Concurso retorna mais uma vez ao Brasil, Colômbia e México para fortalecer compromisso das escolas que estão deixando uma marca positiva em suas comunidades


São Paulo
Conhecida como uma das maiores e melhores festas juninas do Brasil, o São João de Caruaru (PE) tem dado show de público, de cultura e de fomento à economia, durante seus mais de 70 dias de festejos. Para além das 1.200 atrações nos polos juninos espalhados pela cidade do agreste pernambucano, outro destaque tem sido o cuidado com a sustentabilidade que a festa vem demonstrando. Em 2024, a capital do forró recebe apoio para ampliar suas iniciativas de impulsionamento da economia circular, adotando duas centrais de triagem de resíduos e beneficiando 150 catadores de material reciclável da região. O suporte acontece por meio do projeto Recicla Solar, promovido pela Solar Coca-Cola, fabricante do Sistema Coca-Cola com atuação em 70% do território nacional.
Além da Central de Triagem no Pátio de Eventos, palco principal dos festejos este ano, quando a expectativa de público é de 3 milhões de pessoas, a gestão de resíduos ganha reforço com mais uma central instalada no tradicional Alto do Moura. Até o momento, mais de 56 toneladas foram recolhidas pelas três associações de catadores que estão envolvidas na força-tarefa de protagonizar o ‘São João Sustentável’: Associação de Catadores de Resíduos de Caruaru (ACRSC), Instituto do Meio Ambiente de Pernambuco (IMOA) e o Instituto Mãos Amigas (IMA).
O Recicla Solar, que ano passado comprou mais de 40 toneladas de PET e vidro advindos das coletas do São João de Caruaru, reutiliza esse material na produção de novas embalagens, quebrando com a tradicional da economia linear. Para esse ano, o projeto da Solar Coca-Cola, além de apoiar a montagem das centrais de triagem, está beneficiando os catadores com mais de 6 mil litros de bebidas, 300 cestas básicas e mais de mil itens de equipamentos de proteção individual, entre luvas, coletes e bolsas de coleta.
“Nosso objetivo é ser referência na gestão de resíduos e estamos muito felizes em trazer o Recicla Solar pelo segundo ano consecutivo ao maior e melhor São João do Mundo, que é o de Caruaru. Para a Solar, Caruaru é um símbolo no Nordeste das ações de impacto socioeconômico e de fomento à reciclagem que a empresa vem desenvolvendo em todo seu território. Sabemos da importância do São João para movimentar a economia da região e queremos contribuir com essa injeção de empregabilidade onde estamos inseridos. Com o Recicla, contribuímos com o viés da economia circular aumentando a reciclabilidade dos resíduos gerados pelo evento e apoiando os profissionais da reciclagem com melhores condições de trabalho, renda mais justa e digna, valorizando esses agentes fundamentais para a sustentabilidade”, explica Flávio Scalco, diretor regional da Solar Coca-Cola.
As organizações Verdear Eventos + Sustentáveis, a Secretaria de Meio Ambiente de Caruaru e o Instituto Transforma Caruaru também estão envolvidos com a operacionalidade da iniciativa. “O intuito do São João Sustentável é trabalhar o tripé da sustentabilidade, ambiental, social e econômico impactando de forma positiva na vida de pessoas em situação de vulnerabilidade social e que estão à margem da sociedade, promovendo junto a grandes marcas, tais como a Coca-Cola, a oportunidade de um trabalho digno e honesto. Essas associações de catadores de recicláveis unidas somam 150 agentes ambientais que fazem a diferença no meio ambiente”, destaca Chris Magalhães, coordenadora do Transforma Caruaru.
Impacto econômico e sustentável
Com expectativa de que 3 milhões de pessoas circulem nas festas da cidade durante o período, a prefeitura de Caruaru estima um retorno econômico para os municípios de R$650 milhões e 15 mil postos de trabalho gerados. Para colaborar com esse impacto econômico, a Solar também vem ativando os Pontos de Venda parceiros por meio de enxovais com temática junina, trazendo sua maior ativação de live marketing do Nordeste para o Pátio do Forró com o patrocínio da marca Kuat, além da praça de alimentação ativada por Coca-Cola. A consequência é visual, estética e financeira, vestindo toda Caruaru de São João.
