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Luciana Mello recebe Jair Oliveira em show inédito no Sesc Bom Retiro

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: Jair Carol Biazotto.

Luciana Mello veio dos mais diferentes palcos. Dos palcos de dança de musicais, de espetáculos infantis, de televisão e dos palcos de shows, aquariana nascida em São Paulo, começou a aos cinco anos de idade ao lado de seu pai Jair Rodrigues (1938–2004) e gravou a música “O Filho do Seu Menino” (Rildo Hora). Tendo a própria trajetória iniciada na infância, a cantora apresenta com o show inédito e exclusivo que tem a participação especial do irmão Jair Oliveira. O show faz parte do festival Omodé: Festival Sesc de Arte e Cultura Negra para a Molecada, em cartaz até agosto no Sesc Bom Retiro.

Em 1989, fez um dueto, novamente com o pai, cantando o pout-pourri “Dois na Bossa”, gravado por Jair e Elis Regina na década de 1960. Em 2023, Luciana Melo comemora 35 anos de carreira. Neste show, a artista elabora um repertório com músicas de autores negros que influenciaram sua carreira musical desde criança, artistas e autores como Djavan, Arlindo Cruz, Emilio Santiago e, claro, o pai Jair Rodrigues.

Jair Oliveira.

No repertório, músicas como “Disparada” (Theo de Barros e Geraldo Vandré) e “Sufoco” (Chico da Silva), “Não Deixe o Samba Morrer” (Edson Conceição/Aloisío Silva) e “Se” (Djavan). Para esse espetáculo a artista contará com a participação especial de seu irmão Jair Oliveira, cantor, compositor e produtor musical.

Ficha técnica: Luciana Mello – Voz; Jair Oliveira – Voz; Walmir Gomes – Violão e Voz; João de Paula – Teclado; Eric Budney – Contrabaixo e voz; Marcio Forte – Percussão; Davi Gomes – Bateria e Marcelo Lombardo – Cavaco.

Omodé: Festival Sesc de Arte e Cultura Negra para a Molecada

A palavra omodé, em yorubá, abrange os universos das crianças. Seu significado percorre o início da vida humana, que exige cuidado e encantamento. E é a partir desse conceito que o Sesc Bom Retiro realiza Omodé: Festival Sesc de Arte e Cultura Negra para a Molecada, uma mostra artística e educativa que, entre junho e agosto, oferece apresentações de teatro, dança e música, exibições de filmes, exposição, atividades físico-esportivas, ações formativas e bate-papos. O festival tem por objetivo enaltecer culturas afro-brasileiras na relação com as várias formas de ser criança, além de reverberar a importância de se pensar coletivamente a ancestralidade, o antirracismo e a diversidade na infância, por meio do convívio, do compartilhamento de saberes e da arte.

Suas atividades se inserem no contexto do aniversário de 20 anos da Lei 10.639/03, que alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e estabeleceu a obrigatoriedade do ensino de história e cultura africana e afro-brasileira na educação pública e privada, posteriormente atualizada para 11.645/08, que inclui a história e cultura indígenas, contemplando a pluralidade de heranças étnicas presentes no país. Programação completa no Portal Sesc.

Serviço:

Luciana Melo

Participação especial Jair Oliveira

Dias 1 e 2/7, sábado e domingo, 18h

R$12 (Credencial Plena), R$20 (Meia) e R$40 (Inteira) – grátis para crianças até 12 anos

Ingressos a venda a partir de 20/6, às 17h, pelo Portal Sesc, e dia 21/6, às 17h, presencialmente em todas as Unidades do Sesc SP

Local: Teatro (291 lugares)

Classificação indicativa: Livre

Estacionamento do Sesc Bom Retiro - (Vagas Limitadas)

O estacionamento do Sesc oferece espaço para pessoas com necessidades especiais, carros de baixa emissão, carros elétricos e bicicletas. A capacidade do estacionamento é limitada. Os valores são cobrados igualmente para carros e motos. Entrada: Alameda Cleveland, 529.

