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Festival Paiol de Fotografia abre exposição online

Campinas, por Kleber Patricio

Foto: Nanah D’Luize – Oficina Fotografia Criativa.

A primeira edição do Festival Paiol de Fotografia, idealizado pelo Espaço Paiol de Arte e Cultura de Campinas, interior de São Paulo, dirigido pela fotógrafa e produtora Juliana Hilal, abriu ontem, 22 de março, a exposição 3D com trabalhos feitos pelos alunos das oito oficinas realizadas entre os dias 1° e 14 de março. A visitação é gratuita, aberta ao público em geral e pode ser acessada pelo site do Festival. Entre os dias 25 e 28 de março, ainda haverá quatro mesas redondas que discutem caminhos e possibilidades da fotografia atualmente e, de 22 a 27, as leituras de portfólio dividem com alunos os olhares de profissionais sobre seus trabalhos. Contemplado pelo Edital ProAC Expresso Lei Aldir Blanc Nº 40/2020 – Ministério do Turismo, por meio da Secretaria Especial de Cultura, e Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, o Festival tem todas as atividades gratuitas e online.

As oficinas foram orientadas por grandes nomes da área no Brasil: Marcelo Greco, Gal Oppido, Nair Benedicto, Alexandre Urch, Priscila Prade, Rogério Voltan, Jacqueline Hoofendy e Wilian Aguiar. O Festival recebeu mais de 300 inscrições, de cerca de 40 cidades do interior de São Paulo e da Capital. Cada oficina teve a duração de 9 horas distribuídas em três dias, e os resultados dos projetos propostos serão conhecidos na exposição.

Foto: Vivianne Ferreira – Oficina Olhar Fotográfico.

A exposição é resultado dessa troca de saberes e experiências entre oficineiros e alunos. Para Juliana Hilal, diretora do Festival, o envolvimento de todos foi além do esperado. “Os alunos se dedicaram, participaram dos projetos propostos e se empenharam em todas as oficinas. Por outro lado, os oficineiros ministraram aulas que chegaram a durar mais do que previsto porque todos estavam muito envolvidos, compartilhando conhecimento”, coloca.

O fotógrafo Gal Oppido, responsável pela oficina Fotografia Criativa, concorda que houve surpresas de ambos as partes, de oficineiros e integrantes do curso. “Os nossos encontros se estenderam porque havia densidade entre o pedido e as soluções. Com o grupo, mesmo sendo um grupo de primeiro contato, eu me senti familiar e os resultados alcançados foram similares aos que desenvolvo normalmente. A exposição vai reunir trabalhos com elementos interessantes em termos de linguagem e frescor de imagens”, coloca.

Outro ponto é que o fato de ser online proporcionou acesso de pessoas do Estado inteiro, conseguindo atingir muito mais gente. Foi possível ampliar e democratizar o acesso, o que foi fundamental na opinião de oficineiros e direção. “O Festival Paiol teve duas funções importantes. A primeira diz respeito à própria proposta, que é a difusão do conhecimento e cultura fotográfica de forma democrática, sem custos aos participantes, permitindo assim o acesso de pessoas que de outra forma não poderiam participar. A segunda é que os profissionais que prestaram serviços nas oficinas e palestras foram remunerados adequadamente. Para isso, foram utilizados recursos da Lei Aldir Blanc. Para mim, foi um dos melhores usos que vi deste recurso público, pois beneficiou um público muito grande de pessoas, ao invés de um benefício individual”, coloca o fotógrafo Marcelo Greco, orientador da oficina de Fotografia Autoral.

Foto: Giovana Pasquini – Oficina Fotografia Criativa.

Além dessa democratização do acesso, desde o princípio, a ideia do Festival era gerar uma oportunidade para compartilhar conhecimento, troca de experiências e, principalmente, promover um encontro entre profissionais reconhecidos nacional e internacionalmente e alunos de diferentes perfis e níveis. Entre os professores, há um consenso de que o resultado foi bom para os dois lados. “A oficina foi uma experiência muito feliz, resultado não só da minha experiência como educadora, mas da extrema dedicação dos alunos e do profissionalismo da equipe do festival. Tudo fluiu de maneira muito intensa e encantadora e os trabalhos finais expõem a intensidade dessa vivência artística, humana e espiritual”, afirma a fotógrafa Jacqueline Hoofendy, responsável pela oficina de Autorretrato. Rogério Voltan, orientador da oficina de Fotografia de Alimentos, concorda que houve bastante envolvimento e interação com os alunos.

