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Inhotim inaugura Galeria Yayoi Kusama

Brumadinho, por Kleber Patricio

Fachada da Galeria Yayoi Kusama, no Instituto Inhotim. Foto: William Gomes.

O Instituto Inhotim inaugurou no dia 16 de julho a sua vigésima galeria permanente, dedicada a Yayoi Kusama (Matsumoto, Japão, 1929), uma das mais renomadas e emblemáticas artistas da atualidade. A Galeria Yayoi Kusama abriga duas de suas obras: “I’m Here, But Nothing” (2000) e “Aftermath of Obliteration of Eternity” (2009), trabalhos pertencentes à Coleção do Instituto Inhotim adquiridos em 2008 e 2009, respectivamente.

“A inauguração da Galeria Yayoi Kusama cumpre uma ambição artística central no Inhotim em relação à obra de uma das artistas mais visionárias de nosso tempo”, diz Allan Schwartzman, cofundador do Inhotim. “Essa ocasião permite-nos oferecer uma presença permanente para três das obras mais emblemáticas da artista, cada uma delas incorporando uma expressão ambiental nitidamente diferente do universo criativo da artista: a transformação ótica de um espaço escuro em um lugar psicológico de sobrecarga sensorial; um espaço infinito contemplativo e um jardim de flutuação suspensa composto por inúmeras esferas metálicas pairando sobre a paisagem natural do Inhotim. A Galeria Yayoi Kusama incorpora os mais altos objetivos do Inhotim de oferecer ambientes únicos para a experiência de obras de arte excepcionais em grande escala para um público amplo e diversificado”.

Yayoi Kusama é reconhecida mundialmente pelo seu trabalho caracterizado por uma imaginação criativa e cativante, com diversidade de suportes e linguagens, sobretudo nas instalações imersivas, que convidam o espectador a adentrar em seu universo, aguçando a sua percepção. Happenings, performances, pinturas, esculturas, instalações, trabalhos literários e filme fazem parte do acervo criativo da artista. A participação coletiva em suas instalações de imersão dá sentido às suas obras, concretizando uma experiência sem limites, sem bordas, com cores, contrastes, luzes e sombras.

“I’m Here, But Nothing” (2000). Foto: Daniel Mansur.

O projeto arquitetônico da Galeria Yayoi Kusama foi desenvolvido pelos arquitetos Fernando Maculan (MACh) e Maria Paz (Rizoma), com uma área de 1.436,97 m² localizada no Eixo Laranja, próxima à Galeria Cosmococa e ao Jardim Veredas. A proposta da arquitetura da galeria pensa não somente em um espaço protegido para receber as instalações, mas também para o seu público, trabalhando com a ideia da espera e da permanência em um espaço de convívio. “Dada a relevância do trabalho de Yayoi Kusama e a conhecida atratividade de grandes públicos, o projeto da galeria conta com um amplo espaço de espera e preparação”, explicam os arquitetos.

O paisagismo da Galeria Yayoi Kusama traz um caminho sinuoso feito de pedras que desvela a galeria ao público, perante as curvas do caminho, despertando a curiosidade de quem chega. O projeto paisagístico foi realizado por Juliano Borin, curador Botânico do Inhotim, Geraldo Farias, da equipe do Jardim Botânico do Inhotim, com contribuições de Bernardo Paz. O jardim planejado é inspirado em um jardim tropical multicolorido, com um toque de psicodelia, onde foram plantadas mais de quatro mil bromélias e apresenta a linguagem paisagística já consolidada do museu e jardim botânico.

Sobre a artista

Os padrões repetitivos marcam a trajetória artística de Yayoi Kusama desde os seus desenhos feitos na infância, mesmo período em que, devido ao seu quadro de saúde mental, ela começa a apresentar alucinações envolvendo pontos e círculos – polka dots – constantes. O desejo de se tornar artista, paralelamente aos conflitos familiares e à falta de apoio nessa empreitada, fez com que Kusama se mudasse para os Estados Unidos no final da década de 1950. Foi em uma de suas primeiras exposições em Nova York que a artista ficou conhecida por suas pinturas de grande escala com infinitos pontos monocromáticos sobre a tela. Conforme experimentava uma série de suportes e linguagens, Yayoi Kusama elaborava projetos artísticos cada vez mais audaciosos para o contexto conservador da época, se manifestando politicamente e propondo a libertação do corpo por meio de happenings e performances.