Valores: R$5,50 a primeira hora e R$2 por hora adicional (Credencial Plena). R$12 a primeira hora e R$3 por hora adicional (Outros). Valores para o público de espetáculos à noite R$7,50 (Credencial Plena). R$15 (Outros).

Horários: terça a sexta: 9h às 20h; sábado: 10h às 20h; domingo: 10h às 18h. Importante: em dias de espetáculos, o estacionamento funciona até o término da apresentação.

Transporte gratuito

O Sesc Bom Retiro oferece transporte gratuito partindo da estação da Luz. O embarque e desembarque ocorrem na saída CPTM/José Paulino/Praça da Luz. Horários: Ida > sexta e sábado, 17h30 às 19h50; domingos, 15h30 às 17h50.  Volta > ao término do espetáculo, de volta à Estação Luz.

Sesc Bom Retiro

Alameda Nothmann, 185. Campos Elíseos, São Paulo – SP. Telefone: (11) 3332-3600. Siga o @SescBomRetiro nas redes sociais: Facebook, Instagram e Youtube.

(Fonte: Sesc Bom Retiro)

Com o estado sede do hotel até no nome, chef Carla Pernambuco desembarca no Nannai para edição de julho do Harmonniza

Ipojuca, por Kleber Patricio

O TiaTê. Fotos: divulgação.

Se o Nannai é um destino de viagem em si, não se pode ignorar que o estado no qual está localizado é um terreno muito fértil para o hotel criar momentos especiais para seus visitantes. Em julho, o hotel de Muro Alto vai ter dobradinha pernambucana: sua localização e sua chefe convidada. Carla Pernambuco, que há 30 anos encanta paladares com a cultura gastronômica que sua culinária carrega, abrirá as tampas de suas panelas na cozinha do novo TiaTê, restaurante assinatura do Nannai. O evento está marcado para a noite de 8 de julho.

O intercâmbio de panelas e receitas contará com a participação do chef Luis Foschini, gerente de Alimentos & Bebidas do Nannai e o chef executivo Fernando Pavan. Com início às 20h, o jantar terá entradinhas e quatro tempos; entre os pratos, o famoso Ceviche Nikkey do Carlota, restaurante da premiada convidada que pilotará as panelas do TiaTê na noite do evento.

Hóspedes e visitantes podem participar do evento fazendo suas reservas diretamente com o hotel pelo WhatsApp (81) 3552-0100. O valor do jantar será de R$490,00 por pessoa e a harmonização com vinhos e espumantes está inclusa. O hotel ainda tem acomodações disponíveis para o período, com diárias a partir de R$4.385,00 o casal em regime de meia pensão.

Sobre o Nannai

Carla Pernambuco.

Com destaque para o luxo como valor de quem busca o propósito de viver a cultura local somada ao que há de melhor na experiência do turismo internacional, o Nannai nasceu em Muro Alto, praia do município de Ipojuca, Pernambuco. Depois de 21 anos proporcionando hospedagem com afeto, o Nannai chegou a Fernando de Noronha com esse mesmo sonho – agora em forma de pousada boutique. Hoje a marca pertence ao Grupo Meira Lins e é um organismo vivo que escreve memórias especiais no coração e na mente das pessoas. Certificado pelo GPTW como um dos melhores lugares para trabalhar em 2022, o Nannai tem energia para, junto a seus 400 colaboradores e gestores, levar seu jeito singular de receber a outras regiões do Brasil.

(Fonte: Ela Comunicação)

Galeria Jacques Ardies abre nova coletiva “Arte naïf ou arte popular? Tanto faz, arte do Brasil”

São Paulo, por Kleber Patricio

A Galeria Jacques Ardies abre uma nova coletiva “Arte Naïf ou Arte Popular? Tanto faz, Arte do Brasil !”, com 32 pinturas assinadas por oito artistas que apresentam trabalhos os quais representam o Brasil isento de influências externas. A curadoria está a cargo de Jacques Ardies, ativo no segmento há mais de quatro décadas, com abertura prevista para o próximo dia 20 de junho, às 18h.

