Notícias sobre arte, cultura, turismo, gastronomia, lazer e sustentabilidade

Inscreva seu e-mail e participe de nossa Newsletter para receber todas as novidades

“Precisamos pensar a cultura como um dos objetivos específicos do desenvolvimento sustentável”, diz secretário-Executivo do MinC

Rio de Janeiro, por Kleber Patricio

Foto: Cláudio Kbene.

O acesso à cultura está entre as ações de retomada da Agenda 2030, é o que aponta o Relatório Nacional Voluntário (RNV), que monitora a implementação dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) no Brasil. O documento foi apresentado em cerimônia na terça-feira (23), na cidade do Rio de Janeiro, com a presença do secretário-executivo do Ministério da Cultura (MinC), Márcio Tavares. Elaborado pela Secretaria Geral da Presidência da República, o documento tem o objetivo de apresentar os dados do RNV a segmentos da sociedade brasileira e a prefeitos e governadores e incentivar a mobilização para que todos possam colaborar no alcance dos ODS.

Dentre as realizações na implementação da Agenda 2030 e dos ODS no Brasil está o incentivo à cultura, com políticas como a Lei Paulo Gustavo (LPG) e a Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB), que apoiam a indústria cultural e garantem suporte contínuo para artistas e instituições culturais.

A promoção da autonomia de coletivos e redes culturais por meio da Política Nacional Cultura Viva, assim como a valorização da cultura Hip-Hop e intercâmbios internacionais, reforçam a diversidade cultural e a inclusão social, também foram citadas no relatório. “O investimento em cultura é necessário para que a gente atinja com efetividade o conjunto de objetivos sustentáveis. Comunidades que investem em cultura têm melhor saúde, melhores resultados em segurança pública e melhor desempenho em educação. Comunidades que investem em Cultura têm melhores empregos, renda, trabalho digno e contribuem decisivamente a partir do respeito às diferenças para que a gente possa ter equidade de gênero e atingir os objetivos para o próximo objetivo sustentável, que é o respeito das relações étnico-raciais”, avalia o secretário Márcio.

Atualmente são 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS): Erradicação da pobreza, Fome zero e agricultura sustentável, Saúde e bem-estar, Educação de qualidade, Igualdade de gênero, Água limpa e saneamento, Energia limpa e acessível, Trabalho decente e crescimento econômico, Indústria, inovação e infraestrutura, Redução das desigualdades, Cidades e comunidades sustentáveis, Consumo e produção responsáveis, Ação contra a mudança global do clima, Vida na água, Vida terrestre, Paz, Justiça e Instituições Eficazes, Parcerias e meios de implementação. O Brasil quer implementar o 18º ODS, para incluir o combate ao racismo nas metas de desenvolvimento social. “Depois do objetivo 18, talvez seja o momento de a gente pensar num 19º objetivo que traz especificamente o desenvolvimento cultural como uma contribuição para o desenvolvimento sustentável”, complementa Tavares.

“O Brasil decidiu apresentar o Relatório Nacional Voluntário para demonstrar a retomada do compromisso do país com o desenvolvimento sustentável e a Agenda 2030 no Brasil e restabelecer a sua imagem internacional como protagonista da agenda global de desenvolvimento”, explica o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Márcio Macedo.

Durante a cerimônia, a primeira-dama Janja Lula foi indicada pelo como embaixadora dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Brasil para oficializar sua participação nas discussões governamentais sobre o tema.

Próximos passos | A participação ativa do Brasil no cenário internacional, como demonstrado pela sua liderança em conferências globais e pela implementação de políticas internas que refletem compromissos globais, reafirma seu papel como um parceiro essencial na busca por soluções sustentáveis e justas. O engajamento contínuo em diálogos multilaterais e o reforço das capacidades institucionais para o cumprimento dos ODS são prioritários. Estes esforços são complementados por iniciativas que promovem a inclusão social, a diversidade cultural e a equidade econômica, configurando-se como pilares de um futuro resiliente e sustentável para todas as camadas da sociedade brasileira. Confira o relatório.