“Aftermath of Obliteration of Eternity” (2009). Foto: Daniel Mansur.

Há, na obra de Kusama, uma ideia geral que conecta o conjunto de seus trabalhos e a acompanha durante toda a sua carreira – o conceito de auto-obliteração [Self-Obliteration], que consiste na abolição da individualidade para se tornar um com o universo e se encontra no título de uma das obras que estão na nova galeria no Inhotim. É dessa maneira que Kusama nos lembra de que somos conectados por algo maior e que fazemos parte de um todo. Essa sensação de auto obliteração se dissolve e acumula, prolifera e separa, ao mesmo tempo em que nos integra ao ambiente na busca de alcançar o infinito pela repetição das formas.

Em uma performance em 1967 durante a apresentação do filme Kusama’s Self-Obliteration , Yayoi Kusama usou tinta e lâmpada fluorescentes para tornar visível sua percepção de mundo que passa pela repetição de elementos como pontos e partes do corpo. Depois de usar pessoas como telas para suas pinturas, a artista passa a transformar a percepção por meio de ambientes imersivos, como em “I’m Here, But Nothing”.

Sobre as obras

Totalmente Iluminado por luz negra, um ambiente doméstico comum é tomado por inúmeros pontos brilhantes coloridos. Os móveis e os objetos que compõem “I’m Here, But Nothing” (2000) são corriqueiros de uma casa, como sofá, televisão, mesa, cadeiras, porta-retratos, tapetes e mais objetos de decoração. Os pontos em tinta fluorescente são adesivos espalhados pelas paredes, por todos os objetos, no teto e no chão. Com a luz negra (UV-A, ultravioleta), esses pontos coloridos cintilam ao olhar do espectador, transformando o espaço, ativando a percepção e, de certa maneira, preenchendo um vazio. A obra pode ser percebida também como parte do conceito da artista da auto obliteração, no sentido da dissolução da pessoa espectadora no próprio ambiente – que, para algumas pessoas, pode trazer uma sensação de segurança, por estar em contato com objetos e mobílias reconhecíveis, enquanto para outras pode trazer uma sensação mais relacionada à ausência, como sugere o título da obra.

“Aftermath of Obliteration of Eternity” (2009) parte dos princípios da filosofia de auto obliteração pensada pela artista, do desejo de negar a sua existência se unindo ao infinito, como parte de um todo. Nesse ambiente imersivo, a proposta é que o espectador seja conduzido a um universo completamente diferente do exterior, um cosmo transcendental. O aspecto da obra nos remete a uma miragem contínua iluminada por lanternas, que vai se esmaecendo à medida que a nossa percepção se afasta da realidade. Na tradição japonesa, esse tipo de iluminação está ligado à espiritualidade, uma conexão com os ancestrais.

“Nas duas obras, com aspectos distintos, Yayoi Kusama parte do conceito da auto obliteração, que a artista investiga em seu trabalho há muitas décadas. A ideia é pensar a dissolução do individualismo buscando uma comunhão com o universal, borrando os limites do que é obra, espaço, corpo e paisagem”, explica Douglas de Freitas, curador do Inhotim. “Em ‘I’m Here, But Nothing’, um espaço doméstico reconhecível é o ponto de partida para uma alteração na percepção do espaço através da luz e de adesivos de bolinhas com tinta fluorescente. Já em ‘Aftermath of Obliteration of Eternity’, a artista cria um espaço avesso ao reconhecível da outra obra. O jogo de espelhos e luz cria um cosmo, uma imagem de vazio que aos poucos se ilumina e se reflete infinitamente”, finaliza o curador.

Sobre o projeto arquitetônico

Para a Galeria Yayoi Kusama, foram criados pequenos largos com bancos de madeira, como um convite à permanência daqueles que visitam a galeria ou que estão apenas desfrutando da ambiência e da vista. Se visto por cima, como uma intervenção de cor na paisagem, o projeto conecta dois momentos da vegetação existente – a mata espontânea e o jardim planejado – e parece ocultar um mundo mágico a ser descoberto pelas pessoas que visitam o parque. “Nosso projeto se sintetiza em duas ações sobre esta paisagem já alterada: a criação de uma cobertura leve para sombreamento de toda a área e a inserção de um edifício longilíneo que se estende em todo o limite da praça com a mata, ancorado nos dois taludes laterais”, especificam Fernando Maculan e Maria Paz.