A seleção dos pintores – Isabel de Jesus, Francisco Severino, Fefe Talavera, Dalva Magalhães, Gilvan, Ivan Moraes, Antônio de Olinda, José de Freitas – possibilita duas ações simultâneas e superlativas: resgata alguns artistas cujos trabalhos devem voltar ao foco público pela excelência das técnicas envolvidas e coloca, lado a lado, obras contemporâneas recém-finalizadas de criativos do mesmo padrão e que compõem a soma positiva característica das escolhas do curador.

A questão que titula a exposição “Arte Naïf ou Arte Popular” pode provocar críticas, comentários, desavenças e concordâncias, mas não interfere no propósito maior: diminuir a polêmica sobre a utilização do termo Naïf e mostrar a arte que é o mote principal. Naïf tornou-se um termo pejorativo como se denominasse uma arte menor, não relevante, sendo que é um termo utilizado internacionalmente como referência de um estilo.

Isabel de Jesus – “A natureza se diverte” – 42×59 – 2006.

“Arte Naïf ou Arte Popular? Tanto faz, Arte do Brasil!” mostra o resgate de quatro artistas que deixaram um extenso e importante legado, ao mesmo tempo em que apresenta trabalhos de artistas ativos na criação de suas obras atuais. “Estou mostrando uma bela arte brasileira, que é o que importa. Arte a qual me dedico há anos e acho que existe muito ainda para mostrar!”, afirma Jacques Ardies.

OS ARTISTAS

Isabel de Jesus | Isabel de Jesus, até onde se saiba, não é uma médium. No entanto, ao estar mais conectada com a terra e com as divindades, ou seja, com a essência mais profunda de nossa existência, ela descobre espontaneamente, sem ter aprendido nada, um passado fascinante do nosso planeta. De alguma forma, surgem dessas descobertas sereias e pássaros, assim como meandros e murmúrios da floresta equatorial. Não se trata apenas de uma decoração com manchas aleatórias de luz ou escuridão; essas criações são animadas por uma poderosa e profunda inspiração, representando o único mistério e o único segredo de uma criação ingênua e verdadeiramente autentica.

Fefe Talavera| Fernanda Talavera acumulou uma vasta experiência em exposições realizadas em museus e galerias de arte ao redor do mundo. Embora tenha sido inicialmente reconhecida como grafiteira, ela expandiu sua abordagem artística explorando diferentes suportes para suas obras. Seu foco principal passou a ser a representação de animais imaginários, provenientes de um universo subconsciente fantasmagórico que ela denomina “Bichos tipográficos aleatórios”. Com essa temática, Fernanda busca incorporar elementos da cultura urbana ao seu universo artístico, estabelecendo novas categorias conceituais.

Fefe Talavera – “Oxitocina” – 70×70 – sem data.

Francisco Severino | O mérito notável de Francisco Severino reside na maneira como lida com a cor verde, explorando suas variações com a consciência de que a pintura é muito mais do que um tema em si – é uma forma de desenvolver um pensamento por meio de cores e formas. O que impressiona em suas imagens é a harmonia entre o domínio técnico e a sensação paradisíaca de que o tempo se deteve para que cada cena, predominantemente rural, pudesse ser retratada. Seu trabalho é caracterizado por uma abordagem meticulosa, em que os detalhes desempenham um papel fundamental, resultando em composições visualmente perfeitas.

