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Hidrelétrica Henry Borden completa 96 anos

Cubatão, por Kleber Patricio

A antiga “Usina de Cubatão”, hoje Henry Borden, foi inaugurada em 10 de outubro de 1926 como a maior hidrelétrica do país à época. Acervo sobre a obra encontra-se na Fundação Energia e Saneamento. Foto: Luiz Kagiyama.

A hidrelétrica Henry Borden, em Cubatão, na Baixada Santista, considerada durante muito tempo a maior hidrelétrica do país e parte de um empreendimento mundialmente pioneiro, comemora 96 anos no dia 10 de outubro deste ano. A usina teve papel essencial no desenvolvimento do estado de São Paulo no século passado e foi alvo de bombardeio na Revolução de 1932. A Fundação Energia e Saneamento detém e preserva a documentação histórica da construção do Complexo Henry Borden – operado pela Empresa Metropolitana de Águas e Energia (EMAE), oriunda da antiga Light –, como relatórios, mapas e fotos, disponíveis a pesquisadores de forma gratuita.

Na primeira metade do século 20, a hidrelétrica forneceu eletricidade que garantiu o crescimento do parque industrial paulista e a expansão da urbanização de boa parte da capital e região metropolitana. A usina integrou um projeto de engenharia que contemplou a criação de outras estruturas, como o reservatório Billings e o canal Pinheiros. Hoje, ambos possuem outras funções primordiais na capital, como o abastecimento de água e controle de cheias.

O complexo Henry Borden, localizado no sopé da Serra do Mar, utiliza água da Bacia do Rio Tietê, que teve seu curso alterado para descer a Serra do Mar. Do Rio Pinheiros, a água vai para a Represa Billings e depois para a Represa Rio das Pedras, reservatório da usina, percorrendo túneis abertos na serra até a usina em Cubatão. A primeira unidade do complexo foi inaugurada em 1926 e as demais foram instaladas até 1950.

A Usina Henry Borden integra um grande investimento da companhia canadense The São Paulo Tramway, Light and Power Company Limited, a Light, pioneiro no mundo, e foi a principal obra do Projeto da Serra, a maior hidrelétrica do Brasil, projetada entre as décadas de 1920 e 1960 para aumentar o fornecimento de energia elétrica para a capital paulista, que estava crescendo rapidamente.

O projeto pioneiro teve grande impacto econômico, social e ambiental, com seus reservatórios e barragens, além de inversões e canalizações de rios. A usina mudou a paisagem da baixada e contribuiu para a criação do polo industrial de Cubatão. A região foi escolhida por ficar entre São Paulo e Santos, pela proximidade com a estrada de ferro da São Paulo Railway e pelo desnível de 720 metros entre a serra e o nível do mar, dando força às águas para movimentar as turbinas.

As obras tiveram início em 1925, com cerca de seis mil operários. A Usina ainda conta, atualmente, com o maquinário original e com a atuação de cerca de 200 pessoas na operação e manutenção das instalações do complexo Henry Borden, que integra duas usinas, externa e subterrânea, que totalizam 889 MW de capacidade. As principais instalações do Projeto da Serra foram as barragens no Rio Tietê, a retificação do Rio Pinheiros e a construção das usinas elevatórias no canal, o Reservatório Billings e a Henry Borden.

Bombardeio na Revolução de 1932

Na Revolução de 1932, que surgiu de uma crise entre o Estado de São Paulo e o governo federal, resultando em um grande confronto bélico, uma das táticas usadas pelo Governo Vargas para forçar a rendição paulista foi interromper o fornecimento de energia, bombardeando a Usina de Henry Borden, então Usina de Cubatão, na época a maior usina paulista, responsável pelo abastecimento direto de energia a São Paulo.

O bombardeio tinha o propósito de pressionar os rebeldes e interromper o abastecimento de energia para as fábricas adaptadas em indústrias de guerra, prejudicando a produção e o fornecimento das tropas paulistas. No dia 29 de julho, a usina foi atingida por bombas lançadas por aviões do governo federal. A Revolução de 1932 durou três meses e a rendição foi assinada em 1º de outubro, com a derrota dos rebeldes.

Acervo Histórico

A Fundação Energia e Saneamento desenvolve projetos completos de organização de arquivos, sistematização, racionalização e recuperação rápida e eficiente das informações contidas nos documentos arquivados. Coordena a implantação do sistema Enerweb, ferramenta digital desenvolvida pela Fundação e para gestão de acervos arquivísticos, bibliográficos e museológicos.

A história da Fundação começa em 1998, quando as empresas do setor elétrico brasileiro estavam sendo privatizadas e o governo estadual paulista criou um órgão para preservar a memória e o patrimônio do gás e da eletricidade no Estado. Em 2004, a Fundação incorporou a temática do saneamento e surgiu o nome Fundação Patrimônio Histórico da Energia e Saneamento ou Fundação Energia e Saneamento.

Organização sem fins lucrativos, a Fundação atua em todo o Brasil desenvolvendo projetos culturais e educativos que contribuem para a democratização do acesso ao patrimônio cultural, visando o fortalecimento da cidadania e o uso responsável dos recursos naturais.

