Iniciativa acontece durante a 23ª Semana Nacional de Museus e convida o público a refletir sobre inclusão e criatividade


São Paulo
Obra de Vanderlei Zalochi. Foto: divulgação.
O Espaço de Artes da Unicamp recebe de 12 a 29 de setembro a exposição “Amigos”, com os artistas Fulvia Gonçalves, Vanderlei Zalochi e Marcio Rodrigues – uma exposição épica, cujas obras foram selecionadas para celebrar o forte relacionamento entre eles.
São mais de 30 obras, na maioria produzidas recentemente, neste período em que tiveram intensa convivência cultural, que estão expostas com a curadoria de Vera Semaniuc.
Sobre os artistas:
Fulvia Gonçalves, Vanderlei Zalochi e Marcio Rodrigues são artistas de Campinas, consagrados, com décadas de trabalho e produção artística, com dezenas de exposições (individuais e coletivas) no Brasil e no exterior, obras em diversos países e colecionadores internacionais. Fulvia, inclusive, possui obra no acervo do Museu Louvre, em Paris.
Serviço:
Exposição “Amigos”
FULVIA GONÇALVES
MARCIO RODRIGUES
VANDERLEI ZALOCHI
Curadoria: Vera Semaniuc
Local: Espaço das Artes – FCM – Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp
Rua Albert Sabin, s/nº – Cidade Universitária Zeferino Vaz – Campinas – SP
Vernissage: 12 de setembro de 2022 – 11h00
Visitação: até 29 de setembro de 2022
Horário: segunda a sexta, das 08h30 às 17h30.
Cia. Os Palhaços de Rua. Foto: divulgação.
Promovida pela Prefeitura de Indaiatuba, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, a primeira edição da Mostra de Artes Cênicas de Indaiatuba – Circo acontece até 1º de outubro, em diversos pontos. Em sua estreia, recebe o projeto Teatro nos Parques, com quatro atrações gratuitas no Parque Ecológico, ao lado do Centro Cultural Hermenegildo Pinto, o Piano.
O Teatro nos Parques está em sua 17ª temporada, sendo a segunda nacional, com passagens pelos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Pernambuco. Realizado pela Estima Cultural, conta com patrocínio da Unilever, via Lei de Incentivo Federal.
Após a abertura, a Mostra recebe três grupos locais: Acredite… é Mágica!, Indaiatrupe e Quarteto Quase Fantástico, que se apresentam no Centro de Artes e Esportes Unificado (CEU) do Jardim São Conrado.
Grupo Indaiatrupe.
Na sequência, entre os dias 22 a 25 de setembro, é a vez da Cia. Pantomima de Teatro Circense se apresentar na Rua Martinho Lutero, no estacionamento do Parque Ecológico, ao lado do Campo “Raul Monteiro Fernandes”, entre os Jardins Paulista e Paulistano.
A companhia de tradição nômade circense, fundada em 1943, possui mais de 100 espetáculos em seu repertório, entre comédias, melodramas e dramas. Em Indaiatuba, serão apresentadas quatro diferentes peças entre os dias 22 a 25 de setembro. Os espetáculos chegam por meio do Programa de Ação Cultural (ProAC) do Governo do Estado de São Paulo.
Por fim, no dia 1º de outubro, o encerramento conta com apresentação do projeto Curiosa Coisa, que consiste na produção de um espetáculo circense presencial de mesmo nome do projeto. Com atuação e criação da Família Burg, o espetáculo se utiliza de duas modalidades circenses: a palhaçaria e a acrobacia cômica.
Cia. Pé de Chinelo.
A peça é dividida em esquetes que surgem das interações entre diferentes figuras: aquelas onde se cruzam animais de todas as espécies e outras, em que a forma humana tenta se destacar pelas filosofias e divagações sobre as origens. Um trio muito pitoresco chega à cena. Serão figuras mitológicas? Uma tribo brincante e desconhecida? Quais são as ligações entre o humor e a criação do universo? Será que podemos tangenciar a vida e a natureza das coisas através do riso?