Gilvan | Paulo Gilvan Duarte Bezerril, um autodidata em pintura e música, deu início à sua carreira artística em 1964. Sua abordagem única envolvia o uso de uma técnica por ele mesmo inventada, utilizando tinta automotiva e acrílica sobre chapa de Eucatex ou, ocasionalmente, chapa de madeira. A arte de Bezerril é caracteristicamente ingênua, transbordante de alegria, cores vibrantes e atmosferas tropicais. Ele evita fórmulas estereotipadas, retratando desde festas populares rurais até histórias em quadrinhos que narram a vida de Lampião e Maria Bonita.

Dalva Magalhães | Dalva de Magalhães é nascida em São Paulo e, há quase cinco décadas, se dedica à sua arte, sustentando-se por meio dela. Sua técnica envolve o uso de diferentes materiais, como acrílico, guache e óleo, aplicados sobre tela ou madeira. A arte regional e folclórica exerce uma forte influência sobre seu trabalho. Além disso, Dalva é uma maratonista dedicada, residindo na região montanhosa da serra da Bocaina, onde concentra sua preocupação na preservação da natureza e se engaja fervorosamente na luta pelos direitos dos povos indígenas. Sua pintura é caracterizada pela criatividade e atenção aos detalhes, retratando um mundo intimista que reflete seu ambiente ecológico.

Dalva de Magalhães – “Meu pé de cacau” – 20×20 – 2020.

Ivan Moraes | Capta com riqueza de detalhes as temáticas mais frequentes de sua obra, inspiradas pela representação dos cultos religiosos afro-brasileiros da Bahia, assim como pelas baianas vestidas com trajes brancos rendados. Sua pintura une a alegria das cores com o mistério da cenografia, onde os personagens são imersos no esplendor da natureza tropical, exibindo trajes festivos e expressões de felicidade. Em seu “Dicionário de Pintores Brasileiros”, de 1997, Walmir Ayala descreveu essa fusão de elementos, destacando a forma como o artista retrata com precisão esses aspectos em sua obra.

Antônio de Olinda | Natural de Olinda, PE, cultivou seu amor pela arte desde a infância, sempre vivendo próximo ao mar na sua amada cidade natal. Sua jornada artística começou com o mamulengo, um popular teatro de bonecos regional. Em 1984, ele participou de sua primeira exposição coletiva, conquistando também uma premiação no “Salão dos Novos de Pernambuco” e o Primeiro Lugar no Projeto Lista Telefônica do Estado de Pernambuco, ambos no mesmo ano. Sua arte é marcada pelo uso de cores vibrantes, traços enérgicos e uma abordagem pouco convencional, que busca expressão e irreverência, sem se preocupar excessivamente com a perfeição estética. Essa autenticidade essencial permeia sua obra.

José de Freitas | Nascido na década de 1930 em Vitória de Santo Antão, PE, posteriormente mudou-se para o Rio de Janeiro durante a década de 50. Embora tenha dado seus primeiros passos como artista no teatro e na televisão, sua paixão pela pintura começou a se desenvolver paralelamente, ganhando maior atenção a partir de 1964. Desde o início, sua arte tem sido habitada por minúsculas figuras que preenchem toda a dimensão da tela. Seus temas variam desde ilustrações de peças teatrais até representações da Bíblia e do circo, sempre permeados de humor e sensibilidade.

Exposição “Arte Naif ou Arte Popular ? Tanto faz, Arte do Brasil!”

Artistas: Antônio de Olinda, Dalva Magalhães, Fefe Talavera, Francisco Severino, Gilvan, Isabel de Jesus, Ivan Moraes, José de Freitas

Curadoria: Jacques Ardies

Período: 21 de junho a 8 de julho de 2023

Local: Galeria Jacques Ardies – www.ardies.com

Rua Morgado de Mateus, 579 – Vila Mariana – São Paulo, SP

Tel.: (11) 5539-7500 | 96815-0887

Horário: terça a quinta-feira, das 10 às 17h30; sábado, das 10 às 16h

Número de obras: 32

Técnica: Pintura

Preços: Sob consulta

Site: https://ardies.com/

Email: jacques@ardies.com

Instagram: https://www.instagram.com/galeriajacquesardies/

Facebook: https://pt-br.facebook.com/galerianaif/

Linkedin: https://www.linkedin.com/company/galeria-jaques-ardies/?viewAsMember=true.