Sobre toda a extensão da praça e da galeria, uma tela metálica flexível dá suporte para o crescimento de uma vegetação de origem asiática – Congea tomentosa – tipo de planta trepadeira de ampla cobertura vegetal com floração densa que costuma ocorrer após o inverno. A Congea atribui a noção de tempo e de transformação contínua ao projeto da Galeria Yayoi Kusama, alternando a coloração de sua inflorescência em tons de branco, rosa, lilás e cinza.

Sobre o projeto paisagístico

Foto: Daniel Mansur.

No jardim planejado da Galeria Yayoi Kusama, a matiz avermelhada da estrutura de aço corten existente no edifício principal foi seguida na escolha de bromélias verdes, amarelas e avermelhadas – muitas delas apresentam círculos naturais em suas folhas, referenciando o trabalho da artista. Para destacar o amplo vão sem colunas do espaço da galeria, foram escolhidas plantas de baixo porte. Já o uso do arbusto Conchocarpus macrophyllus, espécie nativa da Mata Atlântica, traz a única verticalidade das plantas para alinhar com o piso e com as chapas metálicas do revestimento da galeria.

“Usamos muitas plantas da família Marantaceae, com suas folhas que parecem pintadas a mão, tornando o jardim mais onírico”, comenta Juliano Borin, curador botânico do Jardim Botânico do Inhotim. As pedras usadas na área do jardim da galeria são pedras do minério de ferro em blocos maciços que, segundo Borin, trazem uma identidade do Inhotim e da própria galeria.

De Yayoi Kusama, o Inhotim já exibe a obra “Narcissus Garden” (1966/2009), que faz referência ao mito de Narciso, aquele se encanta pela própria imagem refletida na água. “Narcissus Garden” (1966/2009) reúne 750 esferas de aço inoxidável sobre um espelho d’água, no terraço do Centro de Educação e Cultura Burle Marx, prédio desenhado pelos Arquitetos Associados. A obra se comporta como “um tapete cinético” dada a ação do vento, que cria diferentes agrupamentos das esferas em meio à vegetação aquática. Instalada no Inhotim em 2009, esta é uma versão da escultura apresentada pela primeira vez na 33ª Bienal de Veneza (1966). Na ocasião, Yayoi Kusama, clandestinamente, colocou à venda 1500 esferas distribuídas ao lado do pavilhão Itália com duas placas com os dizeres: “Seu narcisismo à venda” e “Narcissus Garden, Kusama”.

A Galeria Yayoi Kusama conta com o patrocínio da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM) por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

Serviço:

Galeria Yayoi Kusama 

Obras presentes na Galeria Yayoi Kusama: “Aftermath of Obliteration of Eternity” (2009), espelho, madeira, plástico, acrílico, LED, alumínio. “I’m Here, But Nothing” (2000), adesivos, lâmpadas fluorescentes ultravioletas, mobília, objetos domésticos, dimensões variáveis.

Localização: Eixo Laranja, G24, Instituto Inhotim

Operação especial para visitação das obras.

Informações gerais 

Horários de visitação: de terça a sexta-feira, das 9h30 às 16h30, e aos sábados, domingos e feriados, das 9h30 às 17h30

Entrada: R$50,00 inteira (meia-entrada válida para estudantes identificados, maiores de 60 anos e parceiros). Crianças de até cinco anos não pagam entrada.

Localização: O Inhotim está localizado no município de Brumadinho, a 60 km de Belo Horizonte (aproximadamente 1h15 de viagem). Acesso pelo km 500 da BR381 – sentido BH/SP. Também é possível chegar ao Inhotim pela BR-040 (aproximadamente 1h30 de viagem). Acesso pela BR-040 – sentido BH/Rio, na altura da entrada para o Retiro do Chalé.