A programação da 1ª Mostra de Artes Cênicas de Indaiatuba – Circo pode ser conferida no portal Cultura Online em www.indaiatuba.sp.gov.br/cultura-online. Os espetáculos possuem entrada gratuita. Mais informações pelo telefone (19) 3875-6144.
PROGRAMAÇÃO
10 de setembro, às 16h
Acredite… é Mágica!
Espetáculo reúne diversos mágicos e ilusionistas de Indaiatuba, como Lucas Bras, Sidney Bedin e Fernando Souza, com Tainara Furlan de Souza e Ana Vitória Furlan como assistentes de palco e coreógrafas.
Local: CEU do Jardim São Conrado
Endereço: Rua Jordalino Pietrobom, 1.300.
17 de setembro, às 16h
Grupo Indaiatrupe – O Quarto de Brinquedo
Fabinho é um palhaço carismático que está constantemente viajando pelo mundo com a ajuda de seu narizinho de palhaço mágico, que lhe permite teletransportar-se rapidamente de um local para o outro. No entanto, por ser muito atrapalhado, certo dia Fabinho acaba se teletransportando acidentalmente para um universo paralelo, um enorme quarto de brinquedo, onde se torna prisioneiro. Desesperado, nosso protagonista entra numa incrível aventura em busca de seu nariz encantado, encontrando pelo caminho brinquedos que possuem vida própria.
Local: CEU do Jardim São Conrado
Endereço: Rua Jordalino Pietrobom, 1.300.
24 de setembro, às 16h
O Quarteto Quase Fantástico
Espetáculo é uma criação de três amigos que resolvem misturar várias linguagens artísticas, inspirados no mundo dos super-heróis. Mas se tratando do olhar do palhaço, tudo vira uma mistura de bobeiras e surpresas. Assim, a peça apresenta cenas clássicas da palhaçaria e da mágica com uma roupagem diferenciada e de forma animada, propondo ao público uma viagem ao mundo dos QUASE heróis.
Local: CEU do Jardim São Conrado
Endereço: Rua Jordalino Pietrobom, 1.300.
22 a 25 de setembro, às 20h30
Cia. Pantomima de Teatro
Local: Jardim Paulista.
1º de outubro, às 10h30
Família Burg – Curiosa Coisa
Local: Estação Cultural Itaici
Endereço: Rua Francisco Araújo, 49.
(Fonte: Prefeitura de Indaiatuba)
Fotos: Carlos Bassan.
A Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Campinas iniciou na última quinta-feira, 1º de setembro, a programação do Mês Carlos Gomes, em homenagem à vida e obra do compositor campineiro. O anúncio oficial foi feito pelo prefeito de Campinas, Dário Saadi, na quarta-feira, 31 de agosto, na Sala Azul. Será um mês com atividades culturais, totalizando mais de 30 eventos em 11 locais diferentes. Toda a programação será gratuita e aberta ao público. A relação completa está disponível no Portal da Cultura na aba Editais (www.portalcultura.campinas.sp.gov.br).
Este ano, os eventos serão presenciais, após dois anos no formato virtual por conta da pandemia. “É uma alegria poder lançar o Mês Carlos Gomes este ano com atividades presenciais. Eu conheço a história do maestro desde a adolescência, contada pelo meu pai, e quis o destino que hoje, como prefeito, eu tenha a honra de anunciar oficialmente a programação em sua homenagem”, disse o prefeito.
Dário Saadi recebeu de presente um busto de madeira de Carlos Gomes e quatro volumes da vida e obra do maestro, de autoria do escritor e historiador Jorge Alves de Lima. Ele é membro da Academia Campinense de Letras, que compõe a Comissão Organizadora do Mês de Carlos Gomes.
Além dos membros da Comissão Organizadora, participaram do anúncio oficial das comemorações a secretária municipal de Cultura e Turismo, Alexandra Caprioli; o diretor de Cultura, Gabriel Rapassi; o diretor de Turismo, Eros Vizel; o vereador Luiz Carlos Rossini e o artista Beto Regina, que compareceu caracterizado como Carlos Gomes.
