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‘Fidelio’, única ópera de Beethoven, será apresentada no Theatro São Pedro

São Paulo, por Kleber Patricio

Theatro São Pedro. Foto: Heloísa Bortz.

A temporada lírica do Theatro São Pedro, equipamento cultural da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo gerido pela Santa Marcelina Cultura, estreia em abril com uma programação de impacto: Fidelio’, a única ópera composta por Ludwig van Beethoven (1770-1827), será encenada nos dias 18, 20, 23, 25 e 27 de abril.

Tida como uma das obras mais significativas do repertório lírico alemão, Fidelio estreou em 1805 e ganhou novas versões até 1814. A história tem por base o libreto escrito por Joseph Sonnleithner, que traz a busca da protagonista Leonore por resgatar o marido, Florestan, preso de forma injusta pelo tirano Don Pizarro. Na trama, que aborda temas como liberdade, coragem e resistência política, Leonore se disfarça de homem e adota o nome Fidelio, refletindo ideais humanistas e iluministas caros à Beethoven.

Tenor Eric Herrero será Florestan. Foto: Divulgação.

As montagens terão o maestro Cláudio Cruz à frente da Orquestra do Theatro São Pedro e William Pereira na direção cênica. No elenco, a soprano Eiko Senda viverá Leonore/Fidelio, Eric Herrero (tenor) será Florestan, Andrey Mira (baixo) interpreta Don Fernando e Licio Bruno (baixo-barítono) assume o papel de Don Pizarro.

“Em Fidelio, Beethoven nos lembra que a liberdade e a justiça não são meras abstrações; elas são conquistas diárias que exigem coragem, ética e a força do amor como instrumento de redenção”, afirma o encenador William Pereira, destacando que a obra transcende sua época e nos coloca diante de questões urgentes. “O que fazemos quando o poder oprime? Como manter a fé no humano em tempos sombrios?”.

Segundo ele, a montagem transpõe a ação para um espaço atemporal: uma prisão política que poderia estar em qualquer lugar do planeta. “Ao conectar o século XVIII ao XXI, buscamos ampliar o alcance simbólico desse drama. O sofrimento e a esperança dos personagens ecoam nos conflitos contemporâneos, desde campos de refugiados até celas onde a dissidência ainda é punida”, diz.

De acordo com Pereira, Fidelio é um exemplo magistral do equilíbrio entre música e teatro, pois a ópera preserva a estrutura do singspiel (forma de drama musical em alemão), unindo passagens faladas a trechos musicais de profundidade comovente. A alternância cria uma dramaturgia única, onde o texto potencializa a música e a música, por sua vez, eleva o texto a um plano quase transcendental. “Montar Fidelio hoje é mais do que revisitar um clássico; é resgatar Beethoven como uma voz que denuncia as tiranias e reivindica o direito à liberdade em um mundo constantemente ameaçado pela opressão. Que esta ópera nos inspire a não apenas imaginar, mas a lutar por um futuro mais humano e justo. Beethoven nos dá as ferramentas, e cabe a nós ouvi-lo e agir”, ressalta.

Transmissão ao vivo | A récita de 25 de abril, sexta-feira, às 20h, será transmitida ao vivo gratuitamente pelo canal de YouTube do Theatro São Pedro, aqui.

TEMPORADA LÍRICA | ORQUESTRA DO THEATRO SÃO PEDRO  

Fidelio

Orquestra do Theatro São Pedro

Cláudio Cruz, direção musical

William Pereira, direção cênica

Bruno Costa, regente coral

Fábio Bezuti, preparador vocal

Giorgia Massetani, cenografia

Antônio Rabàdan, figurino

Wagner Pinto, iluminação

Ligiana Costa, dramaturgismo

Eiko Senda, Leonore/Fidelio

Eric Herrero, Florestan

Andrey Mira, D. Fernando

Licio Bruno, D. Pizarro

Gustavo Lassen, Rocco

Lina Mendes, Marzelline

Mar Oliveira, Jaquino

Willian Manoel, Primeiro Prisioneiro

Ádamo, Segundo Prisioneiro

LUDWIG VAN BEETHOVEN (1770–1827)

Fidelio, Op. 72b.

Fidelio

Ensaio geral aberto e gratuito: 16 de abril

Récitas: 18, 20, 23, 25 e 27 de abril

Quartas e sextas-feiras às 20h; domingos às 17h

Local: Theatro São Pedro (Rua Barra Funda, 171 – São Paulo/SP)

Classificação etária: 14 anos

Ingressos: R$41 (meia-entrada) a R$124 (inteira), aqui.

