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Surdos Fazem Cinema abre inscrições para a edição 2025 em São Paulo

São Paulo, por Kleber Patricio

Curso de cinema gratuito para surdos recebe inscrições até 11 de março. Foto: Guilherme Dantas.

Já imaginou um curso onde alunos surdos são protagonistas na frente e atrás das câmeras? Essa é a proposta do projeto Surdos Fazem Cinema, que está com inscrições abertas para sua terceira edição. O curso, totalmente gratuito, capacita estudantes surdos em todas as etapas da produção cinematográfica, desde a criação de roteiros até a edição final.

Idealizado pelo premiado diretor Ricardo Cioni Garcia, o projeto busca fortalecer a inclusão e ampliar a presença da comunidade surda no audiovisual brasileiro, garantindo espaço para que essas vozes contem suas próprias histórias. “A luta da comunidade surda é histórica, mas suas principais conquistas de inclusão ainda são recentes. Precisamos combater o capacitismo e criar mais oportunidades. Com esse projeto, queremos provar que o surdo pode estar tanto na direção quanto na atuação”, afirma Ricardo Garcia, que já venceu mais de 20 prêmios internacionais e teve filmes selecionados em festivais qualificadores do Oscar.

O Surdos Fazem Cinema nasceu após a realização do curta-metragem ‘Amei Te Ver’, que contou com um ator surdo e uma atriz cega. A experiência sensibilizou o diretor, que percebeu a necessidade de ampliar as oportunidades para pessoas com deficiência no setor cinematográfico. Desde então, o projeto tem revelado talentos e produzido curtas-metragens inovadores e impactantes.

As inscrições para a edição de 2025 já estão abertas e podem ser feitas até o dia 11 de março. Link para inscrição: https://www.surdosfazemcinema.com.br/.

Ricardo Cioni Garcia. Foto: Divulgação.

Sobre Ricardo Cioni Garcia: Com uma carreira internacional consolidada, Ricardo Cioni Garcia tem mais de 20 prêmios e participações em quase 100 festivais, incluindo o Emmy 2022 JCSI Young Creative Awards, que trouxe o prêmio para o Brasil pela primeira vez. Formado em Audiovisual pela USP, Garcia também estudou cinema na China, Canadá e breve estará nos Estados Unidos para dar sequência aos estudos, recebendo bolsas de excelência. Seu compromisso com o cinema e a inclusão social reflete-se no Surdos Fazem Cinema, um projeto que transforma vidas por meio da arte.

Para mais informações e inscrições, acompanhe o projeto Surdos Fazem Cinema nas redes sociais: @surdosfazemcinema.

Apoios e Realização: Butikin Filmes, IST – Instituto Santa Teresinha, Tudo Vira Cult SP, Governo do Estado de São Paulo – Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativa, Lei Paulo Gustavo, Governo Federal – Ministério Da Cultura.

(Com Ricardo Nóbrega/Deu Click Comunicação)

Eduardo Freitas denuncia desigualdades e exploração de trabalhadores em exposição em Portugal

Loures, por Kleber Patricio

Instalação ‘Cem em pregos’, cerâmica vidrada e pratos de porcelana. Imagem: Eduardo Freitas.

Portugal enfrenta uma realidade paradoxal em dois de seus setores essenciais: os restaurantes e as artes. Responsáveis por movimentar a economia e enriquecer a cultura do país, ambos os campos compartilham características preocupantes, como a informalidade, as relações precárias de trabalho e a desvalorização dos trabalhadores. O setor de restaurantes depende fortemente de trabalhadores estrangeiros: 59% da mão de obra é imigrante, sendo desses 79% brasileiros, segundo estudo da AHRESP (Associação as Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal) em 2024. Apesar de sua contribuição fundamental para o setor e para o turismo local, esses trabalhadores muitas vezes enfrentam jornadas exaustivas, baixos salários e, no caso dos estrangeiros, xenofobia. Na cena artística, as desigualdades também estão presentes, com remunerações incompatíveis com as funções desempenhadas e uma estrutura que frequentemente priva artistas de condições sustentáveis de trabalho.

É nesse contexto que surge EM.PREGO, exposição do artista brasileiro Eduardo Freitas que inaugurou no dia 22 de fevereiro na Galeria Municipal Vieira da Silva, em Loures. Inspirado por suas próprias experiências como artista e garçom (função desempenhada quando chegou ao país), Freitas combina escultura, multimídia e performance para expor as relações precárias do setor de restaurantes e suas conexões com o universo da arte. Com ironia e críticas afiadas, as obras reimaginam alimentos como órgãos humanos e brincam com as palavras, criando metáforas visuais que questionam os limites do corpo e as estruturas de poder da sociedade neoliberal.

Uma das obras da exposição, Sem fundos, apresenta um prato fixo na parede. Dentro do objeto, o artista exibe o extrato bancário de sua conta no dia da inauguração da mostra, com um saldo de apenas 15,06 euros, visibilizando a instabilidade financeira de sua própria profissão.