(Fonte: Balady Comunicação)

Rádio Cultura exibe show exclusivo em homenagem aos 87 anos de Hermeto Pascoal

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: pedrodimitrow.

Nesta quinta-feira (22/6), o “bruxo” da música brasileira, Hermeto Pascoal, completa 87 anos. As rádios Cultura FM e Cultura Brasil celebram a data com show deste mestre gravado em julho de 2022 no INNtöne Jazz Festival, na cidade de Diersbach, Áustria. O ouvinte confere o show à 0h na 103,3 FM e, às 21h, na 77,9 FM.

Nascido no interior do estado de Alagoas, Hermeto Pascoal – que tive a honra de conhecer há 20 anos numa conversa entre ele e o baixista norte-americano Robert Black, que tive o privilégio de traduzir – construiu uma das mais longevas e bem-sucedidas carreiras na música brasileira. Admirado no mundo inteiro, esse gênio incansável segue em plena atividade, compondo e se apresentando.

No último dia 19 de maio, Hermeto Pascoal recebeu o título de Doutor Honoris Causa da prestigiosa The Juilliard School. O prêmio foi entregue pelas mãos do músico Wynton Marsalis, que fez questão que contar um pouco da história do artista em cerimônia realizada no Lincoln Center, em Nova York.

Segundo o crítico de música Carlos Calado, “Se fizerem uma enquete com jazzistas de diversos países e gerações, perguntando quais músicos brasileiros eles mais admiram, Hermeto Pascoal certamente estará entre os mais lembrados. Não é difícil explicar o porquê dessa preferência. A música do genial multi-instrumentista e compositor alagoano possui tudo que os músicos do jazz valorizam: improvisos com muita liberdade, belas melodias e sofisticação harmônica. Sem falar nos inusitados objetos (de chaleiras e bacias a garrafas e copos) que o ‘bruxo’ costuma transformar em instrumentos musicais”.

É o que o público confere nesta apresentação do músico e seu grupo. No repertório estão músicas como “Para Ron Carter” e “Taynara” (Jegue).

Serviço:

Show de Hermeto Pascoal gravado ao vivo na Áustria em 2022

Hermeto Pascoal e Grupo

Hermeto Pascoal: teclados, escaleta, melódica, tampa de panela e acordeom

Jota P: piccolo, flauta e saxofones soprano e tenor

Itiberê Zwarg: contrabaixo e percussão

André Marques: piano, flauta e percussão

Ajurina Zwarg: bateria e percussão

Fábio Pascoal: percussão e direção musical

Rádio Cultura FM

Quinta-feira, 22 de junho de 2023, à 00h00

103,3 MHz

App: Cultura Play

Site Cultura FM

Pela Rádio Cultura Brasil

Quinta-feira, 22 de junho de 2023, às 21h

Produção: Inez Medaglia.

FM – 77,9 MHz

AM – 1.200 kHz

App: Cultura Play

Site Cultura Brasil.

(Fonte: TV Cultura)

Pinacoteca de São Paulo realiza exposição de Antonio Obá com instalação inédita

São Paulo, por Kleber Patricio

“Wade in the water”. Imagens: divulgação.

A Pinacoteca de São Paulo apresenta “Antonio Obá: Revoada”, segunda mostra a ocupar a Galeria Praça da recém-inaugurada Pinacoteca Contemporânea. Com curadoria de Ana Maria Maia e Yuri Quevedo, ‘Revoada’ apresenta cerca de 20 pinturas e uma instalação inédita, que dá título à exposição, tendo a figura da criança como fio condutor. Também compõem a mostra obras pouco vistas no Brasil, como “Banhistas nº 3 – Espreita” (2020) e “Fata Morgana nº 1” (2022).

