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EMin: quarta edição abre 300 vagas gratuitas para oficinas

Indaiatuba, por Kleber Patricio

Cada oficina terá duração de quatro dias e o corpo docente é composto por profissionais reconhecidos. Foto: Felipe Gomes.

As oficinas que integram o 4º Encontro Musical de Indaiatuba (EMIn), que acontece de 18 a 21 de julho, estão com inscrições abertas até 20 de junho. No total, serão disponibilizadas 300 vagas gratuitas para instrumentos como violino, viola, violoncelo e contrabaixo. A realização é da Amoji (Associação Mantenedora da Orquestra Jovem de Indaiatuba) por meio da Orquestra Sinfônica de Indaiatuba, em parceria com a Prefeitura de Indaiatuba, por meio da Secretaria Municipal de Cultura.

Cada oficina terá duração de quatro dias e o corpo docente, responsável pelas aulas, é composto por profissionais reconhecidos no meio musical nacional e internacional, como Adonhiran Reis (violino), Cláudio Cruz (Violino), Davi Graton (violino), Graziela Pagotto (violino), Gabriel Marin (viola), Fábio Presgrave (violoncelo), Vicktor Uzur (violoncelo) e Ana Valéria Polis (contrabaixo).

As inscrições são online e acontecem em www.emindaiatuba.com.br. Além das informações solicitadas, é importante que o interessado envie um vídeo executando uma peça inteira ou um trecho, de livre escolha. O regulamento completo consta na página de inscrição.

Com o objetivo de fomentar a difusão de conhecimento dessa arte no âmbito local, 50% das vagas serão destinadas exclusivamente para alunos que residam em Indaiatuba. Mais informações podem ser obtidas no telefone (19) 97151-1150 ou pelo e-mail produção.osindaiatuba@gmail.com.

A programação completa do 4º EMIn será divulgada em breve, mas já conta com abertura da Orquestra Sinfônica de Indaiatuba, no dia 18 de julho; apresentação do Quarteto Carlos Gomes, no dia 19; da Orquestra Sinfônica da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) no dia 20; da Orquestra do Conservatório Carlos Gomes no dia 21; e encerramento com a Orquestra Acadêmica, no dia 22.

(Fonte: Prefeitura de Indaiatuba)

Prolata recicla 8,7 mil toneladas de latas de aço no primeiro trimestre de 2023

São Paulo, por Kleber Patricio

Imagem de Rubén Méndez por Pixabay.

No dia 17 de maio foi celebrado o Dia Mundial da Reciclagem. Para reforçar a importância da data, a Prolata, entidade sem fins lucrativos com foco na reciclagem de embalagens de aço, anuncia o resultado dos dados obtidos no primeiro trimestre de 2023 a respeito do tema. Entre janeiro e março deste ano, foram rastreadas cerca de 8,7 mil toneladas de latas de aço pós consumo. Entre os estados, destaque para o Rio de Janeiro, que foi a unidade da federação que mais reciclou nos três primeiros meses, seguido por São Paulo e Paraná.

O tamanho do volume de material reciclado, porém, pode ser ainda mais alto, já que os dados ainda não estão consolidados. “Há alguns parceiros que encaminham volumes retroativos, então certamente estes números irão aumentar nos meses seguintes”, explica Cristine Fulchini, coordenadora de Projetos do Prolata.

O Rio de Janeiro partiu de 840,49 toneladas de latas de aço coletadas em 2022 para 2.519,98 toneladas, saindo do 6º lugar no ranking direto para a liderança. O estado de São Paulo, por sua vez, caiu da 1° para a segunda posição, com 2.378,69 toneladas nos primeiros três meses de 2023. O Paraná, fecha o pódio com 1.364,22 toneladas de latas de aço pós-consumo recicladas no 1º trimestre de 2023.

Atualmente, a Prolata tem parceria com 74 cooperativas de catadores e catadoras de materiais recicláveis, que estão espalhadas por 17 dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal. A associação também conta com 50 entrepostos e centrais mecanizadas parceiras.

Ainda entre as parcerias firmadas pela Prolata, destaca-se o acordo com o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP). Por meio dessa parceria, a Prolata destinou corretamente mais de 330mil kg de latas de aço usadas na construção civil.