Na abertura da exposição, o artista ainda apresentou uma nova iteração da performance Empregado de Mesa, originalmente realizada na última edição da Bienal de Cerveira. Na obra, uma réplica do corpo do artista em cerâmica é colocada sobre uma mesa no centro do espaço. Usando um martelo, o artista quebra a escultura em pedaços, oferecendo seus cacos em uma bandeja aos convidados, em uma narrativa sobre o preconceito e o assédio sofridos pelos trabalhadores de restaurantes.

EM.PREGO convida o público a refletir sobre as condições subalternas impostas aos trabalhadores, seja dentro das cozinhas ou nas galerias de arte, evidenciando os desafios e as desigualdades que permeiam esses espaços. A exposição permanece aberta até o dia 4 de maio de 2025.

Performance ‘Empregado de Mesa’. Imagem: cortesia Galeria Municipal Vieira da Silva.

Freitas tem uma longa trajetória em Portugal, com exposições por todo o país. Atualmente, o artista também participa da coletiva A fragilidade do que persiste, em cartaz até 15 de março na Galeria Jovem, em Vila Franca de Xira, e de uma residência no Imaginarius Centro de Criação, em Santa Maria da Feira.

Serviço:

EM.PREGO

Exposição: até 4 de maio | terça-feira a domingo, das 10h às 13h e das 14h às 18h

Local: Galeria Municipal Vieira da Silva

Endereço: Parque Adão Barata, R. Alfredo Duarte Pinto, Loures, Portugal

Instagram.

(Com Patrícia Gil/OMA Galeria)

Me Gusta retorna a Jaguariúna para mais uma celebração da gastronomia local

Jaguariúna, por Kleber Patricio

O Sítio das Fontes. Fotos: Divulgação.

Após o grande sucesso da última edição, o Me Gusta está de volta para mais uma experiência gastronômica autêntica e cheia de sabor. No dia 9 de março, das 12h às 17h, o Sítio das Fontes será novamente o cenário deste evento que fortalece a conexão entre produtores locais e consumidores apaixonados por comida de verdade.

O Me Gusta nasceu com o propósito de valorizar o sistema alimentar local promovendo um encontro direto entre quem produz e quem consome. A proposta é simples e poderosa: incentivar uma relação mais consciente e afetiva com os alimentos, destacando a importância da sazonalidade, do trabalho artesanal e da economia solidária.

Nesta edição, o público poderá degustar e adquirir produtos frescos e de alta qualidade diretamente das mãos dos produtores. Entre os expositores confirmados estão mestres da panificação, queijeiros artesanais, vinícolas, cervejarias, pizzaiolos e horticultores, proporcionando uma experiência completa para os amantes da boa gastronomia.

Além da diversidade de sabores, o evento oferece um ambiente descontraído e acolhedor, perfeito para um dia em família ou entre amigos. Com música ambiente, natureza ao redor e aquele clima de feira gastronômica, o Me Gusta se firma como um ponto de encontro para quem valoriza o consumo consciente e a cultura alimentar regional.

Sobre o Me Gusta

Mais do que um evento, o Me Gusta é um movimento que busca fortalecer o sistema alimentar local, incentivando o consumo de produtos frescos e artesanais, aproximando pequenos produtores do público e criando um espaço de conexão, sabor e transformação. Venha viver essa experiência.

Sobre o Sítio das Fontes

O Sítio das Fontes é um espaço dedicado ao desenvolvimento humano, à educação alternativa e à conexão com a natureza, fundamentado nos princípios da Antroposofia. Localizado em Jaguariúna (SP), oferece cursos livres, imersões e experiências transformadoras em áreas como Pedagogia Waldorf, agricultura biodinâmica e autoconhecimento. Com uma infraestrutura completa, incluindo alojamentos, salas de atividades e espaços ao ar livre, o Sítio das Fontes é um ambiente ideal para quem busca aprendizado vivencial, crescimento pessoal e um estilo de vida mais conectado à natureza.

Serviço:

Local: Sítio das Fontes – Jaguariúna/SP

Data: 9 de março de 2024

Horário: das 12h às 17h

Entrada gratuita

https://megustaartesanal.my.canva.site/

falamegusta@gmail.com.

(Fonte: Me Gusta)

[Livros] Chamado à reparação: ‘Céu azul é tempestade’

São Paulo, por Kleber Patricio

As possibilidades de reparação pela injustiça sofrida por pessoas negras escravizadas e os desafios desse processo são o ponto de partida do livro ‘Céu azul é tempestade’, da escritora e jornalista Patricia Xavier. Por meio de uma narrativa ficcional, são abordadas as consequências da escravidão e do racismo vividas pela população negra brasileira nos dias atuais.

Na trama, Tereza e seus filhos Cido e Juninho serão os primeiros contemplados por uma decisão histórica: a retratação financeira pelo trabalho dos antepassados escravizados. Bisneta do fundador de um dos maiores quilombos da região, a protagonista e sua família são escolhidos para dar início ao recebimento da indenização pela prefeitura da cidade.