O trabalho de Antonio Obá é constituído por três importantes pilares, que conduzem a narrativa desta exposição: a rememoração de acontecimentos históricos – em geral marcos de violência e luta por direitos de pessoas negras nos Estados Unidos –, a atribuição de novos significados a esses episódios e o processo educativo. Juntos, cada um desses aspectos do trabalho constitui um programa para lidar com o tempo, articulando ações de ressignificação, transformação e emancipação.

Banhistas nº 3.

A instalação ‘Revoada’ foi construída em diálogo com a história do museu, que nasceu originalmente para ser uma escola. No início do século XX, o edifício da Pina Luz funcionava como o Liceu de Artes e Ofícios, escola dedicada à educação artística voltada para a capacitação profissional dos alunos. Entre as técnicas ensinadas no Liceu estava a fundição, linguagem escolhida pelo artista para desenvolver a instalação. Durante os últimos meses, Obá organizou oficinas na Pina Contemporânea, na Ocupação 9 de Julho (Movimento Sem Teto do Centro) e no Colégio Vera Cruz, onde moldou cerca de 200 pares de mãos de crianças em resina. Agora essas peças vão alçar voo na Galeria Praça – pavilhão que conserva os arcos trabalhados em ferro da construção da antiga Escola Estadual Prudente de Morais.

“Fundindo essas mãos, Obá ensina o procedimento da moldagem ao mesmo tempo em que interpreta a presença dessas crianças no espaço, considerando a marca expressiva de cada uma. Contida nesse gesto, está a crença na dimensão coletiva das memórias e na educação como processo que garante autonomia e liberdade. Os sujeitos lembram, sabem e agem”, conta o curador Yuri Quevedo.

As crianças em Antônio Obá  

Além da instalação, 20 pinturas se organizam a partir do tema da infância e de um movimento vertical muito presente no trabalho de Obá. No percurso de revisitar momentos da história, o artista inscreve a tragédia e a violência em um tempo mítico, transformando os personagens históricos em entidades, arquétipos que podem rever sua posição na própria história. Por meio de seu trabalho, Obá busca transmutar momentos trágicos em episódios poéticos, sem, dessa maneira, esquecer aquilo que martirizou quem viveu esses momentos. Esse procedimento pode ser observado em “Figuras no caminho ‘Criança suspensa’” (2022), em que o artista retoma a iconografia cristã da crucificação, suspendendo um garoto sobre pernas de pau seguradas por duas meninas. A suspensão retira o garoto da terra e do tempo corrente. Nesse tempo sem dor, a coroa não é mais de espinhos, mas sim de flores.

Fata Morgana.

A infância em ‘Antônio Obá’ não é ingênua. As crianças-personagens do artista são agentes do seu tempo, conscientes e capazes de transformar o mundo. Na pintura “Tocaia” (2019), um menino santo, sem rosto, é atacado por uma pomba ao mesmo tempo em que consegue reter uma segunda ave com a outra mão. O garoto aprende, se disfarça de isca, atrai e domina seu algoz.

A criança de “Wade in the water – after Adriana Varejão” (2019), nos desafia frente a uma piscina que se refere à série “Saunas” da artista citada no título. A pintura faz alusão à canção “Wade in the water”, do gênero spirituals, criada e cantada por negros escravizados nos Estados Unidos. A letra é atribuída a Harriet Tubman (Condado de Dorchester, 1822–Auburn, 1913), uma mulher negra, que nasceu escravizada e se tornou importante agente na luta pela abolição e, posteriormente, pelo voto feminino. Tubman conduzia fugitivos por uma rota conhecida como Underground Railroad [Ferrovia subterrânea], cantando a canção como uma forma de alertar quem protegia para se esconder. Relatos afirmam que ela salvou cerca de 300 pessoas.

