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Duo Rafael Beck e Felipe Montanaro apresenta “Fantasia Brasil” no Sesc Pinheiros

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: Heitor Tollezzi.

O flautista Rafael Beck e o pianista Felipe Montanaro apresentam seu primeiro álbum, intitulado “Fantasia Brasil”, no dia 24 de janeiro de 2024, quarta-feira, às 20h, no Auditório (3º andar) do Sesc Pinheiros. O projeto, lançado pela gravadora Biscoito Fino, traz um repertório com composições de grandes nomes da música brasileira, como Tom Jobim, Djavan, Hermeto Pascoal, Jacob do Bandolim e Ivan Lins.

Os músicos se conheceram em janeiro de 2023 e encontraram em comum a paixão pela música instrumental e referências de artistas, como Hermeto Pascoal, Cesar Camargo Mariano e Egberto Gismonti, entre outros. Nascidos em São Paulo, Rafael mora em Atibaia e Felipe em Bragança Paulista, interior da capital.

Rafael Beck tem 22 anos e iniciou seus estudos de flauta doce aos seis anos de idade. Traz na bagagem participações em shows dos artistas Dominguinhos, Ivan Lins e Hermeto Pascoal, além de dividir palco com vários instrumentistas, entre eles, Proveta. Em 2017, com o violonista Rafael Schimidt, lança pela gravadora Galeão um CD em homenagem ao flautista Altamiro Carrilho.

Felipe, atualmente com 18 anos, iniciou os estudos musicais no piano aos oito e foi descobrindo outros instrumentos, como sanfona, baixo, violão e escaleta. Em 2022, fez seu primeiro show solo de piano em Bragança Paulista. Felipe integra também o Trio Maniva, que traz elementos da música brasileira como baião, frevo, samba e maracatu, além de releituras de consagrados artistas brasileiros.

Serviço: 

Rafael Beck e Felipe Montanaro

Dia 24 de janeiro de 2024 – quarta, às 20h

Duração: 90 minutos

Local: Auditório (94 lugares)

Classificação: recomendação 12 anos

Ingressos: R$40 (inteira); R$20 (meia) e R$12 (credencial plena).

(Fonte: Assessoria de imprensa Sesc Pinheiros)

Rede de Leitura Inclusiva da Fundação Dorina Nowill para Cegos completa 10 anos

São Paulo, por Kleber Patricio

Imagem de Myriams-Fotos por Pixabay.

A Rede de Leitura Inclusiva, iniciativa da Fundação Dorina Nowill para Cegos, referência em inclusão social de pessoas cegas e com baixa visão, comemora uma década dedicada a proporcionar acesso à leitura, literatura e informação para pessoas com deficiência visual. Lançado em 2013, o projeto evoluiu ao longo dos anos, consolidando-se como agente de mudança na construção de uma sociedade mais acessível e inclusiva.

Além de disponibilizar livros em formatos acessíveis para bibliotecas, instituições e indivíduos, também se empenha em envolver profissionais mediadores da leitura, assegurando a participação ativa do público com deficiência nas atividades promovidas. A abordagem nacional da Rede envolve Grupos de Trabalho (GTs) nos estados, compostos por diversos profissionais e interessados em promover o acesso à leitura inclusiva.

Atualmente, a Rede é formada por mais de 500 instituições de cultura, educação, organizações da sociedade civil, escolas e bibliotecas que trabalham pela leitura inclusiva em todo o país. Ao longo dessa década, a Rede de Leitura Inclusiva produziu duas coleções literárias destacando a riqueza da cultura brasileira. Ao todo, são 50 Grupos de Trabalho em todas as regiões do Brasil envolvendo 1.105 pessoas. Neste período, foram realizadas mais de 200 viagens, cerca de 340 atividades presenciais e 640 on-line, impactando mais de 37 mil pessoas.

Um pouco da história

A Rede ganhou reforços e importantes impulsionamentos ao longo de sua história. Em 2013, o projeto estava presente em 10 estados, com a promoção de encontros entre instituições e profissionais no fomento da leitura inclusiva. Uma primeira logomarca foi criada um ano depois, consolidando sua importância e acompanhando sua expansão para 12 estados. A partir daí, a Rede desenvolveu ações de mobilização, empoderamento e articulação que culminaram no I Encontro Nacional da Rede de Leitura, realizado em 2016.