Ainda do que diz respeito à sustentabilidade, ao longo do ano, os investimentos da companhia no Recicla Solar somam R$2,6 milhões. A iniciativa fomenta a cadeia de reciclagem por meio de agregadoras, na qual a empresa incentiva a compra do PET e, com esse suporte, paga um preço mais justo pelo material. Dessa maneira, as cooperativas são incentivadas a fazer o recolhimento do PET, dando uma destinação correta a estes resíduos.
Até 2025, a Solar tem como objetivo ter 50% de material reciclado compondo as embalagens produzidas pela companhia e, até 2030, dar destinação adequada a 100% das embalagens que são colocadas no mercado mundialmente. Atualmente, o projeto desponta como um case para a The Coca-Cola Company, atingindo a coleta de mais de 20.000 toneladas de resíduos PET nos últimos três anos. Somente em grandes eventos como o São João de Caruaru, mais de 80 toneladas de resíduos foram corretamente destinadas com participação do Recicla Solar, além de 37 mil kg de CO2 neutralizados.
Sobre a Solar Coca-Cola | Entre os 20 maiores fabricantes do mundo do Sistema Coca-Cola, a Solar Coca-Cola conta atualmente com 13 fábricas e atua em uma área que representa cerca de 70% do território brasileiro, operando na totalidade das regiões Norte, Nordeste, Estado do Mato Grosso e parte de Goiás e Tocantins. Destaque no cenário nacional como uma das maiores empresas de bens de consumo do país, a companhia conta com mais de 18 mil colaboradores (as) e é responsável pela produção e distribuição de mais de 220 produtos do portfólio da Coca-Cola e de parceiros para cerca de 400 mil pontos de venda. Com faturamento anual de cerca de R$9,6 bilhões, a companhia alcança mais de 80 milhões de brasileiros.
(Fonte: Capuchino)
A Orquestra Petrobras Sinfônica realiza sua primeira turnê internacional. Rumo a outros países da América Latina, as apresentações trazem um repertório com obras de grandes nomes da música de concerto tanto internacional – com Sergei Rachmaninoff – quanto nacional – com Heitor Villa-Lobos. As cidades de Montevidéu, no Uruguai, e Rosário, Córdoba e Buenos Aires, na Argentina, recebem a orquestra para apresentações nos dias 24, 26 e 28 de junho e 1° de julho, respectivamente.
As apresentações têm regência do maestro e diretor artístico Isaac Karabtchevsky, referência mundial em música de concerto, e contam com a participação do pianista Jean Louis Steuerman. Considerado um dos maiores intérpretes da sua geração, o instrumentista já foi homenageado pela Academia Brasileira de Música e pela Sociedade Britânica de Compositores.
Este é um marco na história da Petrobras Sinfônica, que completa 50 anos em 2025. “Dois polos se confrontam quando se fala de uma turnê de uma orquestra no exterior: a demonstração de suas qualidades e o propósito de divulgar um repertório internacional, enfatizando lado a lado nossos compositores”, explica Isaac Karabtchevsky.
“Temos vários grandes compositores, mas Villa-Lobos é um dos mais importantes e originais na música moderna. Como ele é sempre de difícil execução, é um lindo presente que a Petrobras Sinfônica dará ao público da América Latina”, diz o pianista Jean Louis, falando sobre a turnê internacional.
O concerto faz parte da Temporada 2024 da Petrobras Sinfônica, que celebra os 90 anos do maestro Karabtchevsky, diretor artístico da orquestra e um dos mais respeitados regentes do Brasil e do mundo.