Theatro São Pedro

Com mais de 100 anos, o Theatro São Pedro, instituição do Governo do Estado de São Paulo e da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, gerido pela Santa Marcelina Cultura, tem uma das histórias mais ricas e surpreendentes da música nacional. Inaugurado em uma época de florescimento cultural, o teatro se insere tanto na tradição dos teatros de ópera criados na virada do século XIX para o XX quanto na proliferação de casas de espetáculo por bairros de São Paulo. Ele é o único remanescente dessa época em que a cultura estava espalhada pelas ruas da cidade, promovendo concertos, galas, vesperais, óperas e operetas. Nesses mais de 100 anos, o Theatro São Pedro passou por diversas fases e reinvenções. Já foi cinema, teatro, e, sem corpos estáveis, recebia companhias itinerantes que montavam óperas e operetas. Entre idas e vindas, o teatro foi palco de resistência política e cultural e recebeu grandes nomes da nossa música, como Eleazar de Carvalho, Isaac Karabtchevsky, Caio Pagano e Gilberto Tinetti, além de ter abrigado concertos da Osesp. Após passar por uma restauração, foi reaberto em 1998 com a montagem de La Cenerentola, de Gioacchino Rossini. Gradativamente, a ópera passou a ocupar lugar de destaque na programação do São Pedro, e em 2010, com a criação da Orquestra do Theatro São Pedro, essa vocação foi reafirmada. Ao longo dos anos, suas temporadas líricas apostaram na diversidade, com títulos conhecidos do repertório tradicional, obras pouco executadas, além de óperas de compositores brasileiros, tornando o Theatro São Pedro uma referência na cena lírica do país.

(Com Julian Schumacher/Santa Marcelina Cultura – Theatro São Pedro)

Estação CCR das Artes será palco de recital do Coro da Osesp e do primeiro concerto de câmara do ano

São Paulo, por Kleber Patricio

Coro da Osesp. Foto: Mario Daloia.

Nesta semana, no domingo (06/abr), a recém-inaugurada Estação CCR das Artes será palco para dois concertos: às 11h, o Coro da Osesp apresenta seu segundo recital da Temporada 2025 com o novo regente titular, o britânico Thomas Blunt. O programa será dedicado a dois germânicos: um autor da música antiga, Heinrich Schütz, com a obra ‘Selig sind die Toten’ [Bem-aventurados os mortos], e a Johannes Brahms, de quem ouviremos o emocionante ‘Um réquiem alemão’, uma das mais ambiciosas partituras de todo o Romantismo.

Mais tarde no mesmo dia, às 18h, a Estação CCR das Artes será palco do primeiro recital de música de câmara desta Temporada. Formado por instrumentistas da Osesp, o Septeto 1913 vai interpretar o célebre Prelúdio da ópera ‘Tristão e Isolda’, de Richard Wagner, e ‘Metamorphosen’, de Richard Strauss, ambos em versões para septeto de cordas. Para vozes e piano a quatro mãos, as valsas ‘Liebeslieder’, de Johannes Brahms, serão executadas por integrantes do Coro.

Grupos de câmara. Foto: Fabio Audi.

Apesar de as duas obras do programa apresentado pelo Coro serem intrinsecamente diferentes em ambição e estilo, sua justaposição é bem coerente. Johannes Brahms [1833–1897] era um dedicado estudioso da música do passado. Tinha admiração particular pelos grandes mestres germânicos que o antecederam, entre os quais Heinrich Schütz [1585–1672] ocupava lugar de honra. Seu Réquiem alemão pode ser visto como uma reconexão consciente com essa tradição da música sacra alemã, atualizando-a com sua própria linguagem romântica.

A lenda medieval que narra o amor impossível entre Tristão e Isolda adquire contornos filosóficos e românticos na ópera de Richard Wagner [1813–1883]. Composta na década de 1850, a obra reflete a conturbada vida amorosa do compositor e é intensificada pela leitura de Schopenhauer, que defendia a arte musical não como “cópia da manifestação da vontade, mas cópia direta da própria vontade”. A intensidade erótica dessa ‘vontade’, que levará Isolda a ‘morrer de amor’ no longo êxtase que encerra a ópera, já está presente em seu famoso Prelúdio, uma das peças mais importantes da história da música.

Metamorphosen [‘Metamorfoses’], de Richard Strauss [1864–1949], foi construída em torno de citações da marcha fúnebre da Sinfonia eroica de Beethoven, além de evocar outros motivos de Bach, Mozart, Beethoven e Wagner; como se a longa tradição musical germânica, símbolo da ‘unidade espiritual’ de um povo sempre dividido politicamente, lamentasse seu destino e clamasse pela possibilidade de uma redenção futura. Não por acaso, o título remete também à orgulhosa herança clássica germânica reivindicada por Goethe em seus poemas sobre as metamorfoses poéticas de Lucrécio e Ovídio.

Estação CCR das Artes. Foto: Pedro Castro.