Todas as atividades do Festival Paiol de Fotografia foram online por conta das restrições de circulação. “Eu achei meu curso muito legal, pois preparei um conteúdo que passava por vários temas e situações da fotografia de rua, mas também da vida de um fotógrafo na rua. No geral, achei o resultado super satisfatório; nada substitui a aula presencial, o olho no olho, mas é totalmente possível ensinar e aprender em tempos de pandemia”, afirma Alexandre Urch, responsável pela oficina de Fotografia de Rua.

Além da exposição, os participantes das oficinas receberão em suas casas os certificados de conclusão, juntamente com um caderno personalizado do festival e uma impressão fine art tamanho A4 de uma de suas fotos produzidas ou editadas durante o festival, selecionada pelo professor juntamente com a equipe de produção.

Foto: Lucio Daou – Oficina Olhar Fotográfico.

Outra atividade, a leitura de Portfólio, selecionou 32 inscritos, sendo quatro alunos para cada leitor convidado. “Como nas oficinas, o material recebido foi muito rico, com escolhas difíceis para chegarmos aos selecionados. As pessoas que se inscreveram têm realmente interesse em receber novos olhares sobre seus trabalhos e a expectativa está alta”, coloca Wilian Aguiar, responsável pela oficina Olhar Fotográfico e um dos diretores do Festival.

Mesas redondas | A principal ideia do Festival é criar um ambiente de troca artística, com disseminação do conhecimento de maneira democrática e gratuita e que promova a fotografia como linguagem e forma de expressão. Quatro Mesas Redondas completam a programação com acesso gratuito a qualquer interessado pela plataforma Zoom e pelo Canal do Youtube do Espaço Paiol de Arte e Cultura.

Os temas questionam e discutem o cenário atual do segmento: Gênero e Identidade na Fotografia, com Eduardo Mello, Gal Oppido, Johnny Moraes, Nair Benedicto, Roniel Felipe;

A Fotografia em Tempos de Isolamento Social, com Jacqueline Hoofendy, Juliana Engler, Juliana Hilal, Marcelo Greco, Priscila Prade; Por que Fotografamos?, com Gal Oppido, Marcelo Greco, Nair Benedicto, Sandra Lopes e Os Rumos da Fotografia no Séclo XXI, com Alexandre Urch, Eduardo Mello, Rogério Voltan, Rosana Horio Monteiro e Wilian Aguiar.

Serviço:

Site: Festival Paiol de Fotografia

Leituras de Portfólio: de 22 a 27 de março pela plataforma Zoom

Mesas redondas: de 25 a 28 de março pelo Zoom, com transmissão simultânea pelo Youtube

Gênero e identidade na fotografia | 25/3 | quinta-feira | 19h

A fotografia em tempos de isolamento social | 26/3 | sexta-feira | 19h

Por que fotografamos? | 27/3 | sábado | 19h

Os rumos da fotografia no século 21 | 28/3 |domingo | 19h

Exposição: a partir do dia 22 de março no site do festival.

Livros: “Autismo e Mediação” – do encerramento em si ao contato

Brasil, por Kleber Patricio

“A repetição é um mecanismo importante em todo processo de aprendizagem. Por exemplo, quando a criança aprende a pular, ela vai reproduzir esse movimento diversas vezes até dominá-lo – igual ao que os atletas fazem para melhorar seus desempenhos. O jogador de basquete vai treinar arremessos repetindo inúmeras vezes o movimento. A repetição permite aqui aperfeiçoar o domínio do gesto”Autismo e Mediação (Aller Editora)

Mas e quando a repetição não gera o aprimoramento do gesto? Os psicanalistas franceses Isabelle Orrado e Jean-Michel Vives, no recém-lançado Autismo e Mediação – publicado pela Aller Editora –, refletem sobre o que significa a repetição na clínica do autismo e como utilizá-la a favor do tratamento do sujeito.

Segundo os autores, a priori, repete-se com o fim de aperfeiçoar um gesto. Mas, para tanto, o processo deve ser modificado a cada vez que é realizado – o que não ocorre com os sujeitos autistas, para os quais repetir é encerrar-se numa teia segura de sentidos e significados e colocar-se fora do tumulto do mundo exterior, cujos estímulos eles não conseguem suportar. Dessa forma, como adentrar o universo particular de cada sujeito e utilizar seus signos próprios para mediar a comunicação deste com o mundo?

