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Dança e Música: noites de colaborações artísticas no Centro Cultural Espaço Tápias

Rio de Janeiro, por Kleber Patricio

Na beira do mundo, do outro lado de mim – Dasha Lavrennikov e Rafael Rocha em cena. Foto: Carol Pires.

Uma noite com dois espetáculos em que a colaboração entre a dança e a música são inseparáveis no Centro Cultural Espaço Tápias – ‘Na beira do mundo, do outro lado de mim’, criação e atuação da dançarina russa Dasha Lavrennikov com música de Rafael Rocha, e ‘Colaboração ou 16 variações sobre um tema’, de Maria Alice Poppe e Tato Taborda, que assinam a criação e a performance, são espetáculos que dizem algo sobre a vontade dos artistas de se aproximarem artisticamente, compartilharem pesquisas, perguntas e o palco.

Sobre os espetáculos:

‘Na beira do mundo, do outro lado de mim’ (duração: 35 min) – A coreografia de Dasha Lavrennikov em colaboração com o músico Rafael Rocha foi desenvolvida a partir de uma longa pesquisa artística cruzando diferentes territórios entre Europa e América do Sul. Surgiu como um diálogo linguagens das artes de movimento, sonoras e visuais. “Essa peça perpassa pela ideia de um corpo que se deixa transmutar – em manchas coloridas, curvas, texturas, ritmos, e paisagens, desfigurando-se para sintonizar-se com suas origens e trajetórias de composição singular”, explica Dasha. Os diversos tons e cores ressoam uns com os outros, gerando acordes sensoriais transmitindo qualidades físicas, emocionais e espirituais.

Ficha Técnica

Criação e atuação: Dasha Lavrennikov

Criação Musical e atuação: Rafael Rocha

Figurino: Gabriela Lotaif

Acompanhamento artístico: Lindon Shimizu

Produção: Marina Micas

Fotografia: Carol Pires | Renato Mangolin

Apoio: Casa del Moviment, Otro Festival Equador, telepART Zodiak Finlandia, global dance network, Angel Vianna, Festival Internacional de Araraquara, Centro Coreográfico do Rio de Janeiro.

Colaboração ou 16 variações sobre um tema – a dança de Maria Alice Poppe e o músico Tato Taborda. Foto: Renato Mangolin.

‘Colaboração ou 16 variações sobre um tema’ (duração: 35 min) – A colaboração entre Maria Alice Poppe e músico Tato Taborda é uma peça sobre lacunas que não devem ser preenchidas. A exposição deliberada dessas lacunas revela precariedade e potência em igual medida, como acontece com os ambientes em que os dois artistas-professores atuam. “A peça, uma estrutura de 16 variações pensada no sentido cageano (do modo de pensar do compositor John Cage), de uma entidade autossustentável, se desdobra em conformações paradoxais a partir das fricções entre dança, música e conceito”, destaca Maria Alice.

Ficha Técnica:

Criação e performance: Maria Alice Poppe e Tato Taborda.

Sobre Dasha Lavrennikov

Bailarina, coreógrafa, professora e pesquisadora das artes vivas – nasceu em Moscou, Rússia (1985) e iniciou sua formação e exploração em dança nos EUA. É formada em licenciatura em dança contemporânea (EUA) com mestrado em artes cênicas e pensamento crítico (Dinamarca/França/Espanha). Doutorada no RJ – Brasil (UFRJ) em 2018, ganhou uma bolsa de pesquisa artística em Moscou. Recebeu a bolsa danceWEB da ImPulsTanz em 2012, Djerassi Artist Residency em 2018, Metropolis Residency em 2020 e Zodiac, em 2021. Está criando, dançando e educando nos últimos 15 anos entre a Europa, Ásia, América do Sul e América do Norte. Trabalhou com uma diversidade de coreógrafos e companhias de dança de renome internacional, como Colectivo La Majara, Lucas Condró, Benoite Lechambre, Khosro Adibi, Richard Colton, David Dorfman, Inma Marín e Manuela Nogales. Está morando entre Barcelona e Rio de Janeiro. Atua como professora no Instituto de Artes de Barcelona e professora convidada no Mestrado de Artes Cênicas e Cultura Visual em Madrid e ISLO – Finlândia.