Novidades
A participação do artista na cerimônia realizada no gabinete do prefeito sinalizou as novidades que esta edição 2022 do Mês Carlos Gomes trará para os campineiros. “É uma alegria fazer um anúncio no gabinete do prefeito e falando em nome da Comissão, pela importância que Carlos Gomes tem pela cidade”, disse a secretária municipal de Cultura e Turismo, Alexandra Caprioli.
A secretária de Cultura e o prefeito de Campinas com o busto de Carlos Gomes.
Ela apresentou a programação do Mês, que nesta edição tem alguns destaques. Um deles é o “Festival Carlos Gomes”, que terá gastronomia, música, dança de vários gêneros, incluindo dança de salão, exposição, hip-hop e também um passeio pelos lugares que marcaram a vida de Carlos Gomes em Campinas. O festival será no dia 11 de setembro, na Estação Cultura.
As entidades que participam do Mês Carlos Gomes e compõem a Comissão Organizadora são: Academia Campinense de Letras, ABAL (Associação Brasileira Carlos Gomes de Artistas Líricos), Centro de Ciências, Letras e Artes, Rotary Club Cambuí (Associação dos Rotarianos de Campinas), Clube dos 21 Irmãos Amigos, Conservatório Carlos Gomes e Coral Pio XI.
Sobre a Semana e o Mês Carlos Gomes | A Semana Carlos Gomes foi instituída em Campinas pela lei municipal nº 9.152, de 1996. No entanto, com o objetivo de difundir cada vez mais a obra de Carlos Gomes e o vasto material deixado pelo compositor campineiro, a Comissão Organizadora estendeu a programação para todo o mês de setembro. O Mês Carlos Gomes foi instituído pela lei municipal nº 14.909 de 2014.
Sobre Carlos Gomes
Antonio Carlos Gomes nasceu em Campinas, em 1836, e morreu em Belém, no dia 16 de setembro de 1896. Foi compositor de óperas, gênero ao qual dedicou a maior parte de sua produção musical. Começou a estudar música com o pai e continuou os estudos no Conservatório do Rio de Janeiro. Ganhou uma bolsa de estudos e foi se aperfeiçoar na Europa, em Milão, na Itália, onde se diplomou.
Em março de 1870, a sua ópera mais famosa, “O Guarani”, estreou no Teatro Scala de Milão e, da Itália, a obra ganhou fama por toda a Europa, consagrando Carlos Gomes. Doente e com dificuldades financeiras, ele teve que voltar ao Brasil em 1892. Foi para Belém para ocupar o cargo de diretor do Conservatório de Música na capital do Pará, onde morou até morrer, no dia 16 de setembro de 1896.
Programação do Mês Carlos Gomes
1 a 30 de setembro – todos os dias
Programa Mestres da Música – Do Clássico ao Popular
Repertório exclusivo com obras de Carlos Gomes
Local: Rádios e TV
Canal 8 da NET
mkkwebtv.com.br – todos os dias às 12h e às 23h
Rádio Cultura de Amparo – domingo 8h30
Rádio Brasil – sábados, às 11h e domingo, 12h
Rádio Educativa de Campinas – domingo, 21h30.
11 de setembro – domingo, 11h
Festival Gastronômico, Dança, Música e Exposição Carlos Gomes
– 12h/14h – Apresentação dos Cantores da ABAL – Associação Brasileira Carlos
Gomes de Artistas Líricos
– 14h – Estúdio de Dança Zanandré (dança de salão) – Professor Paulo César Zanadré
– 15h – Cia Eclipse (hip hop) – Professor Jose Ricardo Cardoso – Kico Brown
– 16h – Apresentação do Grupo Metallumfonia
Local: Estação Cultura
Pça. Marechal Floriano Peixoto s/nº – Centro.
11 de setembro – domingo, 11h e 15h
Roteiro Carlos Gomes a pé
Passeio pelos lugares que marcaram a vida de Carlos Gomes em Campinas
Local de saída: Estação Cultura
Pça. Marechal Floriano Peixoto s/nº – Centro
11 de setembro – domingo, 17h
Concerto da Orquestra Patrulheiros
Regência: Maestro Douglas Vieira
Local: Teatro Municipal Castro Mendes
Rua Conselheiro Gomide, 62 – Vila Industrial.