Compostas entre 1868 e 1869, as valsas Liebeslieder (‘De canções de amor’) testemunham os primeiros anos do amor de Brahms por Viena, cidade que o acolheu, em 1863, como diretor de seu principal coro. O ciclo é inspirado em obras de dois austríacos ilustres: as valsas populares de Franz Schubert (publicadas postumamente em edição organizada pelo próprio Brahms) e as grandiosas (e por vezes irônicas) valsas aristocráticas de Johann Strauss.

Coro da Osesp

O Coro da Osesp, além de sua versátil atuação sinfônica, enfatiza o registro e a difusão da música dos séculos XX e XXI e de compositores brasileiros. Destacam-se em sua ampla discografia Canções do Brasil (Biscoito Fino, 2010), Aylton Escobar: Obras para coro (Selo Digital Osesp, 2013) e Heitor Villa-Lobos: Choral transcriptions (Naxos, 2019). Apresentou-se em 2006 para o rei da Espanha, Filipe vi, em Oviedo, no 25º Prêmio da Fundação Príncipe de Astúrias. Em 2020, cantou, sob a batuta de Marin Alsop, no Concerto de Abertura do Fórum Econômico Mundial, em Davos, Suíça, feito repetido em 2021, em filme virtual que trazia também Yo-Yo Ma e artistas de sete países. Junto à Osesp, estreou no Carnegie Hall, em Nova York, em 2022, se apresentando na série oficial de assinatura da casa no elogiado Floresta Villa-Lobos. Fundado em 1994 por Aylton Escobar, integra a Osesp desde 2000, completando 30 anos de atividade em 2024. Teve como regentes Naomi Munakata [1995-2015] e Valentina Peleggi [2017-2019]. A partir de fevereiro de 2025, Thomas Blunt assume a posição de regente titular.

Thomas Blunt regente

Thomas Blunt construiu uma carreira versátil e abrangente, com sólida formação em canto e ópera, regendo em teatros e salas de concerto ao redor do mundo. Com um repertório que vai da música renascentista à contemporânea, sua regência se estabelece a partir da ideia de criação de uma dramaturgia por meio da música. Foi o primeiro participante britânico da prestigiosa Allianz International Conductors’ Academy. Mantém estreita relação com o Festival de Glyndebourne (Reino Unido), no qual iniciou sua carreira de regente na música coral. Atuou como regente assistente junto a Vladimir Jorowski, diretor musical da Filarmônica de Londres, resultando em apresentações no Royal Festival Hall, no Queen Elizabeth Hall e na própria Sala São Paulo em diversas ocasiões. Junto a seus compromissos com o Coro da Osesp, do qua passa a ser regente titular a partir de 2025, seus destaques desta temporada incluem apresentações com a Orquestra Nacional da BBC de Wales, o Fifth Door Ensemble, a Sinfônica da Nova Zelândia, além da atuação como assistente de Maurizio Benini na Royal Opera House.

PROGRAMAS

CORO DA OSESP

THOMAS BLUNT regente

FERNANDO TOMIMURA E DANIEL GONÇALVES piano a quatro mãos

Heinrich SCHÜTZ | Selig sind die Toten [Bem-aventurados os mortos], SWV 391

Johannes BRAHMS | Um réquiem alemão, Op. 45

SEPTETO 1913

AMANDA MARTINS violino

MATTEW THORPE violino

SARAH PIRES viola

ANDRÉ RODRIGUES viola

KIM BAK DINITZEN violoncelo

ADRIANA HOLTZ violoncelo

PEDRO GADELHA contrabaixo

Richard WAGNER | Tristão e Isolda: Prelúdio

Richard STRAUSS | Metamorphosen

FLÁVIA KELE soprano

CRISTIANE MINCZUK mezzo soprano

ANDERSON SOUSA tenor

ERICK SOUZA barítono

ISRAEL MASCARENHAS piano

FERNANDO TOMIMURA piano

Johannes BRAHMS | Liebeslieder Wälzer [Valsas de canções de amor], Op. 52

Serviço:

6 de abril, domingo, às 11h [Coro da Osesp] e às 18h [Concerto de Câmara]

Endereço: Praça Júlio Prestes, 16, Luz, São Paulo, SP

Capacidade: 543 lugares [Estação CCR das Artes]

Recomendação etária: 07 anos

Ingressos: R$ 42,00 [Coro da Osesp] e R$ 42,00 a R$ 150,00 [Câmara] (valores inteiros)

Bilheteria (INTI): osesp.byinti.com | salasaopaulo.byinti.com
(11) 3777-9721, de segunda a sexta, das 12h às 18h.

Estacionamento: Rua Mauá, 51 | R$ 39,00 (noturno, sábado e domingo após às 12h30)| 600 vagas; 20 para pessoas com deficiência; 33 para idosos.

Mais informações nos sites oficiais da Osesp e da Sala São Paulo.

