“Não se combate a violência com um único modelo de enfrentamento. Cada geração exige uma abordagem diferente”, segundo advogado criminalista Davi Gebara


São Paulo
Yan Cloud discute em suas letras as vivências do jovem negro periférico. Foto: Mariana Ayumi.
Música e artes visuais se fundem na Mostra Museu: Arte na Quarentena, projeto encabeçado pela Amarello Projetos Integrados que propõe reflexões sobre as produções artísticas realizadas ao longo da pandemia. O eixo de música, que tem curadoria do jornalista, diretor e roteirista Pedro Henrique França, reúne criações de cerca de 20 nomes da música brasileira – são canções e videoclipes que estão disponíveis na plataforma da Mostra Museu (www.mostramuseu.com).
As músicas e videoclipes dos artistas curados por Pedro estarão disponíveis na plataforma por meio de playlists temáticas e também serão disponibilizadas via QR Code nos mobiliários urbanos que receberem as obras de arte selecionadas pelo núcleo de Artes Visuais da Mostra. Além disso, a Mostra está promovendo o Arte, Papo e Palinha, um ciclo de conversas com artistas pelo Instagram (@mostramuseu), que ficarão disponíveis para o público no IGTV. A próxima participante, Jup do Bairro, conversa com o curador Pedro Henrique França no dia 8 de abril, quinta-feira, 18h.
Gaby Amarantos. Foto: Rodolfo Magalhães.
As playlists disponíveis no site estão divididas pelas categorias Lado A: Agora Presente e Lado B: Olhar no Futuro. A primeira está focada em artistas consagrados que se reinventaram durante a pandemia, como Majur, Letrux, Criolo, Emicida, Gal Costa e Gaby Amarantos, que lançou recentemente a canção Vênus em Escorpião com Urias e Ney Matogrosso, entre outros. Já a segunda está centrada em novos talentos, como, Zé Manoel, Dulcineia, Marina Sena e Kaike, cantor mineiro de 14 anos que foi revelado à internet pela cantora Duda Beat. “A cultura, mais uma vez, nos ajudou a sobreviver, enquanto os artistas provedores de nossas alegrias se reinventavam em seus silêncios, sem nunca parar”, lembra Pedro.
Dentre os destaques da seleção musical figuram também Numa Ciro, artista que lançou o primeiro álbum aos 70 anos; Yan Cloud, que discute em suas letras as vivências do jovem negro periférico e Kunumi MC, rapper indígena que canta a força da natureza e dos povos originários. “O recorte curatorial revela o exercício de criatividade feito pelos artistas neste período de tantas dificuldades”, afirma Pedro França.
O curador se lembra ainda de exemplos como o de Letrux (Letícia Novaes), que havia lançado o álbum Aos Prantos uma semana antes do início da pandemia. Após suspender toda a agenda presencial de lançamentos, a artista fez lives compartilhando as novas músicas com o público e também lançou o EP Prantos Pandêmicos, composto por algumas das faixas do disco rearranjadas pelos integrantes da banda. Além das músicas, foram ainda gravados videoclipes para todas as faixas dirigidos pela própria Letrux.
Rapper indígena Kunumi MC canta a força da natureza e dos povos originários. Foto: Aruan Viola.
O rapper Baco Exu do Blues adiou o lançamento de um disco finalizado e lançou o EP Não tem Bacanal na Quarentena, gravado em apenas três dias e com composições completamente afinadas com o momento presente. Jup do Bairro, que participa do próximo Arte, Papo e Palinha, lançou o aguardado álbum-manifesto Corpo Sem Juízo, em que discute temas como sexualidade, gênero e a vida real da periferia. Já Emicida lançou o documentário AmarElo – É Tudo Pra Ontem, cujo subtítulo também nomeou um single lançado na sequência com participação de Gilberto Gil.