“Essas parcerias corroboram que a execução de logística reversa deve ser encaminhada em conjunto. Graças aos parceiros, apoiadores e associados, a Prolata construiu uma trajetória de sucesso”, destaca Thais Fagury, presidente executiva da Associação Brasileira de Embalagem de Aço (Abeaço) e da Prolata. As parcerias, inclusive, possibilitaram que a associação chegasse ao expressivo número de 335 pontos de recebimento de materiais espalhados pelo Brasil.

Chamados de Pontos de Recebimento Voluntário (PEVs), esses postos de coleta têm o objetivo de facilitar o descarte correto de embalagens de aço por parte dos consumidores finais. Dos 335, 207 são próprios da Prolata e outros 128 são mantidos em parceria com Triciclo Ambipar. Atualmente, os pontos estão distribuídos em 100 cidades brasileiras, em lojas de redes varejistas.

Sobre a Prolata | A Prolata é uma associação sem fins lucrativos criada em 2012 pela cadeia de valor dos fabricantes de latas de aço no Brasil. Iniciativa da Associação Brasileira de Embalagem de Aço (Abeaço) e coordenação e patrocínio em conjunto com a Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas (Abrafati) para o cumprimento da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Lei no 12.305/10, e demais políticas públicas de âmbitos federal, estadual e municipal, a Prolata obtém recursos de seus associados e parceiros investidores, os quais são integralmente aplicados na manutenção e desenvolvimento de seus objetivos.

Sobre a Abeaço | Fundada em maio de 2003, a Associação Brasileira de Embalagem de Aço (Abeaço) foi criada com o objetivo de fortalecer a imagem da embalagem de aço, além de dar suporte técnico e mercadológico aos seus fabricantes. Sem fins lucrativos, a entidade investe e apoia iniciativas de gestão ambiental, sobretudo quando associadas à finalidade social, e aproxima os interesses de toda a cadeia produtiva. A instituição soma esforços para fomentar pesquisas, desenvolver campanhas de esclarecimento, participar de eventos e divulgar as características das latas de aço. Hoje, a Associação reúne empresas do setor interagindo intensamente com entidades empresariais, fabricantes de embalagens, organizações ambientalistas e o governo. Saiba mais sobre a Abeaço acessando o site www.abeaco.org.br.

(Fonte: Press à Porter Gestão de Imagem)

Análise de anúncios de emprego mostra discriminação racial com uso de termos como ‘boa higiene’ e ‘boa aparência’

Brasil, por Kleber Patricio

Foto: Orvastudio/Unsplash.

Anúncios de empregos podem apresentar elementos de opressão de raça, ainda que sutilmente, em expressões como ‘boa aparência’ e ‘boa higiene’, perpetuando um ideal de trabalhador branco. Como contrapartida positiva, há iniciativas de empregabilidade que pensam ações afirmativas para homens e mulheres negros. A observação é de estudo publicado na sexta (26) na revista “Cadernos EBAPE.BR”.

Os pesquisadores buscaram anúncios que continham, entre os requisitos, a expressão “boa aparência”, considerada por estudos anteriores como um eufemismo para negar características presentes no fenótipo negro, como cabelos crespos e traços negroides. Ao todo, encontraram 285 anúncios de empregos publicados nas plataformas LinkedIn, Catho, Vagas.com e Trovit que caracterizavam, de alguma forma, que se prefere os brancos em detrimento dos negros. A partir da teoria decolonial e da problematização de estigmas sociais da população negra, sintetizaram de que maneira algumas expressões podem mascarar o racismo.

Com o trabalho, os autores reafirmam a discriminação racial no mercado de trabalho e destacam movimentos de Resistência, apresentando quatro iniciativas de empregabilidade negra. O estudo foi publicado em chamada especial para os artigos científico dentro da temática “Debatendo a escravidão negra nos Estudos em Gestão e Organização”, a partir de perspectivas decoloniais e afrodiaspóricas.