Já em 2017, a coleção “Regionais” foi lançada com o objetivo de abordar, por meio de livros, a música, culinária, literatura, lendas e pontos turísticos das 5 regiões do Brasil, explorando a diversidade do Brasil. A consolidação de todo o trabalho fica evidente em 2018 com a criação dos Grupos de Trabalho autônomos, que construíram novas ações de leitura e inclusão e potencializaram as já existentes.

Em 2019, o II Encontro Nacional reuniu representantes de todos os estados e a Pesquisa “Cenários da Leitura Acessível” teve sua segunda edição. A pandemia, em 2020, resultou na criação da “Rede Convida”, que promovia diversas atividades on-line. As ações continuaram em 2021, alcançando mais cidades no Brasil e no mundo. O ano de 2022 marcou o lançamento de “Dorinha pelo Brasil”, uma coleção literária sobre a cultura brasileira.

Neste ano, em comemoração aos seus 10 anos de atuação, a Rede de Leitura Inclusiva lançou seu novo logotipo, que traduz sua essência e representa sua atuação em todo o país, no trabalho incessante de unir pessoas por meio do conhecimento e das culturas, acima de qualquer barreira. O compromisso para os próximos 10 anos envolve a implementação de novos projetos de forma a ampliar sua atuação e alcançar um número ainda maior de pessoas.

“Ao celebrar esses extraordinários 10 anos de trajetória, a Fundação Dorina Nowill para Cegos e a Rede de Leitura Inclusiva não apenas contam histórias, mas tecem um laço emocional que transcende as páginas. Cada linha, cada página virada, representa não apenas um ato de leitura, mas de união, empatia e transformação. Nestes anos, a magia das palavras não apenas uniu nações, mas também tocou corações, iluminou mentes e quebrou as correntes da limitação. Ao contemplarmos as realizações, as lágrimas de alegria se misturam com o sorriso da conquista, pois, juntos, construímos um caminho onde a inclusão é o fio condutor. Que a próxima década seja tão inspiradora quanto a última e que a magia das palavras continue a tecer histórias de esperança, superação e amor”, comenta Alexandre Munck, superintendente executivo da Fundação. Para mais detalhes, acesse o site: https://redeleiturainclusiva.org.br/.

Sobre a Fundação Dorina Nowill para Cegos

A Fundação Dorina Nowill para Cegos é uma organização sem fins lucrativos e de caráter filantrópico. Há 77 anos se dedica à inclusão social de crianças, jovens, adultos e idosos cegos e com baixa visão. A instituição oferece serviços gratuitos e especializados de habilitação e reabilitação, dentre eles orientação e mobilidade e clínica de visão subnormal, além de programas de inclusão educacional e profissional.

Responsável por um dos maiores parques gráficos braille em capacidade produtiva da América Latina, a Fundação Dorina Nowill para Cegos é referência na produção e distribuição de materiais nos formatos acessíveis braille, áudio, impressão em fonte ampliada e digital acessível, incluindo o envio gratuito de livros para milhares de escolas, bibliotecas e organizações de todo o Brasil.

A instituição também oferece uma gama de serviços em acessibilidade, como cursos, capacitações customizadas, audiodescrição e consultorias especializadas como acessibilidade arquitetônica e web. Com o apoio fundamental de colaboradores, conselheiros, parceiros, patrocinadores e voluntários, a Fundação Dorina Nowill para Cegos é reconhecida e respeitada pela seriedade de um trabalho que atravessa décadas e busca conferir independência, autonomia e dignidade às pessoas com deficiência visual. Mais detalhes no site.

(Fonte: RPMA Comunicação)

Inclusão dos estudantes com deficiência: realidade versus discurso

São Paulo, por Kleber Patricio

Imagem de Kohji Asakawa por Pixabay.

Incompreensão dos educadores e colegas de escola, dificuldade de concentração, preconceito, falta de acesso adequado à sala de aula e de avaliação adaptada às suas necessidades – estas são apenas algumas das dificuldades enfrentadas por alunos com algum tipo de deficiência durante sua jornada de aprendizado e que levam às estatísticas de alta evasão escolar e à falta de oportunidades futuras no mercado de trabalho. Para buscar reverter o quadro, o Governo Federal anunciou investimentos de cerca de R$3 bilhões. Os recursos serão destinados a ampliar o acesso e o aprendizado de estudantes com algum tipo de deficiência em escolas regulares nos próximos quatro anos. Porém, ainda há um abismo entre discurso e realidade.