Opções de transporte regular

Transfer – a Belvitur, agência oficial de turismo e eventos do Inhotim, oferece transporte aos sábados, domingos e feriados, partindo do hotel Holiday Inn Belo Horizonte Savassi (Rua Professor Moraes, 600, Funcionários, Belo Horizonte). É preciso comparecer 15 minutos antes para o procedimento de embarque e conferência do voucher. Veja mais informações sobre o transfer clicando aqui. Ônibus Saritur – saída da Rodoviária de Belo Horizonte de terça a domingo, às 8h15 e retorno às 16h30 durante a semana e às 17h30 aos fins de semana e feriados. R$51,75 (ida), R$46,05 (volta), R$97,80 (ida e volta).

Inhotim Loja Design | A loja do Inhotim, localizada na entrada do Instituto, oferece itens de decoração, utilitários, livros, brinquedos, peças de cerâmica, vasos, plantas e produtos da culinária típica regional, além da linha institucional do Parque. É possível adquirir os produtos também por meio da loja online.

(Fonte: Inhotim)

Museu Republicano oferece palestra sobre história, política e cultura argentina

Itu, por Kleber Patricio

Foto: Rafael Leão/Unsplash.

O Museu Republicano de Itu oferece no dia 22 de julho, no auditório do seu Centro de Estudos (Rua Barão do Itaim, 140, Centro), a palestra “Editores, editoriales y cultura de izquierdas en la Argentina, 1930–1960”, que será ministrada pela Profa. Dra. Adriana Petra, da Universidad Nacional de San Martín, de Buenos Aires.

Historiadora e pesquisadora, ela se dedica à história intelectual, história das esquerdas e das culturas políticas. Atualmente é investigadora independente do Conselho Nacional de Investigações Científicas e Técnicas (Conicet) da Argentina, com sede no Laboratório de Investigações em Ciências Humanas (LICH).

Após a palestra, que será ministrada em espanhol, os participantes ainda terão a oportunidade de realizar uma visita técnica à Biblioteca Edgard Carone, mediada pelo bibliotecário José Renato Galvão, e uma visita guiada ao Museu Republicano, promovida pelo Serviço Educativo da instituição.

Gratuita, a palestra terá início às 10h e não é necessária inscrição prévia. Ao final, haverá emissão de certificado com carga horária para os participantes. Aos interessados, para mais informações a respeito, entrar em contato com o Museu Republicano por e-mail (biblmrci@usp.br) ou por telefone (11 4023-2525 menu 4).

História do Museu Republicano

O Museu Republicano “Convenção de Itu” foi inaugurado pelo então presidente do Estado de São Paulo, Washington Luis Pereira de Sousa, a 18 de abril de 1923 e, desde então, subordinou-se administrativamente ao Museu Paulista que, em 1934, tornou-se Instituto complementar da recém-criada Universidade de São Paulo e a ela se integrou em 1963.

É uma instituição científica, cultural e educacional, especializada no campo da História e da Cultura Material da sociedade brasileira, com ênfase no período entre a segunda metade do século XIX e a primeira metade do século XX, tendo como núcleo central de estudos o período de configuração do regime republicano no Brasil.

Encontra-se instalado em sobrado histórico em Itu, erguido nas décadas iniciais do século XIX, e que se tornou residência da família Almeida Prado. Foi nesse local que se realizou, em 18 de abril de 1873, uma reunião de políticos e proprietários de fazendas de café para discutir as circunstâncias do país e que, posteriormente, se transformou na famosa Convenção Republicana de Itu, marco originário da campanha republicana e da fundação do Partido Republicano Paulista.

(Fonte: Ex-Libris Comunicação Integrada)

MIS realiza mostra gratuita em comemoração aos 85 anos de Sylvio Back

São Paulo, por Kleber Patricio

Cena de “A guerra dos pelados” (1971), de Sylvio Back.

De 18 a 23 de julho, o Museu da Imagem e do Som – MIS realiza uma mostra gratuita em comemoração aos 85 anos do cineasta Sylvio Back. A programação exibe, em duas sessões diárias, seus doze longas, detentores de excelentes críticas e de uma centena de láureas nacionais e internacionais. Os ingressos são gratuitos e devem ser retirados com uma hora de antecedência na bilheteria do Museu.