Entre os casos clínicos analisados, está o do pequeno Leo, menino autista de 4 anos que realiza um movimento de vaivém ininterrupto com seu carrinho de brinquedo, sem um objetivo além da própria repetição, comportamento este designado por Freud como “repetição coercitiva”. Quais sentidos Leo confere a esse vaivém é o enigma que os terapeutas tiveram que decifrar.

Eles constataram, assim, “que as pessoas autistas intensificam os seus recursos às estereotipias em momentos em que o mundo delas é refratado”; isto é, quando o mundo do autista é perturbado, ele se encerra mais ainda em si mesmo e em suas repetições. O trabalho do terapeuta é, portanto, interpretar o sentido da repetição e utilizá-lo para mediar o contato entre o autista e seu entorno.

Sobre a editora | A Aller Editora oferece em seu catálogo obras que se debruçam sobre os temas cruciais da teoria e da prática clínica, desde seus fundamentos até as repercussões dos debates atuais sobre o sujeito contemporâneo. Inspirada pelo verbo francês aller, que significa ir, a casa editorial convida leitores, atuantes na área de psicanálise ou não, a percorrer caminhos que cruzam fronteiras e a embarcar nesse desafio que é ler como movimento.

Sobre o autor | Jean-Michel Vives é psicanalista e professor de Psicopatologia Clínica na Universidade Côte d’Azur (França). É membro do movimento Insistance em Paris e do Corpo Freudiano – RJ (Brasil). No Brasil, Vives publicou os livros A voz no divã, A voz na clínica psicanalítica e Variações psicanalíticas sobre a voz e a pulsão invocante.

Sobre a autora | Isabelle Orrado pratica a psicanálise em Nice, é membra da Escola da Causa Freudiana e da Associação Mundial de Psicanálise. Ensina Psicologia Clínica e Patológica na Universidade Côte d’Azur.

Sarau “Viva Nordeste” 2ª Edição terá programação especial para o Dia do Circo

Campinas, por Kleber Patricio

Grupo Último Tipo. Foto: Naya El Khatib.

Com mais de 50 artistas envolvidos, chegando a quase 30 apresentações, o Sarau Viva Nordeste – 2ª edição se despede do público em ritmo circense. O evento, que celebra e valoriza a produção cultural nordestina, tem trazido desde o mês de fevereiro, espetáculos, rodas de conversa e oficinas com artistas residentes em São Paulo – especialmente da cidade de Campinas – que têm a cultura do Nordeste como referência em seus trabalhos.

Comemorado oficialmente no dia 27, o Dia do Circo começa ser celebrado na véspera. No dia 26, (6ªf), às 19h30, tem a palestra-espetáculo Encantos Circenses Nordestinos com o grupo Último Tipo, formado pelos artistas Déo Piti, Jara Carvalho, Velú Carvalho e Lya Bueno, cujo repertório tem diversas peças que misturam música e teatro de forma poética, irreverente e interativa. Em seus arranjos, costumam incluir instrumentos inusitados, como espátula de pedreiro, suporte de toalhas, concha de cozinha, cabaças, chocalhos de bebê e também instrumentos que o próprio grupo cria, como o “Pifanite” e a “Cabaça de Touca”. Com forte trabalho autoral, o grupo tem no seu espírito o teatro mambembe e o clown, fazendo, inclusive, apresentações de rua e itinerantes à moda dos trovadores medievais. Déo Piti foi também o facilitador da oficina cultural de figurino e adereços e, durante a live, vai sortear o figurino elaborado durante o curso. Para participar, basta seguir os canais do Sarau Viva Nordeste no Youtube e Facebook, marcar os amigos e, no Instagram @Ultimotipo, marcar a frase Eu quero ganhar o figurino do Déo Piti.

O Palhaço Custelinha. Foto: divulgação.

No sábado (27), o último Grande Sarau da temporada traz o Nordeste Circense como tema, a partir das 14h, com a presença do palhaço Custelinha, interpretado pelo ator, contador de histórias e pesquisador das linguagens de palhaço Ulisses Júnior. A contação de histórias e música ficam por conta da cordelista, compositora e escritora Edimaria e o contador de histórias e produtor teatral baiano Miro Cena. Já o escritor baiano Varneci Nascimento, autor de cerca de trezentas obras escritas em Cordel sobre as mais variadas temáticas, traz cordéis divertidos para o dia e a cantora e compositora Ana Person encerra a tarde. Ela, que é também arranjadora e violonista, tem dois CDs gravados e premiações na música, teatro e poesia.