A Estação CCR das Artes conta com o patrocínio institucional do Grupo CCR, por meio do Instituto CCR, via Lei Federal de Incentivo à Cultura. A realização é da Fundação Osesp, do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura, Economia e Indústria Criativas, do Ministério da Cultura e do Governo Federal – União e Reconstrução.

A Osesp e a Sala São Paulo são equipamentos do Governo do Estado de São Paulo, por intermédio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerenciadas pela Fundação Osesp, Organização Social da Cultura.

Acompanhe a Osesp: Site | Instagram | YouTube | Facebook | TikTok | LinkedIn.

(Com Fabio Rigobelo/Fundação Osesp)

Cia Caravan Maschera celebra 15 anos com mostra Bonecos sem Fronteiras no Espaço Sobrevento

São Paulo, por Kleber Patricio

Cena de ‘Vidas Secas’, espetáculo adulto da mostra Bonecos sem Fronteiras. Foto: Tamirys Zago.

Para representar toda a versatilidade de temas, técnicas e públicos do teatro de bonecos, a Cia Caravan Maschera volta a São Paulo para realizar uma mostra gratuita no Espaço Sobrevento (R. Cel. Albino Bairão, 42 – Belenzinho), entre os dias 3 e 6 de abril, na quinta e na sexta, às 20h, no sábado, às 18h e às 20h, e, no domingo, às 18h. “Quando montamos um espetáculo, estamos sempre atentos ao público a que ele se destina. Se for uma proposta infantil, por exemplo, gostamos de explorar formas mais arredondadas para os bonecos, deixando-os menos ‘agressivos’. Também usamos músicas mais doces e uma iluminação mais clara. Já nos trabalhos adultos, exploramos formas mais agudas e deformidades nos bonecos, além de sons mais barulhentos e iluminação mais sombria. São estudos de semiótica”, detalha Leonardo Garcia Gonçalves, um dos idealizadores da companhia.

Cinco trabalhos foram escolhidos pelo grupo para compor a mostra Bonecos Sem Fronteiras: os adultos ‘Vidas Secas’, ‘Vigiar e Punir’ e ‘Monsanto Mon Amour’; bem como os infantis ‘Hoje, Godot Não Vem!’ e ‘Tiringuito, Luisa e a Morte’. “Todos foram muito significativos para a nossa trajetória, além de serem bastante diferentes uns dos outros”, acrescenta.

Durante o período, além da circulação das peças, que também passaram pelas cidades paulistas Atibaia, Franco da Rocha, Ourinhos, São Sebastião e Mairiporã, o grupo organizou oficinas de teatro de bonecos e bate-papos para estimular a formação de plateias. As iniciativas foram contempladas pelo Edital de Fomento da Lei Paulo Gustavo do Estado de SP.

Espetáculos adultos da mostra Bonecos Sem Fronteiras

Cena de Monsanto Mon Amour. Foto: João Maria.

A mostra no Espaço Sobrevento começa no dia 3 de abril, às 20h, com a apresentação de Vidas Secas, uma adaptação do clássico de Graciliano Ramos (1892–1953). O grupo montou um espetáculo quase sem palavras, centrado em imagens que demonstram tensões corporais.

A ideia é deixar que os espectadores fiquem com o pensamento mais livre, refletindo tanto sobre a incomunicabilidade quanto sobre a situação de extrema repressão psicológica, física e emocional exercida por um contexto social, econômico e racial que ultrapassa as fronteiras do sertão nordestino do Brasil.

No dia 4 de abril, às 20h, é a vez de Vigiar e Punir, baseado na obra do filósofo francês Michel Foucault (1926–1984). A peça aborda a evolução dos conceitos de punição e vigilância na sociedade contemporânea, considerando um mundo em que todos podem filmar e fotografar uns aos outros pelos celulares.

Os bonecos foram inspirados em dois importantes pintores: o espanhol Francisco de Goya (1746–1828) e o holândes Hieronymus Bosch ((1450–1516). Já a interpretação explora o bufão. Com muito humor e sátira, a companhia desnuda uma sociedade disciplinar e cheia de normas.

Cena de Vigiar e Punir. Foto: Fulton Nogueira.

Monsanto Mon Amour encerra as peças adultas da mostra no dia 5 de abril, às 20h. A obra reflete sobre a atual crise no meio ambiente, provocada sobretudo por uma sociedade que prega o consumo desenfreado e legitima o uso de agrotóxicos, o desmatamento, a extinção das leis ambientais e a ridicularização do discurso naturalista e sustentável.

Na trama, a relação entre os bonecos e um coro de atores e atrizes revela as estratégias de controle e as ameaças utilizadas por grandes corporações como a Monsanto e a Bayer sobre o indivíduo vulnerável.