O acervo da Fundação é composto por mais de 1.600 metros lineares de documentos técnicos e gerenciais, 260 mil documentos fotográficos, cerca de 4.000 objetos museológicos, 50 mil títulos na biblioteca, além de documentos cartográficos, audiovisuais e sonoros, reunidos a partir de meados do século 19.

A Fundação guarda também um rico patrimônio arquitetônico e ambiental. São quatro Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs), as usinas Parque de Salesópolis, Rio Claro, Brotas e Santa Rita do Passa Quatro, algumas com áreas remanescentes de Mata Atlântica, e dois imóveis urbanos em Itu e Jundiaí.

Saiba mais: https://www.energiaesaneamento.org.br/ | https://www.energiaesaneamento.org.br/acervo.

(Fonte: Betini Comunicação)

Pinacoteca recebe instalação de Dalton Paula no octógono

São Paulo, por Kleber Patricio

Dalton Paula – “Rota do algodão”, 2022. Fotos: Paulo Rezende.

A Pinacoteca de São Paulo apresenta a instalação “Dalton Paula: Rota do Algodão” no Octógono da Pinacoteca Luz. O site-specific foi pensado e desenvolvido a partir de uma pesquisa em torno do plantio e da economia do algodão, assim como da sua importância cultural e medicinal nos Estados Unidos e no Brasil.

Viajando ao longo dos rios Mississippi (Louisiana) e Itapecuru (Maranhão), Dalton acessou diversas camadas de uma história de ascensão e abandono do comércio do algodão, de exploração dos trabalhadores escravizados nas respectivas fazendas e da falência de uma indústria inteira nas regiões ribeirinhas e portuárias no final do século XIX. Hoje, o Brasil é líder mundial na produção de algodão sustentável, principalmente originário no estado de Goiás, onde o artista reside.

Caminho do ouro branco

A instalação é composta por oito conjuntos de tamboretes populares de madeira e couro, agrupados e decorados como altares improvisados, sobre os quais repousam diversas garrafas, jarras e barris revestidos de lona de algodão. Nesse conjunto de objetos estão organizadas imagens e motivos que evocam complexas histórias da “Rota do Algodão”.

Encontramos vistas de paisagens marcadas pelo cultivo e processamento do chamado ouro branco, vistas de grandes armazéns e embarcações, de ferramentas e máquinas de processamento, de corpos invisibilizados, de objetos e atos de resistência política e espiritual. Tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, o conhecimento sobre as propriedades terapêuticas do algodão se manteve nos quilombos e comunidades afrodescendentes e foi nestes mesmos espaços que nasceram movimentos culturais diversos e muito singulares.

O artista, que já participou da Triennial no New Museum em Nova York, cria uma síntese de elementos encontrados, ressignificados e transformados em pinturas tridimensionais. O tamborete é um objeto central nas religiões de matriz africana, assim como o arranjo de garrafas de diversas escalas e formas. E o revestimento delas faz ainda referência às amarrações na cultura vodum (religião mantida pelos escravos trazidos para o Brasil que tem raízes primárias entre os povos Jeje-Fom do Benim).

Dalton Paula trabalha com pintura, desenho, vídeo, performance e instalação. A figura central da sua pesquisa é o corpo negro em diáspora, seus ritos, rituais e histórias. Em “Rota do Algodão”, Dalton desdobra sua investigação acerca do Atlântico Negro e sua rica linguagem simbólica, sendo o terceiro grande projeto após aquele que deu luz à obra “Rota do Tabaco” (2016) e à pesquisa acerca da “Rota do Ouro”. Dela resultaram as obras “Bamburrô” (2019) e “Anhanguera” (2019). Esta última consiste em uma estante com lamparinas pintadas. A obra faz parte do acervo da Pinacoteca e está em exposição no segundo andar do museu.

Sobre Dalton Paula

Dalton Paula (1982, Brasília/DF). Vive e trabalha em Goiânia/GO. É bacharel em Artes Visuais e aborda o corpo silenciado no meio urbano. Em 2021, participou da exposição “Enciclopédia Negra”, na Pinacoteca de São Paulo; em 2020, fez sua primeira exposição individual internacional “Dalton Paula: um sequestrador de almas”, na Alexander and Bonin Gallery, em Nova York. No ano de 2019, foi um dos cinco vencedores da 7ª edição do “Prêmio CNI SESI SENAI Marcantonio Vilaça de Artes Visuais” e também expôs no 36º Panorama da Arte Brasileira: Sertão, no Museu de Arte Moderna (MAM) de São Paulo.

Em 2018, foi selecionado para a “Songs for Sabotage – Triennial” no New Museum em Nova York. Também participou da 11ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul, em Porto Alegre/RS, “O Triângulo Atlântico”; da exposição “Histórias Afro-Atlânticas”, no Museu de Arte de São Paulo (MASP) e no Instituto Tomie Ohtake. Em 2017, participou da exposição “O Triângulo Atlântico” (Goethe Institut em Lagos, Nigéria), e no ano de 2016 foi um dos artistas convidados para a 32ª Bienal de São Paulo.