Segundo Chiara Paim Battistoni, idealizadora do projeto, a Mostra Museu incorpora a tecnologia como dispositivo a serviço da troca entre público, obra e artista, aspecto que reforça o pioneirismo do projeto e seu amplo alcance, potencializado pelo recorte internacional. “Se, por um lado, toda a situação que estamos vivendo escancarou também nossas fragilidades, por outro, evidenciou saídas coletivas e fortaleceu uma rede de solidariedade e empatia, essenciais para alcançá-las”, ela afirma.
A Mostra Museu:Arte na Quarentena (http://www.mostramuseu.com) é uma iniciativa da Amarello Projetos Integrados que une arte, música e tecnologia em diferentes formatos e apresenta obras de artistas de nacionalidades diversas. O núcleo de artes visuais será responsável por uma seleção de obras artísticas com curadoria de Ana Carolina Ralston e The Covid Art Museum (CAM) – museu digital criado no início da pandemia, na Espanha, por Emma Calvo, Irene Llorca e José Guerrer.
Serviço:
Mostra Museu: Arte na Quarentena
Plataforma: http://www.mostramuseu.com.br | @mostramuseu
Curadoria: Ana Carolina Ralston e co-curadoria The Covid Art Museum (eixo Arte) e Pedro França (eixo Música)
Idealização: Amarello Projetos Integrados.
Projeto consiste em consultorias remotas com recomendações dos manejos necessários para hortaliças e leguminosas. Foto: divulgação.
No interior de São Paulo, grupos de jovens estão se reunindo para ajudar pequenos produtores rurais. A iniciativa partiu de estudantes de Empresas Juniores (EJs) que visam contribuir com seus aprendizados em sala de aula para cultivos orgânicos na região de Campinas.
O projeto consiste em consultorias remotas com recomendações dos manejos necessários para hortaliças e leguminosas, como adubação a partir de análises ou controle de pragas e doenças. Além disso, a iniciativa conta ainda com visitas periódicas nas propriedades para avaliar o tratamento e realizar possíveis melhorias. O objetivo final é fazer com que os pequenos produtores obtenham o selo de certificação orgânica e gerem lucro.
Para Bruno Ferreira, vice-presidente da ECAP Jr., empresa júnior responsável pelo projeto, a iniciativa beneficia tanto os estudantes quanto os produtores. “Com vivência empresarial, temos a possibilidade de aplicar nossos conhecimentos em benefício dos produtores e ainda aprendemos muito com eles. O resultado veio e alguns já estão colhendo seus respectivos produtos e obtendo suas certificações orgânicas”, relata.
As chamadas Empresas Juniores (EJs) são organizações sem fins lucrativos compostas por estudantes da graduação de diversas áreas. Esses universitários têm a oportunidade de colocar em prática aquilo que aprendem em sala de aula e fomentar seu aprendizado. Além disso, podem contribuir com a sociedade a partir da vivência empresarial nas universidades. Dentro de EJs, surgem projetos de sucesso como o da ECAP Jr, que ajuda na transformação de vidas da região.
O Núcleo Campinas é a rede que representa as EJs da região metropolitana de Campinas e de suas cidades vizinhas no Movimento de Empresas Juniores (MEJ). Engajados pela sua missão, mais de 1200 estudantes foram impactados e 600 projetos foram executados. O Núcleo Campinas já movimentou sozinho 1,7 milhões de reais, que foram reinvestidos na educação empreendedora das universidades da região.
Atividades consistem em aulas de dança, desenho animado, fotografia, música, pintura em tela e teatro, sendo realizadas de modo a complementar o tratamento e o acompanhamento feitos pelos profissionais da instituição. Fotos: divulgação.
A ACESA Capuava, entidade sem fins lucrativos de Valinhos que tem como público-alvo crianças, jovens e adultos com Transtorno do Espectro Autista, deficiência intelectual, deficiência múltipla e surdez, deu início às suas clássicas oficinas culturais gratuitas, pertencentes ao projeto Espaço Cultural ACESA Capuava – a arte para dentro da vida. As atividades consistem em aulas de dança, desenho animado, fotografia, música, pintura em tela e teatro, sendo realizadas de modo a complementar o tratamento e o acompanhamento feitos pelos profissionais da instituição.