(Fonte: Ministério da Cultura – Governo Federal)

“O ideal seria que não precisássemos de uma lei de cotas para entender sua necessidade”, comenta Conselheiro da ABRH-SP

São Paulo, por Kleber Patricio

ABRH-SP destaca avanços significativos e desafios contínuos para a plena inclusão. Foto: FreePik.

Na semana em que a Lei de Cotas completa 33 anos (24 de julho), a data é marcada por um legado de avanços na promoção da inclusão de pessoas com deficiência (PCD) no mercado de trabalho brasileiro. A ABRH-SP (Associação Brasileira de Recursos Humanos, Seccional São Paulo), relata que esse já é um marco um passo fundamental, mas ainda há muito a ser feito. “O ideal seria se não precisássemos ter uma lei de cotas para entendermos a necessidade dela. Mas, enquanto essa realidade não for alcançada, a lei é um instrumento crucial para garantir oportunidades iguais para todos”, comenta Guilherme Cavalieri, conselheiro da ABRH-SP.

Dados concretos comprovam o impacto positivo da Lei de Cotas:

Aumento da empregabilidade: Desde a implementação da lei, o número de PCD no mercado de trabalho formal disparou. Atualmente, 545.940 PCD e reabilitados do INSS estão empregados formalmente, segundo dados do eSocial do Ministério do Trabalho e Emprego.

Maior participação em grandes empresas: 93% desses trabalhadores estão em empresas com mais de 100 funcionários, demonstrando a adesão das grandes corporações à inclusão.

Fiscalização eficaz: A fiscalização impulsionou um aumento de 64% nas contratações desde 2008. Em 2023, foram mais de 142 mil PCD contratados, com 30 mil admissões diretamente relacionadas à fiscalização e 112 mil ao cumprimento espontâneo da lei pelas empresas.

Para Cavalieri, essa lei não apenas abre portas, mas também demonstra o valor inestimável dessas pessoas para o mercado de trabalho. “São profissionais extremamente competentes, que enriquecem qualquer equipe com suas habilidades e diversidade. O mesmo se aplica às mulheres em cargos de liderança, que trazem novas perspectivas, experiências e estilos de liderança que beneficiam toda a organização”, complementa.

A ABRH-SP organiza há 11 anos o Fórum da Inclusão da Diversidade, que inicialmente focava no debate da inclusão de pessoas com deficiência, mas nos últimos anos vem abordando todos os marcadores de diversidade. Além disso, promove o movimento LIFE, que catalisa discussões profundas e transformadoras sobre a liderança feminina, inspirando e gerando ações concretas para um mercado de trabalho mais inclusivo e equitativo.

Sobre a ABRH-SP

A Associação Brasileira de Recursos Humanos – Seccional São Paulo (ABRH-SP) é uma instituição sem fins lucrativos que se destaca como a principal referência em gestão de pessoas no Brasil. Fundada há mais de 55 anos, reúne a expertise de profissionais e empresas que buscam excelência na área. Com mais de 3,2 mil associados e realizando mais de 100 eventos ao ano, a ABRH-SP possui um corpo diretivo e consultivo formado por especialistas renomados, impulsiona a inovação e acompanha de perto as últimas tendências em Recursos Humanos.

Está presente não apenas na capital paulista, mas também em mais 8 regionais do estado de São Paulo, representando uma ampla diversidade de profissionais e sendo um ponto de referência para o desenvolvimento do setor em todo o país. Mais informações: https://abrhsp.org.br/.

(Fonte: Bendita Imagem)

Galeria Estação celebra 20 anos com exposição coletiva no Instituto Çarê, em São Paulo

São Paulo, por Kleber Patricio

Obra de Mirian Inêz da Silva Cerqueira. Fotos: João Liberato.

A mostra coletiva Cotidiano, imaginação e paisagem: Galeria Estação, 20 anos abre no dia 3 de agosto de 2024 (sábado), das 11h até 15h, no Instituto Çarê, na Vila Leopoldina, em São Paulo. O convite para a realização do evento foi feito pelo Instituto Çarê, instituição cultural parceira da galeria desde 2023.

