próprio corpo do público que também é convidado a assumir uma outra postura no museu, uma vez que é preciso se colocar em um estado de cuidado e atenção redobrados para percorrê-las. Trata-se de uma produção que encontra sua força justo no embate com o mundo material e nos conflitos que daí emergem”, conta Pollyana.

“Formas vivas” tem patrocínio da Caterpillar na cota Prata.

Madeira, papel e chumbo

Na primeira sala, uma composição circular de restos de madeiras oriundas de construções rurais e antigas esculturas sugere a iminência de um desabamento, em um equilíbrio instável. Jacarandás, Perobas e Ipês são apresentados ao público como destroços e fragmentos arruinados. Destituída de causa e efeito, a força da obra, chamada de “Novo corpo”, reside em sua ambiguidade: seu esforço de estruturação é frágil, mas persistente.

Ao redor, fotografias em preto e branco da vegetação de São Bento do Sapucaí, município situado na Serra da Mantiqueira, apresentam padrões diversos de folhagens evocando a origem da mata in natura. Vistas juntas, esculturas e fotografias falam de um antes e um depois, em um jogo entre a matéria bruta e o seu usufruto. Se “Novo corpo” põe o espectador em alerta, na medida em que manifesta seu frágil equilíbrio no espaço, desenhos em papel japonês suspensos como uma fina membrana, na sala seguinte, produzem um novo estado de tensão.

Um varal de barras de ferro, responsável originalmente por auxiliar na secagem dos desenhos de grandes dimensões, cruza o espaço da segunda galeria de ponta a ponta. Transportado do ateliê da artista, na Vila Leopoldina, São Paulo, o varal permite que o público observe os papéis como um conjunto, com contornos e áreas preenchidas, traços oleosos e secos, vermelhos, amarelos e negros, em uma espécie de desenho expandido no espaço, de escala arquitetônica, enquanto também assume ares de corpo escultural. Dois vídeos projetados dialogam com os desenhos, transformando-os em coisa viva: um fluxo de óleo e pigmento preenche uma tripa dentro de uma forma de vidro como se testemunhássemos uma operação no interior de um organismo.

Na última galeria, em situação de suposta leveza, lençóis de chumbo se apresentam como retalhos moles. Enormes chapas do material sustentadas por cabos de aço têm sua maleabilidade explorada pela artista para conferir textura e plasticidade, transformando áreas lisas e intactas em matéria deformada. Optando por deixar as janelas da sala abertas, Bracher explora a própria luz natural como meio de expressão da escultura. A capacidade do chumbo de reluzir, de refletir o espaço circundante, colabora aqui para distorcer as dimensões da galeria.

Por fim, o espectador encontrará, depois de percorrer diversas camadas de chumbo, um piano de cauda repousado no espaço. Ao longo da mostra, performances musicais coordenadas por Shen Ribeiro e Rodrigo Felicíssimo serão responsáveis por explorar as propriedades sonoras do chumbo em uma extensa programação de ativações.

Serviço:

“Elisa Bracher: Formas Vivas” – 1/4 a 17/9/2023

Pinacoteca Estação

Funcionamento: de quarta a segunda, das 10h às 18h – Gratuito.

(Fonte: Pinacoteca de São Paulo)