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ONG impacta mais de 150 mil vidas e alcança avanços na proteção infantil no Brasil

Belo Horizonte, por Kleber Patricio

Thiago e David foram alcançados pelas ações do ChildFund Brasil. Fotos: Marcelo Martins/Divulgação.

Em 2023, o ChildFund Brasil celebrou 57 anos de história no país, consolidando quase seis décadas de contribuição à transformação de vidas de milhares de crianças, jovens e suas famílias. Um marco importante para a organização foi a incidência política e a sanção da Lei 14.826, em março de 2024, que institui a parentalidade positiva e o direito ao brincar como estratégias prioritárias para a prevenção da violência contra crianças, inspirada no projeto Brinca e Aprende Comigo, apoiado pela organização em parceria com a The LEGO Foundation.

Impactando positivamente a vida de mais de 150 mil pessoas, incluindo mais de 73 mil crianças e adolescentes, o ChildFund Brasil atua em mais de 800 comunidades distribuídas por 60 municípios, com a colaboração de 22 organizações parceiras. Com mais de 1.300 voluntários, as ações beneficiam mais de 29 mil famílias em sete estados brasileiros (Bahia, Ceará, Goiás, Minas Gerais, Paraíba, Piauí e São Paulo). Globalmente, a organização está presente em 23 países, impactando mais de 21 milhões de crianças e suas famílias.

Lançamento da pesquisa Violência Doméstica contra Crianças.

“No último ano, avançamos na mobilização por direitos das crianças, fortalecemos nossa governança e ampliamos projetos socioambientais sustentáveis, como o Água é Vida. Destacamos campanhas como o Maio Laranja e apoiamos iniciativas legislativas. Em 2024, continuamos comprometidos em tornar o Brasil um país melhor para as crianças”, afirma Maurício Cunha, diretor do país do ChildFund Brasil.

Essas e todas as iniciativas realizadas no último ano pela organização estão no recém-lançado documento, que destaca conquistas e avanços em sua missão de proteger e promover os direitos das crianças e adolescentes. Cada um dos assuntos abordados no documento está alinhado com um ou mais Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, que compõem a Agenda 2030, totalizando 11 ODS atendidos com os programas e projetos desenvolvidos pelo ChildFund Brasil, promovendo impacto positivo na sociedade.

Principais destaques

Uma das campanhas mais importantes em 2023 para o ChildFund Brasil foi o Maio Laranja, realizado durante todo o mês de maio, que mobilizou a sociedade para combater o abuso sexual contra crianças e adolescentes no ambiente virtual. Além disso, no mesmo período, a ONG lançou, em parceria com a The LEGO Foundation, a Pesquisa Nacional de Violência Doméstica contra Crianças, destacando a necessidade urgente de combater a violência doméstica. “O estudo revelou que mais de 70% dos casos de violência ocorreram na residência compartilhada pela vítima e pelo suspeito, enquanto 16% ocorreram exclusivamente na casa da vítima. Esses dados são importantes para mapear o início da violência contra crianças em nosso país e para desenvolver estratégias eficazes de proteção”, complementa Cunha.

Lançamento publicação 33 anos do ECA.

Outro grande destaque foi promover a responsabilidade social empresarial por meio de parcerias estratégicas. Essa abordagem não apenas fortalece o pilar de sustentabilidade das organizações colaboradoras, mas também acelera o impacto positivo nas comunidades atendidas. “O foco em ESG é central no mundo corporativo e também em nossas iniciativas. Estamos desenvolvendo novas estratégias adaptadas à realidade do país e das empresas”, comenta o diretor de país do ChildFund Brasil.

Fruto dessa frente de desenvolvimento de novos negócios aliada à responsabilidade social das empresas está o projeto Água é Vida, implementado em agosto de 2023 em parceria com a Cargill e a Global Water Challenge (GWC). A iniciativa visa oferecer acesso à água potável e promover ações educativas sobre saúde e higiene em comunidades rurais de Luís Eduardo Magalhães (BA), São Desidério (BA) e Rio Verde (GO). Com a instalação de Sistemas de Tratamento de Água e formação socioambiental nas comunidades, aproximadamente 20 mil pessoas foram beneficiadas, contribuindo para a redução de doenças transmitidas pela água, melhorando a qualidade de vida e a relação da comunidade com o meio ambiente.

O ChildFund Brasil também lançou, na capital federal, com apoio da Câmara dos Deputados, da Ordem dos Advogados de Brasília (OAB/DF), do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e da Frente Parlamentar Mista pela Primeira Infância a publicação 33 anos do ECA: uma análise dos avanços, conquistas e desafios para a infância brasileira, documento elaborado para contribuir com a área de direitos humanos da criança e do adolescente. Ademais, a organização aderiu ao Pacto Nacional pela Primeira Infância, promovido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), reafirmando seu compromisso com a promoção e defesa dos direitos das crianças até seis anos de idade.

Acesse o Relato de Sustentabilidade | A publicação do Relato de Sustentabilidade 2023 segue a metodologia Global Reporting Initiative (GRI), referência mundial para relatórios de desempenho corporativo, e está disponível para consulta. Para mais informações ou para acessar o Relato completo, clique aqui.

Sobre o ChildFund Brasil | O ChildFund Brasil é uma organização que atua na promoção e defesa dos direitos da criança e do adolescente, para que tenham seus direitos respeitados e alcancem o seu potencial. A fundação no Brasil foi em 1966, e sua sede nacional se localiza em Belo Horizonte (MG). A organização faz parte de uma rede internacional associada ao ChildFund International, presente em 23 países e que gera impacto positivo em mais de 21 milhões de crianças e suas famílias e foi eleita a melhor ONG de assistência social em 2022 e a melhor para Crianças e Adolescentes do Brasil, por três anos (2018, 2019 e 2021), além de estar presente, também, entre as 100 melhores por seis anos consecutivos pelo Prêmio Melhores ONGs. www.childfundbrasil.org.br

(Fonte: DePropósito Comunicação de Causas)

Igualdade racial e de gênero é tema para a sala de aula

Campinas, por Kleber Patricio

Projeto Mundo da Leitura. Foto: Divulgação/Evoluir.

Que criança não gosta de se debruçar sobre um livro colorido, ilustrado, divertido e que, ao mesmo tempo em que aguça a imaginação, traz a proximidade com as situações do dia a dia? Pois esse pode ser também um recurso valioso para a abordagem em sala de aula de temas essenciais na educação integral dos futuros cidadãos, como a igualdade racial e de gênero.

“Convivemos diariamente com a diversidade cultural, a desigualdade social e diferentes visões de mundo e valores às vezes conflitantes com os nossos. É na escola que crianças e jovens interagem pela primeira vez de maneira independente em sociedade, então, nada melhor do que trazer a pluralidade para essa rotina utilizando o universo lúdico dos livros como apoio nesse propósito”, destaca Taciana Begalli, coordenadora do projeto Mundo da Leitura, que já beneficiou mais de 18 mil alunos de escolas públicas de mais de 20 cidades do país com a doação livros e a capacitação de professores.

Taciana lembra que, da mesma forma que hoje já existe à disposição uma série de obras que abordam a igualdade de gênero e racial, também é preciso facilitar o acesso dos alunos a esses livros, independentemente de sua condição socioeconômica ou de outros fatores limitantes. “É com esse objetivo que o Mundo da Leitura é implementado gratuitamente pela Evoluir nas escolas da rede pública, com o apoio de patrocinadores e leis de incentivo. Ele engloba a doação de um acervo de obras e a capacitação de professores para sua utilização em sala de aula, sempre em linha com as diretrizes da Base Nacional Comum Curricular, a BNCC”, diz a coordenadora.

Especificamente em relação à questão racial, Taciana aponta que o foco é possibilitar que os alunos conheçam, aprendam e valorizem a diversidade do patrimônio sociocultural brasileiro, bem como a cultura de outros povos e nações. “É assim que combatemos qualquer discriminação. Os livros ‘Gigi e sua tesoura mágica’ e ‘O Tesouro de Amina’, por exemplo, usados no projeto, têm protagonistas negras e apresentam elementos das culturas negra e quilombola, trabalhando a importância de sua representatividade”.

Outro tópico abordado com a ajuda da literatura é a desconstrução dos estereótipos de gênero, ou seja, as atitudes, comportamentos e expectativas atribuídas ao que a sociedade espera de ‘homens’ e ‘mulheres’, como reforça Taciana. “São crenças que geram preconceitos e limitam as possibilidades de papéis exercidos por ambos os gêneros. Igualdade significa que todos devem ter os mesmos direitos e deveres, mas para isso precisamos fortalecer especialmente os direitos das mulheres, que ainda são mais discriminadas que os homens na sociedade patriarcal em que vivemos”.

Nesse sentido, a coordenadora de projeto da Evoluir indica também o livro ‘Todos juntos!’, que apresenta alguns objetivos relacionados à melhoria da qualidade de vida das mulheres e ao ODS número 5, que objetiva o alcance da igualdade de gênero até 2050. “Utilizamos ainda a obra ‘Era uma vez uma menina’, que estimula o protagonismo, em especial das mulheres, incentivando que sejam donas das próprias histórias”, diz.

Taciana enfatiza o grande benefício de estratégias baseadas na literatura, como o próprio projeto Mundo da Leitura. “São iniciativas que conseguem transmitir às crianças, de forma lúdica e leve, que toda pessoa tem o direito de desfrutar das condições necessárias para o desenvolvimento de seus talentos e suas aspirações, sem ser submetida a qualquer tipo de discriminação. A educação é o principal agente transformador e é por meio dela que vamos garantir um presente e um futuro mais prósperos para todos nós, em uma sociedade com maior equidade”.

Experiência prática e reflexão em sala de aula

O arte-educador Layó, do Instituto Arthur Moreno Paro Belmonte (AMPB) de Solidariedade do Sol Nascente, em Brasília, teve a oportunidade de conferir, na prática, como o apoio da literatura aberta a temas sociais relevantes traz mudanças positivas entre os alunos. “Trabalhamos com o livro O Tesouro de Amina com turmas de diferentes faixas etárias, desde quatro até 15 anos, com a leitura em conjunto desse conteúdo e atividades que estimularam a reflexão sobre ancestralidade, identidade, pertencimento e autoestima”.

Layó relata que, a partir da narrativa do livro – em que a pequena Amina, uma criança negra que não se identifica com as demais por conta de seus dentinhos separados passa a se ver de outra forma quando descobre que essa é uma característica de seus ancestrais – foi possível abordar com os alunos a valorização de sua origem e de sua história. “Fizemos o exercício do espelho, onde pedimos para admirarem suas próprias características, e eles começaram a descobrir e pensar sobre sua própria ancestralidade e como tudo isso ajudou a construir quem elas são, incentivando sua autoestima”, diz Layó.  “Também tiramos muitas dúvidas sobre outros assuntos que aparecem no livro, como os orixás e a cultura africana, que é muito rica e diversa e também está presente no nosso país, na nossa trajetória”.

Layó acredita que abordar a igualdade racial e de gênero em sala de aula é essencial. “São temas complexos que muitas vezes não são conversados em casa, não tem esse incentivo ou espaço para debate, até porque muitas vezes os pais não têm uma bagagem para lidar com isso. Precisamos trabalhar isso desde cedo para que aprendam a respeitar, conviver e valorizar o que é diverso, entender que criticar a cultura ou religião do outro fere sua existência. Trazer essas questões com transparência e honestidade é o caminho para o futuro com mais equidade”, completa.

Ficha técnica dos livros citados e doados no projeto Mundo da Leitura

Título: O tesouro de Amina

Texto: Flávia Oyátumbi. Ilustrações: Suzane Lopes. Editora Evoluir. 36 páginas. Sinopse: Amina é uma menina feliz, porém raramente sorri. Ela tem vergonha de mostrar os seus dentinhos separados. Um dia, a professora pede um trabalho sobre sua árvore genealógica e sua avó conta sobre os antepassados da família. Amina aprende, com sua história, a se orgulhar do seu sorriso.

Título: Era uma vez uma menina

Texto: Babi Dias. Ilustrações: Larissa Ribeiro. Editora Evoluir. 40 páginas. Sinopse: Era uma vez uma menina… Não é assim que as narrações começam a contar histórias? Mas essa menina não quer histórias chatas e paradas no tempo, onde nada acontece com ela. Então, resolve tomar a palavra e criar a sua própria aventura. E ali, vai ter que descobrir, dentro de si mesma, a coragem para vencer um monstro enorme que está acabando com a alegria de viver de uma cidade inteira. Será que ela consegue?

Título: Gigi e sua tesoura mágica

Texto: Marilena Flores. Ilustrações: Brunna Mancuso. Editora Evoluir. 32 páginas. Sinopse: Gigi é uma tímida menina de oito anos apaixonada pelas bonecas de pano feitas por sua Vó Nena. Quando crescer, quer compartilhar felicidade fazendo bonecas, como a vó, mas parecidas com todos os tipos de crianças. Ao conhecer uma ecobrinquedoteca com suas amigas, ela faz muitas amizades e passa a costurar com afinco. Deficiente auditiva, Gigi traz uma história de superação e crescimento que irá inspirar muitas crianças e seguirem seus sonhos.

Título: Todos Juntos!

Texto: Bia Monteiro. Ilustrações: Camila Rosa. Editora Evoluir. 32 páginas. Neste milênio, muitos são os desafios que a humanidade vem enfrentando. No ano de 2000, a ONU convidou a sociedade civil e governos a olhar com atenção alguns desses desafios e juntos estabeleceram os Objetivos do Milênio: metas a serem atingidas até o ano de 2015. Tivemos algumas melhoras, mas há ainda muito a fazer para que todos vivam com dignidade e em harmonia. Com rico conteúdo informativo sobre os Objetivos do Milênio e os novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, o livro é um convite a conhecer e a se mobilizar para os desafios a serem enfrentados nos próximos 15 anos.

Alinhado aos Objetivos Sustentáveis da ONU

Assim como todos os projetos da Evoluir, o Mundo da Leitura dialoga com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (ODS), um plano de ação para melhorar o mundo em 17 frentes até 2030. Contribui especialmente para o ODS 4, que pretende assegurar a educação inclusiva, equitativa e de qualidade e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todas e todos. Com uma proposta transdisciplinar e sistêmica, extrapola a própria temática da educação, trabalhando conteúdos e projetos articulados com os demais ODS, tais como Saúde e Bem-estar (ODS 3), Redução das Desigualdades (ODS 10) e Cidades e Comunidades Sustentáveis (ODS 11).

Sobre o Mundo da Leitura | O Mundo da Leitura, projeto idealizado e executado pela Evoluir, vai muito além do incentivo à leitura. Abre espaço para a conversa sobre quem somos nós, como podemos ser mais felizes, contribuindo, assim, para a evolução da vida e para o equilíbrio da nossa relação com o meio ambiente e o planeta que habitamos. Os livros, que são disponibilizados para bibliotecas municipais e de escolas públicas, também são a ferramenta chave para melhorar a qualidade do aprendizado, da capacidade de análise crítica e síntese, bem como o entendimento de sua própria realidade. Cerca de 18 mil crianças já foram beneficiadas em mais de 20 cidades de todo o país.

Sobre a Evoluir | A Evoluir é uma empresa que gera valor e impacto social por meio de iniciativas educacionais, culturais e socioambientais na perspectiva da Educação Integral. Possui mais de 20 anos de experiência em investimento social privado e auxilia empresas a realizarem suas ações e estratégias sociais de forma segura e eficiente. Com atuação em âmbito nacional e internacional, a empresa atua por meio de prestação de serviços, editais e leis de incentivo à cultura. Acredita na educação como força para transformação e torna esse ideal em realidade por meio de projetos especiais, assessoria pedagógica e produção de conteúdo direcionado. Em todas as suas iniciativas, busca o desenvolvimento de cinco competências necessárias para que indivíduos, organizações e comunidades prosperem em um mundo em rápida transformação.: Mergulhar em si – Autocuidado, equilíbrio emocional e atenção consciente; Voz ativa – Expressar pensamentos e sentimentos com nitidez por meio de diferentes linguagens, escuta ativa e empática, saber argumentar; Fluir em equipe – Inteligência interpessoal, aprender em grupo, propósito coletivo; Entender o mundo – Compreender a complexidade, desenvolver o pensamento sistêmico e independente, ter consciência crítica; e Agir consciente – Postura ética, liderança empática, engajamento comunitário e global.  Saiba mais: www.evoluir.com.br.

(Fonte: Fibra Comunicação)

Casa de Criadores anuncia programação completa da 54ª edição, que ocorrerá em locais históricos do centro da cidade de São Paulo

São Paulo, por Kleber Patricio

Casa de Criadores – 53ª edição. Foto: Mila Cavalcante.

A Casa de Criadores é um dos eventos mais influentes e inovadores do calendário da moda no Brasil, estabelecendo-se como uma plataforma essencial para a promoção de novos talentos e a reinvenção da moda nacional. Serve como um ponto de encontro para designers, estilistas, estudantes, profissionais da indústria e amantes da área, oferecendo uma visão única e contemporânea. A partir da palavra Catarse, a edição de número 54 levanta um debate amplo sobre o sentido da moda como sistema em um contexto de questionamento.

Com início no dia 24 de julho, o renomado estilista Alexandre Herchcovitch realiza um desfile com sua marca Herchovitch; Alexandre, seguindo com mais apresentações entre os dias 26 e 30 de julho, sempre em locais históricos do centro da cidade de São Paulo — como o Viaduto do Chá, a Praça Ramos de Azevedo, a Biblioteca Mário de Andrade, a Galeria Prestes Maia e o Vale do Anhangabaú.

Dentre os principais destaques da edição 54, estão Nalimo, com a constância e coerência do trabalho e a abordagem da cultura indígena, Mônica Anjos, que prestará homenagem à linguista e escritora Conceição Evaristo, além de Rober Dognani, Sukeban, Le Benites, Studio Ellias Kaleb, Guma Joana, Jal Vieira Brand e Guilherme Valente. Estreantes na temporada, Lourrani Baas, N/E* Recycled e Ofegallery trazem representatividade transsexual e preta.

Ao todo, a Casa de Criadores 54 oferecerá espaço para cerca de 10 estilistas transgênero e marcas que abordam questões raciais em suas narrativas, como Studio Ellias Kaleb, Visén, NotEqual, Jal Vieira, Mockup, DCRLHS, Vouassim, Berimbau Brasil e Estúdio Cena. O evento mantém, como seu cerne, a promoção de um ambiente no qual designers de diferentes origens, identidades e estilos podem mostrar suas criações. A diversidade reflete uma ampla gama de influências culturais, estéticas e sociais, permitindo que diferentes perspectivas sejam representadas no cenário da moda.

Outro destaque entre os estilistas que tratam de questões étnicas é a marca veterana Shitsurei, que se baseia na vivência nipo-brasileira, incluindo, em todas as suas coleções, esse viés racial. Para a linha que será desfilada, máscaras do teatro Noh e Kabuki serão utilizadas como figura de linguagem. Refletindo também a influência da ascendência nipônica, tem no trabalho de Sim Sukeban, diretora criativa da Sukeban.

Assim como em anos anteriores, a Casa de Criadores 54 tem entrada gratuita para o público geral por meio da distribuição de 250 ingressos por sessões de desfiles, que poderão ser retirados via Sympla, com link disponibilizado no site da Casa de Criadores e no Instagram do Novo Anhangabaú. As cotas serão liberadas diariamente até 26 de julho, às 11h00, mesmo considerando que a área dos desfiles tem visibilidade para quem passa pelas ruas da cidade.

Fazendo jus à sua definição social, a Casa de Criadores 54 se une ao Sebrae para apresentar a oficina Crie Moda Autoral Trans-Forma, que ocorrerá entre os dias 26 e 30 de julho na Galeria Prestes Maia, em paralelo aos desfiles. Com foco em sustentabilidade e destinado exclusivamente à população trans, o curso oferece capacitação gratuita em moda, enfatizando o reuso de materiais têxteis e o desenvolvimento de projetos criativos que refletem vivências trans. A oficina, que visa fomentar a autonomia financeira e a afirmação social por meio da moda autoral, contará com a participação dos designers Alexandre dos Anjos, Jorge Feitosa e Dayony Moura e busca gerar oportunidades para 25 participantes em situação vulnerável, selecionados depois de um processo de inscrição. Confira o line up completo abaixo:

24/7 (quarta-feira)

Salão Almeida Junior

11h30 – Desfile Herchcovitch; Alexandre

26/7 (sexta-feira)

Viaduto do Chá

17h30 – Desfiles LOURRANI BAAS | VIVAO PROJECT | BERIMBAU BRASIL

19h00 – Desfiles MOCKUP – Fashion Filme | Ken-gá | Vou Assim + DCRLHS | NotEqual

27/7 (sábado)

Praça Ramos de Azevedo

16h00 – Desfile PEDRA BR

Viaduto do Chá

17h30 – Desfiles ‘a neoutopia’ – Projeto Lab | UMS 458 – LL | NALIMO

19h00 – Desfiles Fkawallyspunkculture – Fashion Filme | Estúdio Traça | SUKEBAN | Le Benites

28/7 (domingo)

Praça Ramos de Azevedo

15h00 – Desfile ARTSOUJÊ

16h00 – Leandro Castro

Galeria Prestes Maia

17h00 – Desfile Studio Ellias Kaleb

Viaduto do Chá

18h30 – Desfiles YHRA – Fashion Filme | N/E* Recycled – Projeto Lab | Visén – Projeto Lab | Estúdio CENA | GUMA JOANA | JORGE FEITOSA

29/7 (segunda-feira)

Biblioteca Mário de Andrade

16h00 – Desfile Jal Vieira Brand

Viaduto do Chá

17h30 – Desfiles Plataforma Açu – Fashion Filme | ALEXEI | DELLUM | Mônica Anjos

Praça Ramos de Azevedo

19h00 – Desfile Ofegallery

30/7 (terça-feira)

Praça Ramos de Azevedo

16h00 – Desfile Shitsurei

Viaduto do Chá

17h30 – Desfiles SHERIDA | Xyboia | Dystopic.core Lab

19h00 – Desfiles JACOBINA – Fashion Filme | Vittor Sinistra | Guilherme Valente | Rober Dognani x Felipe Fanaia.

Serviço:

Casa de Criadores – 54ª edição

Abertura: desfile Herchcovitch; Alexandre

Data: Dia 24 de julho de 2024, quarta-feira, às 11h30

Local: Galeria Prestes Maia, Salão Almeida Júnior – Pça do Patriarca, 2, Sé, São Paulo – SP

Pontos de Chegada/Acesso: Desembarque de carros, Banca Sironi; Metrô, entrada pela Estação Anhangabaú

Programação: desfiles line-up Casa de Criadores 54

Data: De 26 a 30 de julho de 2024

Local: Vale do Anhangabaú e arredores

Pontos de Chegada/Acesso: Desembarque de carros Banca Sironi. Metrô, acesso pela Estação Anhangabaú

Plataforma de ingressos: via Sympla disponível no site da Casa de Criadores e no Instagram do Novo Anhangabaú

Datas da distribuição de ingressos:

22/7 – liberação de ingressos para as sessões do dia 26/7

23/7 – liberação de ingressos para as sessões do dia 27/7

24/7 – liberação de ingressos para as sessões do dia 28/7

25/7 – liberação de ingressos para as sessões do dia 29/7

26/7 – liberação de ingressos para as sessões do dia 30/7

Horário da distribuição de ingressos: 11 h

Oficina Crie Moda Autoral Trans-Forma – Casa de Criadores 54

Data: De 26 a 30 de julho de 2024, das 10h00 às 18h00

Local: Galeria Prestes Maia (Vale do Anhangabaú)

Inscrições encerradas.

(Fonte: Agência Lema)

Busão das Artes retorna a São Paulo com exposição interativa inspirada na obra infanto-juvenil de Clarice Lispector

São Paulo, por Kleber Patricio

Caminhão de Histórias. Fotos: Divulgação.

Com sua personalidade enigmática e uma linguagem poética e inovadora, Clarice Lispector (1920–1977) é, merecidamente, cultuada em todo o mundo como um dos maiores nomes da nossa literatura. Inspirado por suas obras, o Caminhão de Histórias – um caminhão-baú de 15 metros adaptado para receber mostras culturais interativas – apresenta a exposição ‘A Casa que anda. Que mistérios tem Clarice?’, baseada nos livros ‘A vida íntima de Laura’, ‘O mistério do coelho pensante’ e ‘A mulher que matou os peixes’. O projeto chegou a São Paulo em 22 de julho, no Parque Horto Florestal, onde ficará até 29 de julho, seguindo para a Praça Alexandre Gusmão entre os dias 1º e 8 de agosto com entrada gratuita e visa a atender ao público circulante, bem como um amplo programa para escolas públicas e privadas do Estado. Com o patrocínio do Instituto CCR, a entidade do Grupo CCR responsável pelos investimentos socioculturais que busca democratizar o acesso à cultura e à educação, o projeto visa incentivar a formação de novos jovens leitores.

Com curadoria de Eucanaã Ferraz, poeta, consultor de literatura do Instituto Moreira Salles (IMS) e professor de literatura brasileira na Faculdade de Letras da UFRJ, e com direção artística e cenografia de Daniela Thomas, cineasta, diretora teatral, dramaturga e cenógrafa, e intervenções artísticas dos artistas plásticos Maria Klabin, Marcela Cantuária, Raul Mourão e Mariana Valente, ‘A Casa que anda’ apresentará atividades e reflexões sobre o universo infantojuvenil da criação de Clarice de Lispector a partir de histórias que dialogam com seus jovens leitores, despertando curiosidades sobre sentimentos e emoções que evocam inúmeras reflexões.

Um projeto de educação gratuito, inclusivo e democrático, ‘A Casa que anda’ sucede o exitoso projeto Busão das Artes, que trouxe ‘O Mundo Invisível’, concebido no pós-pandemia, e que abordava de forma lúdica o mundo dos fungos, vírus e bactérias e é uma realização de Renata Lima, que dirige a Das Lima Produções, e da dupla Lilian Pieroni e Luciana Levacov, da Carioca DNA. “Um caminhão-baú transformado em espaço expositivo que percorre praças e parques do Brasil, ‘O Busão das Artes’ nasceu da nossa vontade de educar, humanizar e sensibilizar o público em relação a temas importantes, sempre permeando questões ambientais. Esse projeto acontece em praças e outros espaços públicos gratuitamente e está aberto a todos”, afirma Luciana Levacov, sócia da Carioca DNA.

Making of do interior da casa concebida por Daniela Thomas.

Segundo Eucanaã Ferraz, “a obra de Clarice Lispector tem um raro poder de atração, não importando a idade e outros traços particulares de quem a lê. Sua palavra é, nesse sentido, universal. Não há dúvida de que associar a escrita com a materialidade das artes visuais e as experiências propriamente lúdicas será impactante para todos que passarem pela ‘Casa que anda’. Também é importante observar que a maior parte das narrativas de Clarice se passa nos ambientes domésticos e, desse modo, criar um ambiente de experiências sensoriais e estéticas numa ‘casa’ trará para mais perto do público o mundo mágico e atraente da autora”, ressalta o curador.

O encantamento começa com o próprio baú do caminhão, totalmente adesivado com primorosas ilustrações de autoria de Mariana Valente, neta de Clarice, que abordam vários aspectos de sua vida, com imagens de cidades e países que visitou ou onde viveu, como Recife, Rio de Janeiro, Pisa, Genebra, e Washington, intercaladas com imagens da escritora cercada de crianças, jardins e animais.

Instalações artísticas e interativas apresentam dois ambientes da casa: interno e externo. Quem guia o visitante por esse universo é a ‘própria’ Clarice, com mediadoras caracterizadas que incorporam a personagem, dando a ideia de que a autora os recebe em sua própria casa.

Daniela Thomas, que recriou o espaço interno da casa de Clarice a partir de fotos da residência da autora, reflete sobre como conduziu essa experiência: “Clarice tem a capacidade de revelar a profundidade da experiência humana nas situações mais banais e corriqueiras da vida. Com isso, nos desperta da alienação diária e somos tomados de uma hipersensibilidade para a nossa própria vida. Nosso objetivo é que os visitantes possam ter a experiência de olhar as mesmas coisas que sempre olham, só que agora com a sensibilidade renovada, surpreendendo-se com o que a literatura pode oferecer para a ampliar nossas perspectivas e nossa própria vida”.

Além da reprodução do ambiente onde viveu a escritora, que abriga inclusive sua mesa de trabalho, onde repousam manuscritos e uma máquina de escrever com um texto em andamento, o espaço inclui referências e curiosidades dos três livros abordados na exposição, como um aquário vazio – já que os peixes morreram por falta de alimento –, quadros da galinha Laura, do Coelho e do peixe, além de vídeo gravado com câmera em primeira pessoa na visão dos animais – assim como fazia a escritora, que criava as histórias a partir da perspectiva dos bichos. “Busquei replicar a experiência da leitura dessas obras recriando seu apartamento e povoando-o com suas reflexões escritas, cuidadosamente selecionadas por Eucanaã. Clarice, sentadinha em seu sofá com a máquina de escrever apoiada nos joelhos, digitava seus textos extraordinários, enquanto seu olhar não via mais do que as mesmas mobílias e animaizinhos que a cercavam, dia após dia. Uma imaginação fulgurante. Já do lado de fora, o quintal da casa foi reinterpretado por artistas contemporâneos. Também foi criado um filme, que me surgiu com furor quando li os livros pela primeira vez. Pensei: precisamos ver o mundo dos bichos como Clarice apontou, do ponto de vista deles”, ressalta Daniela.

Do lado externo, as três histórias se unem com diversas atividades de referência aos animais retratados, como o cercado do coelho – que dá algumas pistas para que as pessoas tentem descobrir como sua fuga ocorreu. A Casa do Coelho, projeto do artista Raul Mourão, é representada por uma pequena casa de aço criada para retratar o misterioso desaparecimento do coelho da ficção de Clarice. Segundo o artista, “uma gaiola/escultura sobre confinamento e fuga confeccionada com o mesmo material das grades de segurança que nos acompanham nas grandes cidades brasileiras.”

Um lindo tapete desenhado pela artista plástica Maria Klabin transmite a sensação do piso de um quintal, com caracóis, tatus-bola, folhas, restos de comida que podem ser explorados com o auxílio de lupas de aumento. “Esses três livros fazem parte das minhas melhores lembranças com meus filhos crianças”, conta Maria. “Líamos os três em série. É nítida a memória do momento em que eu abria a capa de ‘A mulher que matou os peixes’. A capa era dura, como um pequeno portão. E éramos conduzidos dos risos, gargalhadas à confusão, tristeza, ternura, apreensão, e algumas emoções cuja existência só descobrimos pelos livros da Clarice. É um privilégio visitar esse quintal pelo qual já devo ter passado muitas vezes, dessa vez olhando para o chão que deu origem a tantos voos”, completa a artista, sobre a experiência de criar o piso.

Ainda no quintal, o ovo da Galinha Laura, criado por Marcela Cantuária, leva os visitantes a uma reflexão sobre o mistério da vida e a promessa de futuro, “simbolizando de maneira lúdica a gestação e as inúmeras possibilidades que a existência nos traz”, explica Marcela. “Me senti honrada com o convite para participar da exposição, pois admiro imensamente o legado de Clarice. Uma mostra de arte circulante e interativa, como é o caso do Caminhão de Histórias, reforça o compromisso da arte com o coletivo, além de ser um movimento interessante e inovador”, completa a artista.

A experiência traz práticas educativas que remetem ao ofício da escritora, como o espaço de leitura, atividades com máquinas de escrever, oficinas criativas inspiradas nos enigmas das histórias, produção e envio de cartão postal entre outras dinâmicas a serem conduzidas por educadores formados pela equipe da Percebe – consultoria especializada em educativos de museus e exposições.  Os estudantes que visitarem a exposição receberão um caderno de atividades para continuarem a experiência na escola, orientados por seus professores, ou mesmo em casa com seus familiares.

Contando de forma lúdica e participativa a história e obras de Lispector para as crianças, a exposição busca democratizar o acesso à arte e à literatura em diversas localidades do País.  Em 2024, ‘A Casa que anda’ passará por São Paulo (São Paulo e Osasco), Paraná (Londrina e Curitiba), Santa Catarina (Joinville), Goiás (Goiânia), Maranhão (Imperatriz), Bahia (Salvador), Minas Gerais (Belo Horizonte) e Rio de Janeiro (Rio de Janeiro e Niterói). A expectativa é que mais de 60 mil pessoas passem pelo Caminhão de Histórias nessa temporada.

Sobre os livros infanto-juvenis de Clarice Lispector

Eucanaã Ferraz nos oferece um panorama sobre os livros de Clarice Lispector para a infância: “os livros de Clarice Lispector para a infância – como suas obras para o público adulto – são inquietantes. Se a linguagem é acessível e próxima do universo infantil, lá estão as perplexidades, as dúvidas, as perguntas, os mistérios da vida e da morte. Os textos conversam com o leitor e, assim, criam uma intimidade que desarma seu olhar e lhe possibilita viver experiências nas quais a natureza e os animais são parte fundamental. Não são, de modo algum, textos que buscam educar pelo viés da obviedade ou da complacência, como se o leitor-criança fosse imaturo ou intelectual e existencialmente despreparado. Pelo contrário, no convívio do humano com a natureza há traumas, choques, incompreensões, tristezas, mas também amor, humor, alegrias, enfim, múltiplos afetos. O resultado é o exercício estético e vital que se exige de toda e qualquer literatura. E, isso, claro, faz com que esses textos sejam atraentes também para público adulto.”

A exposição é inspirada em três livros infanto-juvenis de Clarice:

A vida íntima de Laura: conta a história de Laura, a galinha que mais bota ovos em todo o galinheiro. Compondo uma personalidade cheia de nuances para sua personagem, Clarice diverte os pequenos sem subestimar sua inteligência.

O mistério do coelho pensante: o sumiço de um simples coelhinho branco – quem diria – inspira uma das mais instigantes histórias infantojuvenis de Clarice Lispector. Nesse livro a escritora discorre sobre profundas questões existenciais, na dose certa para a apreciação dos pequenos leitores. Qual a diferença entre ‘natureza humana’ e ‘natureza de coelho’? Como a gente sai do terreno da necessidade para o da vontade e da criatividade? É possível um pensamento que seja também um sentimento e uma sensação?

A mulher que matou os peixes: aqui a sintonia com os leitores é obtida a partir do endereçamento direto e o texto anuncia-se como uma confissão da narradora (“Essa mulher que matou os peixes infelizmente sou eu”) e um pedido de perdão à humanidade. Suspenses são encontrados a partir de pequenas tramas, em que perdão e culpa se sucedem.

A união das obras busca explorar temas como mistério – o sumiço do coelho, culpa – matou o peixe, autoestima – galinha Laura que se acha feia, o mistério da vida – o ovo – e da morte – o peixe.

Por onde o Busão das Artes já passou

O Busão das Artes, que volta agora como Caminhão das Histórias, ‘saiu da garagem’ pela primeira vez em 2021. A ideia era criar um projeto itinerante de ciências e meio ambiente que mostrasse como o mundo microscópico pode ser entendido e vivenciado por meio da arte contemporânea, ampliando a compreensão do público sobre o universo, o corpo humano, as bactérias (tanto as benéficas quanto as perigosas) e a relação dos indivíduos com o meio ambiente.

A primeira mostra contou com a curadoria de Marcello Dantas em parceria com o físico Luiz Alberto Rezende de Oliveira, um dos idealizadores e ex-curador do Museu do Amanhã. A iniciativa apresentava duas vertentes: uma ambiental, que tratava das bactérias e seu papel no ecossistema e, outra, científica, abordando temas relacionados ao organismo humano. Tudo isso com instalações artísticas e interatividade, mostrando como as manifestações da vida biológica se relacionam com tudo que há no planeta.

Com obras dos artistas Jaider Esbell, Piero Manzoni, Ricardo Carvão, Ricardo Siri, Suzana Queiroga, Vik Muniz, Vivian Caccuri e Walmor Corrêa, o projeto passou por quatro Estados (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo) e recebeu a visita de mais de 112,2 mil pessoas. “Este projeto faz parte do nosso compromisso de fomentar ações socioculturais que beneficiem as comunidades onde atuamos. Acreditamos que promover a cultura impulsiona a mobilidade social e transforma vidas”, afirma Renata Ruggiero, diretora de Sustentabilidade, Inovação e Responsabilidade Social do Grupo CCR.

Serviço:

Caminhão das Histórias em São Paulo – ‘A Casa que anda. Que mistérios tem Clarice?’

Parque Horto Florestal (Rua do Horto, 931 – Horto Florestal, São Paulo)

Horário: de 22 a 29 de julho, das 9h às 17h

*Entrada gratuita

Canais: www.busaodasartes.com.br | @busaodasartes.

(Fonte: A4&Holofote Comunicação)

Espaço Paiol recebe a 1ª Mostra Literária de Campinas (MOLI)

Campinas, por Kleber Patricio

Atriz e escritora Helena Agalenéa ministrará oficina ‘Mitologia Ficcional’. Imagem: Noelly Castro.

Com o objetivo de reunir e dar voz para a literatura independente, a 1ª Mostra Literária de Campinas (MOLI) será realizada nos dias 26, 27 e 28 de julho, no Espaço Paiol Arte e Cultura, localizado na região do Taquaral. O evento tem entrada gratuita durantes os três dias, e contará com feira literária (escritoras, escritores e expositores de diversos formatos de publicações como livros, livretos, zines, contos, romances, poesia, teoria, novela, ensaio, crônica, Haikai e dramaturgias, entre outros), oficinas de escrita, mesas de debates e sarau (confira abaixo programação completa e participe). As inscrições para as oficinas continuam abertas.

“A MOLI é um espaço democrático que quer promover a literatura, rompendo barreiras e popularizando o acesso à arte e à cultura. Por isso, nosso formato é dedicado a pessoas escritoras e editoras independentes que querem divulgar o seu trabalho”, explica Gabriela Guinatti, idealizadora do projeto, que nasce para fortalecer a rede de pessoas que escrevem literatura e que se interessam por essa linguagem.

Cocao Avoz. Foto: Paula Tonelotto.

Como as grandes feiras literárias e bienais costumam ser restritas e privilegiam os grandes grupos editoriais, a escritora decidiu criar a mostra e abrir espaço para a arte independente. “O aumento do consumo de livros e da busca por formas de publicação tem aumentado cada dia mais, mas de forma inversa a este crescimento, notamos um número reduzido de espaços de discussão desta linguagem”, afirma.

A MOLI nasce abrindo um espaço inovador de forma gratuita para expositores e para o público. Além da feira literária, a programação inclui quatro oficinas de escrita, um sarau literário e duas mesas de debate com profissionais dedicados à produção literária, desde o ponto de vista comercial e de publicação até as diversas etapas do processo criativo da escrita.

Metade das inscrições de expositores foi reservada a pessoas negras, indígenas, quilombolas, ciganas, transgênero, LGBTQIA+, pessoas com deficiência (PCD) e mães solo. Todo o valor das vendas será direcionado às pessoas escritoras e editoras. Não haverá qualquer retenção por parte dos organizadores do evento.

Serviço:

1ª Mostra Literária de Campinas (MOLI)

Data: 26 a 28 de julho

Local: Espaço Paiol Arte e Cultura

Endereço: Rua Doutor Carlos Mendes de Paula, 601 – Taquaral, Campinas – SP

*Evento gratuito para expositores e para o público

Insta: @moli.mostraliteraria@paiol.arteecultura

Inscrições abertas para oficinas

Programação completa 1ª Mostra Literária de Campinas (MOLI)

Dia 27/7 – Debora Rendelli com mediação de Gabriela Guinatti

Dia 28/7 – Cocão Avoz com mediação de Bárbara Prestes

Convidadas confirmadas:

27/7: Marcela Feriani, Marina Franco, Jhenifer Silva (mais algumas estão ainda em fase de confirmação)

28/7: Renan Inquérito e mais três que ainda não confirmaram.

Sexta – 26/7/2024

A partir das 18h

Feira de expositores, bar e show com o Duo Lucy Bananas

O Duo Lucy Bananas é formado pelos atores/musicistas Esteban Alvarez (bateria, guitarra e voz) e Gisele Nunes (guitarra e voz). Focado na simplicidade, o duo utiliza o recurso do loop station e articula as experiências musicais e teatrais dos integrantes para chegar a um estilo Rocktropical minimalista. As canções refletem sobre relações políticas e sociais, trazendo a mesma simplicidade que é revelada no fazer artístico para uma simplicidade no olhar sobre a experiência humana contemporânea.

Sábado – 27/7/2024

Durante o dia todo

Feira de expositores

9h às 12h

Oficina 1 – Poesia Griô

Ministrante: Nil Sena

A oficina visa apresentar aos seus participantes a construção de poesia a partir da realidade diária de cada um, de modo que as observações diárias das cenas do nosso contexto natural da vida transformam-se em poemas a partir da oralidade na contação de história que verbaliza cada cena e da oralidade à escrita. A goianense Nil Sena é palestrante motivacional, pedagoga, dramaturga griote, cantadeira, cordelista, compositora, bailarina popular, atriz, capoeirista, erveira, doula, além Agente Comunitária, Técnica de Saúde e Pós-Graduanda em Neurociências, Psicologia Positiva e Mindfulness.

Oficina 2 – Mitologia Ficcional: criação de personagens épicas

Ministrante: Helena Agalanéa

A oficina focará na criação de personagens a partir de elementos da natureza ou da vida/cotidiano de cada participante. Serão partilhadas ferramentas de construção de narrativa e caracterização de personagens, assim como serão compartilhados alguns mitos mesopotâmicos e gregos, para inspirar os participantes. Ao fim da oficina, cada participante terá criado pelo menos uma personagem, criando imagens para sua própria mitologia pessoal. Helena Agalenéa é atriz, escritora e bruxa travesti. Bacharel em Artes Cênicas pela Unicamp, co-fundou a coletiva teatral RAINHA KONG no ano de 2016, ao lado de suas amigas. Com o grupo já circulou pelos estados de RN, MG e por algumas cidades de SP. Autora do livro “É também amor, amor” e da peça de teatro “Eanna – Santuário Travesti”, que também estreou enquanto atriz. No cinema, é atriz do filme “Germino Pétalas no Asfalto”, do Laboratório Cisco.

Das 15h às 17h30

Roda de conversa: Mulheres no Mercado da Literatura

Das 18h às 21h30

Sarau Moli

*Atividade contará com interpretação em libras

Domingo – 28/7/2024

Das 9h às 12h

Oficina 3 – Cartas Para Si

Ministrante: Paloma Franca Amorim

O encontro se dedicará à discussão da forma epistolar como mediação entre o ficcional e a realidade experienciada; a dimensão das cartas como materiais simbólicos, intimamente ligados ao universo literário, será elemento disparador para que os participantes do encontro sejam estimulados ao exercício da criação literária a partir de relações concernentes às particularidades privadas, de outro lado, a crônica como gênero literário transpõe o olhar autoral para o mundo público, recortando gestos, movimentos, atitudes, acontecimentos anônimos passíveis de realização ficcional através das lentes de aumento da poesia e da experimentação. A crônica e a carta; portanto, são centelhas promotoras de debate, escrita e exercício crítico. Paloma nasceu em Belém do Pará, é escritora, dramaturga e ilustradora. Em 2017, lançou seu primeiro livro de contos ‘Eu Preferia Ter Perdido Um Olho’, pela Alameda Casa Editorial. Em 2021, seu primeiro romance ‘O Oito’ foi publicado pela mesma editora. Além disso, integrou antologias literárias como ‘O Amanhã Cheio de Histórias’, publicada pela FTD, e ‘Abrindo a Boca, Mostrando Línguas’, da editora Paralelo13s. Em 2022 foi parecerista do Prêmio Oceanos de literatura lusófona, bem como do prêmio CEPE de literatura, e também participou de outras bancas públicas de seleção de projetos envolvendo literatura, teatro e cinematografia. Seu último trabalho no campo da dramaturgia foi no de 2021 quando escreveu a peça ‘7PISOS’, apresentada pelo grupo paulistano Folias d’Arte em 2022. Atualmente é integrante da equipe de coordenação da Escola Livre de Teatro de Santo André e prepara seu primeiro livro de ensaios.

Das 9h às 12h

Oficina 4 – Oficina de Slam Voz e Arte

Ministrante: Miguel Passará

A oficina de Slam tem como objetivo principal proporcionar às pessoas uma experiência educativa e cultural única, promovendo o desenvolvimento da habilidade de escrita criativa, confiança na expressão verbal e conscientização social por meio da poesia falada e da participação em atividades relacionadas ao Slam. Miguel Passará lidera diversas iniciativas culturais, tendo fundado a Batalha do VPA e hoje coordena o movimento cultural Slam Voz e Arte. Como educador, organiza oficinas e cursos, abrangendo desde rap até meditação, atuando em escolas públicas e ONGs. Desenvolveu o jogo de cartas ‘Oráculo da Autenticidade’ que promove reflexões em performances nas ruas da cidade. É cantor, rimador e possui diversos lançamentos de singles, e suas músicas possuem narrativas sobre autoconhecimento, consciência social, ambiental e espiritualidade.

15h às 17h30

Roda de conversa: A Construção Poética dentro do Hip Hop

Com Cocão Avoz

Das ruas do Jd. Miriam para as ruas do Jd. São Luiz, onde reside nos dias de hoje, atuante no movimento Hip Hop desde 1999, juntamente com Leandrão ajudou a fundar o grupo de rap Versão Popular, grupo originário da Cohab Jd. são Luís. Com o grupo, se apresentou em vários lugares da periferia; como todo grupo de início, suas primeiras apresentações foram nas Escolas, aos finais de semana, campos de futebol, eventos organizados nas praças e ruas das quebradas por onde andou. Ajudou na Produção e execução do Primeiro CD do grupo Quem Viu, Viu (2010), continuou circulando com o rap, Casas de cultura, Mostras Culturais, fábricas de cultura, entre outros espaços, dividiu palco com artistas da sua área musical, como Criolo, Racionais, Consciência Humana, GOG, RZO, Emicida e Ndee Naldinho, entre outros. Cocão Avoz também está à frente do coletivo Cooperifa há 19 anos; junto com todo o time, nas Escolas circula também com o Projeto a Poesia do Rap. Acompanhou também o poeta Sérgio Vaz no projeto ‘Poesia contra A violência’, que também circula nas Escolas da periferia. É um dos organizadores do Encontro Rap, um evento que de 2012 até 2017 deu oportunidade a vários grupos iniciantes e já atuantes da cena; cerca de 300 grupos participaram. Junto com os demais organizadores (DJ Zeca , DJ Ney, Alx, Zói e Taty Botelho), em 2015 deu início à sua carreira solo, lançando músicas como Diaristas, No Último Vagão, A Caminhada, De Volta Pra Casa e Ganhe o Mapa, músicas que trabalha em seus shows até hoje. Em 2019 lançou seu primeiro livro, ‘Pra Não Dizer que Não Falei das Ruas’, um livro que contém as poesias do seu rap, letras que escreveu ao longo dos anos, com prefácio do poeta Sérgio Vaz e posfácio do DJ KL Jay ,dos racionais Mc’s. Atualmente trabalha seu rap com seus companheiros de palco, Joh Contenção, DJ Chefão e Henrique Damas. Planos na carreira do artista é o que não falta: o rapper e poeta também lançou sua logo marca, A V O Z, Vestuário ao estilo da quebrada, camisetas, bonés, toucas, moletons, jaquetas, óculos, pochetes, shoulderbas e relógios, entre outros artigos são pensados pelo artista e, no passar dos dias, organiza sua carreira musical e empreendedora, sempre valorizando a arte da quebrada.

(Fonte: Marina Franco Assessoria de Imprensa)