Curada por Taisa Palhares, a exposição tem obras dos artistas brasileiros históricos Antônio Poteiro (1925–2010), Izabel Mendes da Cunha (1924–2014), José Antônio da Silva (1909–1996), José Bezerra, Júlio Martins (1893–1978), Mirian Inêz da Silva (1948–1996), Nino (1920–2002) e Noemisa (1947–2024).

O evento celebra a importância da Galeria Estação no cenário da arte nacional, relacionada à revalorização ou mesmo a descoberta de criadores que permaneceram à margem do sistema institucionalizado da arte, mas cujas obras carregam um espírito contemporâneo.

Obra de José Antonio da Silva.

Além do caráter histórico de reunir um grupo de artistas vivos e já falecidos, há similaridade no que diz respeito ao conteúdo temático das obras, com a presença marcante da relação entre o homem e o meio natural, do trabalho rural, do artesanato, das figuras religiosas e do imaginário das festas populares. “A presente exposição celebra a atuação da colecionadora e galerista Vilma Eid, que nas últimas duas décadas tem se dedicado a apresentar ao público artistas brasileiros por muito tempo subvalorizados por não pertencerem ao cânone erudito da história da arte. Trata-se, em geral, de homens e mulheres de origem modesta, que desenvolveram seus trabalhos artísticos de maneira autodidata e longe dos grandes centros urbanos, criando um universo imaginativo próprio a partir da vivência da cultura popular, das atividades laborais tradicionais e da religiosidade”, afirma a curadora Taisa Palhares.

Parceria

Esta não é a primeira vez que o Instituto Çarê e a Galeria Estação trabalham juntos, mas em outra ocasião, o artista visual Santidio Pereira (representado pela galeria) participou da mostra coletiva Nossa Vizinhança, que aconteceu no evento Ocupação Çarê: Território Emboaçava, em setembro de 2023. O Instituto Çarê foi fundado pela artista visual Elisa Bracher, em parceria com Ana Cristina Cintra, que tem como principal objetivo a busca, a divulgação e a preservação da cultura brasileira. “Minha trajetória no mercado da arte começou em 1984, quando fui convidada por Paulo Vasconcellos e Torquato Pessoa para ser sócia da galeria que levava o nome do Paulo. Também apaixonado pela arte brasileira, dos eruditos aos não eruditos, ele foi meu mestre. Depois que a galeria fechou, tive um escritório de arte; até que, em 2004, eu e meu filho Roberto inauguramos a Estação. Comemoramos os vinte anos de atuação da galeria com esta exposição especial no Instituto Çarê. Especial porque fala de arte e de amizade”, diz a fundadora e diretora artística da Galeria Estação, Vilma Eid.

Sobre a Galeria Estação

Obra de Júlio Martins.

Fundada no ano de 2004 em São Paulo, Brasil, a Galeria Estação inaugurou um programa curatorial atendendo a uma ampla comunidade de vozes artísticas não canônicas ao criar pontes transgeracionais entre artistas contemporâneos emergentes e autodidatas pioneiros.

A Galeria Estação inspirou uma rede integradora de figuras criativas e criadores de diversas geografias e formações educacionais. Desde 2008, o programa artístico inovador da galeria, instalado em um edifício arquitetônico, exibe artistas brasileiros contemporâneos cujas origens culturais e práticas vernáculas complementam a primazia da arte autodidata – examinando os estilos artísticos sub-representados do país, trabalhando métodos e narrativas históricas ou até legados.

A diretora artística e fundadora da Galeria Estação, Vilma Eid, em colaboração com um distinto grupo de curadores convidados, propuseram diálogos em apresentações que transcenderam os relatos tradicionais do desenvolvimento de gêneros abstratos e figurativos nos séculos XIX e XX, iniciando explorações que questionam o que significa constituir o passado e o presente da arte brasileira.

Obra de Izabel Mendes da Cunha.

Como resultado, a Galeria Estação é uma referência no Brasil e internacionalmente, uma força para a preservação de memórias e narrativas latino-americanas de outra forma descartadas, marginalizadas ou negligenciadas nas historiografias da arte brasileira.

Foi por meio desses e outros fatores que a Galeria Estação se tornou referência em obras únicas e com uma variedade de vertentes artísticas do Brasil, continuando também a sua missão de oferecer oportunidades sem precedentes para que os espectadores experimentem visões expansivas da arte brasileira – visões essas tanto locais quanto globais.