12 de setembro – segunda- feira, 19h
Apresentação dos vídeos da 2ª Etapa do XV Concurso Estímulo para Cantores
Líricos (SECULT e CCLA)
Promovido pela Secretaria Municipal de Cultura e Turismo em parceria com o
Centro de Ciências, Letras e Artes
Local: online – YouTube – Abraça Campinas.
13 de setembro – terça-feira, 20h
Palestra online (participação sob solicitação à palestrante)
Palestrante: Rosângela Figueiredo
Tema – Carlos Gomes nas Escolas
Promoção: Rotary Cambuí (Associação dos Rotarianos de Campinas).
14 de setembro – manhã e tarde
Palestra Musicada, sob temática de Carlos Gomes, para alunos da rede pública
Premiação dos melhores trabalhos de redação de alunos – 19 de outubro
Local: Salão Vermelho. Av. Anchieta 200 – Centro.
14 de setembro – quarta-feira, 20h
Apresentação Orquestra do Conservatório Carlos Gomes
Regência: Felipe Oliveira
Local: Teatro Municipal Castro Mendes
Rua Conselheiro Gomide, 62 – Vila Industrial.
16 de setembro – sexta-feira, 16h
Homenagem diante do Monumento Túmulo de Antônio Carlos Gomes
Orador oficial da cerimônia: Prof. Nunno Dellalio, tenor e pedagogo
Apresentador: Alcides Ladislau Acosta
Apresentação musical: Conservatório Carlos Gomes e ABAL
Deposição de flores pelas entidades CCLA, Conservatório Carlos Gomes, Rotary
Carlos Gomes e Lions Carlos Gomes
Local: Monumento Túmulo de Antônio Carlos Gomes
Praça Bento Quirino – Centro.
16 de setembro – sexta-feira, 19h30
Carlos Gomes – Cenas Operísticas
Local: Casa d’ Itália
Rua dos Bandeirantes, 367 – Cambuí.
17 de setembro – sábado, 10h
Roteiro Carlos Gomes a pé
Passeio pelos lugares que marcaram a vida de Carlos Gomes em Campinas
Local: Centro de Convivência Cultural.
18 de setembro – domingo, 10h
Missa Igreja Divino Salvador
Apresentação do Coral PIO XI
Av. Julio de Mesquita – Cambuí.
18 de setembro – domingo, 12h30
Almoço musical Homenagem a Carlos Gomes
Clube dos 21 Irmãos Amigos de Campinas
Palestra: Carlos Alberto Marchi de Queiróz – Autor do Livro “Quem Matou a Mãe de Carlos Gomes”
Parte artística: Poetas e Jairo Silveira (tecladista)
Local: Rotary Cambuí (Associação dos Rotarianos de Campinas) – Rua Benjamin Constant, 1.704 – Centro.
21 de setembro – quarta-feira – período da tarde
Palestra musicada, sob temática de Carlos Gomes, para alunos da rede pública
A premiação para os melhores trabalhos de redação de alunos será no dia 19 de outubro
Local: Salão Vermelho
Av. Anchieta 200 – Centro.
21 de setembro – quarta-feira, 19h
Final do XV Concurso Estímulo para Cantores Líricos (Secretaria de Cultura e CCLA)
Presença dos candidatos finalistas em prova na frente da banca julgadora
Local: Teatro Municipal Castro Mendes
Rua Conselheiro Gomide, 62 – Vila Industrial.
22 de setembro – quinta-feira
Ensaio fechado – Vencedores -2020/21 e 22.
23 de setembro – sexta-feira
Ensaio Fechado.
24 de setembro – sábado, 15h
Apresentação da obra pianística de Carlos Gomes
Palestra: Sérgio Caponi – “O outro Carlos Gomes”
Recital de Piano: Cesar Freysleben a Mauricy Martin
Local: ACLA (Academia Campineira de Letras e Artes)
Rua Dr. Mascarenhas, 412.