“A teoria decolonial fala que, além de compreendermos como o colonialismo se manifesta nas nossas relações, também precisamos pensar sobre as formas de resistência, para que assim possamos avançar em prol de uma sociedade menos discriminatória”, explica Ana Flávia Rezende, docente da Universidade Federal de Ouro Preto e uma das autoras do estudo. A pesquisadora, que assinou o estudo enquanto era docente da Fundação Dom Cabral, juntamente com o professor Luís Fernando Silva Andrade, que assinou o estudo pela Unesp, observam que, se por um lado a teoria decolonial desumaniza com base na diferença de raça, gênero e outros marcadores, essa mesma diferença pode ser mobilizada para gerar igualitarismo.

Como exemplos, o trabalho traz quatro iniciativas de empregabilidade negra: EmpregueAfro, Indique, Afro Presença e Afro Oportunidades. “Temos aqui um ponto interessante para análise, porque muitas empresas falam ‘Ah, eu não contrato porque eu não acho profissional qualificado’ e agora elas podem mudar esse discurso, porque tem empresas especializadas em fazer o mapeamento dos profissionais qualificados”, pontua a pesquisadora.

Rezende acredita que o artigo contribui para fortalecer as discussões sobre o tema na academia dentro da área de Administração e para apresentar possibilidades de mudança, o que, segundo ela, fomenta políticas públicas e de mercado. Ela identifica que alguns movimentos já estão sendo feitos por empresas, ainda que o cenário esteja longe do ideal. “Seja por pressão externa, políticas institucionais ou para atender o discurso de responsabilidade social corporativa, elas começam a criar esses programas, o que eu particularmente acho fantástico”, afirma. Os autores continuam pesquisando temas que envolvem a população negra e o direito à cidade e trabalham agora em um projeto que pensa na formação de pessoas egressas do sistema prisional e seu reingresso ao mercado de trabalho. “E aí o recorte racial também aparece, porque as pessoas que mais são presas no Brasil são as negras”, conclui.

(Fonte: Agência Bori)

JoAnn Falletta rege a Orquestra Sinfônica Municipal nesta sexta (26/5) e sábado (27/5)

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: Steve J. Sherman.

Considerada uma das maiores regentes do mundo, a maestra norte-americana JoAnn Falleta se apresenta nesta sexta (26/5) e sábado (27/5) junto à Orquestra Sinfônica Municipal na Sala de Espetáculos do Theatro Municipal de São Paulo. No repertório estão obras primas da orquestração, como as obras “Prélude à l’après-midi d’un Faune” (10′) e “La Mer”, ambas do coositor francês Claude Debussy, e “Concerto para Violino”, de Samuel Barber, que conta com o violinista Pablo de León como destaque.

JoAnn Falletta é diretora musical da Buffalo Philharmonic Orchestra, da Virginia Symphony Orchestra, regente titular em Brevard Music Center e conselheira artística da Hawaii Symphony Orchestra. Está entre as “Cinquenta Grandes Maestras” indicadas pela revista Gramophone.

“Prélude à l’après-midi d’un Faune”, poema sinfônico do francês Claude Debussy, é baseado nos versos publicados em 1876 de Stéphane Mallarmé, um marco inicial da música moderna – e que mais tarde, em 1912, seria a inspiração de um balé revolucionário de Nijinski. Na música, considerada impressionista, surgem os sucessivos cenários por onde se movem os desenhos e sonhos de um fauno que toca seu instrumento, com destaque para instrumentos de sopro e de cordas.

Já “La Mer”, também de Debussy, é considerada uma obra-prima do autor e uma revolução na forma de compor e dispor os elementos da orquestra em uma peça, fugindo da tonalidade tradicional na harmonia e empregando modos e escalas antigas não europeias.

Na noite também será apresentado o Concerto para violino do compositor norte-americano Samuel Barber, uma peça de 30 minutos composta em 1939 na Suíça. Seus três movimentos, nas palavras do próprio Barber: “O primeiro movimento – Allegro moderato – começa com um tema lírico anunciado pelo violino sem qualquer introdução orquestral. Esse movimento tem o caráter de uma sonata, mais do que a forma de um concerto. O segundo movimento – Andante – é introduzido por um longo solo de oboé. O violino entra com um tema contrastante e rapsódico e, em seguida, o oboé retoma a melodia inicial. O terceiro movimento, um perpetuum mobile, explora o caráter brilhante e virtuosístico do violino”.