A Galeria Estação exibe um grande grupo de artistas históricos: Agnaldo dos Santos, Agostinho Batista de Freitas, Amadeo Luciano Lorenzato, Artur Pereira, Chico da Silva, Chico Tabibuia, Conceição dos Bugres, Elza O.S, Geraldo Teles Oliveira – G.T.O, Gilvan Samico, Heitor dos Prazeres, Itamar Julião, Izabel Mendes da Cunha, José Antonio da Silva, Madalena dos Santos Reinbolt, Maria Auxiliadora, Mirian Inêz da Silva, Sebastião Theodoro Paulino da Silva – Ranchinho e Zica Bergami. A crescente lista de artistas contemporâneos inclui André Ricardo, Deni Lantz, Eduardo Ver, Higo José, José Bezerra, Julio Villani, Rafael Pereira, Renato Rios, Santídio Pereira, Cicero Alves dos Santos  – Véio. www.galeriaestacao.com.br

Sobre o Instituto Çarê | Organização sem fins lucrativos e centro cultural aberto à cidade, o Instituto Çarê foi criado em 2019 com a missão de colaborar com o bem-estar e divulgar a obra de músicos brasileiros de grande importância, dar centralidade à cultura que escapa do radar do mercado, formar acervos, apoiar pesquisas em campos negligenciados, salvaguardar patrimônios relevantes e oferecer à população do entorno um ambiente de trocas rico e inclusivo. Organiza-se em núcleos de ação coordenada nos campos de educação, com projetos de educação ambiental e fortalecimento de comunidades; música, focado em difundir manifestações relevantes; artes visuais, voltado a fomentar poéticas novas e formar públicos; pesquisa, que investe na ampliação da base de dados sobre populações minorizadas para subsidiar políticas públicas, e acervo, que protege, qualifica e dá acesso a coleções que preservam trechos da história da cultura brasileira.

Sobre a curadora

Taisa Palhares é professora de Estética no Departamento de Filosofia do IFCH-Unicamp. Possui graduação (1997), mestrado (2001) e doutorado em Filosofia (2011) pela Universidade de São Paulo (USP). Realiza estudos nas áreas de Teoria Crítica, Estética e Artes Visuais, com ênfase na pesquisa sobre a fundamentação da obra de arte desde a Modernidade. Foi curadora da Pinacoteca do Estado (São Paulo) de 2005 a 2015, onde organizou diversas exposições e cursos, entre eles a mostra retrospectiva itinerante Mira Schendel (2013-2014), em parceria com a Tate Modern (Londres). Recebeu o Prêmio Jabuti (2011), na categoria Livro Didático e Paradidático, pela idealização e organização do livro Arte Brasileira na Pinacoteca do Estado de São Paulo (São Paulo: Cosac Naify, Imprensa Oficial, 2010). Publicou o livro Aura: a crise da arte em Walter Benjamin com auxílio da Fapesp (São Paulo: Editora Barracuda, Fapesp, 2006). Realizou a curadoria da exposição Murilo Mendes, poeta crítico: o infinito íntimo, com Lorenzo Mammì e Maria Betânia Amoroso, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (2023). A mostra foi premiada em 2024 na categoria Melhor Exposição Nacional – 2023 pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA). É coordenadora do GT de Estética da ANPOF (2023-2024). Atualmente é coordenadora de graduação do curso de Filosofia da Unicamp e organiza o Grupo de Estudos em Estética e Teoria da Arte (GEETA).

Sobre os artistas:

Antônio Poteiro [Antônio Batista de Souza] (Santa Cristina da Posse/PT, 1925 – Goiânia/BR, 2010) Chegou criança ao Brasil, onde viveu em São Paulo, Minas Gerais e entre os índios carajás, na ilha do Bananal, fixando-se em Goiânia em 1955. Foi cisterneiro, padeiro, cozinheiro e faxineiro antes de iniciar-se na arte do barro com o pai, o ceramista Américo de Souza, que fazia potes e utensílios – daí o apelido Poteiro. Desejoso de dar outras formas à matéria, passa a esculpir santos, urnas, animais sagrados e sonhos. Em 1973, animado por Siron Franco, inicia-se na pintura, somando temas religiosos e crítica política: em uma Última Ceia, a mesa é decorada com notas de dólar e libra. Suas obras estiveram na Bienal de São Paulo em 1981 e 1991 e foram vistas em mais de vinte países.