Espetáculos infantis da mostra Bonecos Sem Fronteiras

O primeiro infantil a ser encenado na mostra é Tiringuito, Luisa e a Morte. Será no dia 5 de abril, às 18h. Na trama, quando finalmente Tiringuito toma coragem de pedir a mão de Luisa em casamento para o seu tio, a Morte aparece para atrapalhar os seus planos. Seu único caminho, então, é enfrentá-la. O espetáculo é inspirado na cultura imaterial do teatro de mamulengos nordestino e na tarantella italiana. Os bonecos são feitos em madeira pelos próprios atores, respeitando a tradição.

Cena de Tiringuito, Luisa e a Morte. Foto: Leonardo Garcia.

Baseada em Samuel Beckett (1906–1989), Hoje, Godot Não Vem! marca o fim da programação da mostra Bonecos Sem Fronteiras no Espaço Sobrevento. A apresentação será no dia 6 de abril, às 18h. Na trama, duas crianças estão à espera de Godot em um lugar indeterminado. Enquanto aguardam, suas certezas e a noção do tempo se dissolvem. A história é contada por meio de imagens poéticas, cinema Stop Motion e bonecos que podem chegar a 2,5 metros de altura criados a partir do estilo do pintor belga René Magritte (1898-1967). O objetivo da montagem é dar espaço para questões profundas da vida, da infância e do ato de tornar-se adulto.

Sobre a Cia Caravan Maschera Teatro

A Cia Caravan Maschera Teatro foi fundada em 2010. No início de suas pesquisas, a Cia trilhou os caminhos enigmáticos que oscilam entre a máscara, o palhaço, o bufão e os bonecos.

Iniciou em 2012 seus primeiros trabalhos no Brasil, na zona rural da cidade de Atibaia, interior de São Paulo. Desde o início, estabelecem como princípio de criação de espetáculos uma interação constante com a comunidade que os cerca por meio de oficinas, cursos de formação e residências artísticas com artistas de diversas regiões do Brasil e do exterior.

Até hoje, a Cia Caravan Maschera Teatro criou nove espetáculos que já circularam por 12 estados do Brasil e o Distrito Federal, além de ter participado de festivais internacionais na França, Itália, Eslovênia e Suíça.

FICHA TÉCNICA DA MOSTRA

Produção: Caravan Maschera Teatro | Assessoria de imprensa: Canal Aberto – Canal Aberto – Marcia Marques, Daniele Valério e Carina Bordalo | Direção e encenação: Leonardo Garcia Gonçalves.

Hoje, Godot Não Vem!

Texto: Leonardo Garcia Gonçalves | Elenco: Leonardo Garcia Gonçalves e Rafael Salgado | Colaboração de dramaturgia visual: Laurent Michelin | Bonecos: Leonardo Garcia Gonçalves, Giorgia Goldoni, Orlando Talarico e Kledir Salgado | Cenografia: Leonardo Garcia Gonçalves, Orlando Talarico e Giorgia Goldoni | Figurino: Kledir Salgado | Trilha sonora: Rafael Vanazzi | Canções: Luisa Albuquerque e Rafael Salgado | Interpretação musical: Luisa Albuquerque | Edição de diálogos: Rafael Salgado | Produção de vídeos Stop Motion: Estúdio ANIM’ARTE –Venezia | Roteiro de vídeos e projeções: Leonardo Garcia Gonçalves e Giorgia Goldoni | Edição de vídeo: Ian Marcel Iordanu | Designer de luz: Corentin Praud | Operação de luz: Bruno Garcia | Vozes dos bonecos: Leonardo Garcia Gonçalves e Rafaella Uhiara | Residência de criação e concepção do espetáculo: TRAC Residenze Teatrali (Itália), Le LEM – Théâtre et Lieu d’Expérimentation Marionnette (França), Théâtre Halle Roublot (França).

Tiringuito, Luisa e a Morte

Texto: Leonardo Garcia Gonçalves e Giorgia Goldoni | Elenco: Leonardo Garcia Gonçalves | Bonecos: Leonardo Garcia Gonçalves, Giorgia Goldoni | Cenografia: Leonardo Garcia Gonçalves, Gianni Goldoni, Giorgia Goldoni, Adelfa Bergonzini | Designer de luz: Gianni Goldoni | Operação de luz: Rafael Salgado | Olhar externo: Lucca Ronga | Residência de criação e concepção do espetáculo: TRAC Residenze Teatrali (Itália).