Sobre Rafael Rocha

Nascido em 1981, estudou música e cinema no Rio de Janeiro desenvolvendo um trabalho autoral de música, composição, artes vivas e performance. Começou a trabalhar aos 14 anos na cidade maravilhosa com o grupo circense Intrépida Trupe, depois com a companhia de dança Dani Lima, onde fundou o grupo de música cigana Brasov com seu irmão Felipe Rocha. Fez parte do grupo musical audiovisual Binario, que se apresentou pelas ruas do RJ, lançando um álbum na Inglaterra. Também descobriu-se cantor ao criar o grupo Tono, com o qual lançou três discos e se apresentou no Brasil, Portugal, EUA(Nova York) e Inglaterra. Colaborou em discos, shows, composições e produções com importantes artistas da música brasileira, como Gal Costa, Gilberto Gil, Adriana Calcanhotto, Jorge Mautner e Moreno Veloso, entre muitos outros, e ganhou experiência para montar seu projeto solo lançando os álbuns ‘Pirâmide’ e ‘Pedra’. Já teve músicas suas gravadas por artistas de diferentes gerações, como Ney Matogrosso, Roberta Sá e Mãe Ana. Atualmente, está finalizando seu terceiro álbum autoral.

Sobre Maria Alice Poppe

É bailarina, pesquisadora, professora e colaboradora em processos de criação de dança contemporânea. Atua no longa-metragem de Lucia Murat ‘Em três Atos’, juntamente com Angel Vianna. Interessada no diálogo interdisciplinar, Poppe investiga o corpo e suas relações poético-políticas com o chão, com a gravidade e com a queda, em uma perspectiva híbrida de dança e artes visuais. Licenciada em dança pela Faculdade Angel Vianna e Mestre em Artes Visuais pela UFRJ, lecionou por 15 anos no Curso Técnico e na Licenciatura em Dança da Escola e Faculdade Angel Vianna. Doutora em Artes Cênicas pela UniRio com estágio doutoral no exterior pela Coventry University, atua como professora adjunta nos Cursos de Dança da UFRJ e como colaboradora no Programa de Pós-Graduação em Estudos Contemporâneos da Artes da UFF.

Sobre Tato Taborda

Compositor, intérprete e curador de eventos dedicados à experimentação musical. Professor do Curso de Artes e do programa de Pós-Graduação Estudos Contemporâneos das Artes PPGCA, na UFF. Doutor em composição pela Unirio com a tese ‘Biocontraponto: como aprendemos contraponto com os sapos’, uma investigação da interface entre estratégias de comunicação de criaturas de hábitos noturnos, como sapos, grilos, e vagalumes e técnicas de polifonia e contraponto. Entre outras obras, compôs a ópera ‘A Queda do Céu’, uma encomenda da Bienal de Munique, e ‘Estratos’, para orquestra de instrumentos nativos do altiplano andino encomendada pelo festival alemão de Donnaueschingen. Publicou, em 2021, o livro ‘Ressonâncias: vibrações por simpatia e frequências de insurgências’ pela Editora UFRJ.

Serviço:

Dança – Espetáculo ‘Na beira do mundo, do outro lado de mim’ e ‘Colaboração ou 16 variações sobre um tema’

Datas e horários – 21 e 22 de setembro, às 20h (sábado e domingo)

Local: Centro Cultural Espaço Tápias (Sala Maria Thereza Tápias) – Rua Armando Lombardi, 175 – Barra da Tijuca

Duração: 35 minutos (cada espetáculo)

Ingressos: R$45,00 (inteira), R$22,00 (meia-entrada) – na bilheteria ou pelo Sympla: https://www.sympla.com.br/produtor/espacotapias

Classificação etária: Livre.

(Fonte: Com Claudia Tisato)

Otto Leopoldo Winck conversa com Paulo Venturelli no Solar do Rosário

Curitiba, por Kleber Patricio

Fotos: Divulgação.

No próximo dia 25 de setembro, às 19 horas, acontece mais uma edição da Série Literatura e Música no Auditório Regina Casillo, desta vez com o escritor, poeta e professor Otto Leopoldo Winck. O evento, uma parceria entre o Solar do Rosário e a Academia Paranaense de Letras, vai abordar o cenário literário atual e será conduzido pelo escritor e acadêmico Paulo Venturelli. O encontro faz parte do Plano Anual do Solar do Rosário.