Izabel Mendes da Cunha (Itinga-MG, Brasil, 1924-2014) Filha de paneleira e lavradora, casada com um vaqueiro, começou nos anos 1970 a produzir seu figurado inicial, com bois, cavaleiros, passarinhos pousados em galhos e pequenos presépios, que recebiam engobo de barro branco. A partir de 1978, cria as noivas e noivos, mulheres amamentando, matronas e moças de grande formato que a notabilizaram. Com tons de barro diversos, confere extraordinária expressão às fisionomias caboclas, brancas ou negras. Vendendo a compradores do Rio de Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo, foi a única artista do Vale do Jequitinhonha a alcançar preços minimamente justos para seu trabalho. Participou de exposições nas capitais do Sudeste desde os anos 1980, e seu trabalho está representado nos principais museus de arte popular do país.

José Antônio da Silva (Sales de Oliveira (SP), 1909 – São Paulo, 1996) Filho do carreiro de bois, só começou a pintar aos 37 anos. Antes, lutou para sobreviver em serviços árduos no interior de São Paulo.

Casado e com filhos, começou a fazer desenhos a lápis. Em 1946, vivendo em São José do Rio Preto e trabalhando como garçom, vence concurso da Casa de Cultura com Boizinhos, óleo pintado em flanela. Pouco depois, participa de bienais de São Paulo e ganha uma sala especial na Bienal de Veneza. Quarenta anos no meio rural deixaram forte marca em sua pintura, na qual predomina a paisagem e o homem entregue às lides do campo. Em 1975 estabeleceu ateliê em São Paulo. Sua obra foi tema do curta-metragem Quem não conhece o Silva?, de Carlos Augusto Calil (1978) e de retrospectiva no Museu de Arte Contemporânea da USP.

José Bezerra (Buique (PE), Brasil, 1952-) Nascido entre o sertão e o agreste, foi lavrador, trabalhador braçal e carreiro. Matou bichos para comer e derrubou árvores para fazer lenha, o que hoje tenta expiar pela arte. Há dez anos sonhou que era chamado a fazer suas esculturas. Passou a olhar as madeiras que o cercavam e a intervir nelas. Não esculpe de forma tradicional, trabalhando um bloco de madeira para alcançar uma forma definida; procura ver a figura que se insinua no lenho – em geral, umburana – e trazê-la à tona com a intervenção rude de facão, grosa, formão e serrote. A expressividade angulosa de seus trabalhos vem da compreensão de que o próprio meio que contribuiu para seu surgimento, a região do Vale do Catimbau, está prestes a ser posto abaixo pela mudança acelerada nas relações econômicas do país.

Júlio Martins [Júlio Martins da Silva] (Icaraí (RJ), Brasil, 1893 – Rio de Janeiro, Brasil (1978) Cresceu na roça, mas mudou-se com a família para o Rio de Janeiro após a morte do pai. Desde garoto, gostava muito de poesia. Jovem, frequentava teatros e cafés-concertos. Passa por diversos empregos antes de tornar-se cozinheiro no Hotel Avenida. Começou a pintar com lápis crayon aos 29 anos. Aposentado, morando no morro União, em Coelho da Rocha (RJ), passa a se dedicar exclusivamente às telas, agora usando tinta a óleo. Pinta essencialmente paisagens, a partir de atentos estudos de folhas, árvores, pássaros, flores, gestos, vestimentas, animais; as figuras humanas se fundem harmoniosamente em seu halo verde. Se tudo é delicadeza, idílio, euforia, às vezes repassada por uma ponta de humor, o pintor não se furta a expor a angústia histórica do seu tempo.