“Por trás de um discurso de inclusão, o MEC não diz explicitamente como as diferenças serão trabalhadas para que elas não gerem desconforto, incômodos e feridas. É algo bonito de se ouvir, mas não podemos desconsiderar as dificuldades de implantar tais propostas sem tecnologia, sem especialistas, sem docentes preparados e com jovens alunos, muitas vezes, não empáticos”, diz Francisco Borges, mestre em Educação e consultor de gestão e políticas públicas voltadas ao ensino da Fundação de Apoio à Tecnologia (FAT). Ele espera que o Ministério da Educação tenha mais clareza nas propostas e garanta que os alunos que necessitam da educação especial não terão suas dores reforçadas.

Os dados do IBGE demonstram que o abismo é mais profundo que parece. A taxa de analfabetismo para as pessoas com deficiência é de 19,5%, enquanto para as pessoas sem deficiência fica em 4,1%. A maior parte das pessoas de 25 anos ou mais com deficiência não completaram a educação básica: 63,3% eram sem instrução ou com o fundamental incompleto e 11,1% tinham o fundamental completo ou médio incompleto. Para as pessoas sem deficiência, esses percentuais foram, respectivamente, de 29,9% e 12,8%.

Enquanto apenas 25,6% das pessoas com deficiência tinham concluído pelo menos o Ensino Médio, mais da metade das pessoas sem deficiência (57,3%) tinham esse nível de instrução. Já a proporção de pessoas com nível superior foi de 7,0% para as pessoas com deficiência e 20,9% para os sem deficiência. “O Governo deu um grande passo, mas para que haja uma troca de experiências entre as pessoas com e sem deficiência, a escola regular chamada de ‘escola inclusiva’ necessita de algumas adaptações em diversos aspectos: arquitetônicos, de conteúdo e, às vezes, até comportamental, para que as performances de todos os alunos sejam equiparadas de forma justa e para que os alunos sem deficiência saibam como se comportar perante os alunos com deficiência”, afirma Valmir de Souza, sócio fundador da startup Biomob e diretor de operações do Instituto Biomob, instituições especializadas em práticas de acessibilidade para empresas e consultoria para projetos sociais.

A proposta do Governo é dobrar o número de escolas que recebem recursos para Salas de Recursos Multifuncionais, alcançando 72% dos estabelecimentos. A criação de 27 observatórios de monitoramento e o lançamento de seis editais para pesquisadores com deficiência também foram objetivos incluídos.

O diretor do Biomob defende ainda que as reestruturações aconteçam em todos os níveis da formação dos cidadãos para que as oportunidades realmente existam. “Outro grande desafio é a qualificação profissional e isso pode sempre ser aprimorado desde o ensino de base”, avalia Valmir de Souza.

“Oportunidades perdidas”   

O empresário Anderson Belém, hoje à frente da Otimiza Benefícios, viveu essa realidade durante todo o seu processo educacional. Diagnosticado com TDAH e Altas Habilidades/SD Criativo Produtivo apenas aos 40 anos, ele avalia que sua caminhada foi repleta de mal-entendidos e oportunidades perdidas. “Desde cedo enfrentei dificuldades na escola. Não apenas acadêmicas, mas também sociais, como o bullying e a incompreensão dos professores e colegas. Isso me levou a desenvolver um temperamento agressivo como mecanismo de defesa, culminando em diversas situações problemáticas. Integrar alunos de educação especial em classes regulares é um passo positivo, mas requer um planejamento cuidadoso e sensível”, lembra.

Para ele, a proposta de preparar principalmente os docentes para lidar de forma adequada deve ser permanente. “É preciso desmistificar os transtornos, bem como a superdotação, e apresentar os benefícios da pluralidade e diversidade acima de tudo. Curiosamente a minha filha primogênita, Jessica, atua com criança diagnosticada com TEA (Transtorno do Espectro Autista) Nível de suporte 3, em escola particular. Ela é graduanda tanto em pedagogia quanto em psicologia, desenvolve sua pesquisa nessa área, é entusiasta do avanço da neurociência e pesquisadora sobre neurodiversidade e, ainda assim, é surpreendida frequentemente com o mundo particular apresentado pela mente TEA”, conta o empreendedor.

(Fonte: Compliance Comunicação)

Küche convida chefs renomados para preparar menus autorais

Campos do Jordão, por Kleber Patricio

Conceituado restaurante de Campos do Jordão recebe ex-participantes de famoso reality show gastronômico para preparar menus autorais e exclusivos. Fotos: divulgação.