Finalmente, “La Valse” finaliza o concerto com essa obra orquestral composta pelo compositor francês Maurice Ravel, como uma homenagem em forma de apoteose à valsa vienense, classificada por seu autor como “Poema Coreográfico”, em função de seu desejo de vê-la como um bailado.

Serviço:

Orquestra Sinfônica Municipal apresenta Barber, Debussy e Ravel

26/5 (sexta), às 20h e 27/5 (sábado), às 17h

Theatro Municipal, sala de espetáculos

ORQUESTRA SINFÔNICA MUNICIPAL

JoAnn Falletta, regência

Pablo de León, violino

Programa:

CLAUDE DEBUSSY

Prélude à l’après-midi d’un Faune (10′)

SAMUEL BARBER

Concerto para Violino (30′)

(Intervalo)

CLAUDE DEBUSSY

La Mer (25′)

MAURICE RAVEL

La Valse (15′)

Duração: 100 minutos com intervalo

Classificação: livre para todos os públicos

Ingresso de R$12 a R$64 (inteira)

Duração total aproximadamente 70 minutos (com intervalo)

Classificação não recomendado para menores de 14 anos

Ingresso de R$12,00 a R$84,00 (inteira)

Theatro Municipal

Praça Ramos de Azevedo, s/nº

Tel. Bilheteria: (11) 3367-7257.

(Fonte: Theatro Municipal de São paulo)

Mostra Ecofalante de Cinema chega à 12ª edição com 101 filmes

São Paulo, por Kleber Patricio

Frame de “Cinzas da Floresta”, de Andre D’Elia (artista e ativista Mundano) – Estreia Mundial.

Questões relacionadas aos povos indígenas e ao racismo estão em destaque na 12ª edição da Mostra Ecofalante de Cinema, um dos maiores festivais do Brasil e o mais importante evento audiovisual sul-americano dedicado a temas socioambientais, que acontece em São Paulo de 1 a 14 de junho, com entrada gratuita. O evento acontece em salas, incluindo o Espaço Itaú de Cinema – Augusta, Centro Cultural São Paulo e Galeria Olido.

No cardápio cinematográfico, composto por 101 filmes, estão obras premiadas em festivais como Cannes, Berlin, Cinéma du Réel, CPH:DOX e Tribeca, ao lado de produções em pré-estreia mundial ou inéditas no Brasil. Estão presentes também títulos assinados por cineastas consagrados, como Jorge Bodanzky, Gabriela Cowperthwaite, Eduardo Coutinho, Paul Leduc, Gillo Pontecorvo, Ousmane Sembène, Safi Faye, Marta Rodríguez, Jorge Sanjinés e William Klein.

Na programação, estão as tradicionais seções Panorama Internacional Contemporâneo, Competição Latino-americana e Concurso Curta Ecofalante. A Mostra Histórica é dedicada este ano ao tema “Fraturas (pós-)coloniais e as Lutas do Plantationoceno” e traz 17 títulos icônicos realizados de 1966 a 1984, que discutem a herança do colonialismo em diferentes partes do planeta. Cunhado nos anos 2010 pelas teóricas norte-americanas Donna Haraway e Anna Tsing, o termo Plantationoceno, que está no título da mostra, se contrapõe ao difundido Antropoceno ao reconhecer os fundamentos coloniais e escravagistas da globalização e do sistema socioeconômico hegemônico hoje.

Frame de “Cabra Marcado para Morrer”, de Eduardo Coutinho.

Completam a programação estreias mundiais, uma sessão especial e um programa infantil, um trabalho em realidade virtual, uma série de atividades paralelas que incluem uma masterclass com o pensador martiniquês Malcolm Ferdinand, que também explora em sua obra o conceito de Plantationoceno, e uma oficina de cinema ambiental com Jorge Bodankzy, além de um ciclo de debates.