Mirian Inêz da Silva (Trindade (GO), Brasil, 1948 – Rio de Janeiro, Brasil, 1996) A obra da artista reflete vivências diversas, da cultura popular do interior brasileiro e das sociedades metropolitanas, permeadas pela cultura de massa. Depois de cursar a Escola Goiana de Artes Plásticas, estudou pintura com Ivan Serpa no Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro. Começou como gravadora, explorando a visualidade do cotidiano; reconhecida imediatamente pelo circuito institucional, participou das bienais de São Paulo em 1963 e 1967. Abandona a xilogravura no final dos anos 1960 e, em 1970, realiza sua primeira mostra de pinturas.

Voltada a aspectos da sociabilidade no meio rural e na cidade, sua obra volta-se ao que é vivo, festivo, pulsante e corriqueiro, e revela a preocupação com uma certa brasilidade, buscada na natureza e na cultura.

Nino [João Cosmo Felix] (Juazeiro do Norte (CE), Brasil, 1920 – 2002) Antes de dedicar-se à escultura em madeira, começando por brinquedos, cortou cana-de-açúcar e trabalhou como ferreiro. Em 1974 fazia animais de madeira com caudas de imburana, cambão ou timbaúba. Na década de 1980 dá o grande salto para esculturas de dimensão maior, de 1 metro de altura ou mais. No monobloco de madeira, esculpe em alto-relevo ou recorta pássaros, elefantes, bois, macacos, casamentos e reisados, que pinta com cores temperadas por ele. Já expôs individualmente no Rio de Janeiro e em coletivas como Brésil, Arts Populaires (Grand Palais, Paris, 1987) e Mostra do Redescobrimento (Oca, São Paulo, 2000). Sua obra integra importantes coleções públicas e privadas no Brasil e no exterior. Analfabeto, viveu em Juazeiro do Norte até a morte.

Noemisa [Noemisa Batista dos Santos]  (Caraí (MG), Brasil, 1947 – 2024) Muito jovem aprende a modelar o barro com a mãe, Joana, paneleira, que introduziu em Caraí a ‘moringa-mulher de três bolas’, vasilha para água com tampa de cabeça feminina e base tripartida. Diferentemente da mãe e da avó, começa esculpindo figuras e compõe uma verdadeira crônica da vida de seu bairro ao reproduzir batizados, casamentos, moços dirigindo carros. Sua arte é feminina, com delicadas aplicações de barro claro nos vestidos, na decoração das capelas, nas toalhas das mesas. Suas esculturas estiveram na exposição Brésil, Arts Populaires (Grand Palais, Paris, 1987) e na Mostra do Redescobrimento (Oca, São Paulo, 2000) e integram acervos importantes de arte popular. Uma das artistas mais originais da arte cerâmica brasileira, vive isolada e em condições econômicas difíceis.

Serviço:

Mostra coletiva Cotidiano, imaginação e paisagem: Galeria Estação, 20 anos

Curadoria: Taisa Palhares

Parceria: Instituto Çarê

Abertura: 3/8/24 (sábado), 11h até 15h

Visitação: até 31/8/2024 | de terça a sábado, das 13h às 18h

Local: Instituto Çarê

Rua Doutor Avelino Chaves, 138 – Vila Leopoldina, São Paulo – SP

www.institutocare.org.br

Redes sociais: Galeria EstaçãoInstituto ÇarêTaisa Palhares.

(Fonte: Marmiroli Comunicação)

São Paulo recebe espetáculo ‘O Palco Encantado do Rock no Brasil – Rock Para Crianças’ nos dias 3 e 4 de agosto

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: Rodrigo Sampaio.

Roqueiros e roqueiras de todas as idades, preparem-se, pois a turnê nacional do espetáculo ‘O Palco Encantado do Rock no Brasil – Rock Para Crianças’ está chegando para duas únicas apresentações no Teatro das Artes, no Shopping Eldorado, em São Paulo, nos dias 3 e 4 de agosto, após edições de sucesso nos últimos dois anos em todo o Brasil.

Com patrocínio máster da BB Seguros por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, a peça infantil musical é uma interpretação cênica com os principais trechos das canções de maior sucesso do rock nacional, que passam por artistas como Roberto e Erasmo Carlos, Mutantes, Secos e Molhados, Legião Urbana, Titãs, Charlie Brown Jr., O Rappa e Pitty, entre muitos outros que fizeram história, com coreografias típicas do gênero que promoverão uma viagem desde a década de 50 até os tempos atuais.