A conquista, porém, não é aceita pelos donos das terras da pequena Águas Correntes, descendentes daqueles que escravizaram os antepassados de Tereza e de outros habitantes locais. Em uma madrugada, ela recebe uma ameaça: se aceitar a quantia de dinheiro, seus filhos morrem.

Tereza chorava com as costas arqueadas, a pressão pra continuar espremia o peito, fazia a cabeça doer e a garganta fechar. Não saía correndo porque a mente respondia ao corpo que ela não foi escolhida à toa. Sabia da responsabilidade com as mãos cheias de rugas, os olhos vazios de esperança, o cansaço acumulado em séculos de opressão. (Céu azul é tempestade, p. 52)

Foto: Cleo Martins.

Oprimida pela escolha entre sua família e a comunidade, Tereza contará com uma rede de apoio formada pelos filhos, amigos, a população quilombola local e a presença invisível de seu bisavô Bô, que acompanha seus passos e com quem se encontra nas rodas de jongo. Porém, a busca por justiça pode apresentar obstáculos inesperados.

Essa narrativa sensível, que marca a estreia da jornalista Patricia Xavier na literatura, explora as nuances do racismo no Brasil e dos laços que se constroem ao combatê-lo. “No meu primeiro livro, senti que só poderia escrever sobre o que me causa profunda indignação”, comenta. A obra, que chega também com traduções em espanhol e francês, é um estímulo a jovens e adultos para discutir as origens das desigualdades, entender e mudar o Brasil de hoje.

FICHA TÉCNICA

Título: Céu azul é tempestade

Autora: Patricia Xavier

Editora: Caravana Grupo Editorial

ISBN: 9786552232267

Formato: 14×23 cm

Páginas: 76

Preço: R$60 (físico) | R$27,90 (e-book)

Onde comprar: Caravana Editorial | Amazon

Sobre a autora | Patricia Xavier é escritora e jornalista, nascida em São Paulo. É autora de Céu azul é tempestade (Caravana Grupo Editorial, 2024), romance traduzido para o espanhol e francês.  Finalista do Prêmio Anna Maria Martins 2025 da União Brasileira de Escritores com o conto Entre braços, e do Prêmio Off Flip com o conto Proibida de morrer, publicado pelo Selo Off Flip em 2024. Instagram: @patriciaxavierescritora_.

(Com Maria Clara Menezes/LC Agência de Comunicação)

Projeto ‘Forró pra Tocar’ retoma as atividades logo depois do Carnaval

Campinas, por Kleber Patricio

Foto: Divulgação.

O projeto Forró pra Tocar retoma as atividades em 2025 na sexta-feira, 7/3, depois do Carnaval. O projeto tem como objetivo despertar a consciência musical entre as pessoas por meio do forró. As oficinas ocorrerão em todas as sextas-feiras do ano, das 16h30 às 18 horas na Praça Ângelo Carlini, em Barão Geraldo. As atividades são gratuitas e abertas ao público em geral.

O projeto foi fundado e é coordenado por Clara Rodriguez junto ao coletivo do FPT. Sanfoneira da cena local, explora o protagonismo feminino na cena do Forró. Formada em Música pela Unicamp, é professora de música e sanfoneira de diversos grupos, cantores e orquestras da região. “Esse forró é pra tocar, pra cantar, pra trocar de instrumento, pra passar o fim de tarde na praça escutando o sonzinho, pra se encontrar, pra aprender música nova, pra ir pegando com o tempo, pra ter saúde, pra ter autoestima, pra celebrar, relembrar e homenagear os antigos nessa terra de forrozeiros que é Barão Geraldo”, conta Clara.

Foto: @angelicaafotografia.

São bem vindas pessoas de todos os níveis de experiência musical que queiram começar ou que já começaram e sentem que precisam de uma orientação a mais, ou que sozinhas não conseguem se desenvolver. Também é voltado para aqueles que acreditam que a música por prazer só faz sentido em coletivo. “É um espaço de aprendizado acessível financeiramente, politizado e feminista, onde o acolhimento e o bem estar estão num nível de importância maior do que a técnica”, explica Clara.

O foco do Forró pra Tocar é o estudo em si, é pegar o instrumento e tocar, é aquele momento sagrado da semana de muitos, que acabam não tendo o tempo, na tentativa de criar um modelo de prática musical menos competitiva e conteudista. Esse clima de acolhimento e colaboração potencializa o aprendizado e torna esse momento do aprendizado mais leve e descontraído. “O Forró pra Tocar é pra você! Pra você sair de casa do jeito que estiver com seu instrumento, ir lá tocar e aprender mais um forró”, convida Clara.

Serviço:

Projeto Forró pra Tocar 

Data:  7/3 (se repete durante todas as sextas-feiras de 2025)

Horário: das 16h30 às 18h

Local: Praça Ângelo Carlini – Barão Geraldo – Campinas, SP.

(Com Carolina Cerqueira/Fábrica de Histórias)