A mostra “Sylvio Back, 85 anos” abre com o primeiro filme do autor, “Lance maior”, realizado em 1968, que colocou Curitiba e o Paraná no mapa do cinema brasileiro. Cada filme do repertório em tela é um capítulo da vida e obra de Back, constituída por 25 livros (poesia, roteiro, ensaio) e 38 filmes de curta, média e longa-metragens escritos e dirigidos ao longo de sessenta anos.

Na sequência cronológica, estão “A guerra dos pelados” (1971), resgate ficcional da sangrenta Guerra do Contestado (1912–1916); “Aleluia, Gretchen”, que aborda o nazi-fascismo no Sul do Brasil; “República Guarani”, que atualiza a questão indígena desde o Descobrimento; “Revolução de 30”, a revelação dos primórdios da ditadura Vargas; “Guerra do Brasil”, o primeiro filme brasileiro sobre a Guerra do Paraguai; “Rádio Auriverde”, que traz o desmonte crítico da saga da FEB na II Guerra Mundial; “Yndio do Brasil”, um retrato de como o cinema vê o nosso indígena ao longo do século XX; “Cruz e Sousa – O poeta do Desterro”, a polêmica biografia do maior poeta negro da língua portuguesa; “Lost Zweig”, representação da vida, obra e suicídio do autor do livro “Brasil, país do futuro”; “O Contestado – Restos mortais”, abordagem mediúnica da revolta separatista do Contestado; e “O Universo Graciliano”, docudrama existencial sobre o escritor Graciliano Ramos.

Sylvio Back é um cineasta, poeta, roteirista e escritor. Filho de imigrantes húngaro e alemã, nascido em Blumenau (SC), detém o título de Doutor Honoris Causa pela UFSC. Ex-jornalista e crítico de cinema, realizou e produziu 38 filmes. Tem publicados 25 livros, incluindo poesia, contos, ensaios e roteiros. Com uma centena de prêmios nacionais e internacionais, é um dos autores mais laureados do Brasil.

Serviço:

Sylvio Back, 85 anos

AO VIVO no Auditório MIS

Data: 18 a 23/7

Ingresso gratuito (retirada com uma hora de antecedência na bilheteria do MIS)

Classificação de acordo com cada filme

Mais informações: https://www.mis-sp.org.br/programacao/e41811de-f990-4376-bf9f-38e35e725711/sylvio-back-85-anos.

O Núcleo de Cinema do MIS tem como Patrono o Goldman Sachs. A programação é uma realização do Ministério da Cultura, Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa de São Paulo, e Museu da Imagem e do Som, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura e com o apoio do ProAC. O MIS tem como mantenedoras as empresas Youse, B3 e Lenovo e tem o apoio institucional das empresas Kapitalo Investimentos, Vivo, Grupo Travelex Confidence, Grupo Veneza, John Deere, TozziniFreire Advogados e Siemens. O apoio de mídia é da Folha de S.Paulo, JCDecaux, Nova Brasil FM e TV Cultura. O apoio operacional é da Kaspersky, Pestana Hotel Group e Telium.

Site: www.mis-sp.org.br

Redes:  museudaimagemedosom | @mis_sp | /missaopaulo

Museu da Imagem e do Som – MIS

Avenida Europa, 158, Jardim Europa, São Paulo| (11) 2117-4777 | www.mis-sp.org.br.

(Fonte: MIS)

Grupos de fandango caiçara têm músicas gravadas por projeto apoiado pela TCP

Ilha de Valadares, por Kleber Patricio

Iniciativa faz parte de programa do terminal para preservar e divulgar a cultura caiçara, principalmente nas escolas da região. Fotos: divulgação.

Entre os dias 10 e 20 de julho, a Ilha dos Valadares está sendo palco das gravações dos CDs de grupos musicais de Fandango Caiçara. A ação faz parte do Programa de Gestão de Bens Imateriais Fandango Caiçara, financiado pelo Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP), por meio de aportes na Lei de Incentivo à Cultura, e conta com o apoio operacional da empresa DTA Engenharia Ltda.

As gravações acontecem no Estúdio Papagaio Loro Records, localizado na Associação de Cultura Popular Mandicuera, na Ilha de Valadares. A Associação também conta com uma sala para montagem de violas, rabecas e machetes, instrumentos utilizados pelos grupos caiçaras.