Vale destacar que as atrações da semana incluem também gastronomia. Na quinta-feira, dia 25, às 19h30, o chef Marcelo Reis, especializado em cozinha afro-brasileira, participa do sarau-aperitivo Comidas Nordestinas juntamente com a cantora, cavaquinista e pesquisadora da Música Popular Brasileira Ilcéi Mirian.

Oficinas culturais | Toda programação do Sarau Viva Nordeste – 2ª edição é gratuita e aberta, com transmissão pelo Youtube e Facebook. Somente as oficinas culturais, que também são gratuitas, precisam de inscrição prévia. Ao longo da semana, ocorrem as oficinas Música Nordestina, com tradução em libras, e Construção de Bonecos com Sucata. As inscrições podem ser feitas direto pelo site www.sarauvivanordeste.com.br.

Sobre o Sarau Viva Nordeste | Ao longo dos meses de fevereiro e março de 2021, o Sarau Viva Nordeste – 2ª edição, festival virtual de homenagem à cultura nordestina, veio abrindo espaço para diversas apresentações de artistas sediados no estado de São Paulo, especialmente em Campinas/SP. Todos os eventos são transmitidos ao vivo pelas redes sociais e permanecem disponíveis no site do projeto.

Esta nova edição do Sarau do Nordeste foi selecionada pelo Edital ProAC Expresso Lei Aldir Blanc 40/2020 e tem produção da Diálogos Produções Culturais. O projeto nasceu do encontro da cordelista pernambucana, arte educadora e jornalista Dani Almeida com a produtora cultural campineira Janice Castro. Engajada em diversas atividades nos espaços culturais de Campinas, a dupla decidiu fortalecer o espaço para a cultura nordestina a partir da sua região.

Serviço:

Sarau Viva Nordeste – 2ª Edição

Até 27 de março de 2021

Programação completa: www.sarauvivanordeste.com.br

Transmissão: Youtube e Facebook

Próximos eventos:

22 a 25/3 – das 14h às 15h – Oficina Música Nordestina, com Gilber Souto Maior (necessária inscrição prévia pelo site www.sarauvivanordeste.com.br). Evento com tradução em Libras.

23 a 26/3 – das 10h às 11h – Oficina Construção de Bonecos com Sucata, com Grumaluc – Teatro de Bonecos (necessária inscrição prévia pelo site www.sarauvivanordeste.com.br)

25/3 (5ª ) – 19h30 – Sarau-aperitivo Comidas nordestinas, com chef Marcelo Reis e a cantora Ilcéi Mirian.

26/3 (6ª) – 19h30 – Palestra-espetáculo Encantos Circenses Nordestinos, com o Grupo Último Tipo.

27/3 (sáb) – 14h – Grande sarau Nordeste Circense, com Palhaço Custelinha (performance circense), Edimaria e Miro Cena (música e contação de histórias), Varneci Nascimento (cordéis divertidos)  e Ana Person (música).

Trupe sustentável faz espetáculos circenses sem público e disponibiliza sessões no YouTube

Itaboraí, por Kleber Patricio

Fotos: divulgação.

Itaboraí, município da Região Metropolitana do Rio, recebe, neste mês de março, as primeiras 32 apresentações de um circo inovador, “movido” exclusivamente a energia solar. A trupe Mundo De La Costa, cria da cidade de 220 mil habitantes, foi selecionada pela Lei Aldir Blanc para colocar de pé o espetáculo O Mágico no Mundo de La Costa, 100% sustentável do início ao fim. Por causa da pandemia, as apresentações tornaram-se virtuais, transmitidas pela internet.

A inovação na utilização da energia solar é possível graças a uma Kombi adaptada, equipada com placas solares e um gerador. O veículo é uma espécie de vedete que fica nos bastidores e fornece eletricidade suficiente para 80 minutos de luz e som. Administrado pelo casal de artistas circenses Roberto e Viviane De La Costa, o empreendimento inclui, ainda, ações de reciclagem de lixo, educação ambiental e plantio de árvores nativas da Mata Atlântica.