Serviço:
Concerto Clássico
Teatro Solís (Montevideo – Uruguai)
Data: 24 de junho (segunda-feira), 19h30
Local: Calle Reconquista Corner of Bartolome Mitre, Montevidéu 11000 Uruguai
Teatro El Círculo (Rosário – Argentina)
Data: 26 de junho (quarta-feira), 20h
Local: Calle Francisco de Laprida 1235, Rosário S2000CFO Argentina
Teatro del Libertador (Córdoba – Argentina)
Data: 28 de junho (sexta-feira), 20h
Local: Av Velez Sarfield, Córdoba 5000 Argentina
Teatro Colón (Buenos Aires – Argentina)
Data: 1º de julho (segunda-feira), 20h
Local: Calle Cerrito 628, Buenos Aires C1049 Argentina
Orquestra Petrobras Sinfônica
Isaac Karabtchevsky, regente
Jean Louis Steuerman, piano
SERGEI RACHMANINOFF
Concerto para piano nº 2, em dó menor, op. 18
I. Moderato
II. Adagio sostenuto
III. Allegro scherzando
HEITOR VILLA-LOBOS
Bachianas brasileiras nº 9, A449
I. Prelúdio
II. Fuga
HEITOR VILLA-LOBOS
Bachianas brasileiras nº 4, A424
I. Prelúdio (Introdução) | Lento
II. Coral (Canto do sertão) | Largo
III. Ária (Cantiga) | Moderato
IV. Dansa (Miudinho) | Molto animato.
Sobre a Orquestra Petrobras Sinfônica
Aos 49 anos, a Orquestra Petrobras Sinfônica se consolida como uma das mais conceituadas do país e ocupa um lugar de prestígio entre os maiores organismos sinfônicos do continente. Criada pelo maestro Armando Prazeres, a orquestra se firmou como um ente cultural que expressa a pluralidade da música brasileira e transita fluentemente por distintos estilos e linguagens. Tem como diretor artístico e maestro titular Isaac Karabtchevsky, o mais respeitado regente brasileiro e um nome consagrado no panorama internacional.
Site: https://petrobrasinfonica.com.br | Facebook: /PetrobrasSinfonica | Instagram e YouTube: @petrobras_sinfonica
Modelo de gestão | A Orquestra Petrobras Sinfônica possui uma proposta administrativa inovadora, sendo a única orquestra do país gerida por seus próprios músicos.
Sobre a Petrobras
Patrocinadora oficial da Orquestra Petrobras Sinfônica há 37 anos, a Petrobras oferece uma parceria essencial para mantê-la entre os principais organismos sinfônicos do continente, sempre desenvolvendo um importante trabalho de acesso à música clássica, de formação de jovens talentos egressos de projetos sociais diversos, bem como de formação de plateia. Ao incentivar diversos projetos, a Petrobras coloca em prática a crença de que a cultura é uma importante energia que transforma a sociedade. Por meio do Programa Petrobras Cultural, ela apoia a cultura brasileira como força transformadora e impulsionadora deste desenvolvimento nas áreas de artes cênicas, música, audiovisual e múltiplas expressões.
(Fonte: MNiemeyer)
Botar fogo, de PV Dias. Série Disse-me-disse. 2024. Impressão a jato de tinta em papel Hahnemühle Museum Etching, 30 cm x 23 cm.
A Casa Museu Ema Klabin realiza até o dia 11 de agosto a exposição ‘Rio de Janeiro, XIX – XXI’, que apresenta as 12 gravuras que compõem o álbum’ Souvenirs de Rio de Janeiro’, produzido pelo suíço Johann Jacob Steinmann em 1836, junto à série ‘Disse-me-disse’, criada pelo artista PV Dias, com intervenções contemporâneas em obras de Steinmann, Johann Moritz Rugendas, Frans Post, Tarsila do Amaral e Emiliano Di Cavalcanti. A exposição tem curadoria de Paulo de Freitas Costa e Janaina Damaceno, com curadoria adjunta de Ana Paula Rocha.
Além de visitas livres, de quarta a domingo, das 11h às 18h, a Casa Museu Ema Klabin também promove visitas mediadas. No mês de junho, serão realizadas as visitas ‘De Olho na Coleção – Disse-me-disse. Quem conta o quê? Para quem?’, que estimulam o público a refletir sobre a exposição e as questões que ela traz.
Ana Paula Rocha, Paulo de Freitas Costa, PV Dias, Fernanda Guimarães e Janaina Damaceno. Foto: Denise Andrade.
O álbum ‘Souvenirs de Rio de Janeiro’ foi um dos primeiros conjuntos de gravuras publicadas na Europa após a Independência do país, trazendo uma visão europeia da cidade, que promove a exuberância da paisagem natural sem revelar suas tensões e conflitos, dentro de uma tradição que remonta ao trabalho de Frans Post e Gaspar Barléu, bem como dos artistas da Missão Artística Francesa.