Carioca radicado em Curitiba, Otto Leopoldo Winck é doutor e mestre em Estudos Literários pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Em 2005, foi vencedor do prêmio da Academia de Letras da Bahia com o romance ‘Jaboc’, publicado no ano seguinte pela editora Garamond. Em 2012, recebeu o Prêmio Governo de Minas Gerais de Literatura na categoria Poesia. É autor, entre outras obras, de ‘Cosmogonias’ (2017), livro de poesia, e ‘Que fim levaram todas as flores’ (2019), romance, ambos pela Kotter Editorial. Seu terceiro romance, ‘Forte como a morte’, saiu no final de 2023 pela editora Aboio.

Paulo Venturelli.

Paulo Venturelli, um dos nomes mais importantes da literatura paranaense, é mestre e doutor em Letras pela UFPR. Com uma vasta obra publicada, o autor já abordou diversos temas em seus livros, como a literatura brasileira, a homossexualidade e a cultura paranaense.

Série Literatura e Música

A Série Literatura e Música realiza eventos gratuitos com um tema diferente a cada edição, em que um membro da Academia Paranaense de Letras recebe um convidado especial para uma conversa instigante abrindo espaço para reflexões e debates sobre os mais diversos temas. O projeto conta com a curadoria da professora Liana Leão (UFPR e Academia Paranaense de Letras). Os inscritos recebem certificado de participação emitido pelo Solar do Rosário e Academia Paranaense de Letras.

A entrada é gratuita e para garantir o ingresso é preciso acessar a plataforma digital Sympla contribuindo com 1kg de alimento não perecível. O Plano Anual Solar do Rosário é realizado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura, Ministério da Cultura, com patrocínio das empresas Oregon, Fertipar, Cartório da Barreirinha, Impextraco e Supermercado Tozetto e conta com a direção de Lucia Casillo Malucelli.

Sobre o Solar do Rosário

Há mais de três décadas, o Solar do Rosário se destaca como um oásis de arte e cultura em Curitiba. Fundado por Regina de Barros Correia Casillo, o centro cultural oferece uma programação diversa e acessível para todas as idades. Em 2021, o Solar ganhou um novo espaço, ampliando suas possibilidades e consolidando-se como um polo cultural imperdível na capital paranaense.

Otto Leopoldo Winck.

O Auditório Regina Casillo com capacidade para 300 pessoas e foco em eventos de música e literatura, já recebeu diversas orquestras e grandes nomes da música clássica. Recebe também anualmente o vencedor do aclamado Concurso Rainha Elisabeth da Bélgica sempre com casa lotada. Apoia jovens talentos locais e realiza mensalmente contrapartidas sociais recebendo alunos e professores de escolas públicas para concertos didáticos.

Serviço:

Série Literatura e Música

Dia: 25 de setembro – quarta-feira | Horário: 19 horas

Local: Auditório Regina Casillo – Solar do Rosário (Rua Lourenço Pinto, 500, Centro)

Informações: (41) 3225 6232 ou https://www.instagram.com/solar.dorosario/?hl=en

Ingressos gratuitos pelo Sympla.

(Fonte: Com Emelin Leszczynski/Isabela França Conteúdo Estratégico)

Casa Museu Ema Klabin, Pinacoteca de São Paulo e Biblioteca Guita e José Mindlin debatem os desafios das coleções brasilianas

São Paulo, por Kleber Patricio

Capa do álbum Souvenirs de Rio de Janeiro (1836), de Johann Jacob Steinmann. Álbum está em exposição na Casa Museu Ema Klabin.

A Casa Museu Ema Klabin promove no dia 19 de setembro, das 19h às 21h, em parceria com a Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin e a Pinacoteca de São Paulo, um encontro online com especialistas para discutir os desafios e estratégias das coleções Brasilianas – coleções de livros e outros materiais que abordam o Brasil. O evento gratuito, intitulado Coleções Brasilianas: Desafios e Estratégias, ocorrerá pela plataforma Zoom. As inscrições gratuitas podem ser realizadas pelo site da Casa Museu Ema Klabin.

O encontro contará com a participação de Paulo de Freitas Costa, curador da Casa Museu Ema Klabin; Alexandre Macchione Saes, diretor da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin, e Renato Menezes, curador da Pinacoteca de São Paulo. A mediação ficará a cargo do historiador e professor da USP Miguel Soares Palmeira.

Durante o evento, os especialistas discutirão a natureza e a especificidade das coleções Brasilianas das três instituições culturais, abordando suas formações, significados e as estratégias utilizadas para apresentá-las ao público. Além disso, serão analisadas as atualizações dessas coleções, ressignificando o conceito de Brasiliana no contexto do debate contemporâneo.