YouTube | As regras impostas pela pandemia causaram mudanças importantes nos planos do casal de artistas empresários. Devido às restrições, a lona montada no Clube Vera Gol, no Centro de Itaboraí, não pode sediar os espetáculos com a presença do público. As transmissões estão sendo feitas pelo canal da companhia, no YouTube. “Tínhamos todo um esquema preparado para receber a plateia, com ações de recolhimento de lixo reciclável, arrecadação de alimentos e distribuição de mudas da mata atlântica, entre outras iniciativas relacionadas à educação ambiental”, diz Roberto De La Costa, herdeiro de Aberaldo Costa, o palhaço Zé Linguiça, um dos principais parceiros do consagrado Carequinha. “Há um ditado que diz: ‘Quando não se pode fazer o que se deve, deve-se fazer o que se pode’. Estamos fazendo o que se pode para realizar os espetáculos online”, afirma o malabarista, formado pela Escola Nacional de Circo.

Utilização da energia solar é possível graças a uma Kombi adaptada, equipada com placas solares e um gerador.

Magia sustentável | No elenco, além do mágico, um dinossauro vegano – o Vaganossauro – e o próprio Roberto De La Costa animam os espectadores com música, malabarismo e números de ilusionismo que levam em conta a capacidade de transformar objetos como garrafas PET em brinquedos e outros itens, aproveitando a oportunidade para dar dicas de reciclagem e sustentabilidade a adultos e crianças. Um personagem místico oriundo da floresta, o simpático Barrigudinho, também faz parte do espetáculo.

As apresentações acontecem de 25 a 28 de março, com sessões diárias às 10h, 15h, 18h e 20h. A transmissão é na página do Circo De La Costa no YouTube. O endereço eletrônico é https://youtube.com/user/circodelacosta. Todas as apresentações são abertas e gratuitas, e ficam disponíveis para quem quiser assistir em qualquer horário. Há sessões com tradução em tempo real para surdos, na Língua Brasileira de Sinais (Libras).

Criado na China | O Circo De La Costa, que compõe o grupo Mundo De La Costa, foi criado há 10 anos por Roberto e Viviane De La Costa na China, quando ambos trabalhavam em circos locais no país asiático. Desde o início, a ideia era realizar espetáculos e outras ações tendo o meio ambiente como foco principal. Ao longo de uma década, além de espetáculos, o casal promove apoio a comunidades indígenas, educação ambiental e oficinas por diversas regiões do Brasil, além de plantios de árvores nativas da Mata Atlântica no Estado do Rio de Janeiro.

Serviço:

O Mágico no Mundo de La Costa

Dias: 25 a 28 de março

Horários: 10h, 15h, 18h e 20h

Transmissão gratuita: youtube.com/user/circodelacosta.

Museu do Ipiranga e Wikipédia apresentam pesquisas sobre a Casa Brasileira em série de eventos digitais

São Paulo, por Kleber Patricio

Brinquedo – caldeirão metal e ágata, Coleção Inah Meirelles Faria Guimarães. Foto: José Rosael/Hélio Nobre/Museu Paulista.

Espaço que, de um ano para cá, passou a reunir tantas atividades de nossas vidas, a Casa Brasileira é o tema que norteia as ações do Museu do Ipiranga em parceria com o Wiki Movimento Brasil (WMB) em 2021. Serão cinco encontros com pesquisadores da área, que falarão sobre as linhas de pesquisa que desenvolvem no Museu, fornecendo ao público conhecimentos e caminhos para criar e aprimorar verbetes sobre o assunto na Wikipedia. Por meio do Wikiconcurso, até o dia 15 de maio, os editores concorrerão a prêmios de até R$2.500 em vale-compras no Submarino. Para saber mais, clique aqui.

“A Casa Brasileira é tema de pesquisa do Museu do Ipiranga há mais de 30 anos e estará presente nas exposições de reabertura, em 2022”, conta Vânia Carneiro de Carvalho, coordenadora do projeto de implantação das novas exposições e docente do Museu. Segundo a professora, este é um museu de História que estuda a sociedade brasileira a partir de sua dimensão material. “Partimos da premissa de que a nossa interação com a matéria é o que nos torna humanos, e o que constitui nossas identidades sociais e culturais”.

A professora é responsável projeto Processamento de Alimentos no Espaço Doméstico. São Paulo, 1860-1960, que reúne alunas de iniciação científica, mestrado e doutorado sob sua orientação. Em conjunto, desenvolveram com o WMB os cinco eixos que norteiam os encontros, bem como a lista de verbetes a serem desenvolvidos em cada um. São eles A Casa Moderna, Decoração e identidades feminina e masculina, Cozinha e suas coisas, Intérpretes da casa brasileira e Louça paulista.