Série Disse-me-disse
A partir de sete obras do álbum de Steinmann e três gravuras de Rugendas, PV Dias inseriu figuras contemporâneas tanto nas paisagens, quanto nas molduras, evidenciando as questões propostas por esta exposição que avalia como, após dois séculos, essas imagens da paisagem carioca podem ir além da tradição e registrar nossa realidade e identidade de uma forma mais complexa.
As obras de PV Dias estão expostas lado a lado com as gravuras de Steinmann e intervenções do artista brasileiro estarão em diálogo com outras quatro obras da Coleção Ema Klabin em outros ambientes na casa museu: ‘Rio de Janeiro’, de Tarsila do Amaral; ‘Vista de Olinda e Igreja de São Cosme e Damião’, de Frans Post, e ‘Retrato feminino’, de Emiliano Di Cavalcanti.
Experiência multimídia
Detalhes das gravuras do álbum ‘Souvenirs de Rio de Janeiro’, publicado em 1836, podem ser apreciados com lupa. Foto: Denise Andrade.
A mostra também traz uma combinação divertida entre tecnologia e arte. O visitante pode digitalizar um código QR e dar vida a uma obra digital do artista PV Dias que interage com a tela ‘Retrato feminino’, de Emiliano Di Cavalcanti, exposta no quarto da Casa Museu Ema Klabin.
A exposição ‘Rio de Janeiro XIX – XXI’ integra o projeto Casa Museu Ema Klabin Digital 2024, contemplado pelo Programa Municipal de Apoio a Projetos Culturais – ProMAC, da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, com patrocínio da Marsh McLennan. A casa museu conta ainda com o apoio da Klabin S.A.
Serviço:
Rio de Janeiro, XIX – XXI
Souvenirs de Rio de Janeiro, Johann Jacob Steinmann, 1836
Série Disse-me-disse, PV Dias, 2024
Até 11 de agosto de 2024
Visitas livres: quarta a domingo das 11h às 17h com permanência até às 18h
Visitas mediadas: quarta, quinta e sexta às 11h, 14h, 15h e 16h | sábados, domingos e feriados às 14h
Visitas De Olho na Coleção – Disse-me-disse. Quem conta o quê? Para quem?: 21,28,29 e 30 de junho, das 14h30 às 16h
Rua Portugal, 43 – Jardim Europa – São Paulo, SP
Entrada franca, com sugestão de contribuição voluntária*
Sobre a Casa Museu Ema Klabin
A residência onde viveu Ema Klabin de 1961 a 1994 é uma das poucas casas museus de colecionador no Brasil com ambientes preservados. A Coleção Ema Klabin inclui pinturas do russo Marc Chagall e do holandês Frans Post, obras do modernismo brasileiro, como de Tarsila do Amaral e Candido Portinari, além de artes decorativas, peças arqueológicas e livros raros, reunindo variadas culturas em um arco temporal de 35 séculos.
A Casa Museu Ema Klabin é uma fundação cultural sem fins lucrativos, de utilidade pública, criada para salvaguardar, estudar e divulgar a coleção, a residência e a memória de Ema Klabin, visando à promoção de atividades de caráter cultural, educacional e social, inspiradas pela sua atuação em vida, de forma a construir, em conjunto com o público mais amplo possível, um ambiente de fruição, diálogo e reflexão.
A programação cultural da casa museu decorre da coleção e da personalidade da empresária Ema Klabin, que teve uma significativa atuação nas manifestações e instituições culturais da cidade de São Paulo, especialmente nas áreas de música e arte. Além de receber a visitação do público, a Casa Museu Ema Klabin realiza exposições temporárias, séries de arte contemporânea, cursos, palestras e oficinas, bem como apresentações de música, dança e teatro.
O jardim da casa museu foi projetado por Roberto Burle Marx e a decoração foi criada por Terri Della Stufa.