Sobre a Casa Museu Ema Klabin

Casa Museu Ema Klabin. Foto: Nelson Kon.

A residência onde viveu Ema Klabin de 1961 a 1994 é uma das poucas casas museus de colecionador no Brasil com ambientes preservados. A Coleção Ema Klabin inclui pinturas do russo Marc Chagall e do holandês Frans Post, obras do modernismo brasileiro, como de Tarsila do Amaral e Candido Portinari, além de artes decorativas, peças arqueológicas e livros raros, reunindo variadas culturas em um arco temporal de 35 séculos.

A Casa Museu Ema Klabin é uma fundação cultural sem fins lucrativos, de utilidade pública, criada para salvaguardar, estudar e divulgar a coleção, a residência e a memória de Ema Klabin, visando à promoção de atividades de caráter cultural, educacional e social, inspiradas pela sua atuação em vida, de forma a construir, em conjunto com o público mais amplo possível, um ambiente de fruição, diálogo e reflexão.

A programação cultural da casa museu decorre da coleção e da personalidade da empresária Ema Klabin, que teve uma significativa atuação nas manifestações e instituições culturais da cidade de São Paulo, especialmente nas áreas de música e arte. Além de receber a visitação do público, a Casa Museu Ema Klabin realiza exposições temporárias, séries de arte contemporânea, cursos, palestras e oficinas, bem como apresentações de música, dança e teatro.O jardim da casa museu foi projetado por Roberto Burle Marx e a decoração foi criada por Terri Della Stufa.

Acesse o site e redes sociais:

Site: https://emaklabin.org.br

Instagram: @emaklabin

YouTube: https://www.youtube.com/c/CasaMuseuEmaKlabin

Google Arts & Culture: https://artsandculture.google.com/partner/fundacao-

ema-klabin

Facebook: https://www.facebook.com/fundacaoemaklabin

Linkedin: https://www.linkedin.com/company/emaklabin/?originalSubdomain=br

Vídeo institucional: https://www.youtube.com/watch?v=ssdKzor32fQ

Vídeo de realidade virtual: https://www.youtube.com/watch?v=kwXmssppqUU

*Como em todos os eventos gratuitos, a Casa Museu Ema Klabin convida quem aprecia e pode contribuir para a manutenção das atividades a apoiar com uma doação voluntária via PIX 51204196000177.

Serviço:

Coleções Brasilianas: Desafios e Estratégias

19 de setembro de 2024 | 19h às 21h

Plataforma Zoom

Inscrição: gratuita, com sugestão de contribuição voluntária

https://emaklabin.org.br/palestras/encontro-online-colecoes-brasilianas-desafios-e-estrategias

95 vagas por ordem de inscrição

Tradução e interpretação de libras.

(Fonte: Com Cristina Aguilera/Mídia Brazil Comunicação Integrada)

Lavagem de Madeleine: Carlinhos Brown arrasta multidão em Paris no domingo (15)

Paris, por Kleber Patricio

Fotos: Ulysses & Crew.

A Lavagem da Madeleine, a maior e mais importante tradição afro-brasileira na Europa, chegou à sua 23ª edição, levando a cultura brasileira às ruas de Paris. Neste domingo (15), cerca de 100 mil franceses, brasileiras e brasileiros, pessoas de diferentes nacionalidades, misturaram-se nas ruas da capital francesa ao ritmo dos atabaques, em uma imersão nas culturas do Brasil por meio da música, dança e espiritualidade. O ponto alto do evento aconteceu na Place de La République, no Centro da cidade.

Para o idealizador do evento, Robertinho, que há mais de duas décadas encanta Paris com sua arte, a Lavagem é muito mais do que uma festa – é uma resistência e uma mensagem de luta.

“A Lavagem é um evento que retrata um Brasil afrodescendente, um Brasil que está além do samba; traz o maracatu, a capoeira e diversas expressões culturais brasileiras. É um movimento de resistência, que reivindica a paz e a liberdade contra a intolerância religiosa, o racismo e o preconceito. A Lavagem é uma afirmação: uma amostra do Brasil plural e de diversas facetas manifestando de forma pulsante e vibrante na capital francesa”, destacou.

Neste ano, a programação incluiu um pocket show com Karla de Souza e um workshop de dança que apresentou atividades de dança afro-brasileira e Zumba-Axé, conduzido pelos professores Dimi Ferreira e Siddy Fit. O evento também contou com o desfile e cortejo da Lavagem de Madeleine, tendo Carlinhos Brown no comando do trio elétrico.