As maratonas de edição acontecem às sextas-feiras, às 14h, via YouTube, com a presença da curadora nos dois primeiros e no penúltimo encontro. No terceiro, falará ao público o grupo de pesquisa e, no último, o historiador José Hermes Martins Pereira. Às 15h, via Google Meet, a equipe do WMB oferecerá um tutorial de como editar a Wikipédia, para que novos usuários possam contribuir facilmente com a plataforma. Não é necessário conhecimento prévio. Para mais informações sobre os eixos temáticos e inscrições, consulte a programação abaixo.

A Casa Moderna | 26/3, sexta-feira, às 14h | Inscrições: clique aqui

A casa moderna teve sua origem no século XIX, quando o espaço de morar deixou de ser um lugar de trabalho, produção de alimentos e práticas culturais e educacionais para se tornar um lugar de desenvolvimento da dimensão subjetiva dos integrantes da família nuclear burguesa. Para que isso acontecesse, a casa teve seus espaços especializados, sendo parte deles reservada a poucos – nascia a ideia de privacidade, de intimidade, de interioridade da casa e das pessoas. Conhecer e definir os espaços especializados da casa, bem como os objetos que constituem esses espaços, é uma maneira de conhecer o modo de funcionamento de nossa sociedade, bem como a história da habitação e construção civil no Brasil.

Decoração e identidades feminina e masculina | 23/4, sexta-feira, às 14h | Inscrições: clique aqui

A casa moderna é um lugar importante para o desenvolvimento das identidades individuais e sociais. Tais identidades não acontecem sem os marcadores de gênero; isto é, espaços e objetos da casa são elementos ativos na produção de noções ligadas ao gênero feminino e masculino. Ao vivenciar o mundo concreto da casa, somos convidados inconscientemente a seguir tradições e convenções culturais. Os modos dessa construção variam. No caso feminino, há uma forte conexão entre a ornamentação do corpo da mulher e a ornamentação dos objetos decorativos, o que torna a identidade feminina mais difusa do que a identidade masculina, constituída por objetos funcionais e associados ao prazer e conforto corporais. Definir os objetos a partir dessa perspectiva pode explicar muito sobre nossos valores e comportamentos.

Cozinha e suas coisas | 28/5, sexta-feira, às 14h | Inscrições: clique aqui

A história das cozinhas é pouco conhecida. Menos ainda são seus equipamentos e ferramentas. As atividades de trabalho empreendidas nas cozinhas trazem questões importantes sobre a convivência entre objetos tradicionais – manuais ou mecânicos – e objetos modernos – eletrificados. Conhecer esse universo de coisas que compõem a cozinha é o objetivo do grupo de pesquisa que estuda os acervos de cozinha do Museu Paulista. Há muitos objetos que precisam ser identificados, ter seus diversos nomes pesquisados, suas funções e períodos de uso estabelecidos. A consolidação de um repertório dos equipamentos e ferramentas de cozinha é algo necessário e que muito ajuda no avanço do conhecimento das casas brasileiras.

Intérpretes da casa brasileira | 18/6, sexta-feira, às 14h | Inscrições: clique aqui

O Brasil conta com um elenco importante de obras sobre as moradias brasileiras. Essas obras se desenvolveram pioneiramente entre os arquitetos, interessados nas configurações espaciais dos interiores domésticos. Foram eles que primeiro procuraram definir as tipologias de casas, estudaram a atuação de construtores e descreveram as configurações de espaços internos da moradia associados às suas funções produtivas e sociais. Outra vertente, a dos historiadores, se dedicou a compreender os tipos de objetos próprios das casas. Produziram estudos tradicionais sobre mobiliário, estudos sobre a riqueza e costumes das famílias por meio dos inventários e, mais recentemente, estudos sobre os objetos da casa e suas relações com a vida psíquica, social e cultural de seus moradores.

É ainda importante mapear obras e revistas de época, que são fontes documentais de grande valia para o conhecimento das casas. Os manuais de economia doméstica, de orientação feminina, puericultura e etiqueta trazem inúmeras informações sobre os objetos da casa e seus espaços, seus modos de funcionamento e os valores e sentidos associados a essa materialidade. A estas obras somam-se as revistas de época,a que trazem artigos e anúncios sobre decoração, sobre inúmeros objetos pertencentes ao espaço doméstico, além de receitas e crônicas sobre a vida doméstica.