Acesse o site e redes sociais:
Site: https://emaklabin.org.br
Instagram: @emaklabin
YouTube: https://www.youtube.com/c/CasaMuseuEmaKlabin
Google Arts & Culture: https://artsandculture.google.com/partner/fundacao-ema-klabin
Facebook: https://www.facebook.com/fundacaoemaklabin
Linkedin: https://www.linkedin.com/company/emaklabin/?originalSubdomain=br
Vídeo institucional: https://www.youtube.com/watch?v=ssdKzor32fQ
Vídeo de realidade virtual: https://www.youtube.com/watch?v=kwXmssppqUU.
(Fonte: Mídia Brazil Comunicação Integrada)
Para marcar os 20 anos da Casa Museu Carlos Scliar, será inaugurada no dia 29 de junho de 2024, às 18h, a exposição ‘Os Artivistas: Carlos Scliar e Cildo Meireles’, que une, pela primeira vez, a obra desses dois importantes artistas. “O Scliar foi fundamental na minha vida”, afirma Cildo Meireles sobre o amigo falecido em 2001. Com curadoria de Cristina Ventura, coordenadora da casa museu, serão apresentadas cerca de trinta obras, sendo algumas inéditas, que cobrem um período que vai desde a década de 1940 até 2021. Completam a mostra obras participativas inspiradas nos trabalhos dos dois artistas. A exposição, que terá entrada gratuita até o final do mês de agosto, é apresentada pelo Governo Federal, Ministério da Cultura, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro por meio da Lei Paulo Gustavo.
“A ideia é provocar no espectador um convite à reflexão, instigada pela atualidade das questões tratadas pelos artistas em suas obras. Temas como crimes de estado, meio ambiente, guerra e valor monetário, entre outros. Nosso propósito é que a pessoa pense sobre o seu papel no mundo de hoje”, diz a curadora Cristina Ventura.
As obras de Cildo Meireles e Carlos Scliar serão expostas juntas, como uma grande instalação, sem seguir uma ordem cronológica. São pinturas, desenhos, colagens, estudos, gravuras, objetos e vídeos. De Cildo, estarão as notas ‘Zero Dólar’ (1984) e ‘Zero Cruzeiro’ (1978), a instalação sonora ‘Rio Oir’ (2011) e o vídeo ‘15 segundos’ (2021), em homenagem a Marielle Franco, entre outras obras. De Scliar, destacam-se os desenhos ‘Levante do Gueto de Varsóvia’ (1957) e SOS (1989), além de desenhos e estudos, alguns inéditos, que tratam de temas como a cultura afro-brasileira e o holocausto. “Sou um grande admirador dos desenhos do Scliar, acho que ele era um desenhista dos mais talentosos do Brasil, verdadeiramente sensível”, afirma Cildo Meireles.
Na mostra, estará, ainda, a matriz da capa da Revista Horizonte, feita por Scliar em 1952, onde se lê: ‘Assine Apelo Paz’. “A Segunda Guerra Mundial o marcou muito, Scliar foi pracinha, atuou como cabo de artilharia. No período pós-guerra participa ativamente de movimentos a exemplo o Congresso pela paz ocorrido na antiga Tchecoslováquia, a mensagem trazida na obra é fundamental”, diz a curadora. Uma reprodução tátil desta matriz fará parte da exposição para que o visitante possa manuseá-la. Também estará na exposição um texto inédito do artista, da década de 1980, narrado pela cantora e compositora Marina Lima. No documento, Scliar expressa sua indignação e cansaço diante da nossa construção histórica. A artista cresceu vendo obras de Scliar, colecionadas por seu pai, segundo Marina, “uma imagem afetiva que nunca esqueço”. A gravação foi feita especialmente para a exposição.
Com trajetórias diversas, Carlos Scliar e Cildo Meireles se conheceram em 1966. “A partir do nosso primeiro encontro, onde mostrei meus desenhos, ele se interessou em mostrar esses trabalhos para alguns colecionadores e a partir daí praticamente me financiou. Sempre foi uma pessoa de uma generosidade muito grande, não só no meu caso, mas também com outros artistas jovens que estavam iniciando. Ele era uma pessoa de um entusiasmo intrínseco, estava sempre incentivando, sempre apoiando”, conta Cildo Meireles. Os dois foram muito amigos durante toda a vida e, em diversos momentos, tratam de questões similares em seus trabalhos, como no período da ditadura militar. Outras questões também convergem na produção dos dois: a icônica obra ‘Zero Dólar’, de Cildo Meireles, traz a imagem do Tio Sam, personagem que aparece sobrevoando a Amazônia com asas pretas, como se fosse um urubu, na obra ‘SOS’, de Carlos Scliar.