Devido ao agravamento da pandemia da Covid-19 na região, as oficinas estão acontecendo em formato de teleatendimento. Por meio de vídeos interativos e expositivos, os líderes de cada oficina cultural explicam as atividades e pedem para que as famílias enviem vídeos dos exercícios sendo realizados de modo a que consigam avaliar e orientar da melhor maneira possível. As oficinas também são estendidas à comunidade na página do Youtube da entidade a partir da segunda quinzena de abril; as inscrições devem ser feitas por meio do link https://forms.gle/otV3rbPVP9CgUgKL7.
“As oficinas culturais são essenciais para o desenvolvimento das pessoas com deficiência que atendemos, especialmente durante esse período de pandemia. Além de todos os aspectos terapêuticos trabalhados, ainda trazem muita alegria e felicidade aos participantes”, afirma a presidente da ACESA Capuava, Fernanda Teixeira. Ela diz ainda que estender as atividades à comunidade é uma forma de agradecer por todo auxílio prestado à instituição.
As oficinas culturais compõem uma das atividades do plano anual – Espaço Cultural ACESA Capuava, um projeto PRONAC Nº 202954 com realização do Ministério do Turismo, pela Lei de Incentivo à Cultura da Secretaria Especial da Cultura com patrocínio das empresas DHL, Myralis Pharma, Unimed Campinas e Scholle IPN.
Sobre a ACESA Capuava | A ACESA Capuava é uma entidade filantrópica de Valinhos/SP que atende pessoas com transtorno do espectro autista, deficiência intelectual, deficiência múltipla e surdez. Fundada em 2002, atua junto à comunidade carente de toda Região Metropolitana de Campinas e é formada por um grupo de profissionais que se uniu com a missão de prestar um serviço de amor incondicional e de cidadania. Todos os seus colaboradores acreditam no ser humano, em suas infinitas possibilidades e em sua capacidade de transformar e transcender toda e qualquer condição de vida. Para mais informações, visite www.acesacapuava.com.br, a loja virtual www.acesacapuavastore.org.br e a página no Facebook (www.facebook.com/ACESACapuava).
Com 48 horas prévias de imersão e quatro performances de 48 minutos cada, nos dias 17, 18, 24 e 25 de abril acontecem as transmissões ao vivo da exposição performática 48h_48min: Isadora, o Oráculo e as incertezas. Serão dois blocos de 48 min por dia, às 16h48 e às 20h48, transmitidos pelo Instagram e pelo YouTube, com os nove artistas criando e interagindo com o público por meio de materiais visuais – vídeos, músicas, textos, fotografias e performance –, enviados pelas redes sociais. Tudo à mercê da profecia do I-Ching e a aleatoriedade de Isadora – programa de manipulação de imagens e sons que atua de maneira randômica.
Cada um dos artistas convida ainda um participante de fora – não necessariamente um artista – para ocupar o seu lugar em uma das performances, seja pela sede do projeto (Casa Amélia, em São Paulo) ou online direto de seus espaços. A ideia é abrir possibilidades para realidades e narrativas distintas, afetar e ser afetado dentro da diversidade, alargando assim os horizontes de ação e criação.
E o projeto já começou. O público é convidado a criar ou documentar a partir das mesmas influências que os artistas do núcleo, entrando para a galeria da exposição e servindo como inspiração ou mote para as 48 horas de imersão. Os trabalhos pré-gravados são automatizados e embaralhados no programa Isadora, a artista artificial do projeto. E o resultado final será documentado e disponibilizado no site do projeto. As interações entre o público e os artistas (via hashtag #48_48) abrem um horizonte infinito de possibilidades e conexões.