Na sessão de abertura, exclusiva para convidados, em 31/5, às 20h00, no Espaço Itaú de Cinema – Augusta, é projetado o impactante longa-metragem “Nação Lakota Contra os EUA”, de Jesse Short Bull e Laura Tomaselli. A obra utiliza rico material de arquivo e entrevistas íntimas com ativistas veteranos e jovens líderes. O resultado, segundo a crítica, é lírico e provocativo. Exibido nos festivais de Tribeca, Cleveland e Denver, o filme tem entre seus produtores executivos os atores Marisa Tomei (vencedora do Oscar por “Meu Primo Vinny”, 1992) e Mark Ruffalo, três vezes indicado ao Oscar e conhecido por interpretar o personagem Hulk.

No Panorama Internacional Contemporâneo, com 27 filmes de 26 países, destaca-se uma seleção de títulos que abordam sobretudo questões ligadas ao racismo, mas que também não deixam de falar do legado do colonialismo e suas muitas consequências socioambientais presentes até os dias de hoje. Entre eles estão “Filhos do Katrina”, longa-metragem que discute racismo ambiental a partir das consequências do furacão Katrina; “Duas Vezes Colonizada”, sobre o ativismo de uma defensora dos direitos humanos inuíte no parlamento europeu, e “Uma História de Ossos”, sobre a luta de uma consultora africana para dar um fim digno aos restos mortais de mais de oito mil ‘africanos libertos’, descobertos durante a construção de um aeroporto na remota ilha de Santa Helena.

Frame de “Escute, A Terra Foi Rasgada”, de Cassandra Mello e Fred Rahal (Estreia Mundial).

A seção traz abordagens de fluxos migratórios em títulos como “Recursos”, elogiado no importante festival de documentários IDFA-Amsterdã; “O Último Refúgio”, filme premiado no festival dinamarquês CPH:DOX, que registra um abrigo temporário de migrantes na África, e “Xaraasi Xanne (Vozes Cruzadas)”, filme de arquivo que lança luz sobre a violência da agricultura colonial no continente africano, premiado no tradicional festival Cinéma du Réel, na Suíça.

Discussões econômicas – sempre presentes no Panorama Internacional Contemporâneo – estão no centro de títulos da seção. Filme mais recente de Gabriela Cowperthwaite, diretora de “Blackfish”, o trepidante “A Apropriação” revela os esforços secretos de governos e multinacionais para controlar comida e água no mundo. Em “Amor e Luta em Tempos de Capitalismo”, produção francesa exibida no CPH:DOX e no Festival de Documentários DMZ com direção de Basile Carré-Agostini, o casal midiático formado pelos sociólogos Monique Pinçon-Charlot e Michel Pinçon, conhecido por suas pesquisas de mais de cinco décadas sobre os ultra ricos, é retratado no auge do movimento dos Coletes Amarelos. Sobrinha-neta de Walt Disney e herdeira da The Walt Disney Company, Abigail Disney é documentarista e ativista social. Em “O Sonho Americano e Outros Contos de Fadas”, codirigido por Kathleen Hughes, ela aborda a profunda crise de desigualdade nos Estados Unidos, usando o legado de sua família como um estudo de caso para explorar criticamente a intersecção entre racismo, poder corporativo e o sonho americano. Em “O Retorno da Inflação, de Matthias Heeder, diretor que causou forte impressão com o premiado documentário “Pre-Crime” (2017), discute-se os mecanismos que contribuíram para o retorno da inflação que atualmente atinge o mundo com força total e como pessoas de diferentes meios sociais reagem a ela. “A Máquina do Petróleo”, filme britânico de Emma Davies, toma o exemplo da óleo-dependência do Reino Unido para falar sobre como as principais economias contemporâneas – principalmente no hemisfério norte – se apoiam em boa parte sobre a indústria do petróleo. Já “Deep Rising: A Última Fronteira” revela as intrigas em torno da obtenção de recursos naturais no solo dos oceanos.

Uma programação é dedicada às estreias mundiais em salas de cinema de três títulos brasileiros que abordam o embate entre indígenas e garimpeiros, queimadas em quatro biomas do país e deslocamento de toda uma população.

“Cinzas da Floresta”, de André D’Elia, registra uma expedição com o ativista Mundano que percorreu mais de dez mil quilômetros por quatro grandes biomas: Amazônia, Cerrado, Pantanal e Mata Atlântica como o objetivo de produzir uma cartela em tons de cinza a partir do carvão e das cinzas de restos de árvores e de animais carbonizados. Com esse material foi pintado um painel a partir da famosa obra modernista do artista plástico Candido Portinari (1903–1962) “O Lavrador de Café”.