Vidas Secas

Texto: Livre adaptação da obra de Graciliano Ramos | Elenco: Leonardo Garcia Gonçalves e Rafael Salgado | Colaboração de dramaturgia visual: Wagner Cintra | Bonecos: Leonardo Garcia Gonçalves, Giorgia Goldoni, Fernanda Paredes | Cenografia: Leonardo Garcia Gonçalves, Orlando Talarico e Giorgia Goldoni | Figurino: Kledir Salgado | Trilha sonora: Rafael Vanazzi | Edição de diálogos: Leonardo Garcia Gonçalves | Designer de luz: Leonardo Garcia Gonçalves | Operação de luz: Bruno Garcia | Vozes dos bonecos: Leonardo Garcia Gonçalves  e Giorgia Goldoni | Residência de criação e concepção do espetáculo: Quilombos Sapatu e Pedro Cubas no Vale do Ribeira.

Vigiar e Punir

Texto: Livre adaptação da obra de Michel Foucault | Elenco: Leonardo Garcia Gonçalves e Rafael Salgado | Bonecos: Leonardo Garcia Gonçalves, Giorgia Goldoni, Fernanda Paredes | Cenografia: Leonardo Garcia Gonçalves, Ganto e Giorgia Goldoni | Figurino: Kledir Salgado e Giorgia Goldoni | Trilha sonora: Rafael Vanazzi | Edição de diálogos: Leonardo Garcia Gonçalves | Designer de luz: Leonardo Garcia Gonçalves | Operação de luz: Bruno Garcia | Vozes dos bonecos: Leonardo Garcia Gonçalves e Giorgia Goldoni.

Monsanto Mon Amour

Texto: Leonardo Garcia Gonçalves | Elenco: Leonardo Garcia Gonçalves, Rafael Salgado, Daiane Baumgartner | Bonecos: Leonardo Garcia Gonçalves e Fernanda Paredes | Cenografia: Leonardo Garcia Gonçalves | Figurino: Kledir Salgado | Edição de diálogos: Rafael Salgado |

Designer de luz: Leonardo Garcia Gonçalves | Operação de luz: Bruno Garcia | Vozes dos bonecos: Leonardo Garcia Gonçalves.

Serviço:

Mostra Bonecos Sem Fronteiras

De 3 a 6 de abril

Local: Espaço Sobrevento – R. Cel. Albino Bairão, 42 – Belenzinho

Ingresso: grátis | Retirada na bilheteria com 1 hora de antecedência, limitado a um par por pessoa

Telefone: (11) 2692-1549

3 de abril – 20h – Vidas Secas | Duração: 65 minutos | Classificação: 12 anos

4 de abril – 20h – Vigiar e Punir | Duração: 75 minutos | Classificação: 16 anos

5 de abril

18h – Tiringuito, Luisa e a Morte | Duração: 50 minutos | Classificação: 8 anos

20h – Monsanto Mon Amour | Duração: 65 minutos | Classificação: 14 anos

6 de abril – 18h – Hoje, Godot Não Vem! | Duração: 60 minutos | Classificação: 8 anos.

(Com Daniele Valério/Canal Aberto Assessoria de Imprensa)

Núcleo de Cinema de Animação de Campinas comemora 50 anos com intensa programação gratuita

Campinas, por Kleber Patricio

Abertura oficial, no dia 10 de abril, terá participação da cantora Ná Ozetti e do Quinteto de Cordas da Orquestra Sinfônica Municipal. Fotos: Divulgação.

Em 2025, o Núcleo de Cinema de Animação de Campinas celebra meio século de história com uma programação especial e inteiramente gratuita. Reconhecido como um dos mais longevos centros de produção, ensino e pesquisa de animação do Brasil e do mundo, o Núcleo foi fundado em 1975 por Wilson Lazaretti e, desde 1979, conta também com a colaboração de Maurício Squarisi. Ao longo de sua trajetória, mais de 400 curtas-metragens foram produzidos em oficinas e dois longas-metragens autorais foram lançados.

A abertura oficial da agenda de comemorações será no dia 10 de abril, a partir das 16h, com visita guiada à Exposição Comemorativa no Centro de Ciências, Letras e Artes de Campinas (CCLA). Com curadoria de Lucas Vega, Filipe Miranda, Roberta Santana e Rafaela Repasch, a exposição apresenta um panorama da história do Núcleo e contará com a participação especial do escritor João Protetti na abertura. Em seguida, das 19h às 21h, a Noite Musical de Abertura promete emocionar o público com apresentações musicais acompanhando as exibições de dois curtas-metragens históricos do Núcleo. Os convidados são o Quinteto de Cordas da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas e cantora Ná Ozzetti, acompanhada pelo músico José Alexandre Carvalho no contrabaixo.

Oficinas para crianças para jovens e adultos aprenderem a produzir animação são uma das marcas do Núcleo.

No dia 11, é a vez do Baile 50 Anos, no Clube Velha Guarda de Valinhos, das 19h às 23h. A noite festiva reunirá convidados e parceiros do Núcleo para celebrar cinco décadas de história e é o único evento da programação com necessidade de reserva de ingressos pelo e-mail nucleoanimacaocps@gmail.com.