O Küche, melhor restaurante de Campos do Jordão de acordo com o Tripadvisor, anuncia uma programação especial em seu restaurante. Em janeiro de 2024, o hotel recebe chefs-influencers renomados para preparar menus de quatro tempos exclusivos.

Durante todos os sábados do mês, o chef Edmar Mendonça, que está à frente do Küche, restaurante localizado nas dependências do Hotel Ort, receberá a visita ilustre de ex-participantes de um famoso reality de gastronomia para preparar menus autorais e exclusivos que ficarão disponíveis aos hóspedes e visitantes por apenas uma noite. Cada menu contará com couvert, entrada, prato principal e sobremesa.

A chef Ananda Lutzenberger abriu o evento no dia 6.

A chef Ananda Lutzenberger foi a primeira convidada, no dia 6 de janeiro. No dia 13, a chef Larissa Soares tem seu menu no cardápio. Dia 20 é a vez do chef Fernando Cavinato preparar um menu autoral. Para finalizar a programação de janeiro, Raul Lemos prepara seu menu no dia 27.

O chef Edmar Mendonça ressalta que a ideia dessa colaboração é “trazer as assinaturas únicas e criativas à nossa culinária, além de explorar novos sabores e técnicas e proporcionar surpresas gastronômicas inesquecíveis”.

“Com essa ação, nós buscamos mostrar que a alta gastronomia pode ter várias faces e origens, e queremos divulgar, com a ajuda dos nossos convidados, o polo gastronômico que estamos construindo com o Küche”, lembra o proprietário do Hotel Ort, Fabio Burg.

Todos os chefs convidados já participaram de grandes realities shows de culinária e contam com muita experiência – e criatividade – na cozinha. Contudo, seus menus permanecem um mistério até o dia da visita. Os menus preparados pelos convidados terão um valor fixo de R$320 e estarão disponíveis durante o horário do jantar do Küche, que vai das 19h às 23h30.

Sobre o Hotel Ort

Uma grande revitalização em 2020 transformou o espaço construído em 1943 no luxuoso Hotel Ort para fomentar o turismo da região da Serra da Mantiqueira, em Campos do Jordão. Sua área de 40 mil m² conta com uma infraestrutura completa para receber hóspedes do mundo inteiro e oferece uma experiência única de lazer, wellness e gastronomia para toda a família.

Chef Fernando Cavinato apresenta seu menu no dia 20.

Todas as 56 acomodações e as 7 Berg Haus de até 180m² possuem ambiente climatizado, piso do banheiro aquecido, aquecedor de toalhas, roupas de cama importada, televisores, frigobar e decoração contemporânea e requintada.

O complexo hoteleiro conta com o melhor restaurante e a melhor pizzaria da cidade, o Küche e o ÔPA. O hotel ainda abriga o Bar Musik, sala de lareira, fireplace, Berg SPA, sala de leitura, indoor park climatizado, spielplatz ao ar livre, fazendinha, piscina, sauna, sala de ginástica, quadras de tênis e poliesportiva, sala de cinema, sala de snooker, além de uma extensa programação de lazer como: aulas de Yoga, Pilates, trilhas, mountain bike e passeios a cavalo, entre outros.

Serviço:

Endereço: Rua Eng. Gustavo Kaiser, nº 165, Vila Natal – Campos do Jordão/SP

Telefone: (12) 3668-9130/ (12) 9 9150-0888

Reservas: Site Hotel Ort |  Instagram Hotel Ort.

(Fonte: Dezoito Comunicação)

1ª edição do MEMO – Música, Exposição e Memória acontece dias 13 e 14 de janeiro em Santa Teresa com entrada gratuita

Rio de Janeiro, por Kleber Patricio

Chico Chico. Foto: Thiago Pozes.

Inédito, o evento MEMO – Música, Exibição e Memória nasce em tempos de reinvenção, promovendo encontros e fomentando a reflexão sobre o fazer artístico a partir de três vertentes: a memória, a pandemia e a tecnologia. O ano de 2020 será lembrado como o período em que a pandemia da Covid-19 precipitou uma ruptura no funcionamento das sociedades contemporâneas. Em um cenário onde as pessoas passaram por situações de perda e se viram limitadas aos seus próprios lares, ficou ainda mais evidente o quão necessária a arte é para o equilíbrio saudável, e a tecnologia foi uma grande aliada. A memória, com a sua imensa capacidade curativa reconectou as pessoas com o mundo.