O filme “Escute, A Terra Foi Rasgada”, de Fred Rahal Mauro (de “BR Acima de Tudo”) e Cassandra Mello, registra o acampamento Luta pela Vida, em Brasília, no qual lideranças dos povos Mebêngôkre (Kayapó), Munduruku e Yanomami se uniram para escrever uma carta-manifesto em repúdio à atividade garimpeira. Na sessão promovida pela 12ª Mostra Ecofalante de Cinema têm presença confirmada as lideranças indígenas da “Aliança em Defesa dos Territórios”: Davi Kopenawa, Beka Munduruku e Maial Kayapó.

“Parceiros da Floresta”, de Fred Rahal Mauro, percorre três continentes evidenciando casos de parcerias entre setores privado, público e comunidades locais que geram soluções para a proteção e restauração de florestas tropicais globais aliando tecnologia, negócios e conhecimento tradicional para gerar benefícios verdadeiramente compartilhados.

Na Mostra Histórica “Fraturas (pós-)coloniais e as Lutas do Plantationoceno”, são exibidos clássicos da cinematografia militante do período das décadas de 1960 a 1980 que refletem sobre as marcas do colonialismo nos diversos territórios, sobretudo do sul global. É o caso de “A Batalha de Argel”, de Gillo Pontecorvo, que a mostra exibe em versão restaurada em 4K pela Cinemateca de Bolonha e Instituto Luce Cinecittà. A obra, que foi proibida pela censura da ditadura militar brasileira, ganhou o Leão de Ouro no Festival de Veneza e foi indicada ao Oscar de melhor filme estrangeiro, melhor diretor e melhor roteiro.

A aculturação de uma minoria mexicana inspirou o cineasta Paul Leduc a realizar o crítico e irônico “Etnocídio”. Marco do documentarismo brasileiro e referência mundial, “Cabra Marcado para Morrer”, de Eduardo Coutinho, também está incluído. Com passagens pelos festivais de Cannes e Berlim (onde foi premiado), “Emitaï” traz as marcas do cinema político de seu diretor, o senegalês Ousmane Sembène, um dos pioneiros do cinema africano. Três filmes dirigidos por mulheres e restaurados pelo Instituto Arsenal, de Berlim, também fazem parte do programa: “Eu, Sua Mãe” (Senegal/Alemanha, 1980), da recém-falecida pioneira do cinema senegalês e africano Safi Faye; “Nossa Voz de Terra, Memória e Futuro” (Colômbia, 1982), de Marta Rodríguez e Jorge Silva, e “A Zerda e os Cantos do Esquecimento” (Argélia, 1982), um dos dois filmes dirigidos pela poeta e escritora argelina Assia Djebar e que era considerado perdido antes que uma cópia dele fosse redescoberta nos arquivos do Arsenal há alguns anos. A mostra também traz uma preciosidade recém-restaurada pelo Harvard Film Archive “I Heard It through the Grapevine” (1981), documentário de Dick Fontaine estrelado por James Baldwin em que o escritor viaja pelos Estados Unidos ao mesmo tempo em que faz um balanço das lutas pelos direitos civis e melhora das condições de vida das comunidades negras em seu país.