24 de setembro – sábado, 20h
OSMC – Concerto Sinfônico VII e vencedores do XV Concurso Lírico
Regência: Carlos Prazeres
Local: Teatro Municipal Castro Mendes
Rua Conselheiro Gomide, 62 – Vila Industrial.
25 de setembro – domingo, 10h
Roteiro Carlos Gomes a pé
Passeio pelos lugares que marcaram a vida de Carlos Gomes em Campinas
Local: Centro de Convivência Cultural.
25 de setembro – domingo, 10h
OSMC – Concerto Sinfônico VII – Vencedores do Concurso Estímulo para Cantores Líricos (Secretaria de Cultura e CCLA)
Regência: Carlos Prazeres
Local: Teatro Municipal Castro Mendes
Rua Conselheiro Gomide, 62 – Vila Industrial.
28 de setembro – manhã e tarde
Palestra musicada, sob temática de Carlos Gomes, para alunos da rede pública
A premiação para os melhores trabalhos de redação de alunos será no dia 19 de outubro
Local: Salão Vermelho
Av. Anchieta 200 – Centro.
30 de setembro – sexta-feira, 20h
Recital Lírico com elenco da ABAL Campinas
Local: CCLA
Rua Bernardino de Campos, 989 – Centro.
(Fonte: Prefeitura de Campinas)
Série “O Encomendador de Almas”, #1, 2007, fotografia com técnica mista, Eustaquio Neves.
Entre as ações que marcam o Bicentenário da Independência do Brasil realizadas pelo SESC São Paulo, a unidade Ipiranga abre, dia 6 de setembro, a mostra retrospectiva a obra de Eustáquio Neves, artista mineiro descendente de pessoas negras escravizadas. A exposição atravessa quase 40 anos de produção e carrega em si uma história extensa de diásporas e resistências. “É um trabalho que capta e manipula imagens ligadas às relações étnico-raciais promovidas no passado e no presente, como a violência contra os corpos, a intolerância contra os ritos e a privação de direitos da população negra”, destaca o curador da mostra, Eder Chiodetto.
“Outros Navios: Fotografias de Eustáquio Neves” está subdividida em três salas e obras pontuais distribuídas pela unidade do SESC Ipiranga. Na sala 1, encontram-se séries que aludem às violências e silenciamentos perpetrados contra pessoas escravizadas. Na sala 2, localizam-se séries que tematizam a resistência por meio de saberes ancestrais e rituais afro-brasileiros, bem como exibição de suportes diversos utilizados por Eustáquio Neves em seu processo de criação. Por fim, a sala 3 exibe uma videoinstalação criada a partir do material bruto de três vídeos do artista “Post No Bill” (Nigéria, 2009 – 2022); “Bariga” (Nigéria, 2009 – 2022) e “Crispim: Encomendador de Almas”, (Brasil, 2006 – 2022).
Série “Boa aparência”, #6, 2000, fotografia com técnica mista, Eustaquio Neves.
A mostra traz cópias de filmes fotográficos, negativos, acetatos, matrizes, esboços, estudos de paleta de cor e texturas utilizados nos experimentos do artista no laboratório analógico de seu ateliê. Suas investigações incluem ainda desenhos, grafias, carimbos, recortes de documentos, jornais, colagens, entre outros. “A fotografia experimental no Brasil converge para a obra de Eustáquio Neves. Ele é um dos pioneiros em criar imbricações de linguagens da fotografia com pintura, textos e abrasões que visam gerar metáforas visuais sobre como as histórias oficiais são geradas em camadas simbólicas. Em seu laboratório, ele descama verdades impostas e nos revela labirintos por meio dos quais pontos de vistas sorrateiramente apagados vêm à tona”, comenta o curador.