Sobre a Pinacoteca de São Paulo

A Pinacoteca de São Paulo é um museu de artes visuais com ênfase na produção brasileira do século XIX até a contemporaneidade e em diálogo com as culturas do mundo. Museu de arte mais antigo da cidade, fundado em 1905 pelo Governo do Estado de São Paulo, vem realizando mostras de sua renomada coleção de arte brasileira e exposições temporárias de artistas nacionais e internacionais. A Pina também elabora e apresenta projetos públicos multidisciplinares, além de abrigar um programa educativo abrangente e inclusivo.

Serviço:

Dalton Paula: Rota de algodão

Período: 8/10/2022 a 30/1/2023

Curadoria: Jochen Volz

Edifício Pinacoteca Luz

Praça da Luz, 2, São Paulo, SP, Octógono

De quarta a segunda, das 10h às 18h

Gratuitos aos sábados

R$20,00 (inteira) e R$10,00 (meia-entrada) | Ingressos no site oficial ou na bilheteria da Pinacoteca

Redes sociais da Pinacoteca de São Paulo:

Instagram | Facebook |Twitter.

(Fonte: Marmiroli Comunicação)

As fragilidades da Política Nacional de Proteção e Defesa Civil em um cenário de quase 8 milhões de desabrigados em 30 anos

Brasil, por Kleber Patricio

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil.

Nos últimos 30 anos, o Brasil teve em torno de 63 mil ocorrências de desastres. No total, foram contabilizadas 7,8 milhões de pessoas desabrigadas e desalojadas, 4.307 óbitos, mais de 3 milhões de habitações destruídas ou danificadas e uma média de R$18,26 bilhões por ano em termos de danos materiais e prejuízos. Devido à sua extensão territorial, posição geográfica e grau de desigualdade, o país conta, ainda, com um variado perfil de risco de desastre.

O enfrentamento dessa realidade requer a superação de uma série de fragilidades. Uma das principais é a insustentabilidade financeira que reflete na implementação da Política Nacional de Proteção e Defesa Civil (PNPDEC). Uma análise do orçamento anual destinado à Defesa Civil entre os anos de 2018 e 2021, considerando a correção monetária pelo IPCA, demonstra uma diminuição nos recursos destinados à área com uma perda estimada de R$612 milhões. Mas o problema não é só o déficit orçamentário.

Pesquisa realizada entre 2020 e 2021 resultou no Diagnóstico de Capacidades e Necessidades Municipais em Proteção e Defesa Civil. Uma das necessidades identificadas pelo estudo diz respeito aos meios de obtenção de recursos. De acordo com os resultados: 72% das defesas civis não têm recurso orçamentário; 76% não contam com recursos do tesouro; 74% não recebem recursos de outras secretarias; 97% e 96% não contam com doações ou fundo de reserva, respectivamente; 95% não utilizam recursos oriundos de emendas parlamentares e 90% não receberam auxílio de programas estatais em 2021.

A combinação desses dados com o incremento de desastres no país exige uma reflexão sobre como aumentar a resiliência das finanças públicas frente a riscos e desastres. Em artigo publicado na edição de setembro de 2022 da Revista de Informação Legislativa (RIL) do Senado Federal, nos propusemos a enfrentar a matéria. Destacamos o papel dos fundos federais, uma das espécies de recursos aplicáveis ao contexto do financiamento de gestão de risco e desastre, e apresentamos um conjunto de proposições em prol da melhoria do processo de implementação da Política Nacional.

Entre as propostas pontuamos: i) a necessidade de regulamentação da Lei nº 12.340/10 no que tange ao Fundo Nacional para Calamidades Públicas, Proteção e Defesa Civil (Funcap) com o apontamento de oito novas fontes que, a partir do trâmite legislativo, poderiam passar a compor o Funcap. Além disso, discorremos sobre a ii) conexão fática e normativa entre Fundo Clima e redução de risco e desastres, a fim de articular essas políticas também em termos financeiros. Por fim, argumentamos iii) pela viabilidade de utilização dos recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública, já que a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil está entre os órgãos operacionais do mencionado sistema, que inclusive tem como princípio “a eficiência na prevenção e na redução de riscos em situações de emergência e desastres.” (artigos 9º, §2º, XIII e 4º, VI da Lei nº 13.756/2018).

As alternativas são viáveis, legalmente respaldadas e de fácil operacionalização. Algumas não requerem alteração legislativa, apenas articulação política e podem ser implementadas no curto prazo. Aliados ao replanejamento orçamentário, desenvolvimento de políticas de seguro e entre outras alternativas, os fundos federais representam uma estratégia auxiliar e útil a todas as fases do ciclo de gestão de riscos e desastres, com reflexos positivos em todo o sistema.

Sobre os autores:

Fernanda Damacena é doutora em Direito Público com ênfase em Direito dos Desastres, advogada, pesquisadora e consultora da área.

Luiz Felipe da Fonseca é professor e doutorando em Direito da Universidade Federal do Pará (UFPA).

Renato Eliseu Costa é doutorando em Políticas Públicas, mestre em Gestão Pública (UNIFESP) e em Ciências (USP) e bacharel em Gestão Pública. Especialista em Planejamento e Orçamento.

Victor Marchezini é sociólogo, doutor em Sociologia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e pesquisador no Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

(Fonte: Agência Bori)

Reserva Cultural recebe exposição “Costurar fendas de outros tempos”, de Laura Freitas

Niterói, por Kleber Patricio

Laura Freitas – Costurar fendas de outros tempos. Fotos: divulgação.