Percurso da exposição
A mostra começa com uma linha do tempo sobre Carlos Scliar (1920–2001) e chega-se ao jardim, onde está a grande escultura ‘Volumes Virtuais’, de Cildo Meireles, doada em 2022 para a Casa museu. Com seis metros de altura, é a primeira escultura da série feita em metal. Ainda no pátio, estarão trechos do projeto inédito do painel em mosaico projetado para o Brasília Palace, em 1957, a pedido de Oscar Niemeyer (1907–2012), que nunca chegou a ser executado. A obra traz uma homenagem à cultura afro-brasileira com elementos da religiosidade africana.
Na sala menor, próxima ao jardim, haverá uma grande caixa em perspectiva inspirada nas famosas caixas criadas por Scliar, onde o público poderá entrar. Nela, estarão matérias de jornais onde o artista alertava para questões ambientais, trazendo manchetes como ‘A indignação do pintor’, fazendo um contraponto com o que está acontecendo hoje. “Em muitos momentos, Scliar aproveita o espaço na mídia não para falar de sua obra, mas sim para advertir sobre a forma destrutiva que tratamos nosso habitat. As matérias são atuais, as proporções é que são mais desastrosas”, ressalta a curadora. Ainda dentro da caixa haverá imagens do projeto educativo ‘Meu lugar, meu patrimônio’, onde adolescentes da rede pública de ensino de Cabo Frio e região, falam sobre questões ambientais, em consonância com a fala de Scliar na década de 1980 e o cenário atual.
Na antessala do salão principal estarão dois jogos interativos – um ilustrado com a obra de Scliar e outro com a obra de Cildo – e a reprodução tátil da obra ‘Assine Apelo Paz’. Seguindo, chega-se à sala principal, onde estarão as cerca de trinta obras dos dois artistas montadas como uma grande instalação ambientada pela escultura sonora ‘Rio Oir’, de Cildo Meireles, na qual o artista coleta o som de algumas das principais bacias hidrográficas brasileiras gravadas em vinil. Neste mesmo espaço estará o vídeo ‘15 Segundos’, em que o artista homenageia a vereadora Marielle Franco (1978–2018). Na mesma sala, haverá obras que destacam a atuação de Scliar na área gráfica, junto à redação das revistas culturais Horizonte (1950 a 1956) e na criação da revista Senhor (1959 a 1960), além de trabalhos do período da ditadura, que trazem frases como ‘pergunte quem’, ‘urgente’, ‘pense’ e ‘leia-pense’, além do texto da década de 1980 narrado pela cantora e compositora Marina Lima. “A ideia é que o visitante entre num espaço que o absorva em vários aspectos, seja pelo som da água, seja pelo que está sendo visto ou pelo que não está sendo visto – haverá uma vitrola girando sem disco, denotando ausência, desconforto”, diz Cristina Ventura.
Na sala de cinema haverá a projeção de dois filmes: um de Scliar falando sobre o compromisso das pessoas com as questões do nosso planeta e outro de Cildo, contando como conheceu o Scliar e sua relação com ele. Para completar a experiência, no segundo andar da Casa está a exposição permanente, onde se pode ver o ateliê de Carlos Scliar, que permanece exatamente como ele deixou.