Desde os anos 1980, Eustáquio segue construindo uma obra de forte impacto por meio de suas experimentações na fotografia analógica, utilizando conhecimentos adquiridos na sua formação como técnico em Química Industrial. Suas séries, elaboradas a partir da junção de camadas pictóricas de forte simbolismo, discutem o lugar histórico da população negra, os ecos da escravidão que se perpetuam e se desdobram no racismo estrutural intrínseco à sociedade brasileira. “Sua obra também reverencia as práticas culturais e ancestrais dos afrodescendentes, por vezes, permeadas pelo sincretismo religioso, que resistiram no tempo, apesar das tentativas históricas de apagamento”, completa Chiodetto.
Série “Arturos”, #2, 2003, 2004, 2005, fotografia com técnica mista, Eustaquio Neves.
A efeméride dos 200 anos da Independência do Brasil refletida sob a ótica da produção artística de Eustáquio Neves joga luz sobre injustiças e conquistas, silenciamentos e a pluralidade de expressões, muitas vezes apagadas na perspectiva oficial da história do Brasil. O SESC compreende que a ação cultural, ao tocar em aspectos cruciais de nossa formação, incluindo cicatrizes e potencialidades, é capaz de estimular o exercício de cidadania, reiterando seu caráter socioeducativo. Assim, ao difundir memórias comprometidas com uma visão mais equânime de sociedade, a instituição visa proporcionar a tomada de consciência de nossos papéis e responsabilidades diante de reparações históricas.
A mostra “Outros navios: fotografias de Eustáquio Neves” integra a programação do projeto “Diversos 22: Projetos, Memórias, Conexões”, desenvolvida pelo SESC São Paulo com ações que propõem reflexões sobre Centenário da Semana de Arte Moderna de 1922 e o Bicentenário da Independência do Brasil em 1822.
Sobre José Eustáquio Neves
José Eustáquio Neves de Paula (Juatuba, MG, 1955), é fotógrafo e artista visual. Constrói suas obras por meio de processos de experimentação com a linguagem da fotografia, utilizando camadas de sobreposições de imagens e procedimentos químicos. Suas narrativas discutem a sociedade e o lugar histórico da população negra como protagonista de suas práticas culturais, conferindo ao artista destaque dentro e fora do país. Forma-se em 1979 como técnico de química industrial, e, em 1984, encerra sua atuação na indústria e se debruça no estudo integral da fotografia de forma autodidata. Seu conhecimento dos processos químicos lhe possibilita uma amplitude na manipulação e nos resultados das imagens. É no laboratório de revelação e de ampliação que Eustáquio Neves interfere manualmente nos negativos das fotografias, gerando diversos efeitos. Atua como freelancer nas áreas de documentação e publicidade, ainda em 1984, e abre um pequeno estúdio fotográfico em Belo Horizonte, em 1987. Na década de 1990, ganha destaque no cenário nacional da fotografia, trazendo questões sociais, étnicas e culturais, que surgem da experiência proporcionada pela visitação à exposição “Registros da Minha Passagem Sobre a Terra”, do artista Arthur Bispo do Rosário (1909-1989), no Museu de Arte da Pampulha (MAP), em 1989.
Entre 1994 e 1995, desenvolve a série “Arturos”, sobre um agrupamento familiar no município de Contagem, em Minas Gerais, caracterizado por ações de continuidade e respeito ao sagrado baseadas no sincretismo da religião católica com as religiões de matriz africana, em ocasião da comemoração da Festa de Nossa Senhora do Rosário, santa protetora de irmandades negras no Brasil colonial. Ainda em 1995, ganha o Prêmio Marc Ferrez de Fotografia no Rio de Janeiro. Destaca-se no ano de 1996 com a participação na Coleção Pirelli/Museu de Arte de São Paulo (Masp) de Fotografias. Participa da 6ª Bienal de Havana, em Cuba, em 1997, que descentraliza os grandes circuitos mundiais de exposições e abre espaço para artistas caribenhos e da América Latina. Ganha o Prêmio Nacional de Fotografia do Ministério da Cultura e Funarte, no Rio de Janeiro, no mesmo ano, e o Prêmio Especial Porto de Seguro de Fotografia, em São Paulo, em 2004. No ano seguinte publica seu primeiro livro, “Fotoportátil”, editado por Eder Chiodetto.