O MEMO, que acontece nos dias 13 e 14 de janeiro, vem alimentar a sede de reconstrução, reunindo algumas das melhores mentes criativas da atualidade, para um fim de semana de histórias estimulantes, ideias inventivas, experiências de aprendizagem e vitrines de tecnologia que permitam aos participantes repensar novas maneiras de enxergar a arte, a memória e os tempos atuais.

Lourival Cuquinha. Foto: Ana Pigosso/Central Retratos.

Com entrada gratuita, as atividades serão desdobradas em shows, exposição de arte contemporânea, rodas de memórias (conversas), oficinas de investigação de memórias que ficam gravadas nos nossos corpos e que prometem conectar os participantes com os caminhos do nosso mundo interno, todas no Parque Glória Maria e Teatro Ruth de Souza (antigo Parque das Ruínas), em Santa Teresa. Este projeto recebe o fomento da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e da Secretaria Municipal de Cultura, por meio do Programa de Fomento à Cultura Carioca – FOCA.

“O MEMO trabalhará campos sensíveis como a História, a memória e os afetos. Fala de lugares de memória e também da memória dos lugares e da memória da dor e do encantamento. Abordamos a arte como fonte de inspiração e energia, reforçando sua capacidade de trazer renovação àqueles que a ela recorrem”, explica a idealizadora Lu Araújo, que assina a curadoria e direção-geral do evento.

Entre as atrações musicais, há shows que celebram grandes nomes da MPB, movimentos artísticos que marcaram a autêntica arte brasileira baseada nas raízes populares, que exaltam a negritude e as raízes ancestrais ou que simplesmente partem de artistas que estão fazendo história neste momento.

Leila Maria. Foto: Catarina Ribeiro.

Andrea Ernest Dias Quarteto, com o show “Uma roda para Moacir Santos”, vai celebrar a trajetória desse músico negro, nascido em Pernambuco, que terminou seus dias como um dos grandes compositores do cinema em Hollywood. Já o duo de violinistas Ana de Oliveira e Sérgio Raz, com participação de Marcos Suzano e Quarteto de Cordas, lançará o novo álbum “Armoriando” (Selo Sesc), que homenageia o cinquentenário do rico Movimento Armorial, liderado pelo escritor, filósofo e dramaturgo Ariano Suassuna. Destaque ainda para Leila Maria, que levará ao palco do MEMO seu elogiado disco “Ubuntu”, um original tributo com releituras da obra de Djavan e arranjos de inspiração africana, ao palco do MEMO.

A nova geração da música, consciente de que a arte “salvou” as pessoas no momento de isolamento e que sabem que foi inevitável que as suas criações não dialogassem com esse contexto, também marca presença no MEMO. Chico Chico apresenta seu novo EP com duas canções lançadas recentemente: “Espelho” e “Entre Prédios”. Por sua vez, a cantora Priscila Tossan, que participou da sétima edição do programa The Voice Brasil, apresenta o show “A Beleza é Você Menina”, com destaque para a clássica composição de Bebeto e Rubens, originalmente gravada em 1978 e single que a artista lançou em dezembro de 2023, além de sucessos de Cartola e Luiz Melodia. A DJ, percussionista, produtora musical e pesquisadora de discotecagem Tata Ogan, chega para animar a festa e vai apresentar um setlist especial dedicado à “memória afetiva da música brasileira”.

Exposição “Trote Violante”

Ana de Oliveira e Sergio Raz. Foto: Re Duarte/Aralume Fotografia.

Lourival Cuquinha é responsável por um dos momentos mais importantes do MEMO: a mostra “Trote Violante”. O trabalho do artista reflete sobre o exercício da liberdade, seja a do indivíduo perante a sociedade, seja a da arte frente às instituições. Atuando no campo político a partir de narrativas subjetivas, sua obra multidisciplinar – que abrange as artes plásticas, o audiovisual e a intervenção – é frequentemente marcada pela interatividade com o público e o meio urbano.

As obras, politizadas, que criticam a exploração de recursos naturais e o desrespeito aos povos indígenas, compõem a individual do artista recifense Lourival Cuquinha, a exemplo de “Torniquete” (2021), onde o artista usa cinzas das queimadas brasileiras para amplificar a discussão sobre as tragédias ambientais que vivemos nos últimos anos. Já a obra “O caboco 7 flechas x ordem e progresso” (2015), apresenta flechas indígenas de etnias do Xingú, como os Araweté. Nela, as flechas atravessam moedas de 50 centavos de real – cuja lateral é ornada com o lema da bandeira nacional brasileira, “Ordem e Progresso” –, denunciando uma política desenvolvimentista alheia aos pensamentos dos povos tradicionais e à preservação do meio ambiente original. A peça remete a luta dos indígenas que tiveram seu território atingido pela Usina de Belo Monte. Outras obras da série “Transição de fase” (2014-2023), que são frequentemente compostas por cédulas verdadeiras de dinheiro, complementam a exibição.