No dia 12 de abril, a programação abre espaço para reflexão e valorização da memória do cinema de animação. A partir das 16h, a roda de conversa Núcleo de Animação: resistência, memória e preservação do audiovisual reunirá os animadores Alba Liberato (Salvador), Lula Gonzaga (Olinda) e a roteirista Silvana Delacio (Olinda), com mediação de Rebeca Ribeiro. Logo depois, às 18h, será realizada a exibição de filmes autorais de Wilson Lazaretti, Maurício Squarisi e produções realizadas em oficinas, seguida de uma conversa dos diretores com Cândida Liberato (Salvador) e mediação de Eliana Ribeiro.

A programação completa se estende até o dia 26 de abril, com sessões de cinema com acessibilidade, experiências com projetores em 16mm e 35mm, rodas de conversa sobre a história e o futuro da animação e apresentações musicais. Todas as atividades são gratuitas e abertas ao público.

O projeto Núcleo de Cinema de Animação de Campinas: 50 anos foi contemplado no Edital Fomento CultSP nº39/2024, por iniciativa da Diálogos Produções Culturais, e tem apoio do Governo do Estado de São Paulo, da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, do Programa de Ação Cultural – ProAC e o Fomento CultSP.

Mais informações podem ser acessadas no novo site do Núcleo (https://ncacampinas.org.br/) ou pelas redes sociais: @ncacampinas no Instagram e Facebook.

Núcleo de Cinema de Animação de Campinas

Em 50 anos de história, o Núcleo de Cinema de Animação de Campinas é um dos núcleos independentes de produção e pesquisa de animação mais antigos e atuantes do mundo. À frente do Núcleo, Wilson Lazaretti e Maurício Squarisi produzem filmes autorais, coordenam e ministram oficinas e cursos de animação, que resultaram na incrível marca de mais de 400 curtas-metragens, além dos dois longas autorais finalizados em 2014. Escrito e dirigido por Mauricio Squarisi, Café um dedo de Prosa conta a história da bebida e sua influência na história do Brasil. História Antes de uma História, com roteiro e direção de Wilson Lazaretti, foi um dos cinco finalistas na categoria de Melhor Filme de Animação na 5ª edição do Prêmio Platino do Cinema Ibero-Americano.

O Núcleo se destaca pela formação de novos talentos e pela realização de oficinas que já passaram por diversas regiões do Brasil e do exterior, incluindo atividades com comunidades indígenas, quilombolas, e com pessoas com deficiência. Mais do que ensinar a técnica, o Núcleo desenvolveu uma filosofia própria: a animação como uma forma de expressão do traço único de cada um, acessível a qualquer pessoa, seja criança, jovem ou adulto.

Oficinas prévias

Antes da abertura oficial das comemorações, o Núcleo realiza duas oficinas comemorativas pelos seus 50 anos: uma voltada a educadores, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação. É no dia 03 de abril, no Cefortepe, Centro de Formação, Tecnologia e Pesquisa Educacional “Prof. Milton de Almeida Santos”, em Campinas. No dia 04, acontece uma oficina aberta a crianças e jovens, no Conservatório Carlos Gomes, espaço que sediou as primeiras aulas ministradas por Wilson Lazaretti, em 1975. As produções das oficinas serão exibidas numa sessão especial no dia 26 de abril, no CCLA.

Para acompanhar a programação completa das comemorações pelos 50 anos do Núcleo de Cinema de Animação de Campinas, basta acessar o site do Núcleo: https://ncacampinas.org.br/.

Serviço:

Núcleo de Cinema de Animação de Campinas: 50 anos

Atividades gratuitas

Programação detalhada em: https://ncacampinas.org.br.

(Com Andréa Alves/A2N Comunicação)

Anelo lança música de David Sue sobre universo do autismo, dispensando rótulos sobre o espectro

Campinas, por Kleber Patricio

David Sue. Fotos: Kaique Brito.

O cantor e compositor David Sue, nome artístico de Matheus Cuelbas de Moura, que tem transtorno do espectro autista (TEA) e bipolaridade, apresenta pela primeira vez em sua carreira um single que aborda a sua vivência com essa condição; porém, sem rótulos e buscando mostrar as diferenças e potencialidades de cada pessoa, tenha ela ou não esse diagnóstico. A canção ‘Meu interior’ será lançada pelo Instituto Anelo, que promove aulas de música na periferia de Campinas, em 2 de abril, Dia Mundial de Conscientização do Autismo.

A canção estará disponível nas plataformas digitais tanto do Anelo como do cantor e ganhará uma versão em videoclipe. A letra questiona o que é ser normal, levando qualquer pessoa, independentemente de ser autista, a se identificar. Afinal: “‘Normal’ não passa de invenção”, como diz um dos versos da música, que é fruto da história do cantor, passando inclusive pelo período anterior ao seu diagnóstico, aos 13 anos. “Os autistas não são iguais entre si. Cada um tem a sua própria personalidade.”