Eustáquio Neves segue sua produção discutindo a diáspora negra no Brasil, enquanto rememora e recria as histórias dessa descendência africana com base em aspectos que constituem seu cotidiano, enfatizando o Brasil como o país que tem a maior população negra fora da África, e no qual o racismo estrutural é realidade.
Sobre o curador | Eder Chiodetto (1965, SP) é curador de fotografia independente, publisher da editora de fotolivros Fotô Editorial e diretor do centro de estudos Ateliê Fotô. Foi curador de fotografia do MAM-SP entre 2005 e 2021 e mentor do programa Arte na Fotografia, no canal Arte1. É autor dos livros “O Lugar do Escritor” (Cosac Naify, 2002), “Geração 00: A Nova Fotografia Brasileira” (Edições SESC, 2011) e “Curadoria em Fotografia: da pesquisa à exposição” (Ateliê Fotô / Funarte, 2013) entre outros. Como curador já realizou mais de 120 exposições no Brasil e no exterior.
Sobre o projeto Diversos 22 | “Diversos 22 – Projetos, Memórias, Conexões” é uma ação em rede do SESC São Paulo em celebração ao Centenário da Semana de Arte Moderna de 1922 e ao Bicentenário da Independência do Brasil em 1822, com atividades artísticas e socioeducativas, programações virtuais e presenciais em unidades na capital, interior e litoral do estado de São Paulo, com o objetivo de marcar um arco temporal que evoca celebrações e reflexões de naturezas diferentes, mas integradas e em diálogo, acerca dos projetos, memórias e conexões relativos à efeméride, no sentido de discuti-los, aprofundá-los e ressignificá-los em face dos desafios apresentados no tempo presente. A programação teve início em setembro de 2021, com a realização do Seminário “Diversos 22: Levantes Modernistas”, e encerra-se em dezembro de 2022. Para mais informações, acesse.
Serviço:
Exposição “Outros Navios: Fotografias de Eustáquio Neves”
Visitação: quarta-feira, dia 7 de setembro até 26 de fevereiro de 2023
SESC Ipiranga: Rua Bom Pastor, 822, Ipiranga, São Paulo (SP)
Horários: terça a sexta, das 9h às 21h30; sábado, das 10h às 21h30; domingo e feriado, das 10h às 18h.
(Fonte: Assessoria de Comunicação do SESC Ipiranga)
Foto: Marco Froner.
Paulinho da Viola canta samba porque só assim ele se sente contente. E assim, ao som da arte que defende há seis décadas, Paulo César Batista de Faria celebrará seus 80 anos no dia 11 de novembro (o aniversário é no dia 12) no palco do Qualistage, na Barra.
Como assim 80 anos? Pois é, o tempo passa como um rio na vida de Paulinho. O ano de 1942, que deu à MPB nomes como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Milton Nascimento, antes de chegar ao fim viu nascer o menino de Botafogo (porém vascaíno, é claro), filho do violonista e chorão César Faria e de dona Paulina, que cresceu ouvindo o conjunto Época de Ouro, integrado por Seu César, e conheceu o samba na União de Jacarepaguá antes de chegar à Portela.
A soma do batuque sambista com a elegância do choro – além da companhia de bambas como Monarco, Nelson Cavaquinho, Manacéa, Elton Medeiros e Walter Alfaiate – rendeu uma obra com pérolas como “Argumento”, “Coração leviano”, “Para um amor no Recife”, “Para ver as meninas”, “Eu canto samba”, “Timoneiro” e muitas outras, sempre entoadas pela voz leve, quase sussurrada – eventualmente emprestada a canções de outros autores, como na clássica versão de “Nervos de aço”, de Lupicínio Rodrigues –, do cantor e mestre no violão e no cavaquinho. Ao lado de companheiros de banda históricos como Celsinho Silva (pandeiro e voz) e Hércules (percussão), além dos filhos João Rabello e Beatriz Rabello, Paulinho comemora 80 anos dando um presente ao Rio de Janeiro.
(Fonte: Rozangela Silva | Assessoria de Comunicação Integrada)