Rodas de Memórias

O MEMO oferece em sua programação uma série de conversas com nomes importantes do pensamento moderno, no encontro “Rodas de Memórias”. O público será convidado a compartilhar sentidos de memória, arte e tecnologia. É sabido que a memória desempenha um papel fundamental na elaboração de nossas percepções sobre o presente. Ela é responsável por armazenar e recuperar informações e experiências passadas, e essas lembranças, que estão na base de nossos sentimentos e opiniões, são cruciais para a compreensão do mundo ao nosso redor. No sentido científico, podemos abordar a memória como a capacidade que temos de reter informações no cérebro ou, em tempos atuais, em sistemas artificiais.

Priscila Tossan. Foto: Carol Agyar.

“A memória é um componente vital para a continuidade e a compreensão da cultura. Ela fornece uma base para a identidade, a compreensão do coletivo e a evolução da cultura digital. A preservação consciente da memória contribui para a construção de sociedades resilientes, conscientes de seu lugar na História, capazes de se adaptarem às mudanças”, diz a museóloga Mariana Várzea, curadora e mediadora das Rodas de Memórias.

Entre os convidados, estão a filósofa e antropóloga Janaína Damaceno, que conversará sobre “Memórias, Afrovisualidades e futuros possíveis”, e o filósofo, mestre em Letras, jornalista, escritor, cineasta Dodô Azevedo, que falará sobre “Memória digital, entre apagamentos, inovações e combates”, além do premiado artista visual Lourival Cuquinha, que versará sobre “Memória e arte, lugar de encontros e confrontos”.

Oficinas

O MEMO contará ainda com oficinas que visam trabalhar lembranças e vivências. Somos atravessados por histórias desde a nossa concepção. Histórias de nossos pais, de nossos antepassados, do contexto histórico e social, das nossas escolhas. Esses atravessamentos geram memórias que ficam gravadas nos nossos corpos. Nas oficinas de “Estandartes: Memória e Tradição”, ministrada pela designer e arte educadora Maristela Pessoa e na dedicada ao “Corpo, Memória e Transcendência”, da psicóloga e especialista em terapia do trauma Priscila Lobianco, a proposta é promover uma delicada ampliação do diálogo com nossas memórias implícitas e gerar o movimento necessário de transformação e cura.

Em dois dias de encontros e reflexões, o MEMO promete alimentar os lugares de memória, a memória dos lugares e promover experiências coletivas para que cada indivíduo encontre o outro e partilhe a memória comum.

Sobre o MEMO | Projeto inédito, idealizado por Lu Araújo, que nasce em tempos de reinvenção, promovendo encontros e fomentando a reflexão sobre o fazer artístico. É uma conjunção artística e cultural entre Música, Exibição e Memória, em que a ideia principal é refletir sobre a interdisciplinaridade da memória e a pluralidade dos afetos que nos conectam com o passado, o presente e o futuro. A memória é abordada como matéria-prima da Arte e da Filosofia, como fonte de inspiração e energia combativa, lugar dos sentimentos, de reconciliação, de luto, de tolerância e de construção de um futuro melhor sobre a base de um passado comum. O evento faz parte de uma série de ações que serão realizadas durante o ano de 2024 com a chancela do consagrado MIMO Festival, evento com 20 anos de existência, criado por Lu Araújo, e que tem como pilares a música, o patrimônio e a educação no campo das artes.

Serviço:

MEMO – Música, Exibição e Memória

Parque Glória Maria/Teatro Ruth de Souza (antigo Parque das Ruínas)

Rua Murtinho Nobre, 169 – Santa Teresa

Telefones: (21) 2215-0621 | 2224-3922

Horário de funcionamento: das 8h às 19h

Entrada gratuita (sujeita à lotação do espaço)

O MEMO aderiu à campanha Santa Teresa sem carro: Seja amigo do Bairro! Não suba Santa de carro! Utilize os transportes públicos.

Programação completa e outras informações em www.memofestival.com.

(Fonte: Press Manager)