Neste mês, gravam os grupos Mandicuera e Folclórico Mestre Romão, compostos por músicos jovens e adultos. Em fevereiro, foi a vez dos grupos Mestre Brasílio e Pés de Ouro, formados por membros com mais de 70 anos, participarem das gravações. Ao final de mais esta semana de estúdio, haverá as etapas de mixagem, prensagem, confecção das artes para os álbuns e, posteriormente, o lançamento dos discos.

Aorelio Domingues, artesão de instrumentos musicais, no Estúdio Papagaio Loro Records.

Em contrapartida, está prevista para o mês de outubro a realização de uma apresentação musical em uma escola da região, ainda a ser definida. “Promover o registro e a difusão do fandango caiçara é um dos compromissos do terminal com a preservação dos costumes e tradições da população parnanguara”, afirmou o superintendente institucional da TCP, Allan Chiang.

Ao final do projeto, cada um dos quatro grupos musicais beneficiados fará o lançamento dos CDs com 12 faixas. “Apesar de o fandango existir e resistir desde a época da colonização portuguesa, ele não é tão conhecido em nosso país. O trabalho de pesquisa, registro e difusão do fandango é de extrema importância para preservar a cultura caiçara”, destaca a produtora da Associação de Cultura Popular Mandicuera, Mariana Zanette.

TCP e a preservação da cultura caiçara

O Terminal de Contêineres de Paranaguá desenvolve, desde 2018, o Programa de Gestão de Bens Imateriais Fandango Caiçara (PFC), que integra diversos projetos independentes. Entre as ações desempenhadas pelo programa, estão as reformas dos espaços Associação Mandicuera e Grupo Mestre Romão (Casa de Fandango Mestre Eugênio), a locação e reforma do espaço Mestre Brasílio e Mestre Nemésio e a doação de instrumentos e figurinos usados no fandango. Também houve a realização de bailes de fandango em comunidades caiçaras de Paranaguá, a gravação de CDs dos grupos musicais, a integração com unidades de educação municipal e estadual do Paraná, entre outros.

Outro marco para a cultura caiçara aconteceu em março deste ano, quando a TCP celebrou o encerramento do Projeto da Caxeta, que resultou na publicação da portaria IAT nº 466, de 20 de dezembro de 2022, responsável por regulamentar a extração da madeira base para a construção de instrumentos musicais do fandango. O terminal participou do desenvolvimento do projeto, o qual busca proteger a cultura do fandango caiçara e garantir a legalidade das atividades envolvendo os artistas locais.

(Fonte: 203 Comunicação)

Inteligência artificial salva mais de 1 mil toneladas de alimentos que seriam descartados em São Paulo

São Paulo, por Kleber Patricio

Fotos: divulgação.

Há cada vez mais discussões sobre o uso da inteligência artificial (IA) para tarefas do dia a dia, mas poucas pessoas sabem que a solução tecnológica pode ser utilizada até mesmo para combater o descarte de alimentos e a insegurança alimentar. Esse cenário já é uma realidade no aplicativo SuperOpa, que atua diretamente com a indústria para evitar o desperdício de alimentos e disponibiliza produtos com até 70% de desconto para democratizar o acesso à alimentação.

Em 2022, a startup cresceu cerca de 146%, o que representa mais de 1 mil toneladas de alimentos e produtos salvos e mais de 20 milhões de reais gerados em economia. O SuperOpa atendeu 10 mil consumidores das classes C e D, que economizaram mais de R$3 milhões em compras. Ao evitar o descarte de alimentos, o aplicativo também colabora com o meio ambiente e, em 2022, impediu a emissão de mais de 2,1 mil toneladas de dióxido de carbono na atmosfera. A expectativa para 2023 é de aumentar o faturamento em cerca de 350%.

O aplicativo nasceu com o objetivo de combater um problema na cadeia de suprimentos: o desperdício anual de 27 milhões de toneladas de alimentos, enquanto 120 milhões de pessoas enfrentam a insegurança alimentar no Brasil, segundo dados do movimento Pacto Contra a Fome. Em 2022, 33 milhões de pessoas (15,5% da população) tinham um grau de insegurança alimentar grave, informou a ação. A maior parte dos produtos excede a data de validade antes de chegar às prateleiras dos supermercados ou não são aceitos em mercados convencionais por conta de pequenas avarias, mas o SuperOpa mapeia as indústrias que possuem este problema e realiza a venda e entrega dos itens por um preço muito menor em comparação aos varejistas tradicionais.