Temáticas relativas aos povos indígenas e seus territórios marcam parte das produções selecionadas este ano para a Competição Latino-americana, havendo espaço nos 33 selecionados para discussões sobre racismo, migração e trabalho. Destaca-se “A Invenção do Outro”, de Bruno Jorge, que narra uma eletrizante jornada na Amazônia para tentar encontrar e estabelecer o primeiro contato com um grupo de indígenas isolados da etnia dos Korubo, tendo merecido quatro prêmios no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, inclusive o de melhor filme. Consagrado diretor já homenageado na 4ª Mostra Ecofalante de Cinema, Jorge Bodanzky (de “Iracema – Uma Transa Amazônica”, 1975) assina “Amazônia, A Nova Minamata?”, no qual acompanha a saga do povo Munduruku para conter o impacto destrutivo do garimpo de ouro em seu território ancestral, enquanto revela como a doença de Minamata, decorrente da contaminação por mercúrio, ameaça os habitantes de toda a Amazônia hoje. No inédito “Mamá”, uma obra de cunho intimista com elaborada narrativa e técnica, o realizador de descendência maia Xun Sero relata como, sendo mexicano tzotzil, cresceu cercado pela sacralidade da Virgem de Guadalupe e da Mãe Terra – e sendo ridicularizado por não ter pai. Já o doc observacional peruano “Odisseia Amazônica”, de Terje Toomistu, Alvaro Sarmiento e Diego Sarmiento, testemunha o trabalho feito nos barcos que constituem o principal meio de transporte de mercadorias e pessoas no rio Amazonas.

Uma sessão especial exibe “Mulheres na Conservação”, dirigido pela jornalista Paulina Chamorro e pelo fotógrafo João Marcos Rosa. O documentário, desenvolvido a partir da websérie homônima, mostra na prática o trabalho realizado por sete mulheres que lutam pela conservação da biodiversidade no país e que são referência em suas áreas de atuação.

O Concurso Curta Ecofalante promove competição entre curtas-metragens realizados em universidades e cursos audiovisuais. Em 2023, participam 18 produções, representando os estados da Bahia, Ceará, Maranhão, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e São Paulo.

Destaca-se na programação ainda um trabalho em realidade virtual, assinado por Estêvão Ciavatta (de “Amazônia Sociedade Anônima”, exibido na 9ª Mostra Ecofalante de Cinema). Trata-se de “Amazônia Viva”, no qual a cacica Raquel Tupinambá, da comunidade de Surucuá (Reserva Extrativista Tapajós Arapiuns, no Pará), guia o espectador em uma viagem pelo rio Tapajós, em um passeio virtual em 360º.

Uma sessão infantil está incluída na programação da 12ª Mostra Ecofalante de Cinema. Nela, ganha projeção o longa “A Viagem do Príncipe”, de Jean-François Laguionie e Xavier Picard, obra exibida nos festivais de Locarno, Roterdã, BFI Londres e na Mostra Internacional de Cinema em São Paulo.

Todas as informações sobre exibições e demais atividades do evento poderão ser encontradas na plataforma Ecofalante: www.ecofalante.org.br.

A Mostra Ecofalante de Cinema é viabilizada por meio da Lei de Incentivo à Cultura. Ela tem patrocínio da White Martins, da Valgroup, do Mercado Livre e da Spcine, empresa pública de fomento ao audiovisual vinculada à Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, e apoio da Evonik e da Drogasil. Tem apoio institucional do WWF-Brasil, da Cinemateca da Embaixada da França no Brasil, do Institut Français e do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. A produção é da Doc & Outras Coisas e a coprodução é da Química Cultural. A realização é da Ecofalante e do Ministério da Cultura.

Serviço:

12ª Mostra Ecofalante de Cinema

www.ecofalante.org.br

De 1 a 14 de junho de 2023

Gratuito

Espaço Itaú de Cinema – Augusta (Salas 3 e 4) – Rua Augusta 1475, Consolação – São Paulo

Circuito Spcine Lima Barreto (Centro Cultural São Paulo) – Rua Vergueiro 1000, Paraíso – São Paulo

Circuito Spcine Olido (Centro Cultural Olido) – Av. São João 473, Centro – São Paulo

Circuito Spcine Roberto Santos – Rua Cisplatina 505, Ipiranga – São Paulo

E ainda unidades do Centro Educacional Unificado – CEU, Casas de Cultura, Fábricas de Cultura e Centros Culturais

Evento viabilizado por meio da Lei de Incentivo à Cultura

Patrocínio: White Martins, Valgroup, Mercado Livre e Spcine

Apoio: Evonik e da Drogasil

Apoio institucional: WWF-Brasil, Cinemateca da Embaixada da França no Brasil, Institut Français e Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima

Produção: Doc & Outras Coisas

Coprodução: Química Cultural

Realização: Ecofalante e Ministério da Cultura

Redes sociais:

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(Fonte: ATTi Comunicação)