O músico, compositor, produtor musical e artista visual Pablo Casella.
A participação do público pretende flertar com o ‘hackeamento’ da superficialidade virtual, tentando ressignificar a atuação nas redes e sem uma curadoria. “Como criar conexão real no espaço não físico? Como criar presença relevante dentro da distância física? Produzindo arte colaborativa e promovendo interações livres ao redor de um centro gravitacional bastante vasto”, comenta Pablo Casella.
Convocatória | Os integrantes do projeto selecionarão ainda oito artistas ou coletivos de artistas brasileiros – especialmente pessoas emergentes com marcadores sociais não privilegiados ou que abordem questões identitárias, de gênero e raciais – que sejam de fora de São Paulo para participar. Os interessados poderão se inscrever entre 6 e 12 de abril pelo link http://projeto48.com/editalexpresso/. No dia 20, os selecionados serão avisados e vão receber uma verba bruta de mil reais e compor a programação da live de encerramento.
Por que 48 horas? | A partir de dispositivos e limitações, a ideia principal é vivenciar momentos de inspiração em possibilidades do tempo real, do agora. Com o pouco tempo de produção, os trabalhos tendem a seguir uma ‘correnteza do inconsciente’, em que elementos passeiam e são processados de forma bastante intuitiva, dando lugar aos rascunhos e às improvisações. A reflexão se volta ao risco, ao acaso e à autenticidade do momento presente.
O artista visual Ivan Padovani. Foto: Ale Ruaro.
“O mundo vive hoje uma tempestade sem precedentes. Crise pandêmica, econômica, ambiental, corrosão dos sistemas democráticos e, principalmente, a síndrome da incerteza. Enquanto somos bombardeados por especulações e teorias diversas. Ao mesmo tempo, estamos todos isolados frente às telas de computadores e smartphones. Essa fotografia do mundo atual define os elementos desse projeto”, explica Pablo.
Como tudo começou | O projeto nasceu em 2019, quando sete artistas ocuparam a Casa da Luz, no centro de São Paulo, por 48 horas para criar uma exposição performática e documental de 48 min, refletindo sobre o entorno e o interno. Cada artista recebia sua ‘profecia’ em forma de uma tiragem do I Ching (O livro das mutações – oráculo milenar da cultura chinesa), como primeira fonte de inspiração.
O Oráculo | O ‘oráculo’ é a tiragem do I Ching e norteia todo o processo. O I Ching ou ‘o livro das mutações’, é popularmente conhecido como um sistema divinatório de análise das energias presentes e consequente ‘previsão’ do futuro, mas é também utilizado como ferramenta para definir conteúdos de estruturas semióticas como cinema e literatura.
O músico e produtor Pipo Pegoraro. Foto: Laura Wrona.
No projeto, ele define o terreno comum, o mutável e o imutável, sem definir resultados e consequências.
Por se tratar de um livro milenar, sua linguagem é muitas vezes conflitante com os dias atuais. Expressões como ‘o homem superior’ e ‘feudos’ são recorrentes. Por isso, no projeto 48_48, os textos do oráculo recebem releituras e reprocessamentos, sendo desafiado pela contemporaneidade.
Isadora | ‘Isadora’ representa a aleatoriedade, o oceano de possibilidades e impossibilidades ao qual estamos sujeitos no ambiente virtual. O programa de computador vai randomicamente processar, automatizar e alterar um arquivo de imagens alimentado pelos artistas e público, tornando-se assim o ‘artista artificial’ do projeto e simbolizando a presença impactante dos algoritmos das redes no mundo como o conhecemos hoje.
A cantora e produtora musical Ligia Kamada. Foto: divulgação.
O projeto conta com o artista visual Ivan Padovani , o artista multimídia Jp Accacio, a artista visual e performer Leticia Kamada, a cantora, produtora musical e performer Ligia Kamada, o músico, compositor e artista visual Pablo Casella, o músico e produtor musical Pipo Pegoraro, o artista visual, professor e pesquisador Rodrigo Gontijo, a bailarina e musicista Tayna Ibanez e o artista visual e pesquisador Victor Leguy.