No dia 13 de outubro foi inaugurada a exposição “Costurar fendas de outros tempos”, da artista Laura Freitas, no Reserva Cultural Niterói, com curadoria de Fernanda Pequeno. A mostra será composta por uma grande instalação, com 107 esculturas, além de duas fotografias e um vídeo, todos inéditos, produzidos nos últimos dois anos, nos quais a artista costura pedaços da parede como se estivesse fazendo um curativo, em uma alusão à cura da casa e das mulheres. “Cuido das ‘feridas’ da casa, tentando reparar as dores e a violência causadas em nosso corpo, principalmente o das mulheres, dando um novo sentido para o lar e para a vida”, afirma a artista.

Os trabalhos surgiram durante o isolamento social provocado pela pandemia de Covid-19. Precisando fazer manutenções em casa e sem poder chamar um pedreiro, a artista resolveu fazer outros tipos de conserto. Com atadura, cimento e linha, Laura costurou as fendas abertas na parede como se fossem curativos. “Primeiro preencho com atadura, depois coloco o cimento por cima, o que cria uma plasticidade, e vou costurando com agulha e linha, como se fosse um machucado, como se eu estivesse suturando uma ferida”, conta a artista.

Todo o processo de costura das paredes de sua casa foi registrado em fotos e em um vídeo, que farão parte da exposição. Esculturas feitas em blocos de concreto com reproduções das rachaduras costuradas ganharam o nome de “Cotidianas” e farão parte da mostra como uma instalação de parede, de modo a criar relevos. “A montagem sugere nuvens densas, que flutuam pesadamente, ou mesmo lápides mortuárias. Ao mesmo tempo, repercute as janelas do entorno da casa da artista, bem como a relação estabelecida com as telas e os dispositivos”, ressalta a curadora Fernanda Pequeno no texto que acompanha a exposição.

As costuras produzem formas diversas, não intencionais, uma vez que a artista segue as falhas já existentes na parede da casa. “Texturas e manchas, rachaduras e costuras criam desenhos que, por vezes, sugerem antropomorfismos e paisagens e, em outras, enfatizam grafismos, formas lineares e abstratas. Linhas, estrias e colunas indicam relevos e caminhos, bem como feridas abertas e cicatrizadas pelo tempo. Antes reclusas, agora afirmam-se e expandem-se, tanto em escala quanto em alcance, reverberando em outros corpos e casas, conectando vivências e memórias”, afirma a curadora.

A costura sempre esteve presente na vida e na obra de Laura Freitas, que já trabalhou com moda, produzindo roupas e pintando tecidos. Em seu trabalho como artista, além da costura, a questão da casa sempre foi muito presente. Se hoje ela está costurando a parede de sua moradia, no passado, já cerziu cascas de ovos e porcelanas.

Nascida em uma família de mulheres muito religiosas, dedicadas ao lar e aos filhos, Laura Freitas busca, por meio de suas obras, a libertação e a autonomia dos corpos, sobretudo, o da mulher. “São corpos muitas vezes controlados, tensos e violentados. Eu trago essa sensação no meu corpo junto à vontade de libertar isso – não só de mim, mas de outras pessoas”, afirma a artista.

Atividades em torno da exposição

Como parte da exposição “Costurar fendas de outros tempos”, no mês de outubro serão realizadas oficinas gratuitas voltadas para crianças, idealizadas e ministradas pela própria artista. As oficinas partem da pesquisa de Laura Freitas sobre a nossa casa/corpo/paisagem. Serão utilizados materiais recicláveis e cotidianos do universo de trabalho da artista. Além disso, também serão realizadas visitas guiadas à mostra para escolas da rede municipal e da Universidade Federal Fluminense.

No dia 19 de novembro, às 16h, será lançado o catálogo virtual da exposição, com uma conversa com a participação da artista Laura Freitas e da curadora Fernanda Pequeno.

Sobre a artista

Laura Freitas.

Laura Freitas vive e trabalha em Niterói (RJ). Graduada em Educação Artística com formação em Arteterapia e piano, passou um longo período dedicado à área têxtil, com produção de roupas autorais e pintura em tecido. Hoje, Laura tece com desenho, performance, escultura e vídeo. Alinhava, entre a ação e a construção de objetos, temas que envolvem os lugares do feminino, da sexualidade e do espaço íntimo, formando, assim, a trama de sua produção artística. Frequentou diversos cursos na EAV do Parque Lage, ministrados por João Carlos Goldberg, Iole de Freitas, Franz Manata, Ana Miguel, Brígida Baltar, Clarissa Diniz e Mariana Manhães.

Entre suas últimas exposições individuais, estão “Falo por um FIO”, na Galeria Cândido Portinari da UERJ e “Quando nascer (ou morrer) não é uma escolha”, no Espaço Cultural Correios Niterói (2019), ambas com curadoria de Fernanda Pequeno. Suas mais recentes exposições coletivas são “Por enquanto: os primeiros quarenta anos” (2022), na Galeria de Arte UFF, “Minúsculas” (2020), no Centro de Artes Calouste Gulbenkian, Rio de Janeiro (RJ), “Mostra EAV” (2020), na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de janeiro (RJ) e “Ainda fazemos as coisas em grupo” (2019), no Centro Municipal de Artes Hélio Oiticica, no Rio de Janeiro (RJ).