Sobre a Casa Museu Carlos Scliar
O Instituto Cultural Carlos Scliar (ICCS) foi criado em 2001, mesmo ano da morte de seu patrono. O processo para criação da instituição foi acompanhado pelo artista, um acordo que fez com o filho Francisco Scliar para manter sua memória. Fundada por Francisco Scliar junto com os amigos Cildo Meireles, Thereza Miranda, Anna Letycia, Regina Lamenza e Eunice Scliar, entre outros conselheiros, a instituição, aberta ao público em 2004, está sediada na casa/ateliê do pintor em Cabo Frio, Rio de Janeiro. Trata-se de um sobrado oitocentista com cerca de 1000m² adquirido em ruínas por Scliar, reformado em 1965 para abrigar seu ateliê e ampliado na década de 1970 com projeto de Zanine Caldas. A casa mantém a ambientação dos espaços deixada por Scliar, com seus objetos pessoais, acervo documental, bibliográfico, gravuras, desenhos e obras. A coleção resulta da produção do próprio artista ao longo de sua vida somada a uma expressiva e representativa coleção de obras originais dos mais importantes artistas do cenário brasileiro do século XX: os amigos José Pancetti, Djanira, Cildo Meireles, Di Cavalcanti e Aldo Bonadei, entre outros, além de cerca de 10 mil documentos datados desde a década de 1930. Reforçando seu compromisso sociocultural, ao longo dos últimos três anos foram atendidos mais de 1000 estudantes do estado do Rio de Janeiro em projetos educativos. Em 2023, a instituição foi agraciada com o Prêmio Darcy Ribeiro de Educação Museal, promovido pelo Ibram.
Serviço:
Os Artivistas: Carlos Scliar e Cildo Meireles
Abertura: 29 de junho de 2024, às 18h
Exposição: até junho de 2025
Casa Museu Carlos Scliar
Rua Marechal Floriano (Orla Scliar), 253 – Cabo Frio, RJ
De terça a sexta das 14h30 às 18h; sábados das 15h30 às 19h
As visitas serão gratuitas até o final de agosto de 2024
Telefone: (22) 2040-9408/ (22) 98157-4222.
(Fonte: Midiarte Comunuicação)
Montagem realizada no Teatro Amazonas em 2023. Foto: Divulgação/Marcio James/Secretaria de Cultura e Economia Criativa.
Um século após sua estreia no palco do Theatro Municipal de São Paulo, a ópera brasileira ‘O Contractador de Diamantes’ retorna à casa. Terceira obra da temporada lírica e primeira de autoria nacional, nos dias 28, 29, 30 de junho e 2 de julho a criação do paulistano Francisco Mignone será apresentada com direção cênica de William Pereira, direção musical de Alessandro Sangiorgi, que fará a regência da Orquestra Sinfônica Municipal, e participação do Coro Lírico Municipal sob a regência de Érica Hindrikson. Em uma coprodução do Festival Amazonas de Ópera (FAO), essa montagem será cantada em português pela primeira vez na história.
O elenco de solistas contará com Lício Bruno, Felisberto Caldeira; Lidia Schaffer, Dona Branca Caldeira; Rosana Lamosa, Cotinha Caldeira; Giovanni Tristacci, Camacho; Douglas Hahn, Magistrado; e Mar Oliveira, Maestro Vicente. Os ingressos variam de R$12 a R$165 (inteira), com classificação indicativa não recomendada para menores de 10 anos e duração total de aproximadamente 180 minutos, com intervalo.
A ópera ‘O Contratador de Diamantes’, de Francisco Mignone, voltou a ser apresentada no 25º Festival Amazonas de Ópera, realizado no Teatro Amazonas, após anos perdida e fora dos repertórios. A obra, composta por três atos e originalmente com libreto em italiano de Gerolamo Bottoni, se baseia no drama homônimo escrito por Affonso Arinos.
“O resgate de ‘O Contratador de Diamantes’ foi por iniciativa do maestro Luiz Fernando Malheiro, diretor do Festival Amazonas de Ópera, que coproduziu essa montagem. Sabia-se que o primeiro e segundo atos estavam intactos, mas o terceiro havia se perdido, restando apenas uma redução para piano. A Academia Brasileira de Música incumbiu o maestro Roberto Duarte de resgatar o terceiro ato, dado seu conhecimento em música brasileira”, explica William Pereira, diretor da ópera.
Ambientada no século XVIII, em Minas Gerais, mais especificamente na atual cidade de Diamantina, a história narra a vida de Felisberto Caldeira, o terceiro contratador de diamantes do Brasil. Caldeira é um aristocrata que possuía um contrato para a exploração de ouro e diamantes, vislumbrando a emancipação da colônia. A ópera também trabalha a relação entre sua filha e Camacho. O cenário é inspirado na plateia da Casa da Ópera de Ouro Preto, espaço que também é um marco para a música no Brasil, construído de 1746 a 1770, sendo o mais antigo teatro do continente.