As lives têm apoio e patrocínio do Ministério do Turismo, Secretaria Especial da Cultura, Governo do Estado de São Paulo e Secretaria da Cultura e Economia Criativa de São Paulo por meio do Edital ProAC Expresso Aldir Blanc, com o objetivo de fomentar o acesso à cultura e a economia criativa.
Presença e ausência. Virtualidade, realidade e o espaço físico. Existem fronteiras?
Sobre os artistas:
Ivan Padovani – É formado em Administração pela FAAP e Pós-graduado em Fotografia pela mesma instituição. Paralelo à sua atuação como artista visual, também é professor na Escola Panamericana de Arte e coordenador do Vão, espaço independente de arte voltado para pesquisa, produção e exposições. @ivanpadovani
Jp Accacio – Artista visual, fotógrafo e videomaker que produz trabalhos em fotografia, vídeo, instalação e performance. Sua pesquisa investiga a constituição e o movimento da imagem sob o prisma da construção temporal, espacial e da narrativa e, também, as possibilidades de diálogo e coexistência entre linguagens, meios e tecnologias de diferentes períodos. @jp_accacio
Leticia Kamada – artista visual e performer. Como educadora e ativista da educação popular, ministra oficinas voltadas ao desenvolvimento do olhar e à leitura de imagens desde 1999. Há três anos, no @cursinhopopulartransformacao. Suas performances e imagens são heterotopias da dúvida e dos gestos cotidianos. @leticiakamada
Ligia Kamada – cantora e produtora musical. Vem realizando um trabalho de fruição cultural importante, além de trabalhar em grupos de fortalecimento artístico de mulheres no meio cultural da região do Vale Paraibano, como o GT Mulheres da Cultura SJC. Já foi escolhida uma das cantoras do Cena Delas, projeto do SESC. Integra as bandas Sollo Duo e Baião de Spokens e, em 2021, lança o álbum visual Povo em Pé, com as parceiras poetas Clara Baccarin, Piera Schnaider e o poeta arrudA. @ligiakamada
Pablo Casella – Músico, compositor, produtor musical e artista visual. Reside em Gent, Bélgica, desde 2008 e navega por diversos projetos multimídia. Trabalha como músico, compositor de trilhas para teatro, vídeos e curtas metragens, editor de imagens, criação artística, edição de videoclipes e no universo teatral, com composição e gravação de trilhas sonoras e vídeo-cenários. Atualmente está envolvido nos projetos de teatro Kill Joy (compositor) e Antígone na Amazônia (músico e ator) da Cia NTGent e com os grupos musicais Témé Tan, Esinam, NDUGU e Tom, Lien and Pablo. @pcasella78
Pipo Pegoraro – Com três indicações como produtor ao Grammy Latino, Pipo Pegoraro é músico e produtor musical com quatro álbuns autorais lançados. Nos últimos anos, focou seu trabalho na produção musical, colaborando na criação de trabalhos de artistas como Xênia França, Serena Assumpção, Aláfia, Filipe Catto, Beto Montag e Dani Nega, entre outros. @pipopegoraro
Rodrigo Gontijo – Artista, pesquisador e professor na Universidade Estadual de Maringá. É Bacharel em Comunicação e Multimeios pela PUC-SP, Mestre e Doutor em Multimeios pelo Instituto de Artes da Unicamp. Já publicou diversos artigos e capítulos de livros sobre cinema experimental e expandido. Desenvolve projetos de live cinema, instalações, filme-ensaio e documentários. @rodzgontijo
Tayna Ibanez – Bailarina e musicista, artista interdisciplinar nascida e criada num bairro periférico de São Paulo. Formada em Artes Cênicas pela Escola Livre de Teatro de Santo André, acumula vivências e pesquisa em Dança Contemporânea, performance e improvisação cênica. Desenvolve o projeto autoral Fêmea. @tayna.ibanez
Victor Leguy – Artista e pesquisador. Bacharel em Desenho Industrial/ Artes Visuais (Mackenzie/São Paulo, 2003), formado no curso de Relações e Linguagens Históricas (USP/São Paulo, 2005/06). Através de processos híbridos de produção, aborda questões relacionadas ao espaço público, a construção da história coletiva, do convívio e cultura visual em contextos socioculturais e políticos específicos. @victorleguy
Serviço:
48h_48min: Isadora, o Oráculo e as incertezas
Datas: 17, 18, 24 e 25 de abril de 2021
Horários: Às 16h48 e 20h48
O Atelier de Saint Jacques. Foto: Fernando Lemos/Acervo Instituto Moreira Salles.