Serviço:

Exposição “Costurar fendas de outros tempos”, de Laura Freitas

Exposição: até 20 de novembro de 2022

Av. Visconde do Rio Branco, 880 – São Domingos, Niterói – RJ

Telefone: (21) 3604-1545

Todos os dias, das 12h às 22h

Gratuito.

(Fonte: Midiarte Comunicação)

6ª edição do ‘Experimenta! Comida, Saúde e Cultura’ reflete sobre as escolhas alimentares e seus impactos na saúde e no meio ambiente

São Paulo, por Kleber Patricio

Degustação guiada: a diversidade brasileira com o chef Max Jaques (SESC Avenida Paulista). Foto: Alexandre Schneider.

Promover a conscientização e o estímulo à alimentação adequada e saudável, incentivar reflexões e práticas a partir de conexões entre aspectos culturais, sociais, ambientais e de saúde, e ampliar a autonomia das escolhas alimentares – esses são alguns dos objetivos do Experimenta! Comida, Saúde e Cultura, que o SESC São Paulo apresenta de 15 a 23 de outubro em todas as unidades do estado. É a sexta edição do projeto, que retorna com a programação presencial após dois anos, e com mais de 100 atividades gratuitas para todos os públicos. Há também atividades on-line. Em geral, as inscrições são realizadas no local, 30 minutos antes, mas em alguns casos é necessário se inscrever previamente pela internet a partir do dia 8 de outubro, conforme o calendário das ações.

Dentre os convidados que abordam a relação do ser humano com a comida, destaque para a nutricionista e criadora do podcast Panela de Impressão, Elaine de Azevedo, o doutor em sociologia e fundador da Escola do Gosto, Carlos Alberto Dória, a cientista e historiadora Adriana Salay, do Quebrada Alimentada, a chef Bel Coelho e o líder comunitário na zona sul de São Paulo Thiago Vinicius, listado entre as jovens promessas mundiais da gastronomia no 50 Next, da revista britânica Restaurant, pela atuação na Agência Popular Solano Trindade e no restaurante Organicamente Rango.

SESC 24 de Maio – Copa lombo assado com molho defumado de goiabada. Foto: Alberto S. Cerri.

Com atividades em diferentes formatos que abrangem os sete eixos que norteiam o Experimenta! Comida, Saúde e Cultura (conheça cada um mais abaixo), a programação deste ano aborda a sociedade, como a valorização dos alimentos in natura e minimamente processados, das culturas alimentares, da prática de cozinhar e das políticas públicas voltadas para o acesso a alimentação saudável para todos. As novas regras de rotulagem nutricional que entram em vigor neste mês de outubro também serão abordadas, assim como o combate à fome e insegurança alimentar no Brasil.

Dados do II Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil (II Vigisan) divulgados recentemente, informa que 33,1 milhões de pessoas no país não têm o que comer. E cerca de 58,7% dos brasileiros estão em situação de insegurança alimentar; ou seja, 125,2 milhões de pessoas não têm acesso regular e permanente a todas as refeições. O estudo foi desenvolvido pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (Rede Penssan) em parceria com empresas e instituições como o Sesc São Paulo.

Além dos nutricionistas, a edição reúne engenheiros (agrônomo, de alimentos e florestal), agricultores, cientistas, biólogos, sociólogos, jornalistas, historiadores, pesquisadores e professores, ativistas e líderes comunitários, e ainda institutos, coletivos e ONGs.

Destaques da abertura, 15/10

Vivência: Os sabores da culinária baiana de rua estão à prova na atividade que reúne a cozinheira – e confeiteira por formação – Jeanine Vieira, baiana da Chapada Diamantina com passagem por alguns dos importantes restaurantes de São Paulo, e o doutor em sociologia Carlos Alberto Dória, vencedor do prêmio Best Food Literature Book no Brasil pelo livro “Estrelas no céu da boca: escritos sobre culinária e gastronomia”. Juntos, eles contextualizam o papel da alimentação como elemento cultural e símbolo de identidade de um povo (SESC Bom Retiro. 15/10, sábado, das 12h às 13h30 e das 14h às 15h30. Livre. Grátis. Inscrições a partir de 8/10 pelo site).

SESC Bom Retiro – Mão na Massa. Foto: divulgação.

Bate-papo: A presença cada vez maior dos ultraprocessados nas refeições dos brasileiros é tema da roda de conversa no SESC Santana com o nutricionista José Carlos, pós-graduando em nutrição vegetariana e vegana e idealizador do perfil ‘O Nutri Favelado’ no Instagram. A partir da pergunta “Ultraprocessados: uma ameaça à nossa cultura alimentar?”, ele coloca para reflexão o domínio dos ultraprocessados no prato da população brasileira, em detrimento do consumo de alimentos in natura e minimamente processados, como o arroz e o feijão, com um recorte para o consumo na periferia (15/10, sábado, das 15h às 16h30. Livre. Grátis. Retirada de ingressos no local).