Antes de utilizar a tecnologia, a equipe do SuperOpa fez um mapeamento para verificar as variáveis que mais impactam os preços dos produtos. Entre elas estavam a sazonalidade, o equilíbrio entre oferta e demanda e os valores praticados por outras redes de supermercados. A IA coleta preços de vários estabelecimentos na internet, alimenta um banco de dados e descobre o menor preço de um produto, assim como seu valor médio e máximo, analisando o comportamento do preço nos últimos meses e o histórico de vendas do produto para averiguar a precificação ideal. Com a precificação adequada, os consumidores conseguem adquirir as mercadorias por valores mais baixos, evitando o desperdício.

“Precisávamos explicar para a indústria que ela teria que oferecer descontos maiores se quisesse vender para um público com menor renda –  mas qual é o desconto ideal para este consumidor? Aí entra a Inteligência Artificial, que foi criada alinhada ao nosso propósito de acabar com desperdício e com a insegurança alimentar. Ela consegue acessar a internet, alimentar nosso banco de dados e cruzar diversas informações que uma pessoa levaria muito mais tempo para fazer”, explica Luís Borba, CEO do SuperOpa.

Análise abrange desde preços de alimentos até nomenclaturas de produtos

Para tornar esse processo mais preciso, a IA aprende a fazer uma comparação entre os nomes dos produtos e compreende a variação de nomenclaturas adotadas para o mesmo item. Dessa maneira, ocorre a identificação correta de cada alimento analisado. O SuperOpa também criou um index com informações sobre o comportamento do preço das mercadorias para auxiliar a ferramenta a calcular os valores adequados para comercialização.

Diferentemente de um comprador comum, a IA possui a capacidade de examinar os dados obtidos com uma agilidade muito maior, acelerando a venda dos alimentos. Há também a necessidade de serem ágeis, pois alguns produtos necessitam de uma entrega mais rápida, além das variáveis do mercado. “O tempo é nosso maior desafio; cada minuto conta nessa operação e a inteligência artificial nos ajuda a ganhar velocidade nessas análises e a fazer a precificação da maneira mais assertiva possível para realizarmos parcerias com a indústria e vender esses produtos para as pessoas que mais precisam”, conclui Luís.

Como funciona

O SuperOpa está disponível para download em celulares com sistema operacional Android e iOS e possui todos os produtos encontrados em supermercados. As categorias mais vendidas são laticínios, snacks, mercearia, higiene, alcoólicos e bebidas. De maneira similar às redes convencionais, o SuperOpa também oferece a super terça, um dia em que alguns produtos têm maiores descontos.

Uma tendência que o SuperOpa espera que se torne rotina para seus consumidores é a de adaptação aos produtos disponíveis no dia, o que também contribui para um menor desperdício. Nem toda semana os itens comprados poderão ser os mesmos, porque a venda depende da disponibilidade dos fornecedores. A ideia é que o consumidor realize a compra e tenha uma alimentação de acordo com os produtos disponíveis no dia, ajudando a salvar alimentos que muitas vezes podem ser perecíveis e que, caso não sejam vendidos, irão estragar.

Atualmente, a plataforma possui quase 100 mil usuários cadastrados, que possuem uma renda mensal bruta bastante variada. Até 72% dos alimentos desperdiçados no Brasil podem ser reaproveitados com a ferramenta. O negócio possui um centro de distribuição (Green Store), localizado em Campinas (SP). De lá saem os produtos que os consumidores recebem em suas residências ou em um ponto de pickup próximo. Há também contêineres que facilitam a entrega dos pedidos para consumidores que moram em periferias e em comunidades de difícil acesso, gerando ainda mais economia para os usuários.

Sobre SuperOpa | Fundado em 2020, o SuperOpa é um aplicativo que atua diretamente com a indústria para evitar o desperdício de alimentos e disponibiliza produtos com até 70% de desconto. O aplicativo aumenta a democratização a uma alimentação saudável e de qualidade, combatendo a insegurança alimentar e o desperdício da indústria e contribui para um mundo mais justo e igualitário. Mais informações: https://superopa.com/.

(Fonte: DePropósito Comunicação de Causas)