“São 23 anos da Lavagem de Madeleine. É uma festa brasileira respeitadíssima, a maior e mais importante tradição afro-brasileira na Europa, que reúne milhares de pessoas em Paris em uma mesma sintonia. Estou desde o início e já participei inúmeras vezes; este ano, em especial, compus em francês, com ajuda de Roberto, em homenagem às três Madalenas: a Santa Madalena, a minha filha Mada e a minha mãe Madalena. Um encontro lindo, que tal como outras Lavagens, acontece por motivo de agradecimento espiritual. Me sinto honrado por ser convidado por Roberto Chaves e poder desfilar com meu trio mais uma vez”, ressaltou Carlinhos Brown.

Acompanhando o trio, diversas alas, como Batucada Batala, com Maestro Giba Gonçalves; Maracatu Nação Oju Oba, sob a liderança do mestre Leto Nascimento; Cabaret Gandaia; Batucada Brasis; Batucada Badau; Coletivo Famme de Lá Resistente; Capoeira Sete Quedas; Alas das Baianas com Pai Pote; Drums & Batucada Teacher e Mada Dançe embalaram a festa.

Além das festividades nas ruas, o novo filme da cineasta Liliane Mutti, ‘Madeleine à Paris’, que retrata o cortejo afro-brasileiro a partir de um olhar entrelaçado entre a festa e seu criador Roberto Chaves (Robertinho), foi exibido durante a programação deste ano. Há 6 anos Liliane Mutti, cineasta baiana radicada em Paris, acompanha os bastidores da Lavage de la Madeleine, registrando a história do evento e a biografia de Robertinho em suas diversas nuances.

A celebração ganhou a atenção dos parisienses, a exemplo do ator Vincent Cassel, que fez uma participação especial na edição deste ano. A festa de encerramento da Lavagem de Madeleine será marcada pela Feijoada da Coisa Nossa, acompanhada por uma roda de samba organizada pelo Samba da Quebrada de Juliann Tavares, com o grupo Atividade na Laje, além da participação dos DJs David Costa, Brasileira e Çaravá.

Sobre a Lavagem de Madeleine

A Lavagem de Madeleine é um cortejo que reúne brasileiros e franceses saindo da Praça da República e seguindo até a Igreja de Madeleine, onde são lavadas as escadarias da igreja. Inspirada na Lavagem do Bonfim de Salvador, a festa foi idealizada pelo multiartista Roberto Chaves, o Robertinho, e atrai artistas brasileiros e internacionais; entre os que já estiveram no evento, Caetano Veloso, Margareth Menezes e Daniela Mercury. O evento integra a programação oficial da Prefeitura de Paris e a Rota dos Escravizados da Unesco – um roteiro cultural em todo o mundo onde a história da escravidão teve um impacto, destacando e preservando a memória relacionada a esse período.

Vincent Cassel e Robertinho. Foto: Liliane Mutti.

O Festival de Cultura Brasileira Lavagem de Madeleine é uma realização da Brasil Onire e do Ministério da Cultura (MinC) por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, com o patrocínio da Cateno Gestão de contas de pagamento S/A, da Secretaria de Turismo do Estado da Bahia e da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur).

(Fonte: Com Marcela Canero/Aspas Comunicação)

Áreas Protegidas em Rondônia sob ameaça: impactos e soluções para exploração madeireira ilegal no estado

Rondônia, por Kleber Patricio

Foto: Collab Media/Unsplash.

Mais um alerta vermelho se acendeu para quem se dedica e se preocupa com a conservação da Amazônia. Em seu mais recente levantamento, o Sistema de Monitoramento da Exploração Madeireira (Simex) revelou um aumento significativo na exploração madeireira sem autorização no estado de Rondônia, de 19% foi para 37% em um ano, um total de 8.399 hectares de exploração ilegal no período avaliado. Ainda mais preocupante é observar que uma parte significativa ocorreu em Terras Indígenas e Unidades de Conservação, áreas que deveriam ser protegidas pela legislação brasileira.

Em 2023, do total de 22.706 hectares de exploração madeireira detectada no estado, 23% (1.909 hectares) da exploração ilegal total aconteceu em Terras Indígenas e 16% (1.314 hectares) em Unidades de Conservação – este último teve a exploração 100% concentrada no Parque Nacional do Mapinguari. A área, que já era um ponto crítico em 2022, consolidou-se como a área protegida mais vulnerável do estado quando o assunto é exploração madeireira ilegal.