Em “Banhistas nº 3 – Espreita” (2020), Obá faz referência a um acontecimento de junho de 1964 no hotel Monson Motor Lodge, em Saint Augutine, Flórida. Martin Luther King (Atlanta, 1929–Memphis, 1968), líder do movimento antissegregacionista, tentou se servir de almoço e foi impedido pelo gerente. Ao insistir, foi preso por invasão de propriedade. Dias depois, um grupo de manifestantes brancos e negros mergulhou na piscina do hotel em sinal de protesto. Em reação, o mesmo gerente despejou um galão de ácido muriático nas águas. A fotografia mais famosa desse acontecimento é de Horace Cort (1913–1988), a partir da qual Obá pinta. Na obra, o vilão dá lugar a um crocodilo, uma alusão às histórias em que crianças escravizadas eram usadas como isca. As crianças da cena ficam à espreita, elas agora se tornaram predadoras.

Tocaia.

Obras que retomam a ideia de um movimento de suspensão dos personagens complementam a mostra. “Fata Morgana nº 1” (2022), os estandartes “Crianças suspensas” (2022), “Angelus” (2022) e a série “Strange fruit” [Fruto estranho], poucas vezes expostas no Brasil, poderão ser vistas pelo público. O visitante terá acesso a vídeos explicativos sobre cada obra da exposição, na voz do artista, por meio de um QR Code.

A exposição “Antonio Obá: Revoada” é patrocinada pela Livelo, na cota Apresenta.

Sobre o artista | Antonio Obá (Ceilândia, 1983) vive e trabalha em Brasília. O artista participa de exposições coletivas e individuais desde 2001, com um trabalho que maneja história e universo simbólico, alinhavando linguagens e experiências próprias. Suas últimas exposições incluem “Path”, Oude Kerk, Amsterdam; “Antonio Obá: Fables”, X Museum, Pequim (2022); “Carolina Maria de Jesus, um Brasil para os brasileiros”, IMS Paulista, São Paulo (2021) e “Enciclopédia Negra”, Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo (2021).

Sobre a Pinacoteca de São Paulo | A Pinacoteca de São Paulo é um museu de artes visuais com ênfase na produção brasileira do século XIX até a contemporaneidade e em diálogo com as culturas do mundo. Museu de arte mais antigo da cidade, fundado em 1905 pelo Governo do Estado de São Paulo, vem realizando mostras de sua renomada coleção de arte brasileira e exposições temporárias de artistas nacionais e internacionais. A Pina também elabora e apresenta projetos públicos multidisciplinares, além de abrigar um programa educativo abrangente e inclusivo.

Sobre a Livelo | A Livelo é uma das principais empresas de recompensas do Brasil. Com sete anos de mercado, já possui mais de 40 milhões de clientes e centenas de empresas parceiras em seu site e app para acúmulo de pontos com compras online e resgate de produtos, serviços e viagens. Em 2022, lançou o produto que permite o pagamento de compras usando pontos através da tecnologia Pix via QR Code e Copia e Cola. Também criou o Shopping Livelo, plataforma de marketplace que permite aos consumidores juntarem e trocarem pontos com suas compras no app Livelo. Na frente B2B, oferece soluções que auxiliam companhias de qualquer setor a potencializar seu negócio, seja com pontos para incentivar funcionários, fidelizar clientes ou vender mais. Saiba mais sobre a Livelo aqui.

Serviço:

Antônio Obá: Revoada

Período: 24/6 a 18/2/2024

Curadoria: Ana Maria Maia e Yuri Quevedo

Pinacoteca Contemporânea – Galeria Praça

De quarta a segunda, das 10h às 18h

Gratuitos aos sábados – R$10,00 (inteira) e R$5,00 (meia-entrada)

Lançamento do catálogo: 24/6/23, na loja física e no site.

(Fonte: Pinacoteca de São Paulo)