Louça paulista | 9/7, sexta-feira, às 14h | Inscrições: clique aqui

Todas as casas têm um lugar de encontro. Refeições, festas e visitas seguem regras que variam dependendo do grupo e classe sociais, mas compartilham da mesma intenção: consolidar os vínculos entre as pessoas. A louça desempenha um papel fundamental ao materializar a importância dessas ocasiões, servindo de ferramenta para o estabelecimento de divisões e vínculos sociais. Por meio do uso das louças, um morador mostra ao outro a sua “educação”, o seu gosto, os seus valores. No século 19, os serviços de porcelana importados da Europa se tornaram um dos mais importantes sinais de opulência e sofisticação. Os ornamentos, as dourações, os brasões e monogramas materializaram o requinte que as elites enriquecidas almejavam. Enquanto os caros serviços de porcelana decorada eram adquiridos pelas elites, as camadas médias e populares consumiam serviços mais baratos, mas também ornamentados. Mesmo com simplicidade, a função era a mesma: sinalizar as refeições e ocasiões especiais. Ao longo do século 20, as indústrias produziram serviços de café, chá e jantar para diversos tipos de público. Fábricas de porcelana estabelecidas no Brasil comercializavam similares das porcelanas europeias, enquanto outras indústrias criaram conjuntos com matérias-primas mais acessíveis.

Museu do Ipiranga e Wikipédia | Em parceria, o Wiki Movimento Brasil (WMB) e o Museu do Ipiranga traçaram um plano digital para aumentar a presença do acervo da instituição na Internet. O plano inclui maratonas de edição, que em 2020 resultaram em mais de 2.500 edições de aprimoramento de verbetes, com mais de 2,6 milhões de visualizações. No mesmo ano, o Wikiconcurso angariou 862 inscritos, adicionando 1,3 milhões de bytes na plataforma. Além disso, foram carregados 2.958 arquivos no Wikimedia Commons.

A iniciativa integra o Museu a um movimento global ao qual se unem instituições culturais, bibliotecas e arquivos de vários países. Dessa maneira, a instituição também adere a práticas de conhecimento aberto e licenças livres e, com isso, deve atingir públicos mais diversificados e fomentar novas parcerias. O plano inclui, ainda, ações estratégicas para dar visibilidade a grupos menos presentes na plataforma, como mulheres, negros e indígenas. A iniciativa tem a parceria da Fundação Banco do Brasil.

Museu do Ipiranga – USP | Fechado desde 2013, o Museu do Ipiranga é sede do Museu Paulista da Universidade de São Paulo e seguiu em atividade com eventos, cursos, palestras e oficinas em diversos espaços da cidade. As obras de restauro, ampliação e modernização do Museu são financiadas via Lei de Incentivo à Cultura. A gestão do Projeto Novo Museu do Ipiranga é feita de forma compartilhada pelo Comitê Gestor Museu do Ipiranga 2022, pela direção do Museu Paulista e pela Fundação de Apoio à USP (FUSP). As obras se iniciaram em outubro de 2019 e a expectativa é de que o museu seja reaberto em setembro de 2022 para a celebração do bicentenário da Independência do Brasil. Para mais informações sobre o restauro, acesse o site museudoipiranga2022.org.br.

O edifício, tombado pelo patrimônio histórico municipal, estadual e federal, foi construído entre 1885 e 1890 e está situado dentro do complexo do Parque Independência. Concebido originalmente como um monumento à Independência, tornou-se em 1895 a sede do Museu do Estado, criado dois anos antes, sendo o museu público mais antigo de São Paulo e um dos mais antigos do país. Está, desde 1963, sob a administração da USP, atendendo às funções de ensino, pesquisa e extensão, pilares de atuação da Universidade.

As obras do Novo Museu do Ipiranga são financiadas via Lei de Incentivo à Cultura. Patrocinadores e parceiros: BNDES, Fundação Banco do Brasil, Vale, Bradesco, Caterpillar, Comgás, CSN – Companhia Siderúrgica Nacional, EDP, EMS, Itaú, Sabesp, Banco Safra, Honda, Postos Ipiranga, Pinheiro Neto Advogados e Atlas Schindler.