Dessa maneira, ‘O Contractador de Diamantes’ trata de temas caros aos mitos nacionais e como uma forma de reapresentá-la ao público brasileiro, para a nova montagem foi tomada a decisão de seu texto ser em português, algo que é inédito. “Existem questões históricas, pois Mignone era um jovem estudante na Itália e ‘O Contractador de Diamantes’ fazia parte de seu processo de aprendizado durante sua temporada de estudos. A ideia é criar a obra e resgatar a peça, acreditando que uma ópera com discurso nacionalista brasileiro não faria sentido em italiano. Por isso, decidiu-se repatriar essa ópera”, pontua o diretor.
A peça original, de Arinos, foi encenada no Theatro Municipal em 1919 e causou grande impacto devido ao seu conteúdo nacionalista e pela inédita presença de artistas negros no palco do teatro. Este evento foi tão significativo que a cena da congada se destacou e se tornou um marco para a música brasileira e, é claro, na nova montagem, ela será reapresentada ao público por artistas de dança negros e negras.
“A congada acabou se tornando o momento mais famoso da ópera, tendo sido tocada até pela Filarmônica de Viena regida por ninguém menos que Richard Strauss. Acredito que seja o elo mais importante para que, musicalmente falando, o nacionalismo brasileiro se faça presente nesta ópera, que musicalmente é mais ligada ao fim do século XVIII e início do XIX: as assonâncias com Puccini e Mascagni são evidentes. Evidentemente a congada traz um olhar musical para a cultura popular brasileira”, explica o maestro regente do espetáculo, Alessandro Sangiorgi.
Nesse sentido, Mignone é um importante representante do movimento conhecido como nacionalismo musical. Essa será uma oportunidade única para o público brasileiro ser reintroduzido a sua obra a partir de novos paradigmas. O compositor buscava, por meio da música clássica, revelar a riqueza do folclore brasileiro, ao mesmo tempo em que incorporava influências de outras tradições musicais como a italiana, por exemplo, trazendo um olhar modernista e antropofágico que é tão vocacional do Theatro Municipal de São Paulo.
Serviço:
O Contractador de Diamantes
Ópera em três atos de Francisco Mignone com libreto em italiano de Gerolamo Bottoni
28/6/2024, 20h
29/6/2024, 17h
30/6/2024, 17h
2/7/2024, 20h
ORQUESTRA SINFÔNICA MUNICIPAL
CORO LÍRICO MUNICIPAL
Alessandro Sangiorgi, direção musical
Érica Hindrikson, regência do Coro Lírico Municipal
William Pereira, direção cênica
Giorgia Massetani, cenografia
Caetano Vilela, iluminação
Olintho Malaquias, figurino
Ângelo Madureira, coreografia
Malonna, visagismo
Ligiana Costa, dramaturgismo e versão em português
Ana Vanessa, assistente de direção cênica e direção de palco
Lício Bruno, Felisberto Caldeira
Lidia Schaffer, Dona Branca Caldeira
Rosana Lamosa, Cotinha Caldeira
Giovanni Tristacci, Camacho
Douglas Hahn, Magistrado
Mar Oliveira, Maestro Vicente
Andrey Mira, Taverneiro
Daniel Lee, Capitão Simone da Cunha
Sandro Bodilon, Chefe dos Mineradores
David Marcondes, Dom Cambraia
Rafael Thomas, Sampaio
Sérgio Sagica e Sebastião Teixeira, os Guias
Elayne Caser, Moça 1
Ludmila de Carvalho, Moça 2
Monica Martins, Moça 3
Keila de Moraes, Moça 4
Heloisa Junqueira, Moça 5
Laryssa Alvarazi, Moça 6
Duração aproximada: 180 minutos (com intervalo).
Classificação indicativa: Não recomendado para menores de 10 anos – pode conter histórias com conteúdo violento e linguagem imprópria de nível leve.
Ingresso de R$12,00 a R$165,00 (inteira).
(Fonte: Theatro Municipal de São Paulo)