+ PROGRAMAÇÃO NA CAPITAL E GRANDE SÃO PAULO

Oficinas culinárias

A engenheira Daniele Parra, pós-graduada em Microbiologia de Alimentos e idealizadora do canal ‘Higiene na Cozinha’ no Youtube, apresenta no SESC Guarulhos as novas regras para a rotulagem dos produtos industrializados. Com vídeos educativos e exemplos de embalagens, o público pode entender o novo sistema e garantir uma alimentação mais saudável (16/10, domingo, das 12h30 às 15h. Livre. Grátis. Sem retirada de ingressos).

No SESC Consolação, a nutricionista Ana Paula Bortoletto Martins explica as mudanças de rotulagem de alimentos, com encontros prático-informativos. Para apresentar as novidades, a professora e pesquisadora do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da USP e consultora do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor leva o público a estabelecimentos comerciais da região, como o Instituto Feira Livre. As visitas permitem identificar a importância das atualizações do sistema de rotulagem direto das prateleiras (19/10, quarta, das 9h às 11h, e 20/10, quinta, das 14h30 às 16h30. Livre. Gratuito. Inscrições na Central de Atendimento 30 minutos antes).

SESC Carmo – A cozinha caipira do Lobozó. Foto: Tati Frison.

Na oficina “A cozinha caipira do Lobozó”, que acontece no SESC Carmo, os chefs Gustavo Rodrigues e Marcelo Corrêa Bastos apresentam a culinária Paulistânia do povo caipira de São Paulo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, sul de Minas Gerais, Triângulo Mineiro e partes do Paraná. Com base na cultura dos indígenas guaranis, os chefs preparam duas receitas típicas dessa região (19/10, quarta, das 19h às 20h30. Livre. Grátis. Inscrições a partir de 8/10 pelo site).

Dentre as ações que tratam do aproveitamento dos alimentos por inteiro para a redução do desperdício e economia dos gastos, a nutricionista Malu Lobo ensina como utilizar as partes não convencionais, como talos, folhas e sementes com o preparo de receitas práticas, saborosas, saudáveis e com ingredientes acessíveis (SESC Guarulhos. 22/10, sábado, das 14h às 16h. Livre. Grátis. Sem retirada de ingressos).

No SESC 24 de Maio, o chef de cozinha Vitor Pompeu, que coordena restaurantes em Campos do Jordão e Gonçalves, interior de Minas Gerais, ministra um bate-papo sobre ingredientes e preparos de pratos típicos da culinária da região da Serra da Mantiqueira, destacando o trabalho dos produtores locais (23/10, domingo, das 16h às 17h. Livre. Grátis. Sem retirada de ingressos).

Vivências

SESC Santo Amaro: Aproveitamento integral dos alimentos. Foto: divulgação.

A ONG Cidades sem Fome, que desenvolve projetos de agricultura sustentável em áreas urbanas e rurais, explica de onde vêm as frutas, ervas, legumes e verduras compradas em feiras, mercados e quitandas, com um passeio guiado por uma das hortas do projeto, na zona leste de São Paulo (SESC Belenzinho. 15/10, sábado, das 9h às 16h. Área de convivência – local de encontro. Livre. Grátis. Pré-inscrições a partir de 8/10 pelo site).

No SESC Bom Retiro, a chef Aline Chermoula, pesquisadora da cozinha da diáspora africana pelas Américas e em cultura afro-americana, aplica uma vivência ligada à ancestralidade e inspirada na cultura da culinária afro-indígena. Na atividade “Tem inhame na minha sobremesa!”, ela utiliza ingredientes ancestrais em receitas contemporâneas (16/10, domingo, das 13h às 15h. Livre. Grátis. Inscrições na Central de Atendimento 30 minutos antes).

E no SESC Pompeia, a chef de cozinha resgata as memórias ancestrais por meio de pesquisas sobre comida africana e suas representações, com destaque para os pratos doces repletos de cultura, saberes e com sabores irresistíveis, que são típicos de cada país da África e menos conhecidos no mundo (18 e 20/10, terça e quinta, das 19h às 21h. Livre. Grátis. Inscrições nas oficinas 30 minutos antes).

SESC São José dos Campos: Alimente-se de Histórias. Foto: divulgação.

A edição 2022 do Experimenta! também vai proporcionar ao público diversas experiências pela cultura alimentar brasileira, que é rica em ingredientes e técnicas culinárias, e permitir conhecer receitas tradicionais que preservam nossas histórias e identidades, como a degustação de ingredientes nacionais com o chef Max Jaques. Pesquisador no Instituto Brasil a Gosto, ele compartilha detalhes de cada especiaria, sua forma de produção e seus diferentes usos no receituário brasileiro (SESC Avenida Paulista. 20/10, quinta, das 20h às 21h30. Livre. Grátis. Inscrições na Central de Relacionamento 1 hora antes).

Para quem quer conhecer como funciona hortas e cozinhas comunitárias, há uma visita mediada na Cozinha Academia Carolinas, na Cidade Tiradentes e na Horta da Vila Nancy, em Guaianases, também na zona leste. A atividade aborda como esses espaços atuam no combate à fome em territórios de vulnerabilidade social (SESC Itaquera. 23/10, domingo, das 9h30 às 16h30. Atividade externa. 10 anos. Inscrições a partir de 14/10 pelo site).