Este dado é mais do que uma estatística preocupante. Ele reflete uma realidade injusta para os povos indígenas e comunidades tradicionais que habitam esses territórios. Esses grupos dependem diretamente da integridade da floresta para sua sobrevivência física e cultural. A invasão de suas terras para exploração ilegal de madeira não só compromete a biodiversidade, mas também ameaça sua subsistência, sua identidade e seus direitos.

Seca extrema e queimadas agravam situação em Rondônia

Foto: Elisabeth Jurenka/Unsplash.

A situação em Rondônia é ainda mais grave quando se considera o contexto ambiental atual. O estado enfrenta uma seca extrema, e os efeitos desse fenômeno estão sendo sentidos com força, não apenas pelos ribeirinhos que lutam para encontrar água, mas também pela intensificação das queimadas. Entre janeiro e agosto de 2024, Rondônia registrou mais de 5,5 mil focos de incêndio, um número que só foi superado em 2019. A capital, Porto Velho, liderou por semanas os piores índices de qualidade do ar do país, tomada por uma densa fumaça proveniente dessas queimadas.

Esse cenário de seca e fogo, além de agravar a devastação ambiental, cria um ambiente propício para a exploração madeireira ilegal. A combinação de florestas secas, falta de fiscalização adequada devido à emergência e as atividades criminosas na extração de madeira coloca ainda mais pressão sobre as áreas protegidas. O decreto de emergência no estado, que permite uma ação mais coordenada dos órgãos estaduais e municipais, precisa ser acompanhado por medidas específicas para combater a exploração ilegal, que se aproveita da vulnerabilidade dessas regiões.

Legalidade florestal

A Rede Simex, formada pelo Imaflora, Imazon, ICV e Idesam, desempenha um papel fundamental no monitoramento das atividades madeireiras ilegais na Amazônia. Por meio do uso de geotecnologias avançadas e imagens de satélite, desde 2021 é possível identificar e mapear as áreas onde a exploração não autorizada está ocorrendo, permitindo que as autoridades tomem as medidas necessárias para conter esses crimes ambientais.

Júlia Niero, analista de Geotecnologias e Certificação do Imaflora. Foto: Divulgação.

No entanto, a tecnologia sozinha não é suficiente – é preciso que haja uma combinação de esforços: políticas públicas robustas, fiscalização contínua e, principalmente, a aplicação rigorosa da lei. A iniciativa de legalidade florestal promovida pelo Imaflora busca justamente fortalecer esses aspectos oferecendo ferramentas e informações que possam ser utilizadas por governos, empresas e sociedade civil para garantir que a exploração dos recursos naturais ocorra de maneira sustentável e dentro da  legislação.

Para enfrentar esse problema, precisamos de uma abordagem multifacetada. Primeiro, é preciso intensificar as ações de fiscalização nas áreas protegidas e municípios mais afetados utilizando os dados gerados pelo Simex para direcionar essas operações de forma mais eficaz. Além disso, é fundamental fortalecer as comunidades locais, garantindo que tenham os meios para proteger suas terras e seus direitos.

Um chamado à ação

Os dados do Simex 2023 são um chamado à ação. A legalidade precisa ser a base de toda atividade madeireira e aqueles que violam essa premissa devem ser responsabilizados de forma exemplar, mas para que isso aconteça, são necessários o apoio e o engajamento de toda a sociedade. A Amazônia é um patrimônio de todos nós e sua conservação é fundamental para o futuro não só do Brasil, mas do planeta.

Neste momento crítico, onde a seca, as queimadas e a exploração ilegal de madeira convergem para criar uma tempestade perfeita de devastação, é imperativo que todos – governos, organizações, comunidades e indivíduos – unam esforços para proteger o a floresta amazônica. A atuação coordenada, o fortalecimento da legalidade e a proteção das áreas mais vulneráveis são os passos essenciais para garantir que Rondônia e toda a Amazônia possam continuar a sustentar a vida em sua rica biodiversidade e em suas comunidades tradicionais.

Para saber mais sobre os resultados do Simex, acesse https://www.imaflora.org/noticia/exploracao-madeireira-nao-autorizada-em-rondonia-aumenta-em-2023-cresce-pressao-sob-areas-protegidas.

(Fonte: Com Júlia Niero/Analista de Certificação e Geotecnologias do Imaflora)