David Sue conversa com coordenador do Estúdio Anelo, Júlio Oliveira.

Hoje, com 25 anos, mesma idade do Anelo, o artista entende que a sociedade obriga as pessoas a permanecerem em ‘caixinhas’, só para cumprirem regras e etiquetas. Ele conta que a própria aceitação do autismo foi um processo demorado, e que só compôs sobre o tema em abril de 2023, durante um insight à capela. Para David Sue, que teve seu trabalho divulgado nacionalmente em participação no ‘Caldeirão com o Mion’, da Rede Globo, em 2024, “o excesso de rótulos é para produtos de supermercado, já as pessoas são complexas”. E acrescenta: “Viver à base de rótulos é quase uma sentença de morte para mim”.

Provocação

Conhecido por compor em inglês, David Sue passa por uma transição, trazendo-o de volta à língua nativa. “Faz quase um ano que não componho em inglês. Gosto de explorar coisas diferentes, justamente por não gostar de rótulos”, conta. A mudança se deu quando entrou no Anelo, primeiro como aluno e hoje também contratado como produtor. “Lá tem muita música brasileira. Comecei a fazer amizades e vínculos que me despertaram a curiosidade de compor em português”.

A ideia de compor Meu interior nasceu ainda de uma provocação do músico, cantor e compositor Luccas Soares, fundador do Anelo e pai de um menino autista de 5 anos. Ele lembra que sabia da posição de David Sue de não querer usar o autismo como uma ‘muleta’ para se amparar, e também que o músico já se sentia com bom suporte em sua condição, mas ainda assim considerou que seria importante ele compor sobre o tema, pela causa e conscientização social. “Eu disse ao Matheus (David Sue) que sabia que ele tinha suporte, mas que éramos nós, pais de autistas, que precisávamos dele para se manifestar, para que pudéssemos ver sua evolução e as possibilidades que podem se descortinar para nossos filhos”, conta Luccas. “Não é pelo fato de ele ser autista que o Anelo decidiu lançar a canção, mas porque é muito talentoso e a música dele é muito boa”, diz.

Ritmo, melodia e harmonia

Meu interior apresenta climas musicais diferentes que foram surgindo a partir da necessidade de impedir que a canção ficasse tediosa. “Peguei todas as minhas influências dos anos 70 e botei lá. Além de autista, sou bipolar, então quis ressaltar a montanha russa sentimental dentro de mim”, explica David Sue. “Se a arte expressa vida e a vida não é linear, minha arte nunca irá fugir disso.”

O coordenador do Estúdio Anelo, Júlio Oliveira, que também é produtor e professor de guitarra e violão do Instituto, foi o orientador de David Sue nesta empreitada. “Foi um processo interno do Matheus (David Sue), porque deixei ele concebendo tudo para que pudesse se expressar para o mundo”, explica Júlio, que contribuiu no arranjo e tocando alguns instrumentos. “Toda essa aparente ‘sinfonia’ da canção reflete também a estética artística do David Sue, moldada no rock progressivo dos anos 70, como Genesis, fugindo de qualquer pegada pop.”

Júlio explica que o rock está no trecho do conflito exposto na letra, onde o compositor expressa a crueldade como o mundo o olha. Outro processo criativo foi a capa, onde David Sue aparece sozinho em um parquinho, segurando um porta-retrato com a sua foto, desejando ter um amigo.

Além de Júlio, a musicista, cantora e compositora Marisa Molchansky, conhecida artisticamente como Brisa, também assina a direção geral de todo o processo de lançamento de Meu Interior. “A música do Matheus é de uma verdade incrivelmente linda. No trecho que diz ‘todos nós sentimos a mesma dor’, creio que é algo inerente do ser humano, atravessar a jornada com questionamentos, incompreensões e sentimentos ambíguos”, diz Brisa, que também é professora no Anelo. “Ele expressa essa verdade com delicadeza e garra, usando toda sua musicalidade.”

Meu Interior – Ficha Técnica

Composição:  Matheus Cuelbas

Arranjo: Júlio Oliveira / Matheus Cuelbas

Matheus Cuelbas: Voz, Baixo, Piano, Mellotron VST, Sintetizador VST e Orquestra VST

Júlio Oliveira: Violão, Guitarra, Programação da Bateria e Cordas VST

Estúdio Anelo

Captação de Áudio: Júlio Oliveira / Matheus Cuelbas

Mixagem e Masterização: Júlio Oliveira

Vídeo

Captação e Edição de Imagens: Levi Macedo Lima

Arte Gráfica: Julia Ulbrich

Direção Geral: Marisa Molchansky e Júlio Oliveira

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(Com Nice Bulhões/Comunicação Compartilhada)