Feiras de alimentos

Produtores de alimentos orgânicos e agroecológicos do estado de São Paulo, incluindo agricultores da zona leste e extremo sul da capital e da região metropolitana, comercializam, em nove unidades do SESC, produtos frescos e sazonais a um preço justo e acessível, com o intuito de ampliar o acesso a produtos de qualidade e fortalecer a economia local.

SESC Carmo – Mostra da Agrobiodiversidade Itinerante. Foto: Luciana Freire.

Entre os diversos pequenos produtores, associações e cooperativas, destaque para a iniciativa Frente Alimenta, que conecta agricultores agroecológicos e cozinhas comunitárias para o fornecimento de refeições à população em insegurança alimentar; o grupo Mulheres do GAU, formado por imigrantes nordestinas que trabalham com agricultura agroflorestal e culinária em São Miguel Paulista; e a Associação de Agricultores da Zona Leste, que presta assistência técnica agroecológica por meio de projetos e promove parcerias para a comercialização do que é cultivado.

As feiras de alimentos ficam montadas nas unidades do SESC Guarulhos, Ipiranga, Itaquera, Santo Amaro e São Caetano, na capital e Grande São Paulo; e Bauru, Registro, Ribeirão Preto e Sorocaba, unidades do interior. Os dias e horários de funcionamento estão disponíveis no site do evento.

Palestra

Achados arqueológicos remanescentes de um quilombo no terreno das obras da linha laranja do metrô de São Paulo, no “Vale do Saracura” como é conhecido, é tema da palestra “Comida de preto no território da Grota do Bixiga” que o chef Rogério Leite ministra no Centro de Pesquisa e Formação. Ele fala sobre a herança africana na culinária nacional, revela quais pratos foram incorporados à alimentação do dia a dia do povo preto do Bixiga e quais outras comidas podem ser características dessa população atualmente (15/10, sábado, das 14h às 16h. Livre. Grátis. Inscrições a partir de 08/10 pelo site).

Bate-papos

O SESC Carmo organiza o bate-papo virtual sobre “Comendo identidades: o que ingredientes e receitas falam sobre nossas culturas”, com a professora de Gastronomia do Senac Joana Pellerano. Pós-graduada no assunto, ela fala sobre as diferentes maneiras de enfrentar os ingredientes e receitas e como essas relações ajudam a mostrar quem somos e quem não somos. A conversa será via plataforma Zoom (17/10, segunda, das 19h às 20h. Livre. Grátis. Inscrições a partir de 08/10 pelo site).

O SESC Itaquera recebe a cientista e historiadora Adriana Salay, o nutricionista com especialização em Saúde Pública Adolfo Mendonça e a doutoranda em Alimentos e Nutrição e coordenadora da Frente Alimenta, Daniele Custódio, para uma conversa sobre a fome na cidade de São Paulo. Com base nos resultados do II Inquérito Nacional, os participantes compartilham vivências e saberes das ações e redes construídas para o combate à fome

(19/10, quarta, das 19h às 20h30. Livre. Sem retirada de ingressos).

No SESC Ipiranga, o doutor em sociologia pela Unicamp e fundador da Escola do Gosto Carlos Alberto Dória, e a nutricionista, mestre em Agroecossistemas e criadora do podcast Panela de Impressão, Elaine de Azevedo, conversam sobre “Comida e Colonialidade”. As tensões e os conflitos envolvidos nos processos de controle e de exploração da soberania alimentar e das diversas formas de violências praticadas na tentativa de subjugar o outro, tendo como pano de fundo a história da alimentação no Brasil (19/10, quarta, das 19h às 21h. Livre. Grátis. Sem retirada de ingressos).

No SESC Avenida Paulista, o chef Max Jaques e a jornalista Denise Godinho conversam sobre “Comida e Literatura”. Pesquisador do Instituto Brasil a Gosto e membro do Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional de São Paulo, Jaques é autor do livro “Comida no Cotidiano”. Denise Godinho é autora do livro “Capitu vem para o jantar” e criadora do projeto homônimo que explica nas redes sociais o papel da comida na literatura. Com mediação da jornalista Bel Moherdaui, eles falam da comida brasileira presente na literatura nacional. O público descobre os diferentes sabores que fazem parte da obra de grandes autores nacionais, como Mário de Andrade, Jorge Amado, Machado de Assis, Rachel de Queiroz e Carolina Maria de Jesus (19/10, quarta, das 19h30 às 21h. Livre. Grátis. Inscrições na Central de Relacionamento 1 hora antes).

No SESC Bom Retiro, é exibido o documentário “Big food: o poder da indústria de ultraprocessados”, de Anderson dos Santos e Chica Santos, seguido de bate-papo. Para discutir como as grandes corporações têm influenciado nas escolhas da população, impactando a alimentação mundial e, consequentemente, a saúde e o meio-ambiente, participam a chef Bel Coelho, que privilegia em suas criações o uso de ingredientes nativos brasileiros, representantes do projeto digital O Joio e o Trigo, que trata de temas relacionados à indústria de alimentos e seus conflitos de interesse com a saúde pública, e do IDEC – Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (20/10, quinta, das 18h às 20h. 12 anos. Grátis. Inscrições na Central de Atendimento 1 hora antes).