Em razão da prorrogação das restrições da Fase Vermelha do Plano SP, a exposição Mais a Mais ou Menos do Festival Hercule Florence, em Campinas, com fotografias de Fernando Lemos (Acervo Instituto Moreira Salles) e curadoria de Rosely Nakagawa, será revelada para o público por meio de uma live nesta sexta-feira (9), às 18h. A apresentação contará, ainda, com a participação de Thyago Nogueira, curador de fotografia do Instituto Moreira Salles, onde foi incorporado o acervo do artista.
Fernando Lemos faleceu em dezembro de 2019 e esta é a primeira mostra que reúne a sua obra fotográfica após a sua morte. “Fernando Lemos, nascido em Lisboa em maio de 1926, construiu uma trajetória artística exuberante, estruturada na libertação, subversão, provocação e contestação das regras. Carregado pela mãe, ainda menino ia ao mercado e às feiras, lendo em voz alta os jornais usados para embrulhar peixes. Na adolescência, trabalhou em uma litografia, depois como desenhista e, então, em agências de publicidade. Em 1949, comprou uma máquina fotográfica Flexaret e começou a fotografar. Sua primeira exposição surrealista ampliou a visão de arte portuguesa em pleno período de repressão do governo de Salazar, na década de 1940”, conta Rosely Nakagawa, curadora do evento.
A primeira exposição no Rio de Janeiro provocou sua mudança definitiva para o Brasil pouco antes do golpe militar de 1964. “Sempre explorando processos gráficos e fotográficos, ancorado no fazer artístico, construiu uma linguagem própria, recorrendo à inversão, à fragmentação, à solarização e a sobreposições. Sua obra é marcada pela imagem construída, visando um efeito de revelação, ocultação, incisão, encenação, invenção e assinalada pela participação das mãos como ferramenta de construção de um diálogo entre o trabalho e o sonho”, completa Rosely.
Todas as informações do Festival estão no site www.festivalherculeflorence.com.br.
Serviço:
Exposição Virtual Mais a Mais ou Menos – Festival Hercule Florence
Data: Sexta-feira (9/4)
Horário: 18h
Curadoria: Rosely Nakagawa e Thyago Nogueira
Onde: Festival Hercule Florence – YouTube
Sobre o Festival | Criado em 2007, o Festival Hercule Florence tem como matriz a invenção isolada da fotografia no Brasil, feita em Campinas, em 1833, por Hercule Florence, considerado o pai da fotografia. Esse fato desencadeou na cidade atitudes fotográficas no percurso dos séculos. Dessa cultura fotográfica, nasceram os grupos de fotografia e o festival, a partir da criação da Semana Hercule Florence. Mais de 120 mil pessoas e 80 fotógrafos brasileiros e estrangeiros já participaram do evento ao longo dos anos.
Este ano, o XII Festival Hercule Florence é um dos projetos fomentados com recursos da Lei Aldir Blanc – Edital ProAC Expresso LAB Nº 40/2020 por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa de São Paulo.