Os diálogos em forma de dramaturgia dos 6 artistas do elenco, além de banda ao vivo, vão encantar e divertir crianças e adultos, trazendo os principais personagens do rock and roll no Brasil, com projeções virtuais mapeadas através de painéis em LED. “A ideia do espetáculo é dar continuidade na proposta de trazer conhecimento musical para as crianças, agora com a história do rock brasileiro, com muitos sucessos e diversão para toda a família. Foi um pedido recorrente na edição passada, quando falamos sobre o rock internacional e quem manda é o público”, enfatiza Ana Ferguson, uma das diretoras e roteiristas.

Foto: Thiago Sabino.

Em um cenário lúdico, com elemento inflável e interativo, os atores, cantores e músicos da banda promoverão um momento inesquecível para toda a família. “O apoio à cultura é uma prioridade, uma maneira de colaborar para a construção de uma nova visão de mundo valorizando a arte como instrumento de consciência social. A temporada anterior foi um sucesso e atingimos o objetivo de reunir famílias, colocando crianças e adultos em sintonia. Nesta temporada a produção privilegiará as bandas e artistas brasileiros do rock, reforçando nosso compromisso com a diversidade e a riqueza da música nacional”, destaca Luciana Garrone, gerente de Marketing Institucional e Mercadológico da Brasilseg, uma empresa BB Seguros.

Entre 2022 e 2023, o espetáculo viajou por todo o país com o nome Rock para Crianças – A História do Rock, contando a trajetória do gênero no mundo todo e levando clássicos do rock internacional que fizeram famílias inteiras vibrarem e cantarem junto ao som de hinos de Elvis Presley, Rolling Stones, Beatles, Queen, Led Zepellin e Bon Jovi, entre outros, promovendo um verdadeiro encontro de gerações através da linguagem universal que é a música. Em 2024, eles continuam essa jornada focados no rock brasileiro.

Serviço:

O Palco Encantado do Rock no Brasil – Rock Para Crianças

Data: 3 e 4 de agosto | Horário: 15 horas

Local: Teatro das Artes – Shopping Eldorado

Endereço: Av. Rebouças, 3970 – Pinheiros, São Paulo – SP

Ingressos: https://www.eventim.com.br/artist/o-palco-encantado-do-rock-no-brasil/

Classificação: Livre

Ficha Técnica

Idealização e Texto: Ana Ferguson e Solange Bighetti

Direção Geral: Ana Ferguson

Direção de Produção: Solange Bighetti

Direção Musical: Leandro Barros

Produção: Samanta Santiago

Engenharia de Som: Esdras Grego

Coreografia: Carlos Fontinelle

Assessoria de Imprensa Nacional: Eliana Brito e Tania Figueira – Track Marketing Musical

Assessoria de Imprensa Local: Márcia Stival Assessoria

Criação de Conteúdo (LED e Resolume): Ivan Vinagre

Designer Gráfico: Marcelo Ramos

Gestão de Redes Sociais: Giancarlo Medina Braga

Cenário: Big Infláveis

Preparação e arranjos vocais: Eduardo Barbo

Arranjos musicais: Leandro Barros – Cafofo do LB

Fotografia: Cristina Granato e Rodrigo Sampaio

Estúdios: Cafofo do LB e 2R Estúdios

Filmagem e edição de vídeos: Digipauta – Ricardo Azambuja

Make-up & Hair: Janeluce de Carvalho

Assistente de Som: Diomeciano Junior

Assistente de Produção Logística: Renato Linhares

Elenco:

Amara Hartmann – Mel

Eduardo Barbo – Samuca

Fernanda Abi – Tatá

Jardel Sodré – Guga

Nany Assis – Manu

Victor Hugo Almeida – Vini

Banda:

Carol Lippi – Guitarra

Felipe Lobo – Bateria

João Guilherme – Baixo

Realização e Produção: Zeus Produções e As Meninas Produções Artísticas.

(Fonte: MS Assessoria)