Passeios

Do SESC Santana, partem dois passeios – em datas diferentes – para conhecer a agroflorestal do Estradão, coletivo que atua na comunidade Jardim Filhos da Terra, na zona norte da capital. O local, que hoje abriga um sistema sustentável de plantio e ainda faz a recuperação vegetal e do solo, era um terreno baldio antes utilizado como depósito de lixo e entulho. Em uma das caminhadas, o público inscrito faz um trabalho de reconhecimento das PANCs (plantas alimentícias não convencionais), ervas medicinais e árvores nativas, e tem contato com as técnicas de permacultura e sua adaptação para o meio urbano-periférico. Um almoço com ingredientes da rede de economia solidária será servido pelo coletivo (16/10, domingo, das 10h às 18h. Livre. Grátis. Inscrições a partir de 8/10, pelo site).

A outra visita ao mesmo endereço é exclusiva às crianças – acompanhadas pelos responsáveis –- interessadas em conversar sobre o que é comida saudável, comida de verdade e sobre o ciclo do alimento – da produção à compostagem. Na caminhada pelo terreno, elas fazem o mesmo trabalho de reconhecimento das PANCs, das ervas medicinais e das árvores nativas, além de ver as técnicas de permacultura implementadas (23/10, domingo, das 10h às 15h. Para crianças acompanhadas por responsáveis. Livre. Grátis. Inscrições a partir de 14/10, pelo site).

A programação completa da sexta edição do Experimenta! Comida, Saúde e Cultura está no site do SESC São Paulo.

Eixos

A programação do Experimenta! Comida, Saúde e Cultura é pautada por sete eixos norteadores, que propõem reflexões e práticas a partir de conexões transversais entre a alimentação e seus aspectos culturais, sociais, ambientais e de saúde. Conheça cada um:

1 – Comer é cultura: formada por diferentes saberes e sabores, a cultura alimentar de um povo é um traço importante de pertencimento, capaz de transmitir valores e significados sociais, religiosos, econômicos, étnicos, afetivos e tantos outros. A comida é um pilar da identidade cultural, um patrimônio humano.

2 – A saúde está na mesa: alimentos in natura e minimamente processados, de origem predominantemente vegetal, são a base para uma alimentação saudável. Frutas, verduras, legumes, cereais, feijões, castanhas e raízes são alguns exemplos desses alimentos.

3 – Diversidade do prato: sabores da natureza: enriquecer nossas refeições com a grande variedade de vegetais disponível em nosso território é uma forma de agregar sabores e nutrientes, além de contribuir para a promoção da biodiversidade e a preservação de culturas alimentares.

4 – Aqui se planta, aqui se come: saber de onde vem e como é cultivada nossa comida é importante para escolhas conscientes. O consumo de alimentos produzidos localmente por pequenos agricultores contribui para a promoção de sistemas alimentares sustentáveis social e ambientalmente. Cultivar ervas em casa ou colher alimentos em uma horta urbana pode ampliar o contato com a natureza e o cultivo de alimentos.

5 – Se tá na época, tem na feira: as feiras livres são pontes entre o campo e a cidade e ampliam o acesso a alimentos saudáveis. Ao ocuparem o espaço urbano, aumentam a oferta de itens in natura da estação. Privilegiar os agroecológicos, nas feiras ou grupos de compras coletivas, contribui para expansão desse setor na economia e redução dos impactos ambientais de produção.

6 – Cozinhar é preciso: cozinhar é uma prática capaz de transmitir tradições, histórias e habilidades entre as gerações. É uma tarefa de todos e um ato importante para a conquista de autonomia e saúde. Quando cozinhamos, podemos escolher cada ingrediente que irá compor nosso prato, além dos cuidados com o seu preparo.

7 – Conexão comida: a alimentação possui aspectos sociais, culturais, políticos, econômicos, de saúde e sustentabilidade. Considerar as dimensões do sistema alimentar na sua integralidade é importante para a construção de uma consciência crítica sobre as nossas práticas e sobre como elas influenciam a sociedade e o planeta.

Guia Alimentar

Em seus serviços de alimentação e atividades educativas, o SESC promove ações que vão ao encontro dos princípios da segunda edição do Guia Alimentar para a População Brasileira, publicado em 2014 pelo Ministério da Saúde. Da elaboração dos cardápios das Comedorias às oficinas e cursos que abordam temas como o ato de cozinhar e a diversidade alimentar, entre outros. A publicação, que orienta sobre os caminhos para uma alimentação adequada e saudável e serve como fonte para criação de ações governamentais e projetos, é considerada uma das melhores do mundo, com reconhecimento internacional por sua proposta inovadora e linguagem clara e direta. Para conferir o guia completo, acesse o site.

Serviço:

6° Experimenta! Comida, Saúde e Cultura

Quando: 15 a 23 de outubro de 2022

Onde: em todas as unidades do SESC na capital e Grande São Paulo, interior e litoral

Mais de 100 atividades gratuitas. Presencial e online.

Programação completa: clique aqui.

(Fonte